Durante o meu tempo na academia tinha percebido algo de extrema importância, eu era mais novo que a maioria dos outros graduados, e mais pequeno também, o que me deixava em grande desvantagem em termos físicos. Isto significava que eu precisava de trabalhar o meu corpo em dobro para conseguir acompanhar os outros, e era exatamente isso que eu tinha estado a planear ao longo dos últimos dias até à minha graduação. Devido à minha estatura, eu já era razoavelmente rápido e esguio, o que claramente me faltava era força, e era nisso que estava a planear trabalhar.

Antes de mais, tive algum tempo antes do primeiro treino à procura de materiais que conseguisse usar no meu treino, desde rochas a ramos. Por sorte, encontrei também um balde que alguém tinha deixado por lá. – Bem, desde que eu o deixe aqui quando acabar, não deve haver problema. – E decidi levá-lo emprestado com um sorriso inocente.

Por um bom tempo, a maioria do treino consistia em flexões e em carregar o balde cheio de pequenas pedras. No entanto, após alguns dias, já estava a conseguir levantar rochas consideravelmente maiores, mesmo com as dores pós treino.

Já estava no meu limite, até andar se estava a começar a tornar uma tarefa descomunal, e então veio-me à mente um pensamento que mudou completamente a minha perspetiva.  – Como é que eu já estou no meu limite? Eu fiz progresso, mas não estou nem perto de chegar onde quero! – Eu nunca tinha treinado tão intensamente, e por isso nunca me tinha apercebido do quão má era a minha resistência física.

Com esta nova perspetiva, continuei os meus treinos de forma ligeiramente diferente. Em vez de puxar “remar contra a maré” descontroladamente até não pode mais, decidi focar-me em, de forma controlada, aumentar a quantidade de tempo a que podia trabalhar no meu limite. A maneira como ia fazer isto é continuar a levantar pesos, mas alterando ligeiramente o método. Ao longo dos últimos dias, ao chegar ao meu limite, reduzia o peso e continuava, até chegar novamente ao limite, para repetir o processo. Agora, ao sentir que teria de reduzir a carga, descansaria por um curto tempo, só o suficiente para conseguir repetir o exercício. Pela altura que um curto descanso não seria o suficiente para manter a carga, seria o sinal para acabar com o treino.

Este novo método funcionou às mil maravilhas. A maneira como controlava os descansos e as cargas, não só tornavam a sessão de treino mais curta, como reduziu consideravelmente as dores pós exercício. Para além disso, por estar sempre a trabalhar com cargas máximas, o ritmo a que a minha força desenvolveu aumentou consideravelmente. E em poucas semanas tanto a minha força como a minha resistência tinham facilmente duplicado.

Com tudo isto não só desenvolvi o meu corpo tal como queria, como aprendi uma valiosa lição: – Treinar de forma inteligente é muito mais produtivo que treinar arduamente sem um plano.

Considerações:

Itens:

Técnicas/Habilidades: