Rumores eram espalhados por todo país da nuvem de que mercenários estavam assaltando e sequestrando pessoas por todo território. Temendo que estes problemas chegassem até a grande vila de Kumogakure um shinobi estava sendo designado para buscar informações e solucionar este problema. Ele receberia uma carta em sua casa contendo as informações necessárias e a localidade de um vilarejo pequeno bem ao leste do país, pois de acordo com as informações aquele vilarejo estava sendo usado como base destes mercenários.

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Kaguya Natsumi
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A manhã é um momento mais lento para algumas pessoas, mais calmo e que serve muito para organizar o que veria a seguir no dia. Para Natsumi, a manhã dela seria bem focada em uma coisa: meditação. Não uma simples meditação, mas sim aquela concentração que a faz juntar energia natural. Poucos dias atrás ela conhecia Yon, um homem da natureza, a ensinou sobre chakra natural e, por fim, o Modo Sábio. Aquele intitulado de Modo Binário pela jōnin nunca fora atingido depois que ela esteve com Yon, ela queria voltar a usar aquilo de novo.

Sentou-se ao lado de sua cama, cruzou as pernas e fechou os olhos. O seu corpo começava a sentir aquilo que a natureza oferecia, sua energia. Em um conjunto de comandos mentais e corpóreos a energia ao redor entrava em contato com seu chakra e se fundiam, formando o que chamam de Senjutsu Chakra. A Kaguya absorvia um pouco daquela mistura, e então sentia-se apta a voltar ao modo, mas não era o momento.

— Carta! – exclamou um homem na porta da casa dela. Aquilo quebrava sua concentração, a fazendo levantar para ver o que era.

Foi até aonde a carta estava, em sua sala, e abria com cuidado. Uma mensagem da vila, uma missão. Uma pequena vila que poderia ser o esconderijo de sequestradores e bandidos. Levava a carta consigo ao seu quarto, onde trajou seu uniforme. Colocou suas duas espadas, uma em casa cintura (a Bomei no Ha a esquerda, e a Kusanagi a direita). Sua casa estava devidamente arrumada, e então saiu.

A kunoichi passeou pela vila por cima dos prédios e construções, o mais rápido possível para chegar ao portão.

Nas grandes portas da vila, apresentou a carta para os guardas dali, que autorizaram a saída da jōnin. E em poucos segundos ela voltava a sua jornada em direção a tal pequenina vila.

Natsumi; 1575/1575 1950/1950 100/400 00/07
Bōmei no Ha; 300/300

A agilidade por parte da shinobi para receber a carta e absorver quase de imediata as informações ali contidas era absurda, tanto que rapidamente se aprontou e rumou para o portão. Devidamente caracterizada e autorizada a mesma partiu rumo a fora para aquela investigação. Porém, a jonin não teria um caminho tão fácil assim, diferente dos caminhos convencionais, o caminho indicado para ela seguir era um completamente diferente, deveria assim seguir por entre uma floresta de pedras que partiam uma extensa parte do país da nuvem, floresta essa que possuía um nome tanto quanto encorajador "cemitério dos afortunados". O local era repleto de armadilhas e era tido pela alta cúpula de Kumo como local proibido.

Caso conseguisse atravessar com sucesso, Natsumi iria se deparar com uma espécie de Taverna, seus telhados eram negros e esburacados, as paredes de alguma madeira quase podre e sua porta, bom... Quase não existia porta. Dali de dentro alguns gritos de bêbados e gargalhadas quase que engasgadas... Um típico lugar podre perdido na imensidão da nuvem.

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Kaguya Natsumi
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 Natsumi era uma mulher determinada, com valores e pensamentos um pouco destoantes da sociedade em que vivia, mas algumas coisas ela compartilhava com a maioria das pessoas a qual ela convivia: proteger quem estivesse em perigo. Por muitos motivos tornou-se uma kunoichi, seja por sua mãe, seja para mostrar a todos o caminho correto a seguir, o caminho da ordem.

As missões vem e vão, algumas tiveram grande impacto na forma da jōnin ver as coisas, principalmente como via a si mesma, outras eram meras coisas que ela tinha que fazer, seja derrotar um grupo de ilusionistas ou resgatar uma princesa. Agora, era um grupo de sequestradores.

O caminho para a kunoichi era… como podemos dizer… conhecido pela ninja, seus vinte e três anos lhe trouxe diversas experiências pelo País do Trovão e pelos arredores de Kumogakure. A loira, no entanto, nunca havia passado perto de uma região, uma região dita pelo pessoal de sua aldeia como perigosa, o tal “Cemitério dos Afortunados”. O trajeto indicado era por ali. O nome tão quanto sua periculosidade não amedrontavam a ninja, que não pestanejava a dar passos rápidos a dentro do campo de pedras. No entanto, ela não era burra nem havia criado uma subestimação para com o local. Assim que passara pelos limites interiores, já logo sacava sua espada adquirida nas terras escuras de Noxus, a Bōmei no Ha. Em sua destra, agarrava o cabo enegrecido de sua lâmina, a qual estava totalmente carregada devido a cor verde-água por todo o metal. Andava a passos lentos no começo, para tentar descobrir quaisquer barulhos que entregassem a presença de alguém. Seus olhos passeavam lentamente pelo local, a procura de uma armadilha ou até mesmo de uma pessoa ali para lhe emboscar. Nada. Seguia seu caminho.

Em um determinado momento, cerca de cinco minutos andando pela floresta rochosa, num caminho estreito, ouvia passos a alguns metros a frente, mas não podia ver, por se tratar de uma curva fechada, eram pegadas suaves que aumentavam cada vez mais a medida que a jōnin ia andando. Fazendo a curva, ela finalmente descobria o que era: um grupo de quatro lobos. O quarteto canino tinha olhos avermelhados, seus dentes tiniam, esfomeados a procura de carne.

— Querem comida, não é mesmo? – a jōnin falava, séria.

A uma dezena de metros dela, eles avançaram em sua direção. A loira Kaguya acompanhava com os olhos a movimentação deles enquanto seu corpo postava em batalha. O primeiro deles vinha em sua perna, a esquerda. Achou inteligente, dado que era a perna de apoio da ninja. Seu movimento fora recuar a perna no mesmo momento do ataque, ela conseguia acompanhar a movimentação do canino, não era tão rápido assim. A resposta dela foi, com a mesma perna que recuou, dar um chute na altura das costelas do lobo, dado que o recuo da perna poderia servir de impulso para um golpe. O contra-ataque jogava o lobo numa das paredes do caminho, provavelmente o fizera desmaiar. Não era uma vitória, ainda, havia mais três. Dois juntos dessa vez, a Kaguya não tinha que pensar muito, colocou sua espada a frente de si, e quando os lobos chegaram a sete ou oito metros dela, uma grande rajada elétrica emanou da Espada do Exilado, fazendo os animais chorarem e ficarem paralisados ali. Pensava que havia derrotado todos, porém um deles conseguia ser veloz o suficiente para sair do ataque anterior. Ele veio raivoso, rancoroso e odioso, queria cortar a jōnin em milhões de partes. A ninja desviava de um, dois, três ataques que dava em sequência, até que, num vacilo dele e seu cansaço, ela fincou a espada nas suas costas, de cima para baixo, o matando. Num outro puxo, retirou a lâmina e seguiu seu caminho.

Quase uma hora de caminhada, Natsumi não havia encontrado muita coisa difícil, somente alguns fios entre terrenos, que cortara facilmente, ou até armadilhas expostas para pegar animais. Superava todos os desafios naturais e não-naturais com esforço e concentração.

Já fora dos limites do Cemitério, a Kaguya se deparava com outro cenário, um pouco familiar, uma taverna. Já um pouco habituada a esse tipo de lugar, não esperou nada para entrar, talvez algo podia sair dali, como sempre acontecia com ela. A porta quase caída foi aberta e ela entrou, devagar e calma ficou observando quem ali estava. Não tinha muito a se surpreender, bêbados e pessoas gritando e rindo eram o que fazia daquilo ser uma taverna de fato. Deu mais alguns passos para sentar-se numa cadeira e mesa dali, esperando algo ocorrer.  

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As habilidades da mulher eram incontestáveis, tanto é que os lobos mal tiveram chances contra ela que os subjugaram e então avançou até alcançar a taverna que se localizava mais a frente. Os berros e gargalhadas aumentavam a cada passo da garota, ela determinada atravessou a porta quase inexistente e um silêncio tomou o local. Os olhares tiverem um único ponto, todos eles olhavam diretamente e unicamente para a Jonin que acabara de adentrar.

Algumas vozes cansadas podiam ser ouvidas ao fundo “Essa vai matar a minha fome” outras falavam coisas ainda mais baixas. Eram de fato pessoas podres que não tinham um pingo de modos, porém haviam alguns que nada faziam além de encara-la. No canto esquerdo próximo a uma coluna de madeira um grupo de 4 homens e em um canto mais isolado um ser com uma manta cinza que mantinha a cabeça abaixada, estes aparentemente não se importavam com a presença dela, mesmo que alguns a olhassem.

Um dos bêbados chegou pelo flanco esquerdo e sussurrou algo audível apenas para a garota, -- Você está longe de casa... Cuidado – E então se afastava.

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Kaguya Natsumi
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A aproximação de Natsumi a taverna fora rápida, ela ouvia o barulhento local vivendo ali o que seria sua função: entreter e reunir pessoas, quaisquer que sejam seus tipos. A jōnin não media suas ações, logo entrou repentinamente no bar. O clima mudou, era uma das suas possibilidades pensadas enquanto dava passos em direção a “semi-porta” da taverna. O silêncio predominou e alguns olhares vieram até o corpo da Kaguya, alguns com desconfiança, outros com outras intenções, porém, tinha alguns que nem sequer olharam para ela, como se a kunoichi não tivesse entrado na taverna. Primeiramente, a loira se corou ao ver o barulho se reduzindo a zero em poucos segundos, mas isso fora tão imediato quanto a volta de sua confiança a face, onde abria um sorriso discreto de canto, mostrando que gostou do que teve, atenção. Ficou parada alguns segundos olhando os arredores dali, um grupo de quatro pessoas que ao menos viraram os olhos chamara sua atenção, como também um homem próximo a esse grupo que reagia da mesma forma. A direção dos menos surpresos parecia ser a correta a seguir, talvez eles tivessem alguma informação importante sobre sua missão. Uma coisa que ela aprendeu com as últimas aventuras era que, num bar, informação sobra. Isso ocorrera diversas vezes, bastava esperar um pouco, que alguém desembuchava o que procurava.

As coisas mudaram um pouco de rumo quando, rapidamente, um bêbado chegava próximo a ela e, em seu ouvido, dizia palavras de alerta. O aviso era bem recebido pela ninja, que desfazia um pouco sua cara de confiança e o semblante mais sério e direto predominava pelas linhas de seu rosto. Pouco havia o que fazer ali senão perguntar sobre. E para quem perguntar? Essa resposta era simples, até o estranho homem lhe avisar que ali era um lugar perigoso. Não tinha muitas opções, seguiu para quem lhe deu o próprio aviso, o bêbado. Quem mais ali ajudou ela? Só ele. Isso é um ponto positivo. Procuraria o homem com os olhos, e quando achasse-o, iria até ele.

— Primeiro de tudo, obrigado pelo aviso. Preciso saber uma coisa, o que é esse bar? Quem comanda? — perguntaria com educação. — Estou bem calejada desses lugares, e quase a maioria deles me envolvi em brigas, quero que seja diferente dessa vez.

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A Kunoichi recebia atentamente o aviso do homem que logo se afastou indo de encontro com o "bar", ele mantinha a cabeça abaixada imaginando que os demais ali tivessem percebido a sua ação. Ela por sua vez tomou a decisão mais segura ao analisar a situação, seguiu até aquele cujo pescoço havia acabado de colocar em risco. Assim que fez a aproximação o homem a olhou de canto com os olhos arregalados, o medo era notável até para a mais ingênuas das crianças. — Por favor, você acabara me fazendo morrer...— Falava com dificuldades enquanto mergulhava o medo em uma golada de rum — Eu já disse tudo que podia... — Completava se levantando e caminhando para perto do grupo de quatro pessoas.

Quando bêbado se aproximou, um dos quatro se levantou e chegou junto a ele enquanto os demais a encaravam como se nem mesmo o ato de respirar fosse passar despercebido. No outro canto o homem solitário mudava seu foco, retirando os olhos de seu copo de cerveja e movendo-os lentamente, passando pelo quarteto e finalizando em cima da Kunoichi... — ME TRAZ MAIS UMA CERVEJA!!!! — Exclamou o homem retirando o fogo do grupo de cima da garota, — Ei magrela, faça o favor e sente-se comigo! — Continuou atraindo ainda mais olhares para si, — Pelo amor de Deus pessoal, é só uma garota... — Finalizava.

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Kaguya Natsumi
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— Por que está tão assustado? – ela se preocupava um pouco com o homem que fora pedir ajuda. Ele não queria perder a sua vida… mas para quem? Seus olhos amedrontados apontavam em uma direção, queria dizer para alguém que não estava fazendo nada demais. A cada gole de sua bebida, a jōnin via que pouco conseguiria com ele. Levantou-se e andou até o grupo de quatro homens que outra pouco ligavam para ela, queria proteção ali. Um deles ia de encontro ao bêbado enquanto os outros três observavam Natsumi fixadamente, ela percebia isso e retribuía com sua feição séria e centrada, começava a desconfiar daquele grupo e ainda mais tinha certeza que uma luta ali poderia ocorrer a qualquer momento, seja por motivos banais ou por motivos que tangenciam sua missão.

A Espada do Exilado voltara a sua posição originária, a cintura, enquanto a loira observava aquele grupo. Guardar a espada tinha dois propósitos distintos: mostrar que não estava ali para brigas ou mostrar justamente o contrário, que estava bem armada para um combate. O clima ficava um pouco tenso, mas quebrou-se rapidamente com a outra figura destoante do local, o homem no canto com manto. Gritava por mais um copo de cerveja, saía do seu modo quieto e longe de todos para observar cada uma daquela pequeníssima baderna que poderia acarretar em maiores problemas. O exclamar do homem chamava a atenção de todos, incluindo Natsumi, que achou totalmente fora do comum, até mesmo para o ambiente daquela taverna, ele era diferente, podia saber mais. Tudo se tornava ainda mais estranho quando convidava a Kaguya para juntar-se a ele naquela mesa. Refletia um pouco se ia ou não, olhava para o grupo por alguns segundos, pensava em todo os danos de um possível combate e assim decidia ir.

Seus passos eram rápidos, queria demonstrar pressa em sua passagem pelo bar. Não sendo ingênua, ela também desconfiaria daquele que lhe deu o convite para beber, por isso já ficaria em alerta para algum ataque surpresa por parte dele.

— Aqui é… peculiar, você não acha? – perguntaria a ela quando se sentasse ao seu lado. — Não quero tomar teu tempo, nem de ninguém aqui, só quero saber algumas coisas. – dessa vez sussurrava.

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— Se acomode — Disse mostrando sua face enquanto a garota se colocava de modo que ficasse tranquila, — Peculiar? — Perguntou diminuindo o tom de voz, — Você faz mais perguntas do que deveria, isso vai acabar custando a vida de alguém um dia — Completava. A face do homem era tão vazia quanto o seu olhar, porém aquilo não era para se ficar surpreso, o mundo aparentemente não tinha mais nada a oferecer a não ser aquela sensação. — No caso hoje, sua falação pode custar a minha vida, então vamos combinar uma coisa, cale essa boca e apenas observe — Finalizou.

— CADÊ A MINHA BEBIDA??!!! — Exclamou novamente se levantando e seguindo até o balcão do bar, ali ele pegou por si só e caminhou até a porta e antes de passar por ela, olhou para a Jonin e fez um sinal para que ela o seguisse. Estranho? Sem dúvidas, tanto é que todos no bar estranharam tal ação, porém nada fizeram, todos, literalmente todos apenas voltaram os olhos para cima da garota como se aguardasse alguma reação da mesma visto que a presença dela ali certamente não estava agradando a ninguém.


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Kaguya Natsumi
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Certamente acomodar-se naquele bar era uma tarefa difícil, mas a jōnin ainda assim seguia a sugestão do estranho homem, que finalmente mostrara seu rosto. Marcas de batalha pela face, experiência tinha, com toda certeza. Mexeu seu corpo algumas vezes em cima da cadeira para realmente se ajeitar, mas tava complicado. Achara um ponto onde seu corpo não era prejudicado pela baixíssima qualidade de todo o estabelecimento, pronta para ouvir. A voz do homem era fraca, baixa, sem esperanças, coisa que não podia imaginar pela primeira impressão que tinha dele. A inconveniência de Natsumi colocava em risco pessoas ali, e isso não era legal, até mesmo para ela que achava que podia defendê-los. O rosto do homem transmitia absolutamente nada, parecia que estava pronto para sumir desse homem, por qualquer meios. A tristeza de seu rosto não impediu dele ser ousado com a kunoichi de Kumogakure, pedia para calar-se e olhar enquanto faria alguma coisa.

Um grito pedindo uma bebida, típico de alcoólatras, não se surpreendia, por enquanto. Saiu de seu lugar impaciente e foi direto ao balcão onde tava lá sua garrafa preterida. Seguiu seu caminho, mas passara reto da mesa, onde Natsumi estava, e direcionava para a porta, onde parou, olhou para a loira e fez um sinal para segui-lo. Ela deveria ir atrás dele? Uma questão mais apropriada seria: tem mais algo ali para ela? Não. Levantou-se de sua cadeira também, com todos ali a olhando, se sentia repreendida, mas sabia que podia espancar todos ali com poucos minutos. Caminhou até a porta com calma. Confiar naquele bebum seria uma questão delicada, mas preferiu arriscar. Passaria a porta e procuraria por ele para saber para onde ia.  

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A Jonin de Kumo parecia fazer a escolha certa ao sair do estabelecimento logo atrás do estranho. Ele caminhava lentamente rumo ao nada enquanto dava uma olhada por cima do ombro averiguando se a Kunoichi o havia seguido. Ele parou e então largou a sua bebida, deixando-a cair ao chão e escorrer junto a terra, — Você não está produzindo nada nesse lugar, na verdade está apenas atrapalhando a minha investigação — Dizia colocando suas mãos debaixo de sua vestimenta, — Eu sou.... Sou um homem do mundo e no momento sua casa está pagando pelos meus serviços... Não sei quais são seus objetivos, mas... muito me preocupa se estes tenham meu nome como foco — Completava retirando um pergaminho.

— Qual seu objetivo nesse lugar? — Questionou soltando o pergaminho ao chão, — Kumo mandou seus ratos atrás de mim? — Completou a indagação fazendo um selo de mão, — Se for, diga-me e acabaremos com isso de uma vez por todas — A voz do homem aumentava o volume, sua desconfiança e análise para com a garota o fizera adotar uma postura agressiva, completamente diferente de antes... — Por que as coisas nunca mudam? A podridão nunca muda de mão, sempre no poder das grandes nações... No poder de pessoas que em vez de ajudar o mundo, apenas o mergulham em mais merda... Essa desgraça já deveria ter sido destruído a tempos... Nossa raça... não temos o direito de viver nesse lugar, somos parasitas que destroem e consomem tudo... — Sua palavras jorravam como um rio, toda aquela calmaria transformada em um surto repentino... Por que?



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Kaguya Natsumi
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O que a jōnin esperaria fora do bar era uma incógnita para ela, aquele homem era um dos poucos a quem confiar, “confiar” melhor dizendo. O ranger da portinhola chamara a atenção do bêbado, que olhou por cima de seu ombro, vendo que a Kaguya realmente o seguiu. A sua bebida foi da mão ao chão, estilhaçou e o líquido escorreu pelo terreno já fora do bar, segundos depois já absorvido pela terra. A kunoichi lentamente colocava sua mão direita no cabo da espada laminada lisa, a Kusanagi, e fixou seu olhar nele, para evitar que seja surpreendida. Porém… não era um ataque a caminho, mas palavras. Natsumi ali, para ele, somente era um estorvo, um chamariz que atrapalhava sua investigação, mas que investigação? Seria ele também um ninja para ir atrás dos sequestradores? Não, era um homem do mundo que estava em serviço em prol da casa de Natsumi… Kumo? Não. O seu tom não era tão convidativo assim, havia um receio dele estar sendo caçado, principalmente pela jōnin.

Um pergaminho foi retirado e questionava-a enquanto soltava-o no chão, seu objetivo. — Designaram-me uma missão, salvar pessoas que foram sequestradas em uma pequena aldeia. — respondeu observando-o a fazer um selo de mão, a reação da loira foi apertar ainda mais o cabo da sua espada. — Se você for um dos sequestradores, então é atrás de você que estou. — falou séria, querendo se impor. Ele aumentava seu tom de voz junto com a ninja, e então ela sacara a espada de uma vez, ficando em posição de combate. A luta poderia ser iniciada tão facilmente quanto um incêndio começando por causa uma simples fagulha num palheiro. A mulher a qualquer momento poderia ativar a energia natural, mas preferia esperar um movimento de ataque. Isso não acontecia, o que vinha então era um discurso, um discurso que fizera Natsumi refletir sobre…

Aquelas palavras… O jeito que ele dizia, era algo que ela nunca tinha escutado antes. Aquele discurso, seu tom apocalíptico trazia analogias, as pessoas que estavam colocando o mundo na merda estavam a serviço de algo… do Caos. — Acima de Kumo, eu sirvo para algo maior do que qualquer vila. Sou aquela que trará a Ordem para o mundo, que fará o Caos sumir. Julgarei as pessoas que fazem mal a sociedade com a pena definitiva, a morte. É para isso que nasci… Há pessoas boas nesse mundo ainda, não há o porquê de todos morrerem. Temos que enfrentar esse Caos. — responderia ao homem, ainda em posição de batalha.

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— O que, eu um sequestrador? Hahahahahahahahaha — Gargalhava ao ouvir aquelas palavras, — Pode me chamar de tudo, assassino, ladrão, traidor... Do que for, mas não, não de sequestrador — Respondia desfazendo selo enquanto fazia o pergaminho voltar misteriosamente para a sua mão. — Sua vila é um poço de podridão, meus serviços foram solicitados inúmeras vezes por vocês e hoje eu cheguei em um novo nível, eu não faço parte mais dessa desgraça chamava organização shinobi, minha cara é o mundo, minha verdade é a podridão que o mundo esta mergulhado e o meu destino? Livrar o mundo de toda essa sujeira, de toda essa injustiça e plantar apenas sementes que possam ser cultivadas de forma que os frutos podres sejam impedidor de brotar — Dizia.

— Se seu objetivo de fato é semelhante ao meu, acho que tenho algo que você gostará de ver e antes que me pergunte oque é... eu lhe digo... Quero lhe mostrar a verdade... a verdade do passado, do presente e do futuro se nada for feito — O homem dava uma leve pausa enquanto cobria suas mãos com uma espécie de aura de chakra, — E então, o que me diz? — Questionou.


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Kaguya Natsumi
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O clima mudara quando Natsumi questionava o homem a sua frente, pressupondo que ele poderia ser um dos sequestradores, ele riu. Sua gargalhada num primeiro momento deixara a jōnin irritada, mas ao decorrer de sua fala ela entendia o que queria dizer. De assassino a traidor, ser um simples sequestrador era pouco, ela não percebia a diferença entre esses tipos de adjetivos pejorativos, todos eram igualmente ruins, mas ela relevou por um momento, dada a estranheza de outrora do homem e seu discurso esquisito. Novamente, suas falas pareciam transcender o que seria a ordem natural do mundo vigente, dizia ele acima do que seria a sociedade shinobi e seus dogmas. A Kaguya dava pequenos passos em direção a ele, sem muita velocidade, a curiosidade em saber mais sobre o que ele estava falando crescia, o que dizia assemelhava-se ao que a ninja pensava sobre a Ordem, algo além dos princípios do mundo, algo… superior. Despejava palavras sobre o que seria ele e sua verdade, suas falas pareciam mais um culto a algo do que propriamente frases genuínas de sua mente. A analogia que fizera para seu propósito era uma versão mais radical da devoção de Natsumi, que observara aquele homem com um outro olhar, um olhar de companhia. As palavras da jōnin, quando queria dizer o que seria seu objetivo, sempre usara o Caos e a Ordem, como coisas acima da naturalidade humana, como se fossem entidades além-mundo. As palavras daquele homem experiente, vivido, era mais “pé no chão”, mais terreno. A mulher de cabelos loiros sentia que ele, em modo de dizer, era uma Natsumi que tinha lutado por bastante tempo por algo abstrato e que, agora, lutava com os mesmos objetivos, só que num linguajar mais entendível.

A sua proposta, de mostrar para a Kaguya o que o mundo sofreu, sofre e que sofreria em pouco tempo, foi facilmente captada pela mulher, que deu passos rápidos em direção a ele, ficando a alguns poucos metros dele. — Pela Ordem… – falou num tom confiante. — ... me mostre. – e aceitou o que ele havia dito.

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O consentimento para com as palavras do desconhecido era algo perigoso, afinal... Não dava para saber se ele realmente era alguém cujos objetivos remetiam as suas palavras ou se era apenas um louco buscando por sua loucura, porém a decisão havia sido tomada e não seria possível mais voltar atrás. Com as mãos banhadas em um chakra negro o homem tocou a testa da Jonin, a energia cobriu todo o busto da jovem Kunoichi de uma forma que qualquer tentativa de sair dali seria impossível, — Não se preocupe, a verdade será mostrada e sentida com a mesma intensidade — Dizia o homem.

Com o fechar dos olhos o homem iniciou uma rápida oração e então olhou para a pequena "criança" a sua frente, — Veja a verdade do mundo, sinta a dor, sinta o desespero — As palavras ditas faziam a garota mergulhar em uma espécie pesadelo vívido. Ela retornará a milhares de anos, seu corpo era o de uma criança suja e indefesa em meio a um campo de batalha... Se olhasse para o céu, poderia ver grande rocha flamejantes caindo sobre um vilarejo desconhecido. Se olhasse para frente ou qualquer outra direção, iria ver crianças sendo mortas e estrupadas, mães e pais tendo suas cabeças arrancadas... Um passado sangrento que se repetia nos tempos de hoje...

A jovem veria e sentiria toda aquela agonia na sua pele, como se tudo aquilo fosse algo realmente real e seria apenas uma parcela do que estava por vir....



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Kaguya Natsumi
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A loira não hesitara em nenhum momento, sua escolha era aquela e não voltava atrás. O homem com uma energia negra em seu braço ficou um pouco quieto enquanto a mulher aproximava-se dele. Os olhos de Natsumi passeavam por aquele estranho chakra de coloração quase que remetendo a algo demoníaco, mas fábulas não eram o que a Kaguya gostava mais. Esticou-se o braço banhado e tocou a testa da jōnin, que parada fez nada para impedir, criara uma confiança nele. Todo aquele chakra foi movido para o busto da ninja, que não sentia muita coisa de diferente. O aviso de forma calma era dado, a mulher somente olhou-o. E com o fechar dos olhos, tudo mudara.

Recitando algumas palavras, a mente de Natsumi era afetada de uma forma que nunca havia sido antes. Parecia viajar por dimensões, uma forte dor de cabeça a atingia, fazendo fechar os olhos fortemente. Depois de alguns segundos, ouvira gritos. Seu olhar abria aos poucos, e cada vez mais se assustava com o que via. Terror, guerra, mortes a todo canto. Sentada numa terra abrasada, toda suja e fraca, observava tudo de pior que os humanos poderiam oferecer. Pessoas inocentes morrendo, crianças sendo violentadas de maneira desumana. Lágrimas começavam a escorrer dos olhos da loira, seu corpo tremia, não queria mais aquilo. Colocara uma mão em cada orelha, querendo não ouvir mais o terror, queria sair dali. Ficava em posição fetal, encolhendo-se para ser somente uma peça fora daquela realidade. Não adiantava. Tudo estava em sua cabeça da forma mais clara possível, não tinha como evitar. Ela havia de lutar. Ainda não sabia como era seu corpo, mas sua determinação era a mesma. Grandes rochas de fogo desciam do céu, aniquilando tudo que atingia e seus arredores.

Era o Caos tomando conta.

Uma força vinha, ela criava poder para sair daquele medo e lutar pela Ordem, aquilo que sempre fez durante sua vida. Tentou-se levantar, mas não conseguia. Olhou para suas mãos, pequenas demais. Por quê? Olhou para seus pés, pequenos também.

— O que está aconte- – cortava a si mesma, sua voz estava diferente, mais fina, mais… doce.

Olhou por seu corpo e não sentia a mesma força de minutos atrás, colocava a destra na cintura e suas espadas não estavam ali. Descobria naquele campo de guerra que ela era mais uma, que não tinha força nem poder para derrotar as más pessoas. Uma última ideia, suas habilidades.

— Ahhhhhh! – tentava acessar o poder do Raiton no Yoroi, em vão. Tentava meditar para entrar no Modo Binário, em vão também.

Não tinha o que fazer, era somente esperar pela sua morte, uma hora um daqueles horríveis homens veriam ela e correriam para fazer o de pior. Lágrimas jorravam de seu rosto.

— Eu… perdi? O Caos… venceu? – perguntava enquanto caía novamente naquele chão sujo. Tentava mais uma vez se levantar, mas tudo que conseguia era ficar de joelhos. Chorava muito, muito mesmo. Soluçava. Seu propósito era totalmente quebrado, não havia mais ninguém para ajudá-la, não tinha seus amigos mais. O que ela poderia fazer numa situação dessas?

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A dor e o sofrimento do mundo deixavam a pequena e indefesa garota jogada ao chão, seu pequeno corpo não era o suficiente para nem mesmo mantê-la viva, quem dirá lutar pela vida de outro. Ali, bem ao seu lado uma figura “conhecida” surgiu, era o homem que tempos antes havia lhe enfiado naquele pesadelo, em sua face o olhar vazio, um rosto sem expressão que encaixava perfeitamente a alguém cuja vida foi banhada em desgraça e terror. — Você está vendo isso? Esse é o resultado da nossa existência.... Estamos a milhares de anos no passado.... Não existe meios para que nossa raça seja mantida nesse mundo, sendo que a única coisa que sabemos fazer é destruir.

Sua mão revestida pelo chakra negro era levada novamente até o rosto da garota e dessa vez a energia não cobriu apenas parte de seu corpo, dessa vez ela foi tomada completamente por ele. — Vamos para o mundo que está a nos aguardar agora — Disse o homem fechando os olhos iniciando mais uma vez aquela oração estranha. Alguns segundos passaram e o cenário se tornou negro, não havia chão, nem mesmo céu... era tudo escuridão até que o mundo começou a tomar forma. A garota dessa vez havia sido levada para o futuro próximo e diferente de antes, ela não estava em um corpo de uma garotinha, ela estava em seu próprio corpo, mas completamente amarrada.

A voz do homem podia ser ouvida e nada além disso, seu corpo não estava ali, nem mesmo existia... era apenas a sua voz, — Olhe — Disse firmemente. A jovem Kunoichi estava no centro de sua vila, as montanhas choravam um liquido vermelho (lava), as casas e demais construções queimavam e iam de encontro ao chão, pessoa gritavam em desespero e no ponto mais “alto”, a figura que remetia a esperança de Kumo, Arthuria estava empalada em uma estaca de Yoton enquanto seu grito ela silenciado pela ausência de vida.

A posição de Natsumy não era muito diferente, ela estava presa a amarras de lava que queimavam seus braços e pernas, seu corpo estava completamente nu e a sua frente, homens cuja face não podia ser revelada. Um deles a olhou com um sorriso maligno e com uma espécie de katana especial cortou seu braço esquerdo, se aproximou ente ao seu ouvido e sussurrou, — Você ajudou a criar esse mundo e dessa forma foi julgada e condenada — Tais palavras podiam ou não significar alguma coisa para ela, porém aquela situação era algo que estava assolando o mundo já havia anos.

Se Natsumy buscasse olhar para qualquer um dos lados, notaria dois rostos infinitamente próximos, o de sua mãe e o deu seu pai, ambos corpos sem vida interligados por uma longa estaca de doton que os atravessava o tórax mantendo-o conectados como um só... — O JULGAMENTO FINAL COMEÇOU E TODOS AQUELES QUE SEMEARAM O CAOS TERÃO SEU FIM — Uma voz ecoava como se fosse um rugido de um leão gigante por toda a vila de Kumogakure ou oque restara dela.



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Kaguya Natsumi
—

A pequena Natsumi, totalmente desamparada e indefesa, chorava em meio ao caos e a guerra que ali estava presenciando. Porém, em meio a tudo aquilo, passos dados eram escutados, cada vez mais próximos dela, já presumia o que seria, sua morte. Com um pouco de coragem que ainda restava, olhou em direção ao som dado, uma figura conhecida, o homem que lhe trouxe àquela realidade caótica.

— Como? – perguntara a pequena loira, mas a pergunta era quase que sem sentido.

A voz do homem destoava de todo aquele cenário, explicando o que seria o que a ninja estava vendo. Anos no passado, era somente uma história já finalizada, mas que, para Natsumi, parecia tão atual quanto horas atrás. Humanos, para aquele homem, somente existia com o propósito de destruir, não havia outro caminho. A Kaguya, um pouco menos chorosa, observava cada um deles, realmente vendo a natureza dos seres humanos: destruição. Era a forma mais pura do Caos.

O chakra negro daquela pessoa ao seu lado novamente apareceu e, com mais um toque na sua testa, cobria o seu corpo, ainda pequeno, inteiro. Aquela energia fizera a menina parar de escutar todo o horror de outrora e, de novo, ouvia as palavras soltas do homem. O cenário sumia, dando ao lugar para um ambiente totalmente negro, sem som, sem vida, somente ela, Natsumi. Não sentia seu corpo, somente seus olhos eram seu guia. Num piscar de olhos, já estava em outro lugar, um novo lugar, lugar este conhecido muito bem pela ninja…

… Kumogakure.

Seu lar, ou deveria dizer, seu destruído lar? Uma catástrofe ocorria na Vila da Nuvem. A ninja queria saber mais, tentou mexer a perna, presa. Olhou para si mesma e se espantou. Nua, amarrada em cordas quentes, parecia até lava. O calor aumentava em suas pernas e braços, era uma dor que crescia exponencialmente, tinha que sair logo dali. Olhara ao seu redor, casas destruídas por lava, montanhas sendo vulcões em erupção. Tudo poderia ficar pior, e ficou quando ela encontrou alguém que conhecia, Arthuria no topo de uma das montanhas, sem vida, empalada por algo de lava. Todo aquele cenário era horrível. Seu corpo desnudo tentara resistir as queimaduras, mas cada vez mais ficava difícil de aguentar. A vergonha de estar nua não existia, a guerra ocorria e esse seria o menor dos problemas para ela. Diversos corpos espalhados pelo chão, pela vila em que ela cresceu. O desespero tomava conta de si novamente, como se fosse minutos atrás enquanto era uma garotinha. Forçava mais e mais para quebrar aquelas cordas, mas não conseguia.

— Merda! – exclamou sem querer.

Seu grito chamou atenção de homens, estes que não tinham rosto e portavam armas. Um deles correu até a jōnin e simplesmente cortava seu braço esquerda com uma espada. Natsumi, agora sem braço, não gritou, aguentou aquela dor adicional mordendo seus lábios. Aquele que decepava seu braço esquerdo aproximou-se dela, e sussurrou palavras que foram direto para sua cabeça. Ela tinha criado aquela situação, ela tinha feito parte daquele massacre. Lágrimas escorriam de seus olhos.

— O que eu fiz de errado? Onde eu falhei? – falou para si mesmo, em tom baixo. E assim olhou para o lado devagar…

Seus olhos se arregalavam devagar ao ver mais uma das vítimas daquele cenário…

— Não… não pode ser. MÃE! PAI! – já chorando demais gritou ao ver as duas pessoas mais importante de sua vida, mortos com uma estaca de terra passando pelo peito dos dois. Dessa vez seu choro era mais forte, a dor das queimaduras sumia dando lugar a uma dor mais interna. Ela tinha falhado, sua vila destruída, seus pais mortos, e ela ali, viva, sem um braço e nua. Ela se debatia tentando sair, suas pernas queimavam mais, seu único braço também.
— Era eu… para ser aquela que trazia a ordem para o mundo… o que eu fiz? – dizia a si mesma.

Uma voz, maior que a dela, ecoava pela vila. Anunciando que aqueles que trabalhavam pelo Caos foram e seriam mortos. Natsumi não entendia… ela trabalhando para o Caos? Nunca faria aquilo.

— Vocês entenderam errado! Eu sou a Ordem! O QUE VOCÊS FIZERAM!? COMO ISSO TUDO ACONTECEU!? – gritou.

Ela não tinha como sair, não tinha como lutar, somente chorar e lamentar por seus erros…

Natsumi; 1575/1575 1950/1950 100/400 00/07
Bōmei no Ha; 200/300

— Você não é nada — O homem surgia novamente a sua frente enquanto todo o cenário era reduzido a nada menos do que um mundo branco, como se fosse uma gigantesca folha de papel para que fosse desenhado novamente. — Shaka é a ordem, Shaka é a vida e o direito de viver, você não tem nada além de uma ilusão mundana — Dizia o homem sentando bem a frente da garota amarrada e sem braço.

— Está vendo isso? — Perguntou apontando para o braço decepado, — Shaka pode tirar sua dor e proporcionar uma vida digna e pura para você — Falou e então tocou sobre a ferida, o braço da garota foi regenerado e seus ferimentos não mais existiam, sua nudez era pífia pois ela estava coberta por uma manta de chakra que protegia todo o seu corpo, — Shaka não é apenas a oportunidade de viver, Shaka é proteção, o pecado e os males que antes assolaram o mundo não conseguirão poluir o novo mundo.

As palavras do homem invadiam a menta da garota como algo mágico e ela poderia até imaginar como seria esse mundo criado por Shaka, um mundo completamente novo, sem caos, sem morte e sem injustiças.... Com todos vivendo em harmonia e paz eterna, — Você pode fazer parte disso, seus desejos são compreendidos por Shaka, suas ambições serão combustível para a exclusão do caos e dessa forma ela irá te fortalecer, te dará poder para alcançar suas metas pois todos nós que a seguimos, desejamos a mesma coisa para o mundo, a ordem e um novo começo.

O mundo pronto para ser desenhado foi tomado pela realidade, Natsumi estava salva e sua mente clara em relação ao que foi mostrado e dessa forma um questionamento era feito pelo homem, — Buscará sua redenção caminhando rumo ao novo mundo ou irá perecer nesse caos? — Questionou levando uma de suas mãos ao bolso.




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Kaguya Natsumi
—

O que Natsumi era naquilo tudo, senão mais uma a morrer ali? As situações contínuas… tudo que viu… era o que era reservado a ela? Ver todos morrerem, sem poder fazer nada para evitar? Era o destino dela? Não! A mulher havia suas ambições e desejos, lutar por aquilo que acreditava e sempre seguir em frente para chegar ao seu objetivo maior.

“Você não é nada”, era o que o homem que lhe acompanhara por toda aquela jornada dizia, aparecendo em frente a ela. A face da loira já estava fechada, incrédula e sem esperanças, as dores não faziam tanto efeito assim, somente aceitara aquele seu fim. Porém, as palavras seguintes do velho, despertara ela novamente. “Shaka é a ordem, Shaka é a vida e o direito de viver, você não tem nada além de uma ilusão mundana”, o que era tudo aquilo que ele dizia? Shaka? Ele ser a ordem? Natsumi criava mais dúvidas.

— Shaka? – perguntou, um pouco lenta. — Quem é ele? – finalizou. O homem apontava aonde era o seu braço decepado, perguntando algo. Dizia mais coisas sobre ele, o que ele poderia proporcionar para Natsumi, e então seu braço era regenerado. A mulher não acreditava, não sabia o que estava acontecendo, de verdade. Seu corpo era coberto por uma manta de chakra, fazendo sua nudez sumir. Aquele homem era uma espécie de arauto desse Shaka, falava mais sobre ele, sobre como ele era as coisas puras do mundo.

Um mundo sem lutas, caos, mal… era tudo que a Kaguya queria. Imaginava uma Kumo em paz, seus pais seguros até a hora de suas mortes naturais.

A jōnin poderia fazer parte daquele grupo que buscavam a ordem. Shaka conhecia ela, conhecia como ela pensava. — Como ele me conhece? – perguntou curiosa.

Num instante, tudo retornava a ser como era antes. O corpo de Natsumi estava intacto, no mesmo estado de algumas horas atrás, a frente do bar. O homem também estava ali e, por fim, fez a proposta para ela. Ela ainda estava um pouco perturbada por tudo que viu e sentiu, mas não pestanejou em responder, mesmo ainda confusa.

— Farei o que for preciso para restaurar a ordem. Me juntarei ao Shaka. – respondeu séria.

Natsumi; 1575/1575 1950/1950 100/400 00/07
Bōmei no Ha; 200/300

— Quem é Shaka? Shaka é o nosso criador, é aquele que tudo sabe e que tudo entende, esse caos que o mundo está imerso não é satisfatório para Shaka e exatamente por isso que busca pelo recomeço — Explicou se colocando ereto enquanto observava a garota, — Haverá uma grande batalha no futuro, uma batalha para testar e separar aqueles que são fieis daqueles que só querem o caos, você estará ao lado de Shaka transmitindo a vontade dela através da sua vontade — Concluiu.

A face do homem mudava lentamente, o vazio que antes era completo era tomado por um semblante de esperança, ou talvez de falsa esperança... Ali, um sorriso surgiu após a última pergunta por parte de Natsumi, — Shaka te conhece pois ela te criou, assim como criou a mim — Suas palavras ecoavam pelos quatro cantos e assim, a aceitação pela Kunoichi chegou.

— Fique atenta, falsas verdades chegarão até você, alguns lhe apresentarão um falso salvador, mas lembre-se, Shaka é o único salvador — Explicou entregando um pequeno pedaço — Essa foi a última missão que Kumo havia me dado, agora é sua obrigação — Completou dando as costas enquanto seu corpo se transformava em fumaça, sendo totalmente dissipado pela brisa das montanhas.

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Kaguya Natsumi
—

Natsumi fazia a decisão que mudava totalmente sua vida. Ela percebia que aquilo não era brincadeira, mas sim algo de proporção mundial. Sua pergunta sobre quem era Shaka era respondida de forma um tanto quanto peculiar do homem. Ereto, dizia que era o criador de tudo, o que era onisciente, sabendo de tudo. Para ele, o mundo já estava tomado pelo caos e queria recomeçar tudo, e era isso que Natsumi começava a acreditar. Uma batalha estava por vir, e a Kaguya lutaria ao lado dele.

— Um deus então, huh? — pensava, observando o homem a sua frente. Seu rosto mudava, de algo vazio para uma feição esperançosa, ver aquilo fazia a mulher se soltar um pouco, mas ainda permanecia séria. Um fato surpresa, ela não sabia como Shaka conhecia ela tão bem, mas, pelo que o homem dizia, Kaguya Natsumi era criação deste deus. — O que? — ela se surpreendia com a resposta.

Não era uma pergunta que precisava de resposta, ela simplesmente parou e esperou. O velho homem de cabelos pretos lhe entregava um papel, e um aviso. Falsas pessoas dizendo que o lado que Natsumi escolhia era o errado, essas pessoas seriam aquelas que queriam o caos para o mundo. Ela somente assentia a cabeça.

Em um piscar de olhos, aquele homem desaparecia em fumaça. A mulher de cabelos loiros respirou fundo, passou por coisas que nunca tinha presenciado antes. Abriu o papel e via que era um mapa, a última missão daquele homem. Um forte ao norte, será lá aonde estavam os sequestradores? Imediatamente começou em correr em direção ao forte do mapa.


Natsumi; 1575/1575 1950/1950 100/400 00/07
Bōmei no Ha; 200/300

O homem sumiu adianta das vistas da Kunoichi, porém sua voz retornou em meio aos pensamentos de Natsumi, -- Você está recebendo a bênção de Shaka, cuidado e siga se fortalecendo -- Dizia antes de se dissipar. Uma marca surgiria sob a pele da Kunoichi e uma porção de informacoes seria atribuido a ela.




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Kaguya Natsumi
—

Sua viagem parecia tranquila e pacifica, mas no meio desta, a voz daquele que lhe mostrou a verdade, veio em sua mente mais uma vez. Benção de Shaka era enviada para Natsumi, a voz dele ecoava enquanto a jōnin sentia algo correndo por seu corpo, lhe deixando mais… forte. Ela parava um pouco assim que a voz do homem sumia de vez. Entre as rochas que faziam seu caminho, a mulher de cabelos loiros encostava em uma delas, querendo entender o que tinha sido dado a ela. Segundos depois, sentiu algo a queimar na região do seu seio esquerda, acima do coração. Retirou parte de seu uniforme e via o que realmente era aquilo. Uma lua dividida com um sol. Talhada no corpo daquela que dizia ser a Ordem. Aquela marca… Aquela tatuagem, significava mais do que, literalmente, um sol com uma lua. Luz e Escuridão. Bem e Mal. Ordem… e Caos. Parecia realmente que era do destino ela ter essa marca.

— For the Order… — sussurrava, e então vestia novamente para seguir em frente.

O foco retornara, a viagem seguia em direção ao norte. Não demorara muito para Kaguya Natsumi achar para onde deveria ir. Subira pelas rochas até uma posição de alta visão, onde podia ver bem o horizonte, e nem muito longe dali, via um forte.

— Achei… — falou para si mesma, e esboçou um sorriso.

Estava na hora que purificar o mundo do mal…

— Vamos ver do que esses infames são capazes. — completou.

Com um pulo do alto, voltava a estrada e corria em direção ao forte.  

Natsumi; 1575/1575 2150/2150 100/400 00/07
Bōmei no Ha; 200/300

O forte crescia com o aproximar da Kunoichi, seus possuíam exatos 30 metros de altura e em seus quatro pontos, torres com três guardas fazendo a segurança de todo o perímetro. Abaixo uma única e pequena entrada que obrigava uma travessia de um homem por vez, ali do lado de fora haviam exatos 4 guardas comuns, dois deles portavam lanças e outros dois carregavam consigo um par de Katanas, todos os quatro armamentos eram estranhos, sua coloração parecia a cor de ferrugem, mas não dava para dizer com total exatidão. Além dos quatro guardas havia um quinto homem, este possuía um grande robe vermelho que cobria todo o seu corpo, inclusive suas mãos e qualquer armamento que podia carregar, seus cabelos e olhos eram brancos como a neve e transmitiram uma sensação de que nada podia escapar de suas vistas.

Era um local extremamente protegido, o que levantava a questão de “o que diabos era guardado ali?” Um lugar distante de tudo, sem basicamente nada para se ter como “tesouro”.  Ali mais a frente, a exatos 15 metros à frente do forte, existia uma extensa barricada com estacar afiadas que cobria todo o arredor daquele local, algo que servia como uma espécie de primeira defesa e a 5 metros à frente dela um tipo de capim estranho se estendia por mais 30 metros a frente.

Além dali, depois da área de capim, inúmeras árvores e pedras imensas estavam aleatoriamente e naturalmente espalhadas por todos os cantos, objetos fixos que poderiam ou não ser usados pela Kunoichi como meio de ocultação e proteção, podendo a partir dali, entender que não havia nada para fazer a não ser buscar uma maneira de entrar naquele lugar, afinal o homem não havia dado nenhuma especificação de o que era a missão, apenas um mapa com aquela indicação.

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Kaguya Natsumi
—

A missão de Kaguya Natsumi mudara… ou não, era um mistério. Será que aquela primeira missão que foi passada a ela, era essa? Não sabia realmente, mas uma coisa tinha certeza: o foco era completar o que foi passado ao homem que lhe apresentou diversas coisas.

O forte estava ao longe, e ela corria até lá. Sua velocidade era impressionante, tanto que chegara até um terreno inesperado, um grande gramado. Não era comum do País do Raio ter grama, por isso seu rosto criava uma desconfiança. Diminuía seus passos enquanto pisava nas verdes folhas, ainda observando o forte no horizonte. Fofa como qualquer grama, não parecia trazer perigo, acelerou suas pernas para atravessar aquele campo rapidamente.

Depois da travessia, deparou com um terreno um pouco mais comum, árvores e pedras espalhadas. A jōnin não era burra, sabia que a chance de ter que se infiltrar ali era enorme, e teria pessoas observando os arredores para proteger o local. Por isso decidia usar as coberturas para movimentar-se, dos mais altos galhos das árvores para trás das rochas, ela ia de uma a outra para passar por aquela área. Não levava muito tempo até deparar-se com um novo obstáculo, uma barricada.

No alto da árvore, atrás de galhos e folhas onde não atrapalhara sua visão, ela observava calmamente como era a situação do forte, e parte da sua estrutura. Seus olhos azuis passeavam até aonde dava, analisando como era grande aquela barricada, onde havia diversas estacas de madeiras e armadilhas. Mais para o centro, conseguia enxergar um conjunto de pessoas. Quatro pessoas ali eram… comuns, armados obviamente. Natsumi, daquela distância, presumia ser dois com lanças e dois com pares de espadas. Porém, entre esses quatro, havia mais um, um que se destacava entre eles, e muito bem. Alto, cabelos brancos, roupa avermelhada grande, como uma capa.

— Parece que tá óbvio que ele é o mais forte dali… — dizia a si mesma em tom de brincadeira.

Ela sabia que tinha que tomar cuidado, por isso continuaria a observá-los para achar alguma abertura para avançar, principalmente para pular aquela barricada.

Natsumi; 1575/1575 2025/2025 100/400 00/07
Bōmei no Ha; 200/300

A experiência e a confiança eram duas coisas que caminhavam juntas para se obter o sucesso em tudo, porém quando não há um balanceamento entre ambas qualidades, os erros e resultados podem ser devastadores para aqueles que gozam destas qualidades. O sol da tarde perdia grande parte de seu poder, seus raios eram substituídos por pequenos feixes que atravessavam as grossas nuvens enquanto o frio que outrora era pífio, agora podia ser sentido na pele e até mesmo podia  ser observado uma formação de geada sob aquele tapete de grama.

O avançar abrupto de Natsumi foi o primeiro erro cometido por ela. Os guardas comuns por sorte não possuíam grande experiência e para piorar, a visão destes era extremamente limitada, o que tornou o avanço da Kunoichi parcialmente um sucesso, porém aquele que estava a frente do comando não possuía estas mesmas limitações e assim que a mesma avançou, cessou o avanço para então caminhar pelo tapete... Foi percebida por este que sinalizou para os demais guardas, -- INVASOR!!!!!! – Exclamou fazendo com que todos ficassem em alerta e levassem seus olhos diretamente para o local onde Natsumi estava, – Esperem – Disse ordenando que nenhum dos guardas avançasse pelo campo.

Natsumi poderia ter se ocultado em meio ao avanço ou até mesmo estudado melhor o local, mas sua pressa e imprudência acabaram colocando-a em uma situação de risco que a mesma não se metia a tempos. Ao pisar sobre a grama ela podia sentir que a maciez daquilo não era comum, seus primeiros passos avançaram, porém no terceiro a surpresa tomou conta. Um grito de “ Ahuu" ecoava pelo campo devido com sucesso da armadilha... A extensão de grama que rodeava o forte cedia de imediato bem aos pés de Natsumi, seu corpo e sua perna perdiam completamente a força para conseguir se impulsar para fora dali devido a surpresa e a maciez do “solo". Era uma grande trincheira de 7 metros de profundidade e ao fundo, lanças e estacas afiadas estavam fincadas no solo de modo que qualquer queda resultaria em morte.

A kunoichi se deparava com uma queda de 2m/s sobrando assim quase nada de tempo para estudar e buscar um meio de sair dali com vida, porém se olhasse para o ponto de onde ela havia partido, poderia notar duas pontas de madeira  com uma distância de 2 metros uma da outra, uma delas possuía uma coloração mais escura e estava lascada na sua ponta, a outra possuía uma coloração mais clara e em volta alguns insetos a rodeavam, porém seu comprimento era 10Cm maior do que a outra. Aquelas eram de longe as opções mais óbvias para Natsumi, pois seriam dois pontos notados em meio a sua queda, o que pouparia tempo e sobraria ainda o suficiente para que fosse feita uma reação em prol de conseguir viver.

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Kaguya Natsumi
—

Na flor da idade, aos seus vinte e três anos, Natsumi ainda parecia uma criança sem qualquer noção de perigo… ou então era confiante em si que não se preocupava com o que estava ao seu redor, e isso era um caminho para pegá-la desprevenida.

Para qualquer morador da região, ver aquela grama ali, no País do Trovão, ficaria com a pulga atrás da orelha, não era normal aquilo, gramas nas montanhas? Uma coisa de outro mundo. Muito bem, esse tal morador ou qualquer um com uma atenção perceberia isso e tomaria mais cuidado, mas quem disse que a Natsumi ligou para isso? Ela achou estranho, mas, do jeito que era ela, era capaz de acreditar que aquela vegetação era um milagre que ocorreria de mil em mil anos ou, o mais provável, pouco se importou.

Seu descuidado começava com sua presença sendo confirmada, um grito de anúncio foi ouvido por todo o campo gramado, o que deixou a mulher em alerta. Ao tentar sair da atenção dos guardas, começava a se movimentar, porém, acabou pisando em falso em algo que seria uma armadilha feita por seus inimigos.

Uma grande trincheira fora descoberta e, em seu fundo, diversas lanças, estacas de madeira afiados. Não tinha muito o que fazer, sua velocidade de queda não permitia que pudesse pensar em algo elaborado.

Entre poucas opções, a primeira coisa que Natsumi faria seria ativar seu Raiton no Yoroi, ao mesmo tempo que sua canhota buscaria a sua lâmina prateada (Kusanagi no Tsurugi) e seguraria seu cabo firmemente. Olharia para a parede da onde veio, veria duas salvações, duas pontas de madeira na parede, uma maior que a outra, porém a maior havia insetos. Não que ela tenha nojo de insetos, mas seria um tanto quando horrível colocar a mão ali. Ajeitaria seu corpo em meio ao ar para ficar numa posição melhor para, então, apanhar a opção menor e mais escura com sua mão destra. Para não depender totalmente desta opção ao acaso, ao tocar na madeira, a lâmina prateada seria fincada na parede, criando outra base sólida para evitar a queda.

Caso a primeira opção não seja efetiva, não restaria outra opção senão atacar tudo aquilo. Na palma da sua destra rapidamente formaria uma bola de chakra amarelada. Seria um ataque direto às lanças e estacas da armadilha, pretenderia destruir uma boa área daquele território mortífero para se salvar. No meio do trajeto colocaria seu corpo em posição que a massa de chakra fosse a primeira coisa a tocar os objetos afiados, evitaria assim alguns danos.

Independente dos caminhos utilizados, se Natsumi saísse viva, ela olharia para o céu assim que se acalmasse. — Essa foi por pouco. — falaria. No caso da primeira tentativa (usando a sua espada para ficar na parede) der certo, ela tomaria equilíbrio na parede – com auxílio de um jutsu básico –, pegaria a lâmina e então pularia para fora. No caso da segunda tentativa (com o Rasengan) der certo, faria a mesma coisa, pegaria a lâmina e voltaria a superfície.

Novamente às gramas, Natsumi fixaria seus olhos para os seus inimigos, os esperando avançar.

Natsumi; 1575/1575 1840/2025 100/400 01/07
Bōmei no Ha; 200/300