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Parecia ter virado rotina me requisitarem para comparecer ao prédio responsável pela distribuição de tarefas em Konoha. Embora eu ainda não tivesse feito nenhuma missão oficial desde que me formei na academia, vez outra, era designada a tarefas de separação e distribuição de pergaminhos relacionados a missões de baixo nível de dificuldade, no quartel general da vila. Mas então, o esperado dia chegou: eu fora convocada para ir receber a primeira missão como ninja, finalmente. Estranhamente, isso aconteceu durante uma madrugada de inverno, cuja temperatura não me agradava muito, mas não poderia me queixar a respeito disso, era um ínicio, afinal. Minha intenção era começar com algo que envolvesse um baixo nível de dificuldade, algo como uma missão D ou, no máximo, uma de nível C que não me apresentasse riscos a minha integridade, afinal de contas, eu ainda não tinha dimensão de como seriam realizar essas atividades a sério. Todavia, lá estava eu, sentada no canto da sala, vendo meia dúzia de outros ninjas pegando suas missões, aparentemente, eram gennins como eu e, inclusive, tive certeza de ter visto um ou dois ex-colegas de academia, mas não os cumprimentei em momento algum, eu os detestava. A fila finalmente diminuía, até que finalmente me levantei da cadeira e fui de encontro ao balcão onde iriam me orientar sobre a missão. Assim que cheguei, fiquei de frente aos meus superiores detrás do balcão, mas logo atrás de mim, vi uma sombra estranha me seguir, parecia que havia mais alguém aguardando, provavelmente, mais um gennin para buscar trabalho. Eu não o conhecia, mas por ironia do destino, logo saberia que este seria meu parceiro em uma missão, este desconhecido era  Rorschach. Me mantive de frente para os Chunnins com os braços levemente cruzados em frente ao busto, meu olhar sério e determinado focou o Chunnin mais à frente.

― Então, me chamaram pra cá pra pegar minha primeira missão. Pode andar depressa com isso? Já é tarde. ― Questionei o responsável pela distribuição de pergaminhos de maneira direta e clara. Não era do meu feitio ser adorável com ninguém que eu não conhecesse, pelo contrário, muitos me julgavam como uma verdadeira Tsundere que aparenta ser uma doce garota, mas tem agressividade de sobra até nas palavras.

[ Chunnin ] ― Olha, para você e seu amigo aí atrás, infelizmente as missões que correspondem a graduação de vocês acab-… ― Fora interrompido por um estrondoso grito de desespero que fez com que todos, inclusive eu, me virasse para trás e olhasse em direção à porta principal.

[ Professor ] ― Por favor, imploro que consigam um time para buscar os meninos que estão fora da vila. Eu descobri recentemente que eles mataram aula para buscar um tesouro que eles acham que vão encontrar. Eles estão em perigo nesse exato momento, por favor… ― Aquele homem era um conhecido meu, um professor de uma turma anterior a minha que, provavelmente não se lembraria de mim, mesmo eu sendo extremamente habilidosa naqueles tempos de estudante.

[ Chunnin ] ― Ora…. Que sorte a nossa, temos aqui dois gennins dispostos a ir para a missão como dupla. A garota problemática de cabelos esverdeados e o esquisitão ali. ― Apontou para mim e o rapaz logo atrás, respectivamente.

― Quem você está chamando de problemática? Seu… ― Cerrei os dentes como quem segurasse a língua para não xingá-lo de nomes inapropriados. Me contive, num raro momento de lucidez e então virei-me para o professor que ali estava solicitando ajuda. ― Deixa esse idiota pra lá. ― Me referi ao Chunnin, dando as costas para ele. ― Quantas crianças são? Qual a idade aproximadamente dos desaparecidos? São todos garotos? E o mais importante, tem alguma informação sobre qual tesouro é esse? Não sei se vai recordar, mas fui recentemente promovida da academia e eu já havia testemunhado boatos sobre essa lenda de engana trouxa, talvez inclusive, eu tenha uma noção de qual área começar a procurar caso a história seja a mesma sobre o tesouro. ― O indaguei para obter o máximo de informações relevantes para limitar o número de possibilidades de busca para maior efetividade.

Naquela altura, caberia a meu parceiro de missão, também se pronunciar, pois ambos nos apresentaríamos eventualmente, mas deixei esse detalhe para um momento posterior, visto que teríamos tempo suficiente para adquirir informações um do outro enquanto nós nos locomovemos até a região que possivelmente eles se perderam atrás do tesouro. De qualquer forma, eu o olhava à procura de algo que pudesse me trazer conhecimento prévio de que tipo de pessoa iria trabalhar comigo.

― Ei cara, se tem alguma pergunta ao professor, faça depressa, eu não quero ficar a noite toda na floresta atrás de crianças, então vamos fazer o melhor. ― O olhei seriamente, ainda com os braços prostrados em frente ao meu busto, entretanto, logo levei as mesmas até o quadril, me mantendo naquela posição aguardando que todo o processo de coleta de informações acabasse para enfim partíssemos dali.

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Meus olhos enfim se voltaram para o professor mais atentamente, enquanto o rapaz ao meu lado, aquele com que eu trabalharia na missão, começava um discurso estranho sobre justiça e sangue nas mãos, eu apenas o escutei. Não o interrompi, não achei necessário, se ele tinha suas crenças e convicções como aquelas, de fato, à mim, não importava, desde que não atrapalhasse meus objetivos pessoais eu poderia lidar com um cara como aquele. O estresse entre meu parceiro de trajes peculiares e os dois Chunnins parecia esquentar, notei isso quando um de nossos superior precisou mover-se para conter o Gennin, saindo por detrás do balcão de outrora. Minhas mãos que anteriormente estavam na cintura, percorreram meu vestido até chegar na minha bolsa de acessórios presa por um cinto negro. Enquanto os rapazes se acertavam, não deixei de pensar na missão em nenhum momento, da bolsa retirei um pequeno bloco de notas e uma caneta negra para começar a anotações pessoais sobre os fatos.

Como eu suspeitava, aparentemente, a pegadinha de mau gosto sobre o tal tesouro era uma coisa que eu já conhecia, inclusive tive o desprazer de testemunhar esse rumor ainda na escola, todavia nunca fui tola o bastante para acreditar que isso aconteceria. Também, por justamente porque nunca passei necessidades, sempre vivi com meus pais, ricos e senhores de propriedades e fortunas incontáveis, portanto não tive necessidade de procurar este tesouro idiota. Refleti sobre isso por alguns segundos, imaginando que, talvez as crianças estivessem apenas curiosos ou, na pior das hipóteses, tentando ajudar os pais com algum dinheiro caso encontrassem riquezas. Todavia, assim que o fogo abrasador cessou entre os ninjas atrás de mim, o professor finalmente começou a falar.

― Certo… Então. ― Comecei a escrever alguns fatos e repassá-los mentalmente enquanto lia. ― 3 garotos. 9 Anos de idade. ― Anotei suas características físicas e também onde supostamente esse tesouro estaria localizado. A pegadinha de fato era a mesma que eu já conhecia, deduzi isso, pois a localização bate com a versão da brincadeira que eu conhecia. ― Crianças são complicadas. ― Murmurei terminando a anotação. ― Ei, altão de sobretudo. Agora que já fez amizade com o idiota que me chamou de problemática, vamos lá. Quero voltar para casa antes do meio dia. ― Disse enfiando o bloco de notas de volta em minha bolsa e me preparando para sair, porém, parei embaixo do batente da porta da saída, quando um dos Chunnins terminava de me passar algo adicional sobre a missão.

[ Chunnin ] ― Mais uma coisa. Se essa pegadinha enganou essas crianças, saibam que pode ter repercussão ainda maior e cair nos ouvidos de saqueadores de templos abandonados, por exemplo. De acordo com informações de nossos superiores, há boatos que grupos estranhos vem adentrando a folha misteriosamente em busca de algo, caso sejam confrontados, dêem um jeito de fugir. Vocês não são heróis, são apenas crianças indo buscar outras crianças a princípio, algo que foge disso não é do interesse de vocês e… ― Ele cessou quando eu mais uma vez o interrompi.

― Blá,blá, blá… Fala demais. Ok, sem lutas, não pretendo me sujar hoje. ― Eu disse saindo do local, partindo então na direção da saída tomando a rota mais curta para as ruas de Konoha.

E assim que saí do prédio, me coloquei a caminhar seguindo a rua que me levaria para a saída norte do vilarejo, com destino a tal mina abandonada. Eu não era perita na geografia da vila, mas sabia que alguns ex-colegas de turma já haviam frequentado aquele lugar, alguns inclusive, contavam entre si que era muito perigoso se perder naquela localização. Enquanto caminhava, esperava que jovem que havia sido selecionado me acompanhasse. Eu não tinha muita facilidade em puxar assunto e geralmente eu era um pouco agressiva e irônica com estranhos, tanto que a maioria das pessoas me considerava um problema, mas era bom ter alguém comigo para fazer essa tarefa, pois eu me considerava uma pessoa mais inteligente do que hábil para executar planos, se tudo desse certo, talvez eu pudesse usar o senso de justiça estranha que aquele rapaz havia apresentado para cumprir minhas ambições em finalizar a missão com êxito. De qualquer forma, aguardei em silêncio para saber se ele dirigiria a palavra a mim, ou seria como a maioria, simplesmente alguém monossilábico, ou até mesmo, mudo.

Eu me movia com uma velocidade razoável, para poupar energia para uma eventual fuga, caso de fato, alguém nos atrapalhasse na procura das crianças, então provavelmente eu não me distanciaria do meu parceiro, a menos que este resolvesse parar para admirar a lua ou algo do gênero. Nosso caminho era longo e eu acreditava que ao passar dos portões, levaria ainda mais algum tempo para de fato chegar na região mencionada pela professor. Mantive-me em alerta para procurar alguma pista, mesmo sendo agraciada apenas com a luz do luar, na esperança de encontrar algo que nos levasse para mais perto de concluir a missão.

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E lá estávamos nós, andando apressadamente sobre a estrada que ligava o coração da vila ao lado norte dos arredores da folha. Eu estava atenta a todo instante, à procura de pistas, ou quaisquer coisas que poderiam indicar uma possível posição dos três garotos. Conforme a lua sob nossas cabeças nos permitia vislumbrar alguns metros à frente, com sua luz artificial, nós enfim, trocamos algumas palavras, tendo como iniciativa, o rapaz que me seguia um pouco mais atrás, cobrindo nossa retaguarda.  

― Rorschach? Hm… ― Eu repetia em tom de voz mediano, audível apenas para nós dois. Eu havia me dado conta que era a primeira vez que ouvia aquele nome estranho. ― Nome complicado demais para lembrar. ― Completei cessando meus passos por alguns instantes até que este ficasse ao meu lado.

Enquanto ele dizia o restante do que pensava, eu apenas respirei profundamente e o olhei de baixo para cima, ele era alto e trajava roupas diferentes das de um shinobi convencional. Pude pela primeira vez olhar seu rosto, ou melhor, olhar aquilo que lhe cobria a identidade, tive a leve impressão que, detrás da máscara sombria, vi alguns fios de cabelos vermelhos, mas foi apenas o que pensei ter visto naquela escuridão quase completa. Me peguei imaginando, por um instante, se ele, assim como eu, havia tido dificuldades na vida no que se dizia respeito a conversar com outras pessoas. A frase “Não sou muito de conversa” e a desconfiança no que os outros diziam, aparentemente era algo que tínhamos em comum. Ajeitei o cabelo e desviei o olhar antes que sua máscara assustadora pudesse se mover para mim também, não entendia quais eram os motivos, mas eu vi nele, um pouco de mim refletida, talvez fosse apenas pela forma de agir um pouco agressivamente, ou quem sabe, por ele ser alguém que assim como eu, usava uma máscara para esconder seu verdadeiro eu, suas inseguranças e medos.

― Mascarado. ― Retomei o diálogo assim que o discurso dele se findou. ― Vou te chamar assim. É mais fácil de lembrar. Me chamo Tatsumaki. ― Completei me apresentando e evitando depositar expectativas de que ele sequer lembrasse do meu nome no final da missão. Diferente dos outros, eu sabia que ninguém costumava me respeitar pelo que sou, mas sim, pelo legado de meu pai possui. ― Eu não tenho a menor vontade de bancar a heroína. Não quero me machucar, não quero me colocar em risco por ninguém que eu não conheça. Entretanto… ― Comecei a caminhar novamente ao lado dele, mantendo o mesmo ritmo. ― Eu sou do tipo que de pessoa que quando tenho um objetivo, vou até o fim para ter meus desejos realizados e hoje, nessa floresta, meu desejo é salvar logo essas crianças e cair nas graças da vila com uma missão de resgate bem sucedida. Você pode desconfiar de quem você quiser, inclusive de mim, mas saiba que meu objetivo é unicamente não falhar nessa missão, almejo ser reconhecida e hoje, essa missão é a prova que me colocaram no caminho para que eu me destaque e consiga o que quero... ― Conclui.

Eu de fato não havia mentido, eu não era heróica, tão pouco uma pessoa com qualidades maravilhosas, mas uma coisa que eu sabia: eu era individualista o suficiente para encontrar motivos naquela situação para me beneficiar, mesmo que para isso eu tivesse que me arriscar afinal. Certamente, o rapaz mascarado não teria qualquer respeito por mim, assim como todos, mas eu: Tatsumaki, sabia que viver a sombra de riquezas e posses que meu pai me obrigaria a assumir futuramente, não era algo que eu almejava para meu futuro. Enquanto caminhamos mais um pouco, me mantive atenta e enfim, fui recompensada por isso. Primeiro encontrei pegadas e as apontei para Rorschach, como prova de que, embora fosse um porre de se lidar, tinha o mesmo objetivo que ele no final. Segundo, mais à frente, o casaco de uma das crianças, pois seu tamanho era pequeno demais até mesmo para mim.

― Pegadas e um casaco, ahn? Acho que estamos no caminho certo. ― Apontei para a peça de roupa no chão, eu não tocaria naquilo, portanto passei ao lado do objeto, numa distância razoavelmente segura. Devida a essa medida cautelosa, fui sortuda em me deparar, logo ali, com algumas pegadas maiores que indicariam que pessoas mais velhas do que as pobre crianças do fundamental também haviam passado por ali. ― Ai, altão mascarado. Essas pegadas aqui são quase iguais a sua em tamanho, não? Acho que tem mais alguém seguindo essas pistas. ― Esperei para que ele as visse também e me dissesse o que pensava a respeito.

Assim que analisamos o que havíamos encontrado, passei a andar até finalmente dar de encontro com a entrada da tal mina abandonada. A princípio, eu queria ser cautelosa. Para que sair entrando num lugar escuro, de madrugada, atrás de crianças se poderíamos reunir mais informações do lado de fora? Olhei para o mascarado mais uma vez e fiz um gesto com a cabeça, pelo sinal que fiz ficaria nítido que deveríamos dar uma olhada no perímetro antes de, se fosse necessário, entrar no local. Eu segui por um lado, esperando que meu parceiro fosse pelo outro, mas eu não me afastaria muito, pois queria que não perdêssemos contato visual caso algo acontecesse. Fui para perto de algumas pedras, na esperança de quem sabe encontrar alguém. Talvez meu parceiro tivesse mais sorte do que eu na busca por alguma informação.

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De acordo com a busca das crianças perdidas, eu sabia que deveria me atentar ao máximo de detalhes possíveis e ciente disso, foi que eu até agora, havia encontrado pistas relevantes sobre os garotos, incluindo pegadas maiores de pessoas aparentemente mais velhas que não haviam sido mencionadas no momento que pegamos o trabalho. Pensando com meus próprios botões enquanto caminhava fazendo uma breve busca no perímetro, considerei algumas informações importantes até aquele momento. A primeira grande consideração, devida a hora que as crianças se perderam, o horário comum de estudo era de dia, eu comecei a pensar que, Rorschach talvez estivesse parcialmente certo em não considerar todas as informações do professor como plausíveis. Se o professor havia demorado tanto para passar aquela informação para a aldeia, possivelmente a família das crianças deveriam ter sido alertadas antes, foi aí que cogitei uma possibilidade sobre aquelas pegadas maiores. “Bem… São três garotos, desapareceram entre o período da tarde e noite, já que o professor só veio atrás de ajudar durante a madrugada… Um dos pais foi até o professor e isso o motivou a ir até o gabinete de missões. Se eu tivesse meus filhos nessa situação, eu tentaria mobilizar mais pessoas para uma procura com esta importância, até porque, qual é o pai que tem um filho desaparecido que vai confiar em dois Gennins como nós?” Comecei a refletir em pensamento. Eu já havia checado uma área considerável em volta do local. Não entrei na mina abandonada, pois queria ter certeza que isso seria necessário mesmo. Voltei então até a posição inicial onde eu e o mascarado nos separamos a princípio.

― Não encontrei nada relevante, apenas alguns galhos quebrados, mas como não sou perita em rastrear pistas, não sei se é recente, se foi um humano ou até mesmo um animal de médio porte. Acho que vamos ter de entrar naquela mina abandonada mesmo… ― Cruzei os braços em frente ao corpo. Estava frio por conta da estação, mas evitei demonstrar este incômodo. Não era do meu feitio demonstrar fraqueza para estranhos. Foi quando comecei a me mover para o interior da mesma que tive um clarão em frente aos olhos. O feixe de luz de uma lanterna apareceu em frente aos meus olhos, vindo detrás de algumas grandes pedras, fazendo com que eu instintivamente levasse a mão esquerda em frente ao rosto para proteger minha visão, enquanto a mão direita foi para o interior da mochila e se agarrou a um objeto redondo e pequeno dali. Felizmente, naquele momento, não tive de me proteger com nenhuma outra ação, pois logo a pessoa por detrás da luz se pronunciou ao desviar a lanterna para outra direção.

Por conta de ainda estar meio atordoada pela luz, não vi a pedra ir em direção ao meu parceiro, sendo assim, eu não teria tempo hábil para livrá-lo do choque do objeto. Caberia a ele se virar. Só quando retomei completamente a visão foi que eu vi dois garotos mais velhos. Estes aparentavam ser adolescentes assim como eu. A mão destra que estava enfiada dentro da bolsa e segurando um objeto esférico, logo saiu de dentro dela, trazendo entre os dedos o caderno que eu havia usado para anotar informações e, secretamente, uma Hikaridama, que eu disfarcei para que nenhum dos ali presentes pudessem perceber que estava em minha mão. Ao olhar para eles, constatei uma pequena semelhança de tom de pele com um dos jovens estudantes que saiu detrás das pedras e se protegeram atrás dos dois adolescentes. Finalmente nós o achamos.

― Somos Gennins de Konoha. Estamos atrás de vocês três para levá-los de volta à vila. ― Afirmei, direcionando a Hikaridama da ponta dos meus dedos para a palma da mão, por baixo do bloco de notas que se fazia presente e ocultaria o movimento. Eu fiz esta ação em segredo, justamente, pois não sabia se os dois mais velhos eram ou não confiáveis. Logo terminei indagando-os. ― Eu havia feito uma anotação sobre a aparência de vocês três. Como vejo que estão se protegendo atrás deles, acho que confiam nos dois. A questão é… ― Me dirigi ao mais velho, o mesmo que estava se tremendo de medo. ― Pelo tom de pele… Seria você irmão de um dos garotos aqui? ― O olhei a uma distância segura para poder reagir a um movimento brusco. A bomba de luz em minha mão era um recurso que eu gostaria de não usar, mas resolvi me precaver. Quanto ao meu parceiro, esperava que ele não fosse impulsivo e agisse como um cão raivoso assim como outrora havia feito com os Chunnins.

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Felizmente minhas deduções faziam um pouco de sentido e embora não houvesse acertado o grau de parentesco dos garotos, consegui relacionar ambos os jovens as informações que eu consegui coletar usando apenas minha inteligência. Todavia, ao ouvir a explicação dos garotos, me senti mais tranquila e pude relaxar sobre quem realmente eram os dois mais velhos. Meu parceiro, aparentemente, ainda estava desconfiado deles, mas não me intrometi em seus assuntos, desde que conseguisse retirar os três estudantes e os outros dois garotos, eu me sentiria satisfeita.

― Bem, vamos voltar por onde viemos. Fomos cautelosos em seguir os rastros de vocês até aqui, acredito que não teremos problemas se simplesmente voltarmos para a vila e lhes levar até a academia, onde será o ponto de encontro com seus pais. ― Levei a mão destra para a bolsa em minha cintura, levando tanto o livro de anotações, quanto a bomba de luz, de volta para seu interior.

Dei meia volta, dando um leve toque no ombro do meu parceiro, para que ele relaxasse um pouco, pois eu acreditava não deveríamos ter problemas se simplesmente agíssemos com cautela.


Enquanto eu andava, alguns dos menores se posicionavam mais perto de mim, buscando conforto e segurança. Isso por sua vez não foi feito pelos dois mais velhos e o outro menor, que preferiu ficar na segurança de seu parente, mas ainda assim, próximos a nós ninjas. Ao olhar para o céu o dia começava dar sinais de que logo iria raiar e, entre nuvens, fumaça poderia ser vista saindo da floresta.

― Vai ficar tudo bem. ― Afirmei para os dois mais próximos de mim enquanto sinalizava para seguirmos um caminho distante de onde a fumaça se originava, assim evitando a rota com os outros shinobis, por consequência.

Quando percorremos o caminho em direção a área mais distante do centro da vila, parecia demorar bem mais, pensamos ser muito longe já que não sabíamos até onde deveríamos caminhar, mas assim que me dei conta, já estávamos caminhando em solo povoado pelos moradores de Konoha, havia passado rápido. Direcionei os rapazes a academia, nossos passos já eram menos apressados, pois no coração da vila nos sentíamos mais seguros. Felizmente, eu poderia chegar em casa cedo, depois de reportar como a missão se sucedeu, eu poderia ir descansar depois de um longo banho. Depois do encontro com os familiares, as crianças estavam seguras e eu me despedi brevemente do meu parceiro. Não tinha muita intimidade, mas ele havia cumprido seu papel em conseguir não se meter em problemas. Mais tarde reportaria aos meus superiores ninjas com um relatório por escrito da missão.

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