Um inverno úmido e frio assola toda a região de Kumogakure. Uma estação conhecida pela redução da temperatura ao redor do globo, guarda diversas belezas naturais, como o próprio cair da neve, belíssimo de se ver a luz do luar. Encanta tão bem quanto uma doce primavera, repleta de cores diversas e coberta por um céu limpo e azulado. Infelizmente, por mais que trouxesse as mais encantadoras e diversas belezas naturais, esta época não era tão favorável para os negócios da família Kajiyashiki. Uma floricultura mantida há gerações e gerações, localizada mais ao sul da aldeia da névoa, é conhecida por importar as flores mais belas de todo o mundo ninja e por ser de uma das famílias que mais oferecem ninjas médicos ao vilarejo. E este, além da estação do ano, era um dos principais obstáculos de venda para a Floricultura Kajiyashiki - Sayori, a irmã mais nova da dupla de parentes que cuida do local se tornou uma kunoichi médica muito atarefada.
Yoshiaki, logo de manhã, recebe uma carta, mais precisamente uma missão, na qual teria de cuidar da floricultura. Um trabalho relativamente simples.

—— Flores, né? —— Murmura enquanto caminha em direção a floricultura. Uma memória vem a sua mente, um vaso de flores sendo arrumado por sua mãe. Era muito pequeno quando tudo aconteceu, o que lhe resta dos momentos que passou com seus pais, são apenas breves lapsos de memória —— Hmpf —— Suspira levando os olhos ao céu nublado, quase que cem por cento branco. As mãos em seus bolsos e os passos sutis demonstravam sua passividade em questão a aceitação da missão.

As ruas começavam a encher, muito pouco mas se enchiam, conforme o dia se passava. Ao longe, o rapaz consegue observar uma menina, esta, se vestia como uma kunoichi. Deveria ser a que pediu a missão. O Kurama, se aproxima e de forma serena, fala que está ali para realizar seu dever.

—— Olá, sou... —— Yoshiaki não consegue ao menos cumprimentá-la.

—— Você deve ser o Yoshiaki-kun —— A ninja interrompia ao ver o menino se aproximando. Parecia estar com pressa  —— Sou Sayori Kajiyashiki, não tenho tempo o suficiente pra te passar as instruções —— Falava rapidamente —— Minha irmã mais velha irá te ajudar, tchau! —— A garota de cabelos vermelhos, então, sai correndo pelas ruas de Kumogakure, apressada.

—— Vamos lá... —— Murmura para si mesmo enquanto estrala seus dedos, adentrando finalmente na loja. Ao abrir a porta de vidro, um sino toca, evidenciando sua entrada no estabelecimento.

—— Seja bem-vindo a Floricultura Kajiya... —— A garota atrás do balcão que lia um livro, ao ver que era Yoshiaki que havia entrado no recinto solta um fino grito, algo inconsciente que a deixa sem graça. O rapaz sem entender nada, não diz palavra alguma —— Então você é o garoto que vai ajudar com a loja não é? —— Indaga olhando-o de baixo para cima com um olhar curioso. A diferença de idade entre os dois era perceptível.

—— Me chamo Yoshiaki Kurama, vou ajudar com alguns afazeres da floricultura até sua irmã voltar —— Curto e direto, já diz seu objetivo rapidamente, enquanto coça a cabeça.

—— Primeiramente, prazer, me chamo Yumi e bem... Já vi que você não quer muita conversa né? —— A moça à sua frente diz sem graça com a resposta direta e fria do garoto —— Você só vai ter que vender as flores. Como quase ninguém procura por flores nessa época do ano, vai ser de mão dada esse trabalho —— A jovem explica o básico que Yoshiaki teria de fazer no momento.

Logo após a explicação da moça, o jovem Yoshiaki se senta em uma cadeira e espera pela chegada de algum cliente. Após muita espera, o sino da porta soa e um cliente entra no recinto.

—— Olá, sejam bem-vindos a Floricultura Kajiyashiki, o que desejam? —— Yoshiaki dizia sem um pingo de vontade fazer aquilo. Sua preguiça estava maior que sua vontade naquele momento, que não era muita coisa também.

——  Pra ser sincero, eu não sei muito bem ——  O homem dá um sorrisinho sem graça enquanto a menina em seu colo mexe na sua orelha —— A pequena aqui tava querendo uma flor, então achei que deveria vir aqui comprar uma pra ela —— A menina dá uma leve risada com a fala de seu pai.

—— Sabe me dizer do que ela gosta? —— Pergunta no mesmo tom de sempre.

—— Ela tem uma cor favorita, gosta de tudo que é... —— É interrompido abruptamente pela filha.

—— Amarelo! —— A menina aponta para umas flores amarelas separadas no canto da loja

—— Quer aquelas filha? —— O pai pergunta atencioso. Aquilo aquecia o coração do jovem gennin, que mentaliza em como sua vida seria se seus pais não fossem assassinados.

—— Sim! —— Exclama com sua fina e macia voz de se ouvir.

—— Aquelas flores ali —— Aponta a direção das mesmas para o jovem.

—— Aquelas ali... —— Ao olhar para as flores, Yoshiaki se lembra novamente do vaso de planta de sua mãe. Dela mexendo naquelas rosas amareladas e singulares, assim como sua linhagem. O jovem se paralisa por um tempo, ao se lembrar de tudo aquilo. Yumi toma curiosidade pelo o que acontece, mas evita comentar alguma coisa.

—— São Rosas Banksiae, não são? —— O homem indaga e acorda Yoshiaki do transe.

—— Ah... sim —— Balbucia saindo de seu transe —— São sim —— Confirma o que o homem disse antes.

—— Ótimo, vou levar! —— O pai animado exclama enquanto a filha também se alegra.

—— Ok... —— Yoshiaki separa um ramo de rosas banksiae para o cliente e o entrega —— O caixa fica logo ali —— Aponta para Yumi.

Após o ramo de rosas ser separado e o homem pagar, ele realiza a primeira venda entretanto, infelizmente, as vendas não continuaram e aquele foi o último cliente do dia. Já no fim do expediente, Yumi fecha seu amado livro e vira a placa de aberto para fechado.

—— Poxa, só vendemos uma flor —— Falava entristecida, enquanto se sentava novamente atrás do balcão —— Sayori vai ficar triste... —— Em um tom depressivo, a mais velha abaixa a cabeça se lembrando do quão entusiasmada a irmã é pela loja.

O jovem ninja de Kumogakure, ao ouvir aquilo, pega um ramo das flores amarelas e põe sobre o balcão.

—— Eu vou levar essas aqui —— Diz de forma tímida desta vez e não seca como anteriormente.

—— Você... —— Yumi lacrimeja ao ver a boa ação do rapaz —— São 50 Ryous! —— Exclama alegre com aquilo.

Yoshiaki apenas entrega o dinheiro e recolhe as flores sem dizer coisa alguma. Ele então sai pela porta sem nem ao menos se despedir. Olhando para o céu ele percebe que já está anoitecendo e quando retorna o olhar para o horizonte, ao longe vê a irmã mais nova chegando. Ele evita falar com ele e apenas acena com uma mão enquanto sai andando em direção ao prédio da Raikage, afim de entregar o relatório da missão.

Considerações:

HP: 225/225 | CH: 225/225 | ST: 03/03