Naquela manhã de outono, Amargo foi alertado sobre uma ocasião especial. Um encontro entre todos os membros da família Caramelo, fato que não acontecia há tempos. A família quase nunca se encontrava, eram distribuídos aos quatro cantos do país. No entanto, o sucesso ao conquistar o posto de Tokubetsu Jounin foi comemorado por muito entusiasmo dentre a família Caramelo e o membro do clã Senju. Com isso, seus pais convocaram seus avôs, tios e primos que aceitaram prontamente e vieram dos quatro cantos para comemorar a conquista de Amargo Caramelo. A casa da família já estava preparada para a festa de boas vindas, e a família esperava hoje, pois a comemoração iria durar o fim de semana inteiro. – Nada de comentários desnecessários. – A matriarca da família alertava quanto às piadas de mau gosto que nem todos deveriam gostar. Chegada a grande noite do inicio das festividades, o sol já desaparecia no horizonte quando alguns dos convidados já estavam na mansão dos Caramelo, um lago próximo refletia os últimos raios de luz e a vegetação ao redor da área trazia um frio maior que o normal para essa época do outono.

Castitas Caramelo era o patriarca responsável por carregar o nome centenário da família, mas na realidade, ele servia praticamente como um subordinado da dona Docelina Caramelo, sua esposa. Uma mulher de fibra, sem dúvida, que não gostava muito de sorrir. – Olá a todos, como estão meus netos? – Perguntou Castitas ao seus netos, abraçando-os fortemente. – B-b-em. – Respondiam, como se estivessem sendo sufocados com o abraço de Urso. – Pai, que exagero de força é essa? – Dizia a mãe de Amargo e filha do casal. – Que bom receber vocês em casa, estamos muito felizes. – Foram soltos por Castitas, que voltou sua atenção a sua filha. – Esse abraço até que vai ser fichinha ao lado do nosso outro avô que vai querer encher nossos ouvidos com suas histórias de novo. – Dizia Amargo para Bluma. – Sim, é verdade. – Concordava a garota, seguindo seus caminhos novamente.

Sem olhar por onde andava, Amargo acabava por esbarrar em alguém. – Aaaargh! – Exclamava um garotinho miúdo, aparentando ter uns oito anos de idade. – Ah, foi mau garoto. – Desculpava-se Amargo. – Ei primo, quanto tempo, parabéns pela sua promoção. – Dizia o garoto do nada. Amargo observava melhor o garoto, que ele não reconhecera de imediato, estreitava os olhos e abria um sorriso de orelha a orelha. – Ah! É você, Vinny, obrigado. Logo é a sua vez. – Retrucava Amargo. – Sim, estou ansioso para ingressar no mundo shinobi. – Respondia o garoto. – Entendo, eu também fiquei, mas pode ficar tranquilo, tudo tem seu tempo certo e quando você chegar lá vai tirar de letra. – Falava Amargo, positivamente. – Certo Vinny, está comendo bem? Divertindo-se? – Questionava Amargo. – Sim, tudo ótimo, a festa esta uma delicia. – Respondeu. "Esse moleque é um comilão." – Pensa Amargo. – OK então, fique à vontade. – Dizia o anfitrião. – Ah sim, quanto a isso pode ficar despreocupado. – Finalizou.

– Veja só se não é meu neto recém-promovido... – Dizia uma voz conhecida ao fundo. – Ei, vovô Kirk, que saudades, quanto tempo. – Dizia Amargo com felicidade. – Não vem com essa, qual foi a ultima vez que me ligou? – Respondia Kirk, investindo contra Amargo com um soco em sua barriga, mas o jovem Tokubetsu bloqueava o soco com a mão. – Interessante... – Balbuciou surpreso o avô paterno. – Não sou o mesmo garotinho de antes, vovô. – Respondia Amargo, com um sorriso de orelha a orelha. – Você sabia que eu não ia acertar. – Diz Amargo. – Sim, eu sei, foi puramente instinto, ou reflexo. – Após sua fala, foi levado a uma dor intensa no braço. – Idiota, esse é o resultado por interceptar o meu soco, está doendo? – Perguntava o velho. – Mais ou menos. – Amargo soltou o punho de seu avô Kirk ante a sua resposta. Depois da apresentação calorosa de ambos e um abraço para fechar o acordo, Kirk voltou a dizer. – Vou te contar minha história favorita, garoto. – Nesse instante, os ouvintes da historia chegaram, se cumprimentaram e se sentaram no chão em volta de uma clareira ali existente.

– Kemuchi era um membro respeitado dentro do vilarejo de Kumogakure no Sato que em seu auge disputava lado a lado no quesito de poder com o Raikage e seu melhor amigo, Ranieri. Alguns o tinham em pé de igualdade com Ranieri e maior autoridade que o vilarejo tinha, outros mais otimistas, o consideravam até mais forte. Mandavam-no sempre para as missões mais difíceis, com menor taxa de conclusão. Certa vez lhe deram uma missão impossível e os corpos que ele enterrou naquele fatídico dia compuseram a fundação do Gabinete do Raikage. No entanto, por uma fatalidade do destino ele teve seu braço esquerdo arrancado de si em batalha, o que o colocou em uma depressão profunda após retornar ao vilarejo e ver a desaprovação nos rostos das pessoas, que seu status de guerreiro invencível tinha sido perdido. – Fazia uma pausa para tomar um copo de habushu. – O Raikage ciente de que tinha perdido uma força considerável dentro do vilarejo, pediu para que seus melhores ferreiros e cientistas construíssem algo único para Kemuchi, algo que recuperasse sua estima. Assim sendo ele queria que o homem tivesse um novo braço para travar suas guerras e assim foi feito.

Os maiores ferreiros construíram uma prótese completa banhada com pó de ouro, e feita com metal batido, tal era leve e muito eficiente, e por conta disso tal homem conseguiu recuperar sua felicidade novamente. Como consequência Kemuchi finalmente recuperou aquilo que faltava, sua estima e feliz começou a usar sua prótese para lutar todas as suas batalhas, assim ganhando mais e mais guerras se preparou para conquistar todo o mundo.

Kemuchi com seus planos audaciosos iniciou sua conquista de baixo para cima, dominando diversos vilarejos, um após o outro ele dominava um novo lugar. Porém quando chegou ao mais extremo do universo shinobi, ele foi traído por seu fiel amigo, Ranieri. O Raikage, invejado pelas conquistas de seu amigo bolou um plano para que ele fosse envenenado e assim ele foi lutar já fraco e debilitado, ainda assim, eles venceram o confronto, porém Kemuchi faleceu logo após o combate.

Seu alto batalhão o enterrou no vilarejo de sua última batalha, e sua prótese desapareceu em seguida, ninguém sabe ao certo o que aconteceu com ela. Dizem que o atual dono dela, tem planos de dominação tão grandes quanto o velho Kemuchi.

A lenda também diz que aquele que a possuir terá a capacidade de se tornar o maior líder de vilarejo de todos os tempos, o guerreiro mais poderoso sobre a terra e o mar. Porém nada é confirmado, são apenas lendas. – Todos ouviram a história empolgante, principalmente Amargo visando a falta de seu membro esquerdo. Agora, o garoto sonhava em encontrar tal item algum dia.