O frio do inverno fazia Byakuya sentir-se em casa, ainda mais. Mesmo que não fosse totalmente ligado ao Vilarejo Oculto da Folha, ele sabia que por ser um ninja de patente mediana, tinha deveres para cumprir de acordo com sua função. Naquela noite ele estava andando e olhava como as pessoas viviam em paz. Nem todas eram shinobis. Na verdade poucas eram. Conforme andava no centro do Vilarejo da Folha, observava um grupo de pessoas reunidas, tocando e cantando. Isso relembrava o poder que Byakuya tinha adquirido recentemente. Talvez apreciar aquele povo era uma forma dele se envolver mais com o som, e desenvolver mais habilidades relacionadas ao elemento. Ficava ali por um período, afastado, cerca de quatro metros de distância do grupo. Ficava calmo, confortante com o frio que batia em suas vestes, o vento que levava seus cabelos ao ar, dando a ele todo o charme que causava mesmo sem intenção. As pessoas cantavam em uma melodia doce e agradável, enquanto os responsáveis pela parte instrumental seguiam o mesmo ritmo da música, e juntos, formavam uma canção bela. Um dos conhecidos de Byakuya, que fez o teste de Chunnin junto dele, passou e viu o rapaz sentado vendo as pessoas cantarem e tocarem. — Tão frio, mas com um bom gosto. Quem diria Byakuya-kun... — Ele sorria, disfarçadamente, e o respondia. — Estou apenas apreciando esse momento. Descontrair é essencial pra nós que ficamos tanto tempo com a cabeça trabalhando. Mas agora preciso ir. Foi um prazer Ichigo-kun. — Se levantava, e ajeitava suas armas, partindo de volta a sua casa.

Os passos que dava era um tanto quanto calmos, colocando sua mente fora do Vilarejo, pensando nos próximos passos e o que Konoha reservava para ele. Quando chegava em casa, via uma carta em sua caixa de mensagens. Pegava a mesma, abria a porta e entrava em seu lar. Deixava suas espadas ajeitadas ao lado do sofá, retirava seu kimono, ajeitava no cabide, e sentava no sofá. Abria a carta, que lhe despertava ainda mais interesse. A mesma congratulava Byakuya pelo rank, reforçando suas obrigações e deveres. Além disso, um mapa, indicando uma localização de uma biblioteca secreta. Faria sentido ser secreta, para somente ninjas da elite saber a localização. Afinal, Konoha era o lar dos atuais heróis do mundo ninja, e muitos ninjas lendários fazia parte do Vilarejo. Byakuya já tentaria formalizar em sua mente o tanto de informações que obteria com esse presente da Folha. Tomava um banho breve, comia algo para reforçar seu estômago, ajeitava suas vestes e espadas, e partia de imediato para o local.

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Conforme pedia na carta, Byakuya partia de imediato para o local, sem nem hesitar. Como recebia a carta diretamente do Quartel de Konoha, não teria problemas para passar por qualquer local, devido o fato de ter a comprovação em suas mãos. Ao passo que andava seguindo a localização, percebia que não era tão distante. Sua casa ficava um pouco afastada do Centro do Vilarejo, e o mapa que tinha em mãos era um verdadeiro labirinto. Passava pelo local onde estava anteriormente, e lá estava o grupo cantarolando novamente, e a mesma melodia. Byakuya mentalizava aquela música, e começava a cantar ela em sua mente, fechando os olhos e apreciando juntamente do grupo. Mas, ainda dava um retoque. Percebia uma certa desafinação em um dos instrumentos, então tentaria de certa forma, ajudar manipulando o som do ambiente, fazendo com que o vento que batia, o barulho das árvores, dos passos e pessoas conversando, fosse inferior, ou o suficiente para não atrapalhar a melodia que o grupo tocava. Dessa forma, fazia um aprimoramento do som desafinado, e esperava que o grupo seguisse a melodia de forma contínua e limpa, sem interrupções ou falhas. Se tivesse alguma melhora, Byakuya partia tranquilo, caso contrário, ficava mantendo a melodia em sua cabeça, e como deixaria ela de forma perfeita usando a sua mais nova habilidade a seu dispôr.

Os passos agora eram um pouco mais apressados, seguindo rumo a Viela que indicava no mapa, onde possivelmente seria o local que Byakuya procurava. Ele seguia todas as rotas e ruas, que levariam de forma rápida e sem obstáculos, até aquela viela. Não ficava tão preso ao mapa, já que precisaria manter aquilo em segredo, evitava que as pessoas tentasse bisbilhotar o mapa ou seguir o jovem Yuki. Seguia fielmente o mapa, até que finalmente chegava no local. Não tinha viela alguma. Apenas latões, sacos de lixo e um grafite na parede. — Será que isso é apenas uma gracinha ou idiotice? — No exato momento em que juntava ambas as mãos no mapa para o amassar, ouvia alguém pronunciando seu nome. Uma voz rouca, lembrando alguém muito velho. Virava-se, e lá estava. Um senhor, questionando seu nome e a carta. — Sim. Byakuya sou eu. Você está falando dessa carta aqui? — Mostrava a carta ao velho, mantendo ela segura para caso o mesmo tentasse o pegar. — Quem é você? Isso não é uma piada então? Ainda bem. — Terminava a frase mostrando um certo alívio em sua expressão.

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O velho parecia ser um pouco rude. Mas não incomodava Byakuya, que era um poço de frieza de rudez. O velho pegou a carta, e deu uma boa olhada, como se estivesse procurando algo a mais num simples papel. Quando Byakuya percebia os detalhes no grafite, via a imagem de um guerreiro, o que chamava sua atenção para os detalhes daquele grafite. Até que o velho em poucos instantes, fazia uma sequência de selos de mão, e aquela imagem criava vida, revelado uma abertura no lugar. — Claro, tem que sempre que ter segredo em Konoha... — Cochichava resmungando para que o velho não escutasse. Ele entrava, e seguia rumo as escadas.

A escadaria era muito mal iluminada, o que deixava Byakuya um pouco desconfortável. Porém, seguia sem trocar uma palavra. Conforme descia, percebia que demoraria para chegar ao destino. Então, se ligava em todos os sons. A corrente de ar que passava com dificuldade, assim como os passos e as vestes do velho e do próprio Byakuya se mexendo, e conforme desciam mais, a corrente de ar aumentava, e Byakuya usava ainda mais sua manipulação do som para sentir cada som ali, e criar uma afinidade maior com o novo elemento que tinha obtido.

Até que finalmente, chegavam ao final das longas escadas. Devia estar a muitos e muitos metros abaixo da Vila da Folha, e como se não bastasse a profundidade, o tamanho daquele local era fora da realidade. Uma enorme, imensa biblioteca debaixo de Konoha. O velho proferia algumas palavras, mas ainda assim Byakuya ficava encantado com tudo aquilo. "Bom, se quiser terminar ainda esse ano eu sugiro que comece logo. O balde, os panos e tudo mais estão logo ali". Byakuya ria com a fala do senhor, e logo, partia para a Biblioteca. Tentava concentrar seus ouvidos nos sons que fazia naquele lugar, tão grande, e tão abaixo da Vila. Ele ficava muito entusiasmado, e procuraria enquanto "limpava", encontrar algum livro que fizesse sue interesse despertar de uma forma que pudesse o entreter. Embora não achasse, gritaria para o velho, esperando uma resposta. — Ei, eu queria muito saber onde encontro algo que tenha escrito sobre poderes. Mas não qualquer jutsu simples que todos os ninjas da folha tenham. Falo de algo que me torne forte, forte ao extremo, e que ninguém tenha. Posso limpar isso num segundo, então me dá uma força ai velhote. — Questionaria ao velho, procurando algo sobre isso na Biblioteca.

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