o primeiro ensinamento de Harumi

Missão de Harumi Kimura| Rank-D |

Os meus passos meramente oscilantes demonstravam um pouco da apreensão que havia dentro de mim por conta do chamado do quartel general de Konohagakure. Atravessando alguma das ruas após eu ter saído do lugar que se reuniam grande parte das forças dentro do nosso vilarejo, eu me concentrava sob um papel com a marca de selo que havia recebido de um dos Shinobis superiores presentes no ambiente. Eu havia sido convocada para a minha primeira missão oficial e todos os meus pensamentos se delineavam sobre o quão importante aquele mesmo documento que estava em minhas mãos seria. Eu carreguei-o sob a palma de minha mão até perceber que estava exponencialmente me permitindo ser vista por qualquer um no epicentro da vila com aquela carta em mãos. Imediatamente eu guardava-o dentro da minha camiseta enquanto eu avançava pelas ruas do centro sem olhar para trás. “Deve ser uma missão importantíssima.. Pois me pediram para vir a essa hora da manhã. Será que terei que cometer um assassinato?” Aos poucos eu fui alcançando a parte mais distante da distância enquanto que abria a carta com uma certa curiosidade, assim que eu me senti segura para abri-la..
Olhava para o papel e após decorrer sobre as linhas dele, demorava para compreender a tarefa que me atribuíram naquela manhã. Para comprimir todas as minhas próprias expectativas que eu esperava receber, minha missão seria ir para a Academia Ninja, um ambiente que eu havia acabado de sair logo após dois anos assíduos de estudos para ser uma das palestrantes de uma das aulas especiais que haviam de tempos em tempos com Gennins. “Mas.. E as missões de assassinato? Ou as de espionagem? Eu ainda não sou uma ninja?” Comecei a pensar enquanto que substancialmente eu tentava compreender os motivos daquela tarefa.. Embora não houvessem como me dar uma justificativa. Talvez simplesmente eu ainda não estava preparada para aquele tipo de missão ainda. Eu guardei o papel aos poucos sob o meu suspensório enquanto que meus passos se encaminharam para a Academia.

Missão – Nível D:

Eu sinceramente não caí sob uma correria para que eu chegasse brevemente sob o imenso prédio que eu havia estudado por um longo tempo da minha vida. No começo eu estava realmente empolgada com a minha entrada dentro da Academia Shinobi, mas eu perdi a empolgação inicial quando me dei conta de que o aprendizado dentro dos âmbitos da instituição ninja eram superficialmente forjados para que apenas tenhamos um conhecimento básico, mas não tático e físico. Não estávamos sendo preparados para o confronto em si, e isso me desanimou por algum tempo depois que eu entrei. Mas ao frequentar cada vez mais as aulas eu pude perceber que os fundamentos que os professores nos encaminhavam serviam principalmente para termos recursos dentro de variadas situações que poderiam ocorrer com um ninja. Sob a placa de “Academia Ninja” meus olhos realçaram-se sob o edifício a minha frente ao ponto que eu conseguia visualizar as já caracterizadas portas vermelhas que eu adentrava todos os dias para ir até ali. Eram tão distintas que eu consequentemente poderia diferencia-las de qualquer portão que compusesse a mesma região daquela parte de Konoha. Ainda haviam poucas crianças próximas presentes ali pois o horário que estavam habituadas a entrar certamente não era o mesmo da qual eu fui convocada através de uma carta para comparecer ao quartel-general e buscar a minha missão com um dos ninjas pertencentes ao lugar. Eles me acordaram quase dentro do alvorecer – e consequentemente aumentaram ainda mais as minhas olheiras – para que eu recebesse uma simples missão de visitar a academia que eu praticamente estudei os dois últimos anos letivos inteiros. Sob a perspectiva da porta lateral que dava acesso ao secretariado da academia eu adentrei sob uma pequena rampa para que conseguisse entrar no lugar. Eram aonde os responsáveis e principalmente os funcionários da instituição se habituavam para que preenchessem o secretariado e pudessem auxiliar os visitantes daquele lugar. Sob um sorriso meio que forçado por conta de uma parcela de sono em si, eu entrei sob a academia com um pesar nos olhos.

– Ohayo. -- Eu mal formulo qualquer tipo de frase logo após ver os antigos funcionários do local sob a perspectiva dos meus olhos ao passo de que era possível visualizar alguns praticando a limpeza e a organização do local. Eram vários rostos conhecidos que eu havia presenciado quase todos os dias quando eu ainda estudava ali. Não que fizesse um tempo demasiadamente longo desde que eu havia conseguido a minha bandana. Jaziam relativamente três a quatro meses desde que eu finalmente havia me formado e por parte estava feliz pela minha formação embora condensasse dentro de mim uma certa saudade de como era a minha rotina dentro dali. Em passos curtos e até um pouco mais tímidos eu me dirigia à menina da secretária que eu desconhecia o rosto dela e julgava tratar-se de uma funcionária nova. – Olá! Meu nome é Harumi Kimura, eu tenho uma pequena apresentação para fazer hoje para os alunos do.. -- Jazia uma leve pausa enquanto eu verificava através do documento o endereçamento da classe que eu estaria apta a fazer aquela demonstração de habilidades. – Aos alunos da Sala 3. -- Preenchia com um sorriso enquanto eu esperava a resposta dela. “Ahh.. Posso ver o seu nome aqui na lista de presenças hoje. Pode ir para a sala! Acho que o professor já está lá.” Ela quase começara a tentar me indicar com o dedo aonde a sala 3 era direcionada, mas eu já sabia e apenas acenei com a cabeça enquanto que eu aos poucos me removi da sala do secretariado rumo a salas menores. Por algum motivo eu estava feliz de visitar aquele local; ver os desenhos em papéis na parede e os nomes dos alunos matriculados sob as folhas (e também suas médias) me causava uma estranha sensação de nostalgia. O corredor das salas se tornou a minha alçada enquanto eu começava a visualizar que muitos dos professores estavam prestes a chegar para o início das aulas. Meus olhos se inclinaram pouco a pouco para os letreiros de identificação de cada uma delas enquanto percorria aquele imenso corredor que me causava variados sentimentos. Incrivelmente já haviam algumas crianças dentro da sala embora o horário de abertura dos portões não estivesse ainda em vigor – mas alguns já eram ansiosos o suficiente para terem aulas sobre jutsus e por isso eu não me surpreendia ao ponto de me deslumbrar - e assim que eu parei sobre a sala 3 eu pude observar meia-dúzia de estudantes conversando entre si e um professor de óculos lendo um livro tranquilamente. Dei dois toques na porta enquanto que fui responsável por quebrar a monotonia que obviamente eles estavam tendo ali. Com um sorriso no rosto porém eu os fitava. – Ooi.. Eu vim para uma palestra com os alunos. -- De fato as minhas palavras soaram tímidas e um pouquinho tremulantes para quem queria transparecer um ar de mudança e de inspiração para os ademais. O professor inevitavelmente se portou mais formalmente enquanto que eu pude sentir os olhares de algumas crianças sobre mim. “Ah, sim.. Eu estava esperando justamente o Gennin daqui! Por favor, acomode-se e sente-se. Quando for a hora de apresentar, eu te chamo.” Ele simplesmente disse enquanto que me ofereceu uma das cadeiras aparentemente vagas numa fileira mais distante ao passo de que eu poderia ver que o sinal da academia estava soando ao longe. Mesmo com a perspectiva da olhadela dos presentes locais eu realçava a minha postura e me encaminhava a passos modorrentos sob uma das cadeiras. Eu estava longe de ter uma autoconfiança que pudesse demonstrar o quão eu havia evoluído as minhas habilidades e me desenvolvido como uma Shinobi. Eu mal ao menos participei de uma missão! Aos poucos eu me assentei sobre a cadeira e comecei a pensar, enquanto que minhas luvas encostavam sob meu rosto. Eu poderia ouvir os passos das crianças indo de encontro sob o piso de madeira que existia na superfície da academia enquanto comecei a repensar. Sobre tudo.

“Eu poderia simplesmente.. Falar a todos eles que a vida de Shinobi não é exatamente como eles contam para nós. Simplesmente dizer as verdades a todos.. E interromper qualquer expectativa boba de que eles possam se aventurar por aí, realizando missões e conhecendo o mundo afora..” Olhava para os lados enquanto que eu poderia perceber que a maioria dos alunos estava se reagrupando e alguns estudantes já atravessavam a mesma porta que eu havia caminhado a poucos minutos atrás. “Não, Harumi.. Nem pense numa ideia como essa. Seu propósito aqui é passar os valores de uma Shinobi. Eu não posso simplesmente ridicularizar o que nós estamos exercendo. Nossa missão é tentar demonstrar aos mais novos os valores morais de um ninja. Seria errado deturpar o meu próprio pensamento.. E não é o que elas esperam ouvir de alguém com uma bandana como a minha.” Aos poucos busquei-a em minha mão enquanto via que mais alunos começavam a chegar e literalmente se juntar aos outros em meio a aquelas imensas fileiras de sala de aula que haviam em todos os compartimentos daquele corredor. Eu olhei para o símbolo de Konohagakure enquanto que eu entrava num diálogo comigo mesma. “O nosso símbolo.. Ele significa muito mais do que uma simples função.” Mais e mais alunos que ficavam na faixa entre os 8-9 anos de idade adentravam a sala e era possível visualizar que muitas das cadeiras ficavam ocupadas ao longo de suas idas. O professor se preparava para iniciar a aula com a vinda destes..

“É com esse intuito que resolvemos chamar uma aluna já formada dentro da nossa academia para que ela possa demonstrar a vocês as virtudes de um Shinobi. Por favor, Harumi.” Eu aos poucos me levantei da cadeira enquanto que múltiplos olhares das crianças afoitas acompanharam os meus passos. Dessa vez sem nenhum esboço de timidez ou receio de estar ali. O piso de madeira se rangeu em cada movimento das minhas pernas até que eu chegasse ao ponto principal da sala, bem em frente a lousa enquanto poderia ver que até mesmo o professor estava me acompanhando com os olhos. Todos eles conseguiam ver a bandana Gennin que existia sob minha mão e que eu estava carregando firmemente sob a minha palma esquerda. Olhei para todos os rostos, bem mais jovens do que eu certamente, recém-integrados ao ambiente da academia e consequentemente poderiam estar bem animados para o começo de sua vida ativa como Shinobi. Eu cerrava os meus punhos enquanto até mesmo poderia visualizar que o professor se voltava para a sua cadeira novamente enquanto eu finalmente estava pronta para dar início. Eu dava dois passos à frente enquanto os encarava com uma certa expressão facial brusca, diferentemente da minha habitual.  

– Vocês nunca vão se tornar Shinobis. -- Busquei um tom de voz mais intenso e grave do que de costume. Analisei e assim que eu proferi aquilo eu pude notar que alguns rostos haviam se tornado consternados e algum princípio de cochichos entre eles começava, enquanto o professor me analisava com uma certa surpresa em sua expressão. Eu olhava para baixo e continuava. – Vocês nunca vão se tornar Shinobis se não se dedicarem todos os dias das suas vidas para que isso aconteça. O mundo afora é perigoso e o campo de batalhas é tão traiçoeiro quanto vocês nem conseguem imaginar. Muito mais do que vocês sequer estarão acostumados a presenciar aqui. -- Olhava para os lados enquanto notava que meus dois punhos estavam cerrados os bastantes para parecer um ar de intimidação e prontamente eu já me encarregava de alterar aquela compostura. – Mas vocês se tornarão Shinobis tão fortes quanto o sensei se vocês lutarem pelo que acreditam. Vocês podem achar que eu esteja falando um monte de bobagens, mas algum dia vocês irão entender que a força de um Shinobi não vem de uma habilidade ou de uma técnica especial. Ela vem daqui. -- Eu punha a mão no meu peito enquanto olhava a todos e analisava suas faces, alguns mais assustados e outros mais atentos. Eu levantei a minha bandana para que todos vissem. – Vocês terão uma dessas para representar o que vocês são para o mundo. Vocês se tornarão Shinobis de Konohagakure e num futuro mais próximo farão parte da força desta vila. Vocês são fortes o bastante para se tornarem o que quiserem, até mesmo o próximo Hokage, se vocês lutarem pelo que acreditam. E quando vocês compreenderem isso.. -- Eu aos poucos me concentrava e realizava um selo manual que fora lido facilmente pelo professor. “Selo do Carneiro!”

Jutsus Usados:

Eu desaparecia aos olhos das crianças e aparecia no epicentro da sala enquanto que percebia as pálpebras consternadas pelo fato do meu desaparecimento ocorrer diante de todos. O professor claramente não se surpreenderia com aquilo. Eu olhava para todos enquanto continuava a falar para cada um deles. – Independente de todas as situações que passarão a ocorrer em suas vidas agora, eu peço a todos que vocês nunca desistam dos seus sonhos. Não importa se vocês não conseguem entender os fundamentos do genjutsu, não ter um corpo adequado ao Taijutsu ou não ter a mesma habilidade que as outras pessoas em Ninjutsu. Vocês vão continuar persistindo e persistindo. Porque vocês nunca aceitarão a derrota. Nem para si mesmos. -- Os olhava enquanto aos poucos abria um sorriso, voltando ao centro da sala com uma expressão um pouco mais aliviada. Meu rosto foi tecendo-se ao encontro do professor e aos demais alunos. – Guardem as minhas palavras. Algum dia todos vocês estarão sob o mais alto dos lugares em Konohagakure. Vocês são fortes o suficiente até mesmo para governar uma aldeia se quiserem no futuro. Basta acreditar em suas próprias forças.. E em tudo que vem de dentro de vocês. -- Alguns abriam demasiados sorrisos e outros uma pontinha de felicidade dentre os seus rostos. Ao passo de que o professor se levantou e pediu para que todos me aplaudissem, embora fosse demasiadamente exagerado aquele tipo de ato. Mas ver que todos haviam gostado das minhas palavras intensificou algo que eu estava guardando dentro de mim. Uma espécie de liderança. Uma espécie de vontade de ir em frente sem pensar nas consequências. Eu aos poucos me virei enquanto agradeci abaixando o corpo em sinal de saudação. Ao passo de que eu aos poucos ouvia os agradecimentos do professor e repetia o mesmo tipo de cumprimento a ele. Aquela missão.. Aquele dever.. Havia me trazido algum tipo de conhecimento, um aprendizado que estava longe de ser em batalha. Eu estava plenamente feliz com o sucesso daquela missão.

Aos poucos, logo depois de passar sob o quartel general e entregar a cartilha da missão de forma que constatava que eu havia participado daquele ato, eu retornava para a casa. Não sem antes de passar num restaurante e provar um saboroso ramen. Estava feliz por ter sido a escolhida para cumprir aquela missão e feliz pelo saldo positivo do dia. Embora não tenha ficado muito tempo dentro do restaurante para evitar que eu engordasse demasiadamente. Eu ainda era uma ninja, afinal de contas.