O dia chegava a seu fim, na fria Vila da Pedra. O inverno estava na metade, mas o frio ainda era constante. Clima que agradava muito Kenji, e ele gostava de sair e perambular pela Vila, explorando, analisando, pensando. Sua personalidade fria condizia com o clima. Naquele dia tinha ficado em casa, estudando e pensando em o que ia fazer quando a noite chegasse. Lembrava de repente, que tinha um encontro marcado com Touka. Mesmo sendo um pouco fria e esconder bem seus sentimentos, ela demonstrava muito afeto e carinho por Kenji. Talvez a forma como recebeu Kenji no começo, tenha feito ela sentir remorso, e achar que tinha obrigação de tratar o garoto com amor e cuidado, as vezes sendo até meio melosa, mostrando carinho demais com o Washu. Vestia seu traje que usava normalmente, e ia até a porta de sua casa, saindo com direção até um bar lá próximo ao centro da Vila. A caminhada era calma e leve, deixando o vento e a brisa gelada bater no corpo e no rosto pálido de Kenji. Curtia o frio, como alguém se deliciava com um copo quente de café. Poucos minutos se davam, logo chegava no local de encontro com Touka.

— Então você veio... Normalmente essa hora você costuma ser bem ocupado não? — Questionava Touka, sentada na cadeira em frente a porta do bar. — Estou entediado, e estava com saudades... desse bar. — Ela sorria, enquanto tirava a franja do seu rosto. — E ai? Alguma notícia do seu irmão? — Perguntava Kenji para Touka. Ela pausava a degustação de sua bebida, e abaixava a cabeça. — Yoshimura disse que ele foi visto nos arredores de Iwa, mas não me parece verídico. Normalmente Ayato é cauteloso quando se trata de aparecer, e seus ataques são rápidos e diretos. Além do mais, Jason estava cuidando dos arredores, devorando a porra toda. — Kenji se levantava, deixava uns trocados no balcão, e chamava Touka. — Então vamos atrás dele. Aproveita que o velho está ocupado com o restaurante. — Dizia com um leve sorriso no rosto. Touka levantava, e seguia o garoto. Eles seguiam rumo o portão, vestidos de sua máscara. Touka usava uma máscara de coelho, disfarçando sua identidade. Confiava muito em Kenji, e por esse motivo o seguia sem hesitar. Ele queria saber a verdade sobre os rumores, pois tudo o que mais queria naquele momento, era ajudar Touka, e acabar com sua aflição antiga.

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Na saída, percebia que Touka estava meio abatida. Seu irmão sempre foi muito fiel a ela e sua família, e a pouco tempo atrás, se tornou um assassino, deixando a vontade de matar superar sua fome como Ghoul. Kenji nunca foi bom com as palavras, mas com Touka, ele sempre tentava ser o mais compreensível possível. — É, Touka-chan. Acho que a gente podia olhar naquele vilarejo que teve os últimos boatos. Ghouls não iam lá a meses. Pode ser um bom lugar pra procurar, o que acha? — Questionava a ela na intenção de quebrar um pouco o gelo daquele momento, distraindo Touka e chamando sua atenção pra outra coisa. — Pode ser. — Então, iam a noroeste da posição atual, para procurar por Ayato. Porém, enquanto andavam até lá, ouviam um barulho forte. Diversos passos caminhavam, a alguns metros dali, pelo outro lado das altas pedras. Tinham que ver o que era, para pensar em algo. Usando de algumas manobras ninja, subia a pedra, e visualizava uma marcha do outro lado. Diversos homens, com capacetes, e apenas os olhos a mostra. Porém, os olhos eram negros, com se estivesse mortos. Mas um pouco a frente, um homem sem camisa, com uma calça longa, e uma capa rasgada em torno das pernas. Ele era todo costurado, e algo ali estava estranho. Até que um dos homens que marchava, olhava na direção de Kenji, e rapidamente gritava em voz alta: INVASOR ! O homem sem camisa olhava para Kenji com um olhar insano. Ele avançava em velocidade máxima na direção do garoto, que vendo aquilo, se preparava, com um selo de mão realizava uma de suas mais fortes técnicas, que era o Chidori. Sua mão tomada por chakra elétrico, estendida a frente, ia direto no coração do homem que saltava em Kenji. Ele apagava, como esperado. Touka assustada, subia na pedra. — O que foi... Kenji mas que porra é essa? — Olhava par ao homem, que acordava, preso no braço do Washu. — Tolo, imundo, descrente e sujo. Você vai morrer !!! — O homem dava um soco forte no rosto de Kenji, que caía para baixo novamente. Touka tomava as medidas necessárias, e sacava sua espada, cortando o braço direito do homem costurado, o que fazia o homem sorrir loucamente. — ISSO É BLASFÊMIA, PURA BLASFÊMIA. SEUS IMUNDOS, EU NÃO MORRO ! — A frase era dita enquanto o braço do homem era religado por diversos fios negros, reconstruindo seu corpo.

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Um pouco assustada, rapidamente Touka liberava sua Kagune, onde formava duas asas de células RC na altura de seu ombro, medindo pouco mais de um metro. Seus olhos mudavam de cor também, e isso certamente causava um certo medo nos outros homens, achando que ela era algo superior ao que estava seguindo. — MAS QUE DROGA É ESSA? VOCÊ POR ACASO É ALGUM DEMÔNIO? — Touka sorria. — Olha pra você seu doente. — Terminando a frase, conjurava em campo uma grande lança, com uma lâmina extensa na ponta, brilhando em azul. — Vamos ver se você resiste a isso aqui seu cusão. — Avançava na direção do homem, novamente na direção do seu coração, o perfurando. Ele sorria, novamente com o riso insano, como se tivesse algum tipo de distúrbio. Mas para sua surpresa, ele não resistia. Seu corpo começava a ser tocado por uma luz azul, e ia sumindo aos poucos. — Obrigado otário. Agora você será selado, e vai parar de ser um pouco doente. — Os homens que antes marchavam, se ajoelhavam perante Touka, que achava aquilo estranho também. Kenji se erguia, e ia até o primeiro homem que via. — O que são vocês? Como ele estava vivo depois de eu perfurar o coração dele? — O homem parecia que estava em transe, logo acordava, e respondia Kenji. — Peço desculpas por isso tudo. Ele dominou uma técnica proibida, e espalhou isso em nós. Estávamos sobre um jutsu que impedia a gente seguir outras ordens a não ser a dele. Olhe, aqui está. Essa técnica é secreta de uma Vila aqui próxima, e precisa ser devolvida. Se aparecermos lá, certamente vamos morrer. E sim, vamos morrer. — Kenji pegava o pergaminho que o homem entregava, e logo em seguida eles seguiam em direção de onde estavam indo antes. O pergaminho ficava com Kenji. Mas percebia que tinha um selo explosivo no mesmo. Jogava ao alto, e com um selo de mão, trazia diversas cópias sua ao campo (dez). Oito delas se juntavam realizando um jutsu extremamente forte do arsenal de Kenji, e seguia na direção do grupo, em velocidade máxima, cortando todos eles ao meio, com a lâmina de chakra que as quatro duplas faziam. Todos foram mortos, caindo ao chão, cortados ao meio. — Odeio gente que tenta me enganar... — Dizia Kenji. Ia analisando corpo por corpo, até que encontrava um pergaminho em um deles. Pegava o pergmainho, e chamava Touka para sair dali junto com ele, indo para um local mais isolado, sem chance de perigo.

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Os clones eram todos desfeitos, e sozinhos, Touka e Kenji tinham uma chance de descobrir mais sobre aquele pergaminho roubado. A habilidade do homem que agora fora selado por Touka, chamava atenção de Haise. Certamente, combinando com suas habilidades, era algo que estava completamente encaixado em seu imenso arsenal, e Kenji queria explorar. Touka ficava de guarda, em cima de uma árvore ali próxima. Kenji queria saber o que era e logo abria o pergaminho. A primeira página, explicava o nome da técnica, e seu uso. "Jiongu. Um kinjutsu secreto de Takigakure que transforma o corpo do usuário em algo semelhante ao de uma boneca de pano, mantidas em conjunto por centenas de linhas pretas grossas. O homem que roubou o conhecimento dessa técnica antes de sua deserção de Takigakure, foi capaz de manipular fios pretos para muitas finalidades. Ele era capaz de costurar todos os ferimentos que ele ou outros pudessem sofrer, comumente por recolocar partes do corpo. Ele poderia destacar partes de seus membros e, em seguida, manipulá-los, ao ponto de que ele poderia até mesmo enviá-los no subsolo e, em seguida, anexá-los quando ele finalizasse com eles. Além de costurar até seus ferimentos, ele poderia usar os fios para rasgar no corpo da vítima, roubando seus órgãos ainda em funcionamento, e integrá-los em seu próprio corpo, alargando assim a sua vida." Era algo interessante. Kenji era médico, e aquelas habilidades eram muito mais que valiosas para ele e sua vida shinobi. Sem hesitar, fazia de tudo para aprender aquela técnica, e contava com a ajuda de Touka para tal. A chamava, e mostrava para ela o pergaminho. Ela lia com atenção, por alguns minutos, e logo em seguida, pedia para Kenji deitar no chão. Ela fazia os selos necessários, e em seguida, começava os preparativos. Uma longa agulha de chakra era feita por Touka, e com ela, fazia um pequeno corte no braço de Kenji. Em seguida, pegava alguns fios que estavam dentro do pergaminho, e os ejetava dentro de Kenji. Ele sentia uma dor absurda, como se algo estivesse perfurando seu corpo de dentro para fora. Ele sorria com a dor, mas era algo completamente insuportável. Suas habilidades de Ghoul meio que ajudava ele a resistir. Não conseguia controlar, mas Touka não parava até terminar de injetar por completo, para finalizar a criação da técnica no corpo de Kenji. Alguns minutos passava, e ela finalmente findava.

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Seu corpo estava estranho, percebia que algo estava totalmente fora do normal. Seu corpo era como se estivesse conectado em milhares de veias. Na verdade, era quase isso. Milhares de fios negros, ligavam seu corpo, permitindo ele realizar coisas absurdas. Kenji agora tinha uma técnica proibida, e seu poder estava totalmente fora do normal. Ele se levantava, e mexia suas mãos, girava seus braços e pernas, pra recuperar o movimento de ambos. — E ai Touka-chan, o que houve? — Touka ia até ele, e explicava o que tinha acontecido. — Ocorreu tudo bem. Seu corpo está com alguns cortes, que os fios não recuperou. Recomendo tentar algo pra eles se curarem. — Kenji ficava em uma posição favorável, e usava seu chakra Raiton para aumentar a aceleração da recuperação, junto de algumas técnicas médicas. Ele então sentia os cortes se ligarem novamente, e com isso, se sentia mais aliviado. Era hora agora de ir até o local mais próximo, para testar a técnica nova. — Kenji-kun, é melhor voltarmos para Iwa. Esses desgraçados atrasaram nosso tempo, e já já Yoshimura manda alguém pra nos buscar, e você sabe muito bem o que vai acontecer lá. — Concordava com Touka, e eles voltavam para Iwa.

Kenji usava uma espécie de capa, para se cobrir, e esconder as costuras que tinha ao redor de seu corpo. Pensava nas possibilidades e chances de aumentar seu arsenal ninja, sendo assim, tornando ainda mais fácil de conquistar seu objetivo, ainda mais com Touka ao seu lado. Eles seguiam pela estrada, e Touka contava algumas coisas que tinha descoberto sobre seu irmão, e que as possibilidades dele ter se juntado com a Aogiri era forte, sendo ela a maior rival da Anteiku e seus membros. Kenji não gostava de ver Touka sofrendo, pois dentro dele ainda tinha um pouco de prestação e demonstração de amor. Então ele dizia, que eles iam encontrar Ayato e trazer ele de volta para a luz. Mesmo não sendo herói, nem tendo tal extinto, ele queria ajudar quem ele ama, mesmo vendo o mundo de uma maneira contrária do normal. Então, seguiam para Iwa, retornando para seu lar, e tentar achar meios novos de encontrar Ayato. Atravessavam o portão, e Kenji se despedia de Touka por enquanto. — Preciso resolver alguns problemas, mais tarde vou para o restaurante, e ai conversamos mais. Obrigado mais uma vez Touka-chan. — Ela agradecia ele dando um abraço forte, e ambos voltavam para seus lares.

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