Kaido abandonou seu habitual quimono naquela manha e vestiu algo novo, algo que os estilistas da cidade haviam dito que era a nova tendência do momento entre os grandes e influentes empresários da vila e do mundo, um terno. A roupa não era feita para ser utilizada em situações táticas, isso se tornou evidente assim que Kaido as vestiu, mas os quimonos traziam o mesmo problema “Menos confortáveis que os quimonos, com certeza, entretanto, em questão de funcionalidade, ambos são semelhantes”.
O jovem terminou de se arrumar e deixou sua residência, indo em direção ao departamento em que agora trabalhava, o departamento de inteligência da vila, um centro de referencia na obtenção de informações, o lugar de onde as missões mais urgentes e importantes saiam, um lugar único e que podia ensinar mais para os shinobis do que o próprio campo de batalha.
O frio que tomava conta das ruas ficou para trás quando o jovem atravessou as portas do edifício. Dentro do departamento as pupilas de Kaido se contraíram, as luzes eram relativamente fortes ali, o que forçava o corpo das pessoas de forma sutil, fazendo com que elas sem perceberem, sentissem menos sono, ficassem mais atentas, entretanto, mais cansadas e com menos saúde a longo prazo.

Considerações”:

Equipamentos”:

Jutsus Utilizados:

Kaido respirou fundo, sentindo certa irritação em seus olhos “Eles são bons”. O rapaz avançou em direção ao coração do local, passando pelos seguranças e pelas técnicas que eles utilizavam para verificar a identidade e a assinatura de chakra dos colaboradores. Ao chegar em seu andar, um dos mais movimentados e lotados de fichas e relatórios, Kaido foi logo surpreendido por seu superior, que surgiu por detrás do garoto e o assustou quando colocou sua mão sobre o ombro do rapaz – Calma, sou só eu... Bem vindo ao seu primeiro dia de treinamento. No final desse dia saberemos se você tem estomago e inteligência para continuar aqui. Dois em cada três novatos desistem, eles não aguentam fazer o que precisa ser feito, Kaido -. Quieto, Kaido fez que sim com sua cabeça. Em resposta a indiferença de seu subalterno Ging deu de ombros e então tomou a frente do garoto – Venha, vamos começar. A equipe de caça conseguiu capturar alguns mercenários em uma vila próxima durante uma missão. Ao que tudo indica eles trabalham para Zenyatta, já ouviu falar sobre ele? Não? O cara diz ser um pacifista, detem diversos seguidores que são agraciados pelo seu dinheiro roubado, mas por detrás dos panos o cara é quem comanda o crime organizado de metade desse país. Bom, o interrogatório será conduzido por mim logo ali naquela sala. Você poderá assistir enquanto eu trabalho e tomar nota... Mas temos algum tempo antes disso, os prisioneiros só chegarão em uma hora, então sente, tome um café, estude, durma, faça o que quiser -.
Kaido foi deixado sozinho em meio ao escritório. O garoto refletiu um segundo sobre o que poderia fazer para aproveitar aquele momento livre que lhe fora dado e não foi difícil para o shinobi optar por emprestar um livro a respeito da mente humana e sobre técnicas de interrogatório de um de seus colegas, ir até o refeitório e iniciar um estudo sobre o que ele provavelmente veria acontecer na pratica dali a alguns instantes.

Considerações”:

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Kaido conhecia em profundidade o corpo humano e em especial o sistema nervoso, sistema que o jovem considerava ser o mais interessante entre todos os existentes devido a sua capacidade de integrar, comunicar e interpretar tudo. O que o jovem desconhecia no entanto era o que as técnicas detalhadas no livro a sua frente eram capazes de fazer com o sistema nervoso, com o cérebro e com a mente dos indivíduos “O cérebro será bombardeado por informações sensitivas provenientes de todo o corpo e essas possuirão também uma grande intensidade, acho que diante a isso as outras regiões do cérebro serão silenciadas, de forma que o corpo da vitima não será mais capaz de pensar em nada, ela apenas sentirá.... Talvez chegue um momento em que o cérebro opte por desligar, por deixar a pessoa inconsciente para não precisar passar pela tortura, ou quem sabe a mente acabe por clamar a morte, como se essa fosse mais fácil do que aguentar toda a dor, toda a informação da tortura”.
Tudo que Kaido conseguia fazer era imaginar como seria aquele interrogatório, estudar a teoria não era o suficiente, era necessário que ele presenciasse a ação de Ging para conseguir realmente entender tudo que os livros relatavam. Apesar de sua postura confiante, em seu amago Kaido ainda se questionava se ele teria estomago o suficiente para passar pelo que viria “Presenciar a more em meio ao campo de batalha, decapitar um inimigo ou costurar a barriga de um colega que teve suas entranhas expostas, nada disso deve se aproximar do que eu presenciarei naquela sala, mas tudo bem, essa será uma oportunidade para eu evoluir e aprender”.

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Kaido folheava uma das últimas páginas do livro quando ouviu o barulho de passos atrás de si – Achei você! Vamos, eles chegaram, está na hora do show -. Sem se virar o jovem fechou o livro, apanhou-o e se levantou. Em silencio o jovem seguiu seu superior em direção a sala de interrogatório, um lugar diferente das selas que poderiam ser encontradas no subsolo do edifício, onde os prisioneiros eram normalmente confinados e mantidos com a finalidade de perderem a cabeça e as esperanças com o tempo. A sala detinha ladrilhos brancos, luzes muito fortes e moveis de metal inoxidável, como se fosse alguma espécie de laboratório ou unidade hospitalar. Kaido estranhou tudo aquilo em um primeiro momento, afinal, ladrilhos brancos não era o que se esperava de um “abatedouro”.
O primeiro prisioneiro foi colocado em uma cadeira feita a partir da manipulação elemental de metal, de forma que a chance de ele conseguir escapar se tornaram quase nulas devido a força que o chakra concedia ao material. O moribundo se encontrava ferido, mas nada demais, apenas alguns cortes e escoriações – Curem ele -. Para o espanto de Kaido o homem recebeu auxílio medico de shinobis do departamento, de forma que logo seus cortes e hematomas sumiram, deixando apenas as manchas de sangue que outrora havia escapulido pelas feridas – Ok, agora podemos começar -.
A mente de Kaido se esforçava para entender o que estava acontecendo ali, tudo parecia ir na contramão do que ele havia lido e imaginado.
Antes de Ging iniciar, o mesmo foi Kaido e falou em seu ouvido – Isso não é um jogo de damas, é um jogo de xadrez, é sobre usar seus recursos de forma inteligente. Acho que no final as coisas talvez façam um pouco mais de sentido para você -.

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Ging início o interrogatório com uma série de perguntas a respeito dos patronos e colegas do homem amordaçado. As perguntas eram sempre seguidas de um total silencio por parte do prisioneiro, que se recusava a responder as perguntas. Ging não parecia se abalar com nada daquilo, ele continuava a questionar o homem e até fazia algumas perguntas aleatórias e não relacionadas ao caso, o que intrigou Kaido “O que ele está querendo com tudo isso? Ele acha mesmo que vai funcionar?”. O jovem continuou a observar as acoes de seu superior, que olhava atentamente para o prisioneiro e parecia ler todas as suas expressões corporais, como se essas falassem tudo que Ging precisava saber. Em determinado ponto do interrogatório Ging suspirou – Você não me deixa outra escolha, sabe... Gostaria de terminar esse interrogatório apenas na conversa, mas você me força a fazer uso de minhas habilidades -. Kaido viu de relance que enquanto o homem fazia seu discurso, ele realizava selo com uma de suas mãos, escondida detrás de suas costas.
Os olhos do prisioneiro pareceram mudar após as palavras de Ging, era como se ele de repente se tornasse alienado, como se sua vitalidade lhe fosse roubada ou sua mente fosse abruptamente perturbada “Genjutsu? Ele acabou dde fazer uso de uma ilusão no homem?”. Ging continuava encarando o prisioneiro, que naquela altura parecia ter perdido toda sua vitalidade e se encontrava largado em sua cadeira.
Após alguns segundos Ging provocou um estalo com seus dedos e o prisioneiro voltou a acordar de sua ilusão. O homem suava, ele parecia confuso, seu olhar manifestava medo... A postura daquele homem parecia ter mudado totalmente após o uso da técica ilusória. As perguntas voltaram a serem feitas por Ging e essas novamente ficaram sem respostas. Ging suspirou mais uma vez e sua habilidade novamente foi usada.
Uma hora após o início do interrogatório o homem amordaçado a cadeira parecia ter mudado totalmente de postura... O corpo do homem estava intacto, mas sua mente, seu espírito, tudo que lhe tornava de fato vivo parecia ter quebrado. O prisioneiro finalmente começou a responder as perguntas, mas naquela altura sua mente já havia sofrido tanto que as palavras não lhe saiam com tanta facilidade, de forma que as respostas demoravam a ser formadas e diversos minutos eram necessários para que uma só resposta fosse obtida.
Kaido assimilou uma coisa importante sobre o trabalho de interrogador naquela tarde. Os livros poderiam ensinar uma abordagem para o problema, mas havia ainda muitas outras formas de se conseguir obter respostas das vitimas, maneiras as vezes mais praticas, menos custosas e “sujas”.
Quando o interrogatório terminou Kaido foi dispensado, mas ao invés de ir até sua casa para descansar, o shinobi resolveu ir até a biblioteca da vila para continuar seus estudos e para assimilar tudo aquilo que havia absorvido do interrogatório “Além de tudo isso... É como se Ging pudesse ler as expressões daquele homem, é como se ele enxergasse a alma daquele sujeito e pudesse encontrar a verdade mesmo por detrás das mais bem elaboradas mentiras... É incrível”.

Considerações”:

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Jutsus Utilizados: