A proclamação de Otogakure como Nação do Som havia sido um sucesso. Não só a denominação havia mudado, como também as politicas gerais do que regiam a nação. L havia alterado toda a antiga constituição que jazia pesada sobre os ombros dos camponeses que ali residiam e deixado grande parte do trabalho árduo sobre seus ombros. O que sabia era que a mudança traria importunos futuros e isso deveria ser tratado com destreza. Não só havia tomado pra si aquelas terras, como também as terras haviam o tomado.


Ao som do silêncio que preenchia Gyokuza, L estava sentado sobre o trono que lhe resguardava como protegido do próprio Heisha, enquanto com os olhos fechados repousava sua face sobre o próprio punho, apoiado pelo cotovelo que repousava sobre o braço do trono de pedra. O portão que dava em direção ao corredor do Heisha estava fechado, o que tornava o Gyokuza um local individual. Estava sozinho diante o silencio que pairava; um tanto quanto cômodo, diga-se de passagem. Fora sobre o prenuncio do som do portão ser empurrado lentamente, que Lawliet ergueu a face lentamente, observando quem ali adentrava. Era Roku, um dos jovens que compunha a guarda pessoal do Heisha e dos demais locais de cunho militar. — Senhor... — Roku acenou positivamente com a cabeça; afinal, L havia cortado qualquer tipo de formalidade desnecessária ou humilhante, como curvar-se a outro homem. — Agradeço por ter vindo, Roku. — Disse L, com a voz mansa como sempre, apesar da frieza em sua voz e olhar sempre serem algo nítido a se perceber. Roku novamente acenou positivamente, sem falar. — Como sabe, o crescimento futuro da Nação do Som pode se tornar um perigo e por isso, toda atenção será pouca. Por isso, sabendo de suas habilidades, gostaria que você me explicasse algumas coisas referentes a sua habilidade em sensoriamento. Poderia? — Roku ouviu atentamente e em seguida respondeu. — Logicamente, senhor. — L fez um movimento leve com sua canhota, para que Roku se aproximasse, e o mesmo o fez devagar. L então se levantou de seu repouso, lentamente, como se tivesse dificuldade para levantar-se, apesar de não ter. — Serei bem direto. Qual a base para a habilidade? É possível desenvolve-la? — Perguntou pausadamente, ao fim estava em pé.

Considerações:

OUTROS:

Bolsa de armas 05/70:

Roku pareceu um pouco surpreso com a pergunta, um tanto quanto direta, feita por Lawliet; mas suas feições logo voltaram a seriedade. — Acredito ser possível, senhor. Apesar do poder provavelmente ser reduzido. — Ele fez uma pausa antes de continuar a explicação. — Eu nasci com a habilidade inata de sensoriamento, logo é algo comum para as pessoas da minha linhagem, entretanto, o treinamento para o domínio ainda si foi árduo. — L ouvia atentamente as palavras de Roku, que continuou a explicação. — Creio que a habilidade se baseie inicialmente na concentração do usuário e como ele percebe as assinaturas de chakra ao redor. Em seguida isso poderá ser mais facilmente desenvolvido, como uma habilidade passiva. — Terminou a explanação, com olhar fixo para L. O Líder da Nação do Som virou-se devagar em direção ao trono, pegando sua espada que repousava ao lado do mesmo. — Entendo. — Virou-se novamente para Roku, andando em direção ao portão enquanto falava devagar. — Irei caminhar um pouco, vá até o Goei e continue o monitoramento do vilarejo. — Continuou caminhando em direção ao portão. Roku murmurou em sinal de aprovação e se virou, andando logo atrás do mesmo. Ambos seguiram em silencio até a saída do Heisha. Do lado de fora, L disse suas ultimas palavras enquanto se separaram. — Agradeço a ajuda, Roku. Foi de grande valia. — Disse começando a caminhar para outro rumo. Roku olhou sobre os ombros, dando um leve sorriso, mas não falou mais nada além daquela expressão, seguindo rumo ao Goei, ponto de monitoramento.


O caminho de L fora curto, apesar de prazeroso. O homem de longos cabelos negros se atentou ao que o cercava e por alguns momentos pareceu disperso naquele universo. Seus olhos caminharam rumo ao horizonte enquanto seus ouvidos percorriam ao redor, agarrando qualquer ruído que o cercasse. O rapaz achou um local tranquilo, onde a vista lhe trazia certa nostalgia de tempos antigos, apesar de este não ter sido o motivo de o ter escolhido. Sentou-se sobre a rocha mais próxima e deixou sua espada novamente de lado. Os movimentos do jovem pareciam mais com os de um velho que já não se apressava com os afazeres. Em posição de lótus, L fechou seus olhos e inspirou fundo, por um momento, expirando após poucos segundos. A partir dali, iniciou uma meditação para que sua concentração fosse aumentada. Era uma técnica antiga que havia aprendido com seu avô e que a tempos não exercia prática.

Considerações:

OUTROS:

Bolsa de armas 05/70:

L se manteve por um bom tempo sob o silencio da própria mente, enquanto tentava se concentrar apenas na fluidez de sua respiração. A dificuldade se criava a partir do momento em que era necessário uma percepção nova acerca do mundo ao redor. A técnica de respiração não era a única coisa a ser feita ali. Hawk de olhos fechados se atentou pouco aos seus próprios sentidos, até finalmente tentar iniciar a percepção que o cercaria a partir dali, e futuramente. Sentiu como se sua alma percorresse os campos de Otogakure e por um instante, encontrasse outra. Era o chakra de Roku, podia sentir. Aquilo era diferente de tudo que havia experimentado até então. Trazia consigo uma liberdade e uma percepção além do esperado.


Seus olhos continuaram fechados, enquanto sentia sua presença percorrer o local em busca das energias que ali o compunham. Seus olhos se abriram ao perceber que havia chegado ao seu limite. Não conseguiria ir tão longe quanto imaginava, apesar disso, tinha em mente que aquilo já era suficiente para uma nova maneira de proteger sua nação. Continuou sentado ali, tentando transformar aquela habilidade em algo passivo de concentração, mas quando deixava de lado a própria, acabava por perder a sensação proporcionada.

Considerações:

OUTROS:

Bolsa de armas 05/70:

Por fim, percebeu que ainda não estava pronto pra tal evolução. Apesar de conseguir perceber momentaneamente a presença de um ser a distância, Hawk sabia que o árduo treinamento só havia se iniciado, o que o levou a ser compreensivo quanto as próprias limitações. L saiu da posição de lótus, movendo-se lentamente, como se seu corpo estivesse pesado. Se levantou, pegando a espada no processo. Havia iniciado a ideia de percepção capaz de alterar sua própria ideia de presença. Já era um bom começo e ele sabia disso. Caminhou em direção ao leste, rumando o Goei onde encontraria os homens responsáveis pelo monitoramento do vilarejo. Lá ele teria um ponto melhor de adequação.


A ultima coisa que poderia fazer era esquecer-se que toda iniciação é apenas um processo; e durante o caminho, refletiu sobre isso. Sua presença na Nação do Som havia mudado sua visão de mundo, apesar do pouco tempo. L sabia das suas responsabilidades e acima de tudo, sabia a fúria que o habitava. Trovejar às cinco nações seu poder nunca fora o objetivo e, por incrível que pudesse parecer, ele mesmo estava em busca de entender o objetivo principal. De inicio, soube que sacrifícios deveriam ser feitos para o crescimento daquela nação e, por isso, deu a si mesmo o aval de libertar-se da jaula que o aprisionava. O mundo agora teria uma ideia da fera que habitava aquele corpo aparentemente frágil e o principio, seria o explorar daquilo que sabia fazer de melhor. Viver a guerra que o cerca.

Considerações:

OUTROS:

Bolsa de armas 05/70: