Flor Púrpura
Descrição: O Esquadrão Médico de sua vila está desenvolvendo um novo remédio e precisa de uma flor rara só encontrada em uma montanha muito distante, sua missão é ir buscar essa flor para que a produção do novo medicamento seja iniciada.

      A vila estava tendo uma pequena epidemia de uma doença similar a gripe, que não parecia ser grave, mas a situação era alarmante. Mesmo que não botasse a via dos infectados em risco, a doença simplesmente não ia embora. Os sintomas não eram alarmantes, nem chegavam peto disso, mas proporcionavam certo mal estar, e como a doença parecia não ir embora sozinha, as pessoas eram obrigadas a viver daquele jeito. Tal situação era inaceitável, o que fez com que o Esquadrão Médico da vila tivesse a criação do novo remédio como um de seus principais objetivos no momento. Eles já haviam iniciado os testes, onde obtiveram certa taxa de sucesso, mas faltava um ingrediente para que o remédio fosse completo. Analisando a fórmula química e algumas plantas da mesma família, foi concluído que precisavam de uma flor muito rara, que só existia muito longe dali, para a finalização do remédio. A liderança da vila então foi encarregada de achar um ninja para achar a flor.
               “Uaaaaa” – se despreguiçava a kunoichi, a noite tinha sido exaustiva, tinha treinado até tarde por ter ficado ajudando seus pais na alfaiataria o resto do dia.  A ninja se levantava, se vestia e ia ao encontro de seus pais na cozinha, para tomar seu café da manhã. Seus pais pareciam tensos, como se estivessem escondendo algo dela. Apesar do garota não ser uma pessoa muito esperta, ela sabia reconhecer tais feições e sinais dados por pessoas, ainda mais com pessoas que ela convivia diariamente.
               -O que foi? Eu fiz alguma coisa? – perguntou aos seus pais.
               -Claro que não, Sora. É só que... – hesitou o patriarca. -Eu e sua mãe estávamos pensando, será que essa história de ninja é realmente o que você quer? Você tem tanto talento com roupas, até mesmo eu que trabalho com isso há anos reconheço o seu talento. Você viu ontem? Todos os clientes a elogiaram. Além disso, você nem mesmo está ganhando algo com isso, faz tempo que não faz uma missão.
               -É isso que eu quero, tenho certeza disso. Não confunda talento com prazer, quando eu trabalho com vocês é por gratidão, não porque eu gosto. Me daria mais prazer estar varrendo a vila. – falou o garota, seus pais pareciam chocados. – E sobre as missões, hoje mesmo eu vou arranjar uma, vocês vão ver. E serei tão elogiada por ter feito essa missão quanto fui ontem na alfaiataria.
               Às vezes as pessoas nascem com sorte, e as vezes as pessoas nascem com o acaso sendo apaixonado por elas. O que, naquele momento, parecia ser o caso de Sora. Assim que terminara de falar alguém batia na porta de sua casa. A garota que não estava confortável tendo aquela conversa, vai ver quem é, tentando sair daquela situação desagradável. Ao abrir se depara com uma mulher que aparentava ter vinte e poucos anos, ela possuía uma bandana da vila.
               -Você é o genin Sora? – perguntou a ninja.
               -Sim, sou eu. Posso ajudar em algo? – respondeu a genin, parecia confusa.
               -Tenho uma missão para você. Tenho certeza que está ciente do surto da nova doença na vila.
               -Sim, todos a conhecem. É uma piada, até resfriado é mais grave.
               -Seria uma piada se nós pudéssemos curá-la, mas no momento não é o caso. E é exatamente por isso que eu aqui. Sua missão é achar o último ingrediente para que consigamos terminar o remédio. Já identificamos, e os pesquisadores tem quase certeza do ingrediente que falta. O problema é que ela se encontra bem longe da vila, e será uma busca demorada. Todos os nossos ninjas mais preparados estão em missões mais importantes para a vila nesse momento, então tivemos que recorrer aos genins. Mas olhe pelo lado bom, é uma missão fácil, faça o seu papel e comece com o pé direito. – concluiu a ninja ao desaparecer numa cortina de fumaça, deixando um envelope no chão.
               A garota então pegou o envelope que a ninja havia deixado no chão e abriu-o, encontrando uma carta com a suposta localização da flor e sua aparência.
               -Quem era, Sora? – perguntou o pai da genin.
               -Apenas uma veterana, pedi para ela me ajudar com o treino. Bom, eu vou indo, não posso fazê-la esperar, não seria nada educado. – falou ao se despedir dos seus pais e pegar alguns sanduíches para a viagem.
               Por mais simples que parecesse a missão, com certeza não seria fácil. Afinal, qualquer missão exige o esforço do ninja, se não elas não seriam pagas, não é mesmo? Mas caminhar até o local descrito não seria fácil, ficava em montanha, bem no topo. O único alivio foi saber a descrição da planta, que não era parecida com nenhum outra da região.  Elea então caminhou até o portão da aldeia, se lembrou então que fazia muito tempo que não cruzava aquele portão, e não tinha boas lembranças de tal dia. Mas era uma missão, se ela queria ser uma ninja de verdade precisava deixar seu passado e tudo que o atrapalhasse de lado. Estava na hora de crescer.

               A caminhada foi longa, se passaram 6 horas até que ela pudesse enxergar a montanha no horizonte, e mais uma para alcançar o pé da mesma. A mata era cerrada, dificultava o acesso, e o seu “arsenal ninja” não era muito adequado para abrir caminho. Mas ela pelo menos não precisava escalar a montanha, a trilha íngreme e cheia de lama o salvou disso, mas não de quase escorregar por toda a montanha algumas vezes. Demorou mais de uma hora para alcançar o topo, quando alcançou imediatamente se jogou no chão, precisava descansar. Ficou ali durante alguns minutos, então se levantou, agora estava na hora de procurar a flor.
               -Nem foden... – lamentou ao ver que havia se deitado sobre a flor. A expressão de desgosto no seu rosto daria pena até no mais depressivo dos homens. -Ah, cara. Eu perdi o dia todo para chegar aqui... não pode ser. Que merda!
               Ao olhar para o lado viu outra, e ao olhar para o outro viu outra, e para o outro, e o outro. Parecia que a flor não era tão rara assim. Ela então analisou as flores e percebeu que eram as Flores Purpuras as quais passara o dia inteiro procurando. Respira aliviado.

               “Bem, eu achei várias. Será que o dinheiro da missão será maior? Não seria nada mal...”
               Sua jornada tinha tido seu fim, estava na hora de voltar para casa.
               No caminho de volta ela começou a observar a paisagem, e percebeu por quantos lugares lindos havia passado. Talvez o estresse e a pressão de terminar a missão rápida e eficazmente tenha o privado de apreciar as pequenas coisas. Depois de algumas horas estava na vila de novo, onde rumou imediatamente para o Esquadrão Médico para entregar as flores.
-Então... a missão era para pegar uma, eu trouxe várias. Isso não vale algo a mais? – perguntou a garota esboçando um sorriso falso o qual atraia simpatia desde pequena.
-É... não. Sinto muito, nós pedimos uma porque era o precisávamos. Queríamos ter certeza de que esse era realmente o ingrediente que faltava no remédio. Você pode ir pegar seu dinheiro no gabinete do Tsuchikage. No entanto, se nossas teorias forem confirmadas e esse for o ingrediente que faltava, ficaríamos feliz se você voltasse lá para nos trazer mais dessas. – falou o homem, sem perceber que a garota havia sumido desde que mencionara “voltar lá”. – Cadê ela?

                Sora entou rumou para o gabinete do Tsuchikage, onde entregou a missão. Se sentia orgulhosa de si mesmo, mas se sentia cansada. Mal podia esperar para chegar em casa e tirar seu merecido descanso. Vendo seu  amor platonico ali, no gabinete fez com que Sora sorri-se.