Escutando os baques em sua porta, Hoshizora andava calmamente até o local após fechar o livro que lia, deixando-o sobre o sofá, abrindo a porta percebeu que um mensageiro novato estava lhe entregando algo, pegou o papel e permitiu que o mesmo saísse com um simples gesto de mão.

Dentro do envelope a carta explicava a respeito de alguns assassinatos de um grupo de jovens conhecidos, aparentemente alguém estava alvejando os mesmos por terem má fama ou algo do gênero, Hoshizora supunha que o assassino era alguém do próprio grupo, um grupo rival ou um extremista logo de início.


A jovem se aprontou, pegando a bolsa ninja e seus pertences necessário e então saiu tranquilamente até o norte de Kumogakure, em um passo moderado e ao mesmo tempo rápido, planejava chegar no local e o estudar com os olhos antes de tomar qualquer decisão. Observando o clima, cenário da cidade, pessoas que transitavam, tamanho da mesma, arredores e por fim, pontos chamativos no trajeto das redondezas.

Considerações:

Um trajeto simples sem nada memorável se desenrolava, o céu azul com poucas nuvens, a leve brisa irrelevante, o chão batido comum. Finalmente avistava o local, uma montanha famosa por abrigar a escória da sociedade, Hoshizora não se deixava levar por opiniões alheias, sabia muito bem o como julgavam-na errado, entretanto sabia que as atitudes de viciados costumam tender ao patético, e isso ela certamente desgostava.

Subindo o local pelo trajeto comum, não teve grande impacto do local, casas comuns e nenhum ponto de interesse, deu de ombros, adentrando o recinto com calma e confiança, olhando aos lados indiferente em busca de uma alma viva que soasse digna de receber sua palavra. Quando finalmente avistasse alguém que possuísse um semblante de útil, o abordaria, sendo considerado útil alguém com os seguintes traços; Roupas razoavelmente boas para melhor, aparência saudável, rosto confiante e não confuso de estar naquele local, malícia na expressão por já ser vivido no ambiente.

Caso encontrasse uma taberna ou hotel por exemplo, adentraria no local ao invés de abordar alguém na rua, sendo mais simplório interagir com alguém que certamente conhecia as novidades do local.

Por fim, caso as ruas desertas não lhe chamassem atenção exceto alguns vagabundos, e nenhum prédio se destacasse mesmo com a proximidade, buscaria apostadores, as informações que rodam em jogos costumam se expandir muito mais do que nos dados, dependendo de quem encontrasse, teria uma tomada de diálogo diferente.

Considerações:

O bar era a melhor opção, e nela Hoshizora investia seus esforços, poucas pessoas conversando pelo local não demonstravam nada chamativo, o próprio bar era um tanto comum, não necessitando de explicação demasiada, o atendente, porém, tinha a pinta exatamente que buscava; Alguém com informação. Era a única coisa que ela precisava, o resto faria por si mesma.

Se aproximou calmamente do rapaz no balcão, lhe dando um sorriso e falando baixinho algo, tentando lhe chamar mais para perto caso necessário, se o mesmo estivesse ao seu toque, sequer enrolaria, sacando uma Kibaku Fuuda de seu bolso casualmente e investindo com o palmo da mão no tórax dele, deixando-a fixada no centro de seu corpo. — Você me responde ou Kaboom, ok? Assassinatos recentes, meio bizarros, três garotos, uma casa. Onde fica? Vamos lá, mentir não é uma opção. — O pânico do momento induzia a pessoa a agir instintivamente, e uma bomba em seu tórax era algo um tanto assustador, guiando o rapaz a dar a resposta correta com palavras sucintas, Hoshizora instalava o medo em sua psique, forçando uma confissão rápida, tinha muito mais o que fazer do que continuar naquele muquifo.

Porém, por precaução realizava alguns preparativos para a técnica evasiva do mundo ninja, algum imbecil delinquente podia decidir intervir e não desejava arriscar rasgar sua roupa, ou o pior de tudo, o homem não ter bom senso de falar e ser forçada a explodir ele.

Considerações:

O atendente era extremamente compreensivo, era incrível como medo funcionava bem em toda situação, desde que usado na proporção certa. Hoshizora esboçava um sincero sorriso para ele, como se genuinamente aproveitasse a situação, pois em fato, o fazia. — Obrigada! Bons negócios para você. — Comentou enquanto retirava o papel bomba do tórax do rapaz, ao se virar ergueu ele por cima do ombro; Mas se por ventura você mentiu, vai provar algo bombástico! Riri. — Fitaria o ambiente, se certificando que nenhuma alma desejava lhe seguir, então seguia em velocidade máxima até o ponto descrito, evitando chamar atenção indo por entre casas e ruelas, de forma que não pudessem segui-la com facilidade.

Ao adentrar no local, não encontrava nada de útil, sendo útil considerado outra alma viva para ser atormentada pela jovem, a morena percebeu que certamente algum tipo de culto era realizado ali. "Talvez deem valor para seu altar? Hu hu."

Com um selo, criou um clone que seguiria investigando o ambiente mais a fundo, enquanto a original usava um pedaço de pano que tivesse sobrando no chão, toalha de mesa, ou até mesmo a cortina preta para se tampar, e usando Ninjutsu transformar aquele pano numa camuflagem "perfeita"

Próxima da parede, ficava observando a entrada, na espera que alguém tentasse emboscar seu clone, caso alguém de fato surgisse, daria uma ordem mental para seu clone de revidar o inimigo no último instante, como um reflexo sobrenatural tentando lhe derrotar. Se dois ou três inimigos se mostrassem presentes, quando fosse ser atingida, deixaria o Ninjutsu se desfazer em barro, prendendo o atacante no local e deixando os demais em surpresa, saindo de sua camuflagem em velocidade máxima utilizando o Shunshin no jutsu, prenderia um selo explosivo no alvo preso e um no alvo mais próximo do pego na armadilha, saltando para trás juntaria as mãos pronta para ativar os papéis bombas caso necessário.

Se muitos inimigos se mostrassem presentes, quando fosse ser atingida, deixaria o Ninjutsu se desfazer em barro, prendendo o atacante no local e deixando os demais em surpresa. — Doton: Doryūheki! — Usando o Jutsu na parede, e não no solo, criava uma barreira que investiria diretamente nos inimigos, usando uma técnica defensiva para imobilizar seus adversários contra a parede, enquanto o topo da barreira pressionava seus corpos contra a parede, durante a técnica, aproveitaria e colaria dois Kibaku Fuuda na ponta da técnica enquanto se esticava na direção deles, de modo que caso quebrassem, teria uma ofensiva extra escondida.



O clone, por sua vez, iniciaria uma busca mais detalhada no local, observando o cenário de sacrifícios, o sangue nas paredes mesmo que difícil de distinguir, não parecia humano pela tonalidade incomum, seus conhecimentos anatômicos ajudavam a deduzir isso, o local muito judiado provavelmente era alvo não só de sacrifícios de animais, como festas e orgiais, uso de drogas estava explícito. Os frequentadores daquele lugar não eram grandes coisas, contudo uma nova hipótese surgia ao analisar melhor a frase escrita na parede.


Checaria se havia alguma pista abaixo de objetos, algum papel, ou até mesmo algum galpão, qualquer coisa que auxiliasse a descobrir quem havia causado aquele tumulto. Checaria o nome das marcas de sakê, para bater com alguns vendedores e descobrir para quem forneceram, qualquer pequena primeira dica auxiliaria Hoshizora se nenhuma alma surgisse para intercepta-la.

Considerações:

Entre a busca do local, Hoshizora não conseguia muitas informações, o máximo que obteve foi um símbolo, a caveira nos papeis de drogas no chão, guardou o envelope no bolso — Ou melhor, seu clone o fez — E então se retirou do recinto.
Durante a saída, deixava o clone prosseguir na frente, já que uma emboscada poderia estar lhe esperando, contudo algo diferente se sucedia, era um homem com uma foice na mão, trêmulo, aparentava estar afetado por algo, sua fala confirmava isso e guiava Nephytis para uma nova pista.

— Caso se refira aos Shinobis de Kumogakure, creio que indiretamente realmente estou envolvida e terei de findar sua vida em seu ato fútil de me enfrentar, contudo se refere-te aos assassinatos misteriosos, fui enviada para resolve-los. Até o momento está um tanto complicado obter informações a respeito do mesmo, de forma que sua ajuda seria útil. Garanto-lhe que aqueles que causaram tantos problemas para mim, e você, serão punidos adequadamente antes de encararem a morte.

O clone andava em direção do homem sem qualquer preocupação, um golpe não findaria sua vida, era irrelevante deixar a guarda pronta ou não, retiraria do bolso o pacote de drogas e estenderia até o homem. — Quem é a corja? E este simbolo? Sabe onde encontra-los? Qual o nome do grupo? — Da cabana sairia agora Hoshizora real, um tanto atenta ao local, se aproximando do homem também, que talvez ficasse confuso com duas dela ali, mas não se prestaria a explicar, caso ele não compreendesse o que acontecia, problema era dele, não dela.

— Me diga qualquer coisa que seja útil, do contrário terei que explodir aquele muquifo por completo para os ratos saírem do buraco. — O muquifo em questão se referia ao vilarejo. — Alias, essa casa era usada por seu filho ou esses religiosos?

Se a resposta fosse de seu falecido parente, não faria nada, porém caso se referisse aos religiosos, Hoshizora cutucaria eles diretamente e de modo aberto. Após alguns selos manuais, colocaria a mão no solo erguendo um humanoide de tamanho colossal, beirando os quinze metros, o golem era uma das técnicas mais versáteis do arsenal da Kunoichi — Dormammu, eu lhe invoquei para destruição. Aquela casa é vil, deve destruí-la em nome de sua Deusa! — Uma encenação desnecessária, dado que o golem sem consciência ou nome obedeceria os comandos de Hoshizora de qualquer modo. O grande golem começaria a golpear as paredes com chutes e socos, rapidamente destruindo grande parte daquele casebre, desrespeitando e criando uma afronta aos seus alvos, após isso, Hoshizora subiria no golem, e o mesmo a carregaria para onde as informações do homem a levassem, provavelmente a cidade, confirmar algumas coisas. Caso ele tivesse um destino correto, como o esconderijo deles, seguiria até lá, porém dessa vez oculta no golem, enquanto o clone guiava atraindo a atenção como a real.

Considerações:

O caminho era um tanto claro, havia diversos alvos aparentemente, mas o principal se tratava de um tal de Watanabi Koji, ao menos era o único que Hoshizora havia recebido informação de onde encontrar. Da forma que foi descrita, seguiu pela cidade, ignorando olhos curiosos referente ao golem que caminhava, seu clone andou cautelosamente envolta do prédio vermelho quando finalmente o avistasse, colando alguns adesivos bomba em locais discretos, dependendo do tamanho do mesmo. Caso um edifício grande, doze, sendo três em cada canto do quadrado. Uma estrutura menor dois em cada bastaria. Após isso, adentrou no local em si, exigindo encontrar o tal filho da família, o golem por sua vez, com a Kunoichi real, se mantinha do lado de fora, esperando o desfecho do clone sobre o que aconteceria, precisava primeiro certificar-se que o garoto era culpado, vários nomes foram citados, e aquele homem poderia muito bem estar errado.

— Qual andar mora o tal de Koji? Watanabi Koji. — Questionaria a qualquer um que aparecesse na entrada/recepção, caso não houvesse ninguém, bateria na primeira porta para buscar. O homem havia dito cobertura, então se ninguém estivesse disposto a auxiliar, subiria direto para o último andar, preparando o Jutsu de substituição e arrombando a porta com um chute e buscando o rapaz; Ei gatinho, é você o líder dos Shaitans? Demorei um bocado pra descobrir com quem falar pra me juntar com vocês. — Iniciaria um diálogo contrário a sua atitude de arrombar a porta, como se fosse uma psycho querendo adentrar na ceita.

Considerações:

Chegando no terraço, era simples identificar o jovem, e também o tipo dos outros garotos, baderneiros, sem muito cuidado. Ainda precisaria confirmar, ou era o que pensava, quando o jovem tocou em seu cabelo, tentando insinuar segundas intenções, o clone de Hoshizora simplesmente sorriu, colocando o dedo indicador no peito do belo rapaz. — Tipo... sacrifícios? — Concentrando a energia no palmo, criaria um Rasengan e empurraria no corpo do rapaz, possivelmente o ferindo fatalmente no processo, olharia então para os lados, um tanto convencida. — Olha, como eu não sei qual é culpado e inocente, vou fazer o mais sensato. Eliminar todos, garantindo que nenhum culpado fuja, ok?

Como o prédio não era simplesmente habito por aqueles vândalos, não era do mais sensato implodir ele com as Kibaku Fuuda, restando a opção de fazer manualmente o trabalho, garantindo que não fosse realizado uma fuga, criaria uma parede de Doton simples, trancando a rota de fuga dos adversários. — Doton, Doroku Gaeshi! — Após bloquear a rota, Nephytis criava uma armadura para si mesma de terra, uma camada fina e extremamente rígida que evitaria sofrer qualquer golpe simples físico daqueles patéticos, também aumentando sua força já avantajada em comparação a cidadãos comuns, o que possivelmente garantiria sua vitória no embate corpo-a-corpo, exceto alguém excepcionalmente forte e hábil se encontrasse lá.

Iria de um a um, golpeando de maneira bruta os pontos vitais graças a seus conhecimentos anatômicos, certificando-se de que teria eliminado todos membros daquela ceita, sem poupar nenhum, irrelevante do quanto pedissem, implorassem ou chorassem, desfaria o clone de lama, e as informações automaticamente iriam até Hoshizora, que estava fora do prédio. A mesma retiraria os papéis bombas, guardando todos, e com o golem seguiria rumo, talvez devesse contar ao homem que o serviço possivelmente estava completo.

Considerações:

Não podiam dizer que ela não tentou. Oh, de fato, ela tentou, almejou causar o mínimo de destruição possível, mas aqueles drogados não sabiam simplesmente cair mortos. O clone se manteve estático, e após o discurso do rapaz, desfez a armadura — Que som um fantasma faz quando está pensando? Buuuuum. — A Hoshizora que estava no telhado se desfazia em lama, o lamaçal entregava que evidentemente aquilo era meramente uma técnica Shinobi, e a real estava num local seguro, e a charada, bem... Quando o clone se desfez, a informação passada não foi de tranquilidade, e sim falta de opções, portanto a real não retirava os selos das paredes, pelo contrário, os ativava, recuando alguns metros com o golem.

Os papéis bombas trariam os pilares da estrutura ao chão, causando uma demolição forçada, a maioria morreria na queda ou presa nos escombros, contudo alguns ainda deveriam sobreviver após a explosão. A jovem esperava o resultado, e caso com sucesso, buscaria entre a destruição algum rosto familiar daquela festa, principalmente do líder, se achasse algum, faria sua criação de Doton juntar o cultista e levaria-o para Kumogakure como prova de sucesso, caso encontrasse mais de um vivo, eliminaria o demais com um pisão na jugular, não era necessário levar vários reféns, quer dizer, provas.

Levando ele pro Quartel para ser interrogado, enquanto reportaria que eliminou o culto e o diversos afiliados ao mesmo, afirmando que possuía certa confiança que a maioria, se não todos naquele prédio, eram membros dos tais Shaitans, mesmo que a afirmação fosse falsa, no fim, a maioria dos membros daquele culto haviam sido exterminadas numa simples tacada, e que levariam muitas vidas ao longo de suas ações, o que no final, resultaria num saldo positivo mesmo com inocentes no meio do acidente.

Considerações:

Um sorriso esboçava-se no rosto de Hoshizora ao ver o resultado de sua explosão, o prédio como planejado implodia sem cair para os lados, a destruição controlada era perfeitamente balanceada, como todas coisas deveriam ser. Nesse caso, 100% da população daquele condomínio teria que ser exterminada.

Andando pelos destroços, a sorte sorria de volta para Nephytis, o líder em especial daquele grupo continuava vivo, deixando-a eufórica. — Hyahahaha! Você é um bastardo resistente, hein?! Sorte que não tomei meu tempo batendo em vocês. Essa droga ai é poderosa. — A voz da jovem vinha do golem, enquanto se mantinha oculta, o mesmo juntava os restos daquele homem e o carregava, meio que com cuidado, meio que não.

O prédio em si não parecia ter mais sobreviventes, então Nephytis só seguiu seu trajeto até onde devia, não se cansando no trajeto fazendo os passos ela mesma, manteve-se sentada acima do golem, que ao adentrar o portões de Kumogakure, arremessava o maltrapilho no chão, o mesmo havia divertido a morena na viajem, ela repetia diversas vezes instruções para ele obedecer. "Conte tudo bonitinho. Não me faça passar vergonha, fale pra eles a verdade, e o que eu quero é a verdade, caso você diga o contrário, na-nah. Vai doer mais do que eles farão você sentir. Todos lá eram perigosos, ok? E vocês que plantaram as bombas."

Após entregar o rapaz e iniciarem o interrogatório com o mesmo, Hoshizora devia explicar-se referente ao processo da missão, e assim ela o fez. — Ah, consegui informação com alguns locais sobre onde era o casebre que realizaram os sacrifícios, juntei algumas evidências que me guiaram até eles, porém logo ao sair a casa explodiu, por sorte não fui pega no mesmo. Diversos destroços do local podem ser encontrados lá.

Depois disso, segui até o prédio, onde todos que eu abordava não me respondiam a respeito do suspeito, dando um sorriso suspeito, quando finalmente encontrei onde ele estava, todos usavam drogas e ouviam música alta, se injetaram com algo e avançaram contra mim, foi nesse momento que eu usei minha técnica em seu peito, mas mesmo assim ele se ergueu, a droga era poderosa o suficiente para aguentar uma técnica de Rank A diretamente sem morrer.

Não me vi com outras opção se não recuar, e foi nesse momento que eles fora de consciência simplesmente explodiram o prédio, tentando me levar junto com eles, ou talvez acreditassem que fossem sobreviver graças a droga... de qualquer modo, eu consegui escapar convocando meu golem, que absorveu a colisão do salto. Trouxe o líder do suposto grupo, acho que ele conseguirá informações interessantes, pelo que entendi, existe outras células desses Shaitans, imagino que exista ainda mais desses bastardos insanos.

A explicação da desenvoltura de toda missão era simples de distorcer, a jovem teve tempo suficiente até Kumo para pensar numa boa desculpa, além de quê, se encontrava numa posição de imunidade, a palavra de um drogado e assassino contra uma Tokubetsu Jonnin exemplar. Quem diabos eles acreditariam sobre os relatos?

Após ser dispensada, retornaria a sua casa, onde tomaria um banho e descansaria.

Considerações: