— Entendo que não gostou do que eu fiz. — Diria o velho, sem remorso algum de ter quase me espancado até a morte. — Mas ao menos você desbloqueou o poder pretendido e agora poderá usufruir de uma adição a mais no seu arsenal, aprendendo então os seus jutsus de Clã. — Mais um algodão adicionado ao meu rosto, o que me fez resmungar mais alguma coisa. — Cala essa boca velho! Eu já entendi seu maldito! — Retruquei em relação à tentativa de justificativa falha que ele tentava expor a mim. Aquilo me irritava pra caralho, e tinha vontade de socar o velhote caduco, eu achava mesmo que estava na hora dele partir. Enfim ele respirou fundo, se levantando algum tempo depois, e então, com uma pequena maletinha, colocou-a de volta na estante.

— Então tem mais treino pra mim, velhote? — Perguntei, mesmo que estivesse grunhindo ou com uma expressão emburrada. Eu queria aprender mais e mais ao ponto de me fortalecer, era necessário para o caminho do Guerreiro. — Bem, não digo sempre o que você quer que eu fale, nem sempre estou lá pra quando você precise que eu esteja. Mas, uma coisa lhe digo: Fica cada vez mais pesado os métodos que irei utilizar. Então esteja ciente das consequências, mas se correr risco de morrer, eu vou lhe salvar, moleque. Vamos, precisamos aumentar seu potencial. — E ele se virou, pronto para seguir, esperando que eu o fizesse também. Após um resmungo, me levantei e o segui também, saindo ambos de casa.

---

As ondas da pequena área afastada de Kumo batiam sobre as rochas de modo quase selvagerio. Ao término do choque, tudo o que se poderia ver era nada se não os esguichos de água e a vastidão marítima a frente. O velho observava a tudo de modo a estar contemplativo, altivo com seu cajado sobre o solo. Ou melhor, sobre a rochas cuja quais a alguns metros de distância, estavam alguns pequenos animais migratórios, os famosos leões marinhos. Eles caçavam algumas focas. Após algum tempo, já sem paciência para a porra do suspense, resolvi falar. — Qual é a nova, velho? Tá pinéu? Fica calado parece que tá com merda na cabeça ou fodido pela idade. — Resmunguei.

— Aqui será seu próximo treinamento. Admito de cor que não será fácil, porém, eu espero que saia vivo dessa. É tão pior quanto o anterior. Muitos ninjas não utilizam desse método arcaico, mas o meu método é este. O estresse acometido por situações adversas causam mutações corporais para futuras disposições. E em outros casos, despertam também seu poder interior, o sentimento, a adversidade e a evolução de seu corpo, o despertar. — Explicou ele. Apenas não o olhei, mas pude ouvir claramente. — Tá! — Retruquei.

Sem aviso prévio,o velho numa velocidade absurda me pegou novamente desprevenido. Aquele filho da puta. Sua mão se deslocou rapidamente de forma reta como um chicote que me agarrou a roupa preta. Num giro, ele me arremessou para longe. — SEU FILHO DA PUTA! — Berrei enquanto era deslocado por cima das águas até quicar como uma pedra e cair de vez sobre as ondas, onde uma enorme explosão aquática aconteceria pelo impacto. Estreitei os olhos enquanto afundava. "Esse velho maldito..." Pensei. E então, dei um giro na água, buscando subir mais e mais sobre o mar submerso. A água explodiu e eu saltei no ar, caindo de pés com chakra na sola. Nesse momento, algo me atingiu em cheio.

A pressão fez com que meu corpo ardesse no lugar atingido, enquanto Isso, o sal fazia o papel de ardiloso em meus olhos, todo ardente em minha sucumbência. Dei um giro e tentei seguir novamente, porém a água me atingiu em cheio novamente antes que eu pudesse por metade do meu corpo para fora. "Puta merda. Eu não tô conseguindo... Eu vou morrer." Foi o meu pensamento. Meu oxigênio estava acabando e meu peito estava doendo. Eu estava amando essas batalhas.

---

— Caralho. — Foi o que eu resmunguei. Porém, só pareceu mais um emaranhado de bolhas com um som desconexo de merda. Meu corpo estava falhando, e eu estava afundando. Minha visão estava escurecendo e tudo ao meu redor parecia ser tomado de pouco em poucos por uma umbra que se intensificava a cada proximidade. O velho talvez estivesse lá nas margens das pedras, me esperando para que eu pudesse acordar e sair ileso de lá, e eu estava perdendo para meras águas, isso indicava que eu poderia ser muito fútil, mas também muito torpe. Assim, fechei os olhos e com certa dificuldade, fechei os punhos á frente da face. “Vamos lá, porra. Funciona. Vamos lá!” Pensei, agressivamente enquanto trincava os dentes. Iria ser o meu fim se eu não fizesse o que tinha de ser feito.

Algo pareceu borbulhar dentro de mim, como se eu tivesse tirando forças de minhas estranhas e as jogando para fora de mim. Uma pressão aguda pareceu exalar ao redor de mim, e quando percebi, havia uma aura esverdeada mais intensa do que a última vez. Mas tinha algo que estava faltando. Assim, fiz força com todo o meu corpo enquanto afundava, pondo toda pressão que eu podia contraindo meus músculos ao extremo. E então, algo explodiu de dentro pra fora, liberando uma quantidade de chakra verde absurda. A água ao redor de mim começou a rodopiar como um redemoinho. Assim, nadei rapidamente para cima, deslocando o braço direito num subir ascendente reto cujo qual esticava totalmente o punho, estendendo uma pressão superior o suficiente para abrir um buraco momentâneo.

Saltei para fora, virando a cabeça para trás, quando uma onda envolveu totalmente os ares. Fechei o punho e flexionei o braço para trás, deslocando uma pressão para frente como um foguete, exercendo uma pressão avassaladora, onde se chocaria com as ondas, causando uma enorme explosão, rapidamente me virei e corri por cima das outras ondas, chegando ás margens há algum tempo depois. — Porra velho. Tenho cada a cada dia, mais certeza que você é louco. — Resmunguei bem puto. — Não reclama seu moleque, acabei de te fazer ativar seu segundo poder, vamos pra casa. — Autoritário como sempre, se viraria para ir embora. Sem falar nada, o segui.

---

O tempo foi passando enquanto andávamos de volta para casa. Apesar de emburrado, sempre estava irritado pelo velho me tratar daquela maneira. — Velho filho da puta! Ainda não estou satisfeito, seu maldito! — Gritei, parando de repente, enquanto isso, ele parou também, mas sem se virar para mim. Então, fiz força novamente, com o corpo, e tudo que aconteceu era como se a liberdade tomasse conta de mim, enquanto isso, a pressão parecia sair de mim novamente, e lá estava o famigerado brilho verde de brinde, emanando de meu corpo como chamas da alma. — Oh. Parece que aprendeu a controlar, finalmente! — Diria o velho, que parecia finalmente sorrindo.

Com um sorriso mais psicopata que pude dar, flexionei as pernas, me preparando para lutar, e então, comecei a correr na direção dele com tudo o que eu podia. Por algum motivo, meu corpo havia revitalizado e estava cheio de força novamente, parecia até um aspecto de juventude. Então, ataquei com tudo. O velho então, percebendo a veracidade de meu poder, largou o cajado e tratou de bloquear. Erguendo as mãos em palmas, começou a anular as batidas, evacuando qualquer impacto, talvez, só talvez ele estivesse usando força contrária a minha que pudesse tornar a força zero. Tempos depois começou a atacar de volta com tal força que precisei me esquivar novamente das várias gamas de golpes que enxurrava contra mim. — Velho maldito! — Gritei.

---

Meu punho foi atritado contra a face de meu velho cujo eu pude sentir sua boca se expressar em um leve grunhido, onde joguei o ancião para longe de mim. Mas, ainda aproveitei de minha outra mão para que eu deslocasse os dedos para frente, segurando lhe a pequena manta que usava enrolada ao pescoço. Flexionei o braço e o joguei para trás, puxando o velho até mim. Arregalando os olhos, ele sentiu o meu punho amassar parte de sua barriga enquanto gritava de dor, explodindo ao chão, cheio de fumaça e de poeira enquanto era arrastado ao chão pela pressão de meu punho destro. Ele se levantou e limpou sua túnica branca e suja. — Ótimo. Meus parabéns. — O mancebo comentou, aparentemente nada surpreso.

— Tome esse, velho, sinta meu grande poder! — Falha minha, levei um soco me face, curvando-me o corpo para trás e voando até o chão novamente, onde me bati. — Droga, velho maldito... — Murmurei enquanto me levantava. — Tem muito a aprender ainda, Goku. Agora, só necessitamos de voltar para casa, merece um descanso por ora. Vamos, já faz um bom tempo que estamos aqui. — Ele se viraria dessa vez, deixando-me a sós, onde me levantei e o segui sem falar nada, de novo. Agora, meu treino definitivamente estava terminado. Havia animado-me ao pouco ao menos com aquela batalha, e pude ver a verdadeira extensão de minhas capacidades.

---