O dia começa com um garoto recém-chegado a Konoha levantando da cama. Logo após disso ele faz uma prece e lê seu Livro Sagrado, hábito que ele conserva mesmo após ter praticamente decorado tudo o que podia sobre o mesmo. Mesmo depois de anos lendo aquele livro, o garoto não perdia a animação ao lê-lo e todo dia parecia aprender algo novo.
“A fé é como um músculo, temos de exercita-la sempre, para que ela possa ser sempre forte. E diferente dos outros músculos, não há limites para o que sua fé possa fazer”. – Lembrava Emmanuel das palavras do seu pai.
“Queria que estivesse aqui, papai. Tudo parecia tão mais fácil com você por perto...”
Logo após se vestiu e assim que tomou o café da manhã, pegou suas coisas e se apressou até o campo de treinamento.
Chegando lá se deparou com vários outros ninjas que treinavam e pareciam estar se divertindo. O garoto que era relativamente mais velho que eles, se aproximou e então começou a observar o treinamento deles. Eles pareciam estar mais brincando do que treinando, o que lembrava ele quando seu pai o treinou pela primeira vez. Então ele se questionou se aquelas crianças ali já haviam conhecido a Deus e a Sua Palavra, porque seu pai havia lhe dito que por aquela região a maioria das pessoas não tem crenças muito fortes em coisa alguma. Então ele se dirigindo a palavra às crianças começou a recitar alguns versículos das Escrituras, lhes falando sobre amor e gratidão. Para a sua surpresa as crianças gostaram e disseram a ele que as palavras que dizia eram muito bonitas, mas logo viraram as costas e voltaram a brincar. E as escrituras se cumpriram: “Eles nada sabem nem entendem, porque os seus olhos são incapazes de ver e os seus corações não conseguem compreender”. Mas ele sabia que não o faziam por mal apenas não tinham a capacidade de entender. Mas mesmo assim se entristeceu e saiu dali, rumando à floresta. Lá achou calma e achou conveniente ali treinar.
Tirando sua bolsa das costas e jogando-a ao chão, começou a pegar tudo o que havia de usar naquele dia. Mas escutou um barulho vindo das árvores, como se alguém se esgueirasse, ele então falou para quem estivesse lá que se revelasse, e assim foi feito.
- E aí, pirralho. Eu nunca te vi por aqui, cê é novo na aldeia, é? – Falou o homem se revelando a ele. Emmanuel logo viu sua bandana de Konoha e ficou feliz em finalmente conhecer um ninja da aldeia.
- Sou sim, me chamo Emmanuel, muito prazer. E qual o seu nome, amigo?
-Amigo? Você acha mesmo que eu sou seu amigo? Aqui ninguém é seu amigo, aqui ninguém liga para você. E é isso que viemos te dizer.
“Viemos”? – Pensou o garoto, que atônito foi atingido pelas costas e derrubado por mais dois garotos, ambos também com bandanas.
Emmanuel não sabia o que estava acontecendo, de onde vinha havia brigas e discussões, mas nunca sem motivo, e nunca eram resolvidas com ataques pelas costas. Aquilo era realmente a selva para ele e não parecia ter escapatória. Logo os garotos o levantaram e ambos segurando-o, permitiam que o outro socasse Emmanuel no estômago.
-O que está acontecendo? Eu fiz alguma coisa? Se fiz peço perdão, mas por favor me digam para que não se repita.
-De onde você veio, em? – Falavam os garotos zombando de Emmanuel, que não entendia o que estava acontecendo, tampouco entendia como alguém conseguia achar violência algo normal e conseguia tirar prazer disso.
O garoto mesmo indefeso e confuso estava num beco sem saída mas ele sabia que nada devia temer, mas não conseguiu conter a fúria. A cada risada, a cada soco a ira tomava mais lugar em seu coração. Mas ele então se lembrou das Escrituras: “irai-vos e não pequeis”. Então ele sabia que não podia reagir àquilo com raiva, então se concentrando muito na missão que trouxera ele ali e nos ensinamentos de seus pais respirou fundo, e se livrou por alguns instantes da raiva que sentia. Logo após isso pisou no pé de um dos garotos que o segurava, abaixando-se, fazendo com que o garoto fizesse o mesmo. O soco que até então era direcionado ao estômago de Emmanuel atingiu a face dele, e Emmanuel segui dando uma cotovelada em sua barriga e empurrando-o para trás, começou a fazer selos com sua mão esquerda, que acabara de soltar.
“Isso parecia fácil quando papai falou, mas parece que estou tentando correr com as pernas amarradas”.
Emmanuel vendo que levaria um pouco mais de tempo, chutou o garoto de estava na sua frente para longe. Mesmo assim parecia que seus sinais demoravam um século para serem feitos. Ele sabia que se continuasse daquele jeito os garotos teriam tempo de se recuperar, mas não tinha escolha, o garoto o qual ainda estava segurando seu braço direito valia por 5 garotos, parecia que ele tinha preso seu braço embaixo de uma rocha enorme. Tendo os dois garotos levantado e correndo em direção dele ele conseguia usar o Kawarimi no Jutsu assim que seus socos o alcançaram.
“Essa foi por pouco, não sei onde eu estava com a cabeça, minha habilidade com selos é horrível. Mas eu também não teria a força física pra fugir deles... bom, mas já que eu estou aqui, agora é uma boa hora pra praticar eu acho”. – pensava Emmanuel atrás de uma árvores a alguns metros dos garotos.
O garoto então começou novamente a fazer selos, e completando-os eis que surge uma pequena nuvem de fumaça, revelando então um clone seu.
“Com certeza são fortes, mas a julgar pelas atitudes não devem ser os mais espertos. Vamos ver se gostam disso...” – pensou ao mandar seu clone na direção a sua diagonal.
Sabendo que os garotos iriam persegui-lo, Emmanuel arquitetou um plano.
“Até onde eu sei garotos ‘fortinhos’ não são muito bons com perseguições. Essa é minha chance”.
Então assim como Emmanuel havia previsto os garotos morderam a isca e correram atrás do seu clone. E da mesma forma, o garoto que valia por 5 ficou para trás, dando a oportunidade para que Emmanuel desse uma rasteira nele enquanto corria e o derrubasse. Logo após isso o amarrando e amordaçando-o. Logo depois disso começou a fazer os selos de outro jutsu, o qual transformou sua aparência deixando-o idêntico ao garoto que havia amarrado.
Logo os garotos retornaram, ao reconhecer que não se passava apenas de um clone mal feito de Emmanuel. Ao chegarem se depararam com o mesmo disfarçado. Que se aproveitando do cansaço dos gennin e de sua distração, cravou a kunai na perna de um e deu um soco no rosto do outro. Após o soco o inimigo caiu no chão e Emmanuel aproveitou para cravar também uma kunai em sua perna. Por sorte nenhuma das kunai causou ferimentos a alguma artéria, mas com certeza depois daquilo e do cansaço que estavam sentindo eles, seriam incapazes de perseguir Emmanuel, que pegando sua bolsa de armas foi para casa.
“Que lugar é esse? Que pessoas são essas? Eu definitivamente não estou na minha aldeia, isso aqui é uma selva e essa gente são animais. E é só o primeiro dia, espero que eu tenha a mesma sorte nas próximas vezes”. – Pensava o garoto com o coração acelerado ao voltar para sua casa.