O barulho gerado pelo relógio, que tocava seu alarme, acordava-me logo pela manhã, me fazendo levantar lentamente ainda sonolento. Coçava os olhos, procurando adaptar-me a luz que invadia meu quarto, porém não adiantava muito. A dor em minha cabeça já começava pela manhã, levando-me a segura-la por alguns segundos buscando acabar com ela. Levei um pequeno tempo, sentado, torcendo para que melhorasse, até que parou. "Já estava na hora, todo dia isso." Suspirei, levantando-me da cama e seguindo até o banheiro. Não demorei muito, o bastante para banhar-me e vestir minhas roupas rotineiras.


Após tomar meu café da manhã, de forma rápida, retirei-me indo até o quintal de casa. Respirei profundamente, observando o gramado esverdeado enquanto segurava duas garrafas de água bem pesadas, cheias. Sentei por alguns segundos, sendo o bastante para prender os objetos em minhas pernas, aumentando assim o peso do meu corpo. Feito isso me levantei, respirando profundamente enquanto saltitava um pouco para me acostumar com as amarras. "Está bom assim." Tinha analisado, e concluído que já estava bom o bastante para começar o treinamento.

Mais uma vez saltitei, impulsionando-me contra o solo desta vez, e assim avançando em velocidade mediana pelo gramado. O peso preso em minhas pernas me impediram de ter toda a mobilidade cotidiana, me fazendo ter um esforço ainda mais enquanto corria. Seguia em círculos, dando cerca de duas voltas pelo quintal até sentir um pequeno repuxo nos músculos da perna. Não parava, aquilo era sinal de que eles estavam trabalhando de forma mais intensa, e que o esforço estaria lhes exercitando. Então respirei profundamente em meio a corrida, mantendo meu ritmo por ora.

Finalizava a quinta volta, sentindo o suor escorrer por toda a testa até cair do meu rosto direto até o chão. Não parei, precisava pelo menos finalizar aquela volta para somente assim poder beber um pouco de água. Assim que consegui parei, sentando um pouco e respirando profundamente enquanto meu coração, acelerado, dificultava minha respiração. Levei uma pequena garrafa até os lábios, bebendo o pouco de água gelada que tinha em um só gole, sentindo o líquido resfriar toda a garganta imediatamente, me deixando mais aliviado.

Fiquei ali por alguns minutos, sentindo os músculos das pernas pulsarem e repuxarem involuntariamente, sem parar por um só instante. "Preciso continuar." Suspirei, levantando-me novamente para voltar a correr. Agora não dava para saltitar, isso poderia causar um problema em minhas pernas e me incapacitar por alguns dias caso me machucasse, então tomei cuidado. Voltei a correr um pouco mais, me esforçando de forma mais intensa ao dar a primeira volta pelo gramado do quintal.

Finalizava a segunda volta, a terceira, a quarta, sentindo meus músculos doerem a cada passo que dava, porém sem parar. Respirava profundamente, procurando retomar o fôlego em meio a corrida, para conseguir pelo menos finalizar as voltas que faltavam ainda. Consegui chegar até a quinta, finalizando-a por completo, após a dificuldade que sentira. "Já está bom isso." Voltei a me sentar, retirando os objetos presos nas pernas para que tivesse como andar sem elas. Assim que o fiz voltei a sentir as dores de cabeça, me incomodando mais uma vez. "Preciso ir ao médico rapidamente." De fato precisava, pois isso já estava me perturbando.


Tinha terminado de tomar o segundo banho pela manhã, após tamanho esforço feito durante o treinamento, tendo agora que sair de casa. Ao passar pela porta avistei, o jornal matinal que mostrava que a vila estava passando por uma reforma. Olhei por alguns instantes, percebendo que poderia ajudar e assim ganhar algum dinheiro. Decidi por ajudar, fazendo talvez alguma missão. Com isso em mente saltei sobre a caca a frente, indo de telhado em telhado até alcançar o quartel general.

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Caminhava sobre o ultimo telhado, vendo o quartel general logo a frente. Havia uma movimentação um tanto alta por ali, e muitos pelo que podia perceber eram recém saído da academia. Saltava de cima da casa, indo direto até o local para ver se havia algum serviço para mim. Procurei me manter um tanto afastado dos demais, pois ainda me sentia um tanto desconfortável perto de tanta gente, assim como era nos tempos de estudante. "Se acalme." Suspirava, procurando relaxar um pouco.

Logo um dos superiores apareciam, analisando todos os ninjas ali presentes e em seguida dividindo todos em grupos de três. Seu dedo apontou para mim, junto a mais dois outros garotos que estavam próximos. Naquele momento senti um desconforto, pois teria que trabalhar em grupo. Suspirei, tentando me acalmar por ora. "Tudo bem, só desta vez." Assim que consegui relaxar o homem sumiu, deixando em seu lugar uma cortina de fumaça. Os outros dois jovens se aproximaram um pouco mais, e um deles perguntou como dividiríamos as tarefas. Respirei fundo, tomando coragem para responde-lo, e assim comecei a falar. — Bem, ficarei com envernizar as cercas. Era tudo o que dizia, silenciando-me e apenas aguardando o que eles diriam.

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Eles aceitavam meu pedido, o que facilitou o meu trabalho de logo me afastar deles. Segui em frente, caminhando pelas ruas da vila até encontrar o ponto em que devia trabalhar. "Aqui está." Como haviam dito, as lojas de materiais eram muitas. Uma delas ficava quase ao lado de onde iria trabalhar. Fui até o local, já com a permissão escrita pelo quartel em mãos, pegar os materiais que necessitava para o serviço. Não demorei muito por lá, tendo em vista o meu estado de nervosismo, que aumentava cada vez mais por algum motivo.

Precisei sair rapidamente da loja, antes que surtasse de vez e não tivesse mais como executar meu serviço. "Odeio quando isso acontece." Respirava profundamente, tentando recuperar minha calma já perdida, enquanto caminhava chegando até o ponto em que eu devia estar. "Vamos logo terminar isso aqui." Dizia para mim mesmo, enquanto segurava o pincel com a mão tremula.

Tentar passar aquilo pela cerca estava difícil, minha mão não parava de tremer um só instante, fazendo com que todo o produto fosse passado de forma irregular sobre a superfície. "Não, agora não." Por mais que eu tentasse não adiantava, não conseguia passar o verniz direito. Minha mente começava a ficar confusa e meio nublada, não conseguia raciocinar de forma alguma e aquela dor que tomara minha cabeça foi o fim de tudo. Larguei o objeto, e levei as mãos até a cabeça, tentando acabar com aquele incomodo, mas nada adiantou. Não sabia o que fazer, nunca tinha tido um surto daquele, tão forte assim.

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