O Sol havia tombado de seu ponto de repouso no céu já há muito, eram três da madrugada. Agora outro astro jazia acima dos adormecidos, refletindo a luz que recebia sobre toda a vila. Algumas batidas na porta, rítmicas, compassadas. Outras mais.
Com seus vinte e três anos não necessitava mais de tanta horas de sono, mas não deixava de aprecia-las. Acordou num salto, subitamente assustado pelo som que irrompia em seu quarto. Logo percebeu do que se tratava, permitindo-se ao alívio; o coração, entretanto, permanecia em frenesi. Era sabido que o mesmo só voltava a sua atividade normal depois de alguns minutos passados o susto. Em sua ida até a porta se encontrou com o mensageiro, previamente ciente de que somente uma missão de certa importância seria entregue naquele horário. Leu brevemente, gravando em sua mente as informações chave; tecnologia roubada, era tudo que precisava saber. Reuniu seus pertences, colocando a espada à cintura e partiu, utilizando-se das informações que possuía.

Shizuke: Hp: 1075; Ck: 1250; Sta: 0/7; Vício: 0/3.

Considerações:

Arsenal:

O horizonte transformava-se numa perfusão de nuvens e luzes arroxeadas que se atiravam através das lacunas deixadas, roubando do vilarejo a luz antes refletida pelo luar. A noite chegava em sua hora mais escura. Em meio a isto a figura de Flare se lançava contra a escuridão, mergulhando nas sombras que se projetavam sobre a via principal. Uma à esquerda, outra à direita; chegara ao local do desaparecimento. Os oficiais que estavam guardando a porta parecem entender de imediatado o que sua presença significava, apenas lhe dirigindo um aceno com a cabeça enquanto ele adentrava o arsenal, poderia guardar suas perguntas aos mesmos para depois. Deu um peteleco no interruptor, inundando o aposento com o brilho artificial produzido pela lâmpada fixada acima do cômodo. Não se moveu, apenas reteve-se, observando, pensando. Se o relatório da missão estivesse correto apenas uma única pessoa tinha transportado os itens que antes ocupavam a sala; uma pessoa forte? com vários braços? clones? Tudo era possível num mundo como aquele, mas preferia voltar sua mente ás façanhas observáveis. Agachou-se, colocando seu rosto lateralmente contra o piso, rente ao solo; alguém de grande força carregando um objeto para fora certamente curvaria o piso de madeira em cada ponto que seu pé se afundasse no caminho até a saída; um pouco de pó ainda demarcava o contorno do que fora retirado, permitindo a ele ter uma boa ideia do que fora levado — um inventário poderia ajuda-lo também, mas se tal coisa não fora feita até agora duvidava muito da eficiência dos guardas; por fim, lhe restava somente as perguntas que poderia fazer aos guardas: quem tivera acesso ao local, se alguém não aparecera para o expediente, barulhos estranhos. Qualquer coisa lhe serviria como ponto de partida.

Flare: Hp: 1075; Ck: 1350; Sta: 0/7; Vício: 1/3.

Considerações:

Arsenal:

Sentia as partículas vulgarmente denominadas de poeira adentrando suas narinas enquanto mantinha o rosto rente às tábuas de madeira, observando as curvaturas feitas. Todas suas indagações mostraram-se uteis, a exceção das perguntas feitas para os guardas. A inexistente pluralidade de pegadas marcando o piso também lhe serviu como indício, era o trabalho de um único homem. A explosão súbita cujas ondas sonoras alertaram ao tatuado ocorrera distante do quartel, mas fora o suficiente para despertar-lhe do raciocínio introspectivo. Não poderia ser coincidência o desaparecimento das armas e este ato tão repentino; correu até o local.

Flare: Hp: 1075; Ck: 1350; Sta: 0/7; Vício: 2/3.

Considerações:

Arsenal:

Corria em direção ao que sabia ser o perigo iminente; protótipos explosivos haviam desaparecido e então uma explosão se fizera audível por quilômetros de distância, era mais do que coincidência, tinha certeza do que se tratava. No meio do caminho, acendeu um cigarro, inundando seus pulmões com a fumaça quente e refletindo sobre sua sina. A luta que estava prestes a lutar não era sua, porque faze-la? Armas como aquelas eram razão de sofrimento somente, máquinas de guerra, tiradoras de vidas e, por mais que tivesse curiosidade cientifica sobre suas feituras, sabia que em nada serviriam para o progresso da humanidade, pois o uso destas era só um: o de ceifar.
Parou com expressão introspectiva ante o cenário caótico, alguns corpos jaziam à direita de seu olhar e outros à esquerda, apenas um homem estava em pé. Portava um conjunto tecnológico. O desejo de adentrar um embate naquele instante era nulo, para falar a verdade, preferia fugir para onde fosse seguro; de certo modo, foi o que fez.
Quando notou a movimentação inicial de seu adversário, após um breve momento de contemplação do mesmo, lançou contra o solo uma pequena esfera amarronzada, que explodiu em fumaça espessa, bloqueando a visão de ambos. A oportunidade para a fuga se fazia perfeita e tentadora, mas nunca fora muito de lutas e talvez fosse o momento de mudar isto. Deixou em sua posição anterior uma duplicata imóvel, enquanto saltou para um galho de árvore próximo que se manteve incólume no embate anterior.
De cima de seu galho sentia-se um pouco mais confiante, menos passível de desistência e ainda tendo em mãos seu cigarro para confortar os pulmões com o fumo tóxico.
— Ei, Laito-sama, — gritou de seu pedaço de madeira rangente, retirando da memória o nome que lera no relatório da missão; esboçou uma expressão e também um tom amigável enquanto se referia ao criminoso, sabe-se lá porque — esses homens que você derrotou não eram grande coisa. Seus próximos adversários podem não ser tão fracos assim! — os olhos, entretanto, conservavam a severidade embutida nas escleróticas negras preenchidas com tinta e sua fala, logo ao final, tornou-se concisa e serena. Era como se sua personalidade finalmente conseguisse se encaixar no âmbito bélico.

Flare: Hp: 1075; Ck: 1350; Sta: 0/7; Vício: 3/3; Depressão: 3/3.

Considerações:

Arsenal:

Merda, odeio ter de usar isso, refletiu, descendo a mão destra até a cintura e tocando o cabo da lâmina adormecida em sua bainha. Estar num combate ou na iminência de tal era desconfortável o suficiente para ele, necessitava de um fim imediato. Haverá um dia em que não precisaremos mais lutar tão exaustivamente? Não teve tempo de concluir seus devaneios, vindo em sua direção um projétil; ágil como era, levou a destra até a pequena bolsa em sua coxa direita, retirando uma kunai e lançando-a contra a ofensiva que o tinha como alvo. O choque de ambos projeteis aconteceu e uma explosão se propagou pelo ar, causando uma pequena fumaceira imediata, dissipada no mesmo instante pelo vento. Flare estava a salvo da onde de choque liberada na impacto, imóvel sobre seu galho, tragando seu cigarro.
— Porque não se rende? — disse com voz simulando cansaço — Me pouparia um trabalhão.
Olhou ao redor, havendo também se dissipado a nuvem de fumaça causada pela esfera amarronzado que ele mesmo explodira no solo, em busca de seu oponente. Retirou outra arma laminada da bolsa que tinha presa ao corpo e a lançou contra a testa Laito, mas não antes de revestir com seu chakra elétrico.

Flare: Hp: 1075; Ck: 1345; Sta: 0/7; Vício: 0/3; Depressão: 0/3.

Considerações:

Arsenal:

Seus lábios deixaram de se comprimir em torno do cigarro que tinha à boca, liberando-o para se lançar em queda livre na direção do solo abaixo.
Não muito longe deste monótono ato a ofensiva do tatuado encontrava seu fatídico destino, repelida pela arma tecnológica. Agora percebia o valor daqueles itens, apenas não entendia como não foram alocados em alguma localidade secreta ou com proteções exorbitantes; simplesmente não fazia sentido algum como toda essa situação fora criada pela incompetência de alguns, perturbando a paz do vilarejo. A fala deslocou sua atenção a tudo exceto o locutor, a principio imaginando um chamariz, o que acabou se provando pura paranoia. O ataque viria, entretanto, e ele tinha total consciência disto embora temesse ter de sacrificar parte de sua integridade física para seguir apto a luta; não fosse a grande distância entre ambos anteriormente e a história seria outra.
Com o tempo proporcionado pelo falatório Flare descera discretamente uma das mãos ao encontro de sua bolsa de equipamentos, agarrando outra esfera amarronzada, para utiliza-la em seu próximo ato. Neste momento, um infortúnio. Seu algoz se movera com velocidade impressionante, como fora anteriormente, mas agora a perspectiva de proximidade fazia aflorar um pequeno ponto de terror dentro do defensor, ameaçando afetar seu julgamento.
Mudando seus planos, derrubou violentamente a esfera; a discreta e inofensiva explosão provocado por essa ação engoliu a árvore numa nuvem de fumaça, ao passo que seu corpo deslizou para trás num movimento gracioso, colando ao galho em que se encontrava uma tira explosiva, impulsionado por uma técnica básica utilizada para compensar sua velocidade inferior no momento de fuga. Assim que seu adversário fosse engolfado pela fumaça e desferisse os golpes que tivesse em meio contra o vazio, ativaria a tira explosiva, liberando uma explosão suficiente para desacorda-lo e não destruir por completo os protótipos.

Flare: Hp: 1075; Ck: 1340; Sta: 1/7; Vício: 1/3; Depressão: 1/3.

Considerações:

Arsenal:

Depender de técnicas básicas somente colocava-o numa situação onde cada movimento precisava ser feito com cautela, uma vez que seus recursos eram limitados. Tratarei de aprender algumas técnicas, decidiu, ainda em queda livre após sua esquiva. Pousou da maneira mais técnica que pode, aliviando a tensão aplicada sobre seus joelhos. Sua franja dançava de acordo com o ritmo imposto pelo vento, ora ou outra ousando se colocar frente aos olhos, o que era resolvido com um movimento de sua mão, afastando os fios.
A explosão, percebeu, não fora tão grandiosa, frequentemente se esquecia de checar a potência das tiras explosivas que carregava na bolsa presa a sua coxa. Fora um ataque bem sucedido, entretanto, e nesse jogo cada ponto feito aumentava sua vantagem.
Tomava cuidado para não se acostumar àquela situação, nem mesmo de aprecia-la; conflitos, até mesmo os pequenos, eram parte dos problemas que afogavam a humanidade numa era de decadência e caos. Não podia deixar que esse pensamento se perdesse em sua mente.
Seu algoz, percebeu, sofrera consideráveis danos; não era com o mesmo vigor que se movia agora, o que aliviava parcela dos temores cultivados por Flare. As armas por outro lado, não sofreriam de tais diminuições. Alerta, percebeu quando a primeira chama surgiu na extremidade dos equipamentos, colocando seu cérebro no mair estado de atenção enquanto cogitava as mais diversas possibilidades; o dano a vila seria inevitável, logo percebeu, e estando ele mais próximo das residências do que do portão seria tarefa fácil se abrigar. Impulsionou-se o mais rápido que pode, claramente perdendo em velocidade para a explosão que se aproximava, mas a distância criada anteriormente tornava esse fato em algo sem importância; pode estar a salvo dos danos diretos, deixando que as estruturas ultrapassadas absorvessem a energia criada pela explosão.
A destruição seria de sua responsabilidade? Não, a própria Folha criara estes protótipos, caberia à ela arcar com as consequências destes.
Tendo a onda de destruição cessado, voltou à Laito. Vivo ou não, arrastaria seu corpo, juntamente com os itens roubados, de volta ao quartel general.

Flare: Hp: 1075; Ck: 1340; Sta: 2/7; Vício: 2/3; Depressão: 2/3.

Considerações:

Arsenal:

Laito Shima possuía uma corpo pesado, dotado de uma porção de músculos e ainda havia o peso dos protótipos a somar; fora uma caminhada exaustiva, de modo que todo seu corpo latejava. Sobraria tempo para refletir sobre suas ações e tomadas de decisão, certamente vidas se perderam e não podia tomar como pilar o fato de que não produzira ele mesmo tais armas nem que não foram suas mãos a tomar as vidas; homens e mulheres, civis perderam suas vidas naquele dia.
Reportou tudo aos mínimos detalhes para o quartel, como lutara, a utilização das armas, as baixas de ninjas e civis, os danos na vila, a captura do criminoso. Claro, não deixou de expressar sua raiva quanto a criação dos itens, questionando porque não foram direcionados os engenheiros da vila para feituras que melhorariam o bem estar de todos ao invés de máquinas de guerra. Humanos sempre falham em algo, era uma verdade irrefutável para ele.
Após relatar sua missão no quartel, deixou os protótipos no departamento responsável pelos mesmos, acendeu um cigarro, refletiu sobre seus atos, arrependeu-se. Teria dificuldades em dormir naquela noite, mas foi para casa mesmo assim.

Flare: Hp: 1075; Ck: 1340; Sta: 1/7; Vício: 3/3; Depressão: 3/3.

Considerações:

Arsenal: