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A LUZ DAS TREVAS
Arco 02
Ano 27 DG
Inverno
Meses se passaram desde a missão de investigação ao Castelo da Lua, no País do Vento, que culminou na Batalha da Lua Minguante. Soramaru, o cientista responsável pelos experimentos, morreu em combate, assim como outros ninjas do lado da aliança. Após a missão ser bem-sucedida, mas carregando tantas mortes, Karma, o líder da missão, ficou responsável por relatar às nações o máximo de informações sobre a organização por trás dos crimes agora que estava com o selo enfraquecido e com isso ele revelou o verdadeiro nome dela: Bōryokudan. Ainda não tendo como fornecer mais detalhes, pois o selo se manteve, e precisando de mais pistas antes de investir novamente em uma missão, Karma saiu em missão em nome das Quatro Nações para encontrar o paradeiro dos demais membros da organização — e sua primeira desconfiança recaiu sobre Kumo.

O mundo, no entanto, mudou nestes últimos meses. Os Filhos das Nuvens concluíram a missão de extermínio aos antigos ninjas da vila e implementaram um novo sistema político em Kumo ao se proclamarem o Shōgun sobre as ordens não de um pai, mas do Tennō; e assim ela se manteve mais fechada do que nunca. Em Konoha a situação ficou complicada após a morte de Chokorabu ao que parece estar levando a vila ao estado de uma guerra civil envolvendo dois clãs como pivôs. Suna tem visto uma movimentação popular contra a atual liderança da vila após o fracasso em trazer a glória prometida ao país. Já em Kiri a troca de Mizukage e a morte de ninjas importantes desestabilizaram a política interna e externa da vila. E em Iwa cada dia mais a Resistência vai se tornando popular entre os civis que estão cansados demais da fraqueza do poderio militar ninja. Quem está se aproveitando destes pequenos caos parece ser as famílias do submundo, cada vez mais presentes e usando o exílio de inúmeros criminosos para Kayabuki como forma de recrutar um exército cada vez maior.

E distante dos olhares mundanos o líder da Bōryokudan, Gyangu-sama, se incomoda com os passos de Karma.
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SHION
SHION#7417
Shion é o fundador do RPG Akatsuki, tendo ingressado no projeto em 2010. Em 2015, ele se afastou da administração para focar em marketing e finanças, mas retornou em 2019 para reassumir a liderança da equipe, com foco na gestão de staff, criação de eventos e marketing. Em 2023, Shion encerrou sua participação nos arcos, mas continua trabalhando no desenvolvimento de sistemas e no marketing do RPG. Sua frase inspiradora é "Meu objetivo não é agradar os outros, mas fazer o meu trabalho bem feito", refletindo sua abordagem profissional e comprometimento em manter a qualidade do projeto.
Angell
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Angell é jogadora de RPG narrativo desde 2011. Conheceu e se juntou à comunidade do Akatsuki em fevereiro de 2019, e se tornou parte da administração em outubro do mesmo ano. Hoje, é responsável por desenvolver, balancear, adequar e revisar as regras do sistema, equilibrando-as entre a série e o fórum, além de auxiliar na manutenção das demais áreas deste. Fora do Akatsuki, apaixonada por leitura e escrita, apesar de amante da música, é bacharela e licenciada em Letras.
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Oblivion é jogador do NRPGA desde 2019, mas é jogador de RPG a mais de dez anos. Começou como narrador em 2019, passando um período fora e voltando em 2020, onde subiu para Moderador, cargo que permaneceu por mais de um ano, ficando responsável principalmente pela Modificação de Inventários, até se tornar Administrador. Fora do RPG, gosta de futebol, escrever histórias e atualmente busca terminar sua faculdade de Contabilidade.
Wolf
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Wolf é jogador do NRPGA desde fevereiro de 2020, tendo encontrado o fórum por meio de amigos, afastando-se em dezembro do mesmo ano, mas retornando em janeiro de 2022. É jogador de RPG desde 2012, embora seu primeiro fórum tenha sido o Akatsuki. Atua como moderador desde a passagem anterior, se dedicando as funções até se tornar administrador em outubro de 2022. Fora do RPG cursa a faculdade de Direito, quase em sua conclusão, bem como tem grande interesse por futebol, sendo um flamenguista doente.
Mako
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Mako é membro do Naruto RPG Akatsuki desde meados de 2012. Seu interesse por um ambiente de diversão e melhorias ao sistema o levou a ser membro da Staff pouco tempo depois. É o responsável pela criação do sistema em vigor desde 2016, tendo trabalhado na manutenção dele até 2021, quando precisou de uma breve pausa por questões pessoais. Dois anos depois, Mako volta ao Naruto RPG Akatsuki como Game Master, retornando a posição de Desenvolvedor de Sistema. E ainda mantém uma carreira como escritor de ficção e editor de livros fora do RPG, além de ser bacharel em psicologia. Seu maior objetivo como GM é criar um ambiente saudável e um jogo cada vez mais divertido para o público.
Akeido
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Havilliard
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Hayato Amil
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FERVERÁ
Enquanto a água ainda não fervia, Hayato separava o molho de carne de porco, o frasco de shoyu, o pó de kombucha… Na cozinha de um restaurante, a utilidade de um jovem que não sente cheiro ou gosto não é muito extensa. Se a comida estiver cheirando a queimado, ele não vai saber. Se estiver com tempero demais ou de menos, também não. Mesmo assim, os pais de Hayato sempre incentivaram sua presença no restaurante da família. Não havia de ser diferente quando ele já estava na Academia Ninja.

O rapaz era mais útil atendendo os clientes do que na cozinha. Era sempre simpático, mas sabia ler se o freguês estava disposto a jogar conversa fora, ou simplesmente queria focar na comida. Hayato gostava de imaginar que a interação com os clientes era um exercício para sua vida shinobi. Se um dia tivesse que se infiltrar em outra aldeia como serviçal em um restaurante, tudo valeria a pena. Enquanto isso não era possível, ele esperava a água ferver.

Não costuma haver muita novidade na rotina de um restaurante, a não ser um ou outro clientes mais interessantes que costumam aparecer - mas em geral, mesmo a clientela costuma ser sempre a mesma. Assim como o ambiente... E o barulho de cozinha... E os pratos que eles serviam. O que contenta Hayato é saber que em um futuro próximo ele será um ninja. Claro que suas aulas também são sempre no mesmo ambiente, mas isso não o incomoda, elas são só uma preparação pra uma vivencia cheia de emoções. Não há cardápio na vida de um ninja.


Hayato está muito contente com seu desenvolvimento na Academia. Sua resistência e táticas ninja são acima da média dos seus colegas. Seu taijutsu e ninjutsu ainda precisam de bastante treino, mas estão bem encaminhados. O grande problema é genjutsu. O conceito de afetar a mente de alguém a partir do seu chakra parece muito confuso. Nesse sentido sua habilidade ninja até lembra sua habilidade como funcionário de restaurante: se ninjutsu e taijutsu são como atender clientes, genjutsu é como cozinhar. 


Bom, chega de perder tempo. A água finalmente está fervendo.



Considerações:

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FERVENDO
Enquanto a água ainda não fervia, Hayato fatiava o kamaboko, separava o molho de carne de porco, o macarrão, o frasco de shoyu, o pó de kombucha… Ele conhece o preparo da receita, mas sua função organizando os pratos acaba por aí - seus pais preferem que ele não se responsabilize por nenhuma refeição, só ajude no que for possível. Hayato não os julga. Na cozinha de um restaurante, a utilidade de um jovem que não sente cheiros ou gostos não é muito extensa. Se a comida estiver com tempero demais ou de menos, ele não vai saber. Se estiver cheirando a queimado, também não. Mesmo assim, os pais de Hayato sempre incentivaram sua presença no restaurante da família, para ajudá-lo a desenvolver responsabilidade. Não havia de ser diferente quando ele já estava na Academia Ninja.


O rapaz era mais útil atendendo os clientes do que na cozinha. Era sempre simpático, mas no decorrer do tempo aprendeu a ler se o freguês estava disposto a jogar conversa fora, ou se simplesmente queria focar na comida. Hayato gostava de imaginar que a interação com os clientes era um exercício para sua vida shinobi. Se um dia tivesse que se infiltrar em outra aldeia como serviçal em um restaurante, tudo valeria a pena. Enquanto isso não era possível, ele esperava a água ferver.


Nascer em uma vila oculta de tradições shinobi, mas em uma família sem ninjas, é uma experiência estranha. Há sempre algo emocionante acontecendo: batalhas, explosões, estrondos. Mas não fazendo parte de um ambiente familiar de cultura ninja, você só sabe que essas coisas de fato aconteceram por ouvir alguém de alguém - e normalmente esse alguém também só conhece a história porque ouviu falar de um terceiro. Às vezes as histórias eram tão absurdas que nem pareciam reais. Provavelmente fosse diferente pra quem tinha ninjas entre seus familiares e escutava as histórias direto da fonte.


Claro que os pais de Hayato são ótimos - ele jamais diria nada que desse a entender o contrário -, mas não há nada que o jovem tema mais do que viver a vida que eles viveram. Cuidar de um restaurante não rende emoções e, para o rapaz, viver sem emoções é assustadoramente próximo de não viver. Ele era refém de sua personalidade curiosa, que o obrigava sempre a ir atrás de novidades e surpresas.


Não costuma haver muita novidade na rotina de um restaurante. A não ser um ou outro cliente mais interessante que frequentavam o local, em geral até a clientela costuma ser sempre a mesma. Assim como o ambiente... E o barulho de cozinha... E os pratos que eles serviam. O que contenta Hayato é saber que em um futuro próximo ele será um ninja. Claro que suas aulas também são sempre no mesmo ambiente, mas isso não o incomoda, elas são só uma preparação pra uma vivência cheia de emoções. Não há cardápio na vida de um ninja.


A vontade de ser um shinobi se apresentou quando Hayato ainda era bem jovem, mas seus pais demoraram muito tempo para aceitar seu desejo. Na época ele lembra de ter perguntado para seu pai por que ele não foi ninja. Eles também estavam no restaurante nessa situação, portanto seu pai estava ocupado cortando legumes e não pôde dar tanta atenção para o filho. A resposta foi algo como “porque eu sou cozinheiro”, de forma resoluta. “Meu pai era cozinheiro e foi isso que ele me ensinou”. Isso sempre ficou na cabeça do jovem, mas só depois de crescer um pouco ele conseguiu entender que o receio que seu pai tinha em não passar sua profissão adiante era porque ele entendia isso como um fracasso de paternidade - afinal, na realidade em que ele foi criado, o maior tesouro que seus filhos podiam herdar era sua ocupação e seus respectivos saberes. Essa ao menos era a interpretação que Hayato absorvia do subtexto das falas de seu pai. O garoto ficava curioso se o próprio pai se dava conta que isso era o que acabava dizendo, mesmo que só a partir do que ele deixava de dizer claramente.


Enquanto Hayato esperava a água ferver, seu pai estava servindo os clientes e sua mãe estava fora, repondo o estoque de temperos do restaurante. Alguns clientes costumavam perguntar qual era o segredo do lamen que eles faziam. O rapaz não sabia ao certo, mas pelo que ouvia seus pais falando pareciam ser justamente os temperos. Quando acabava o conteúdo de qualquer um dos frascos na cozinha havia uma tensão iminente. Os pais de Hayato ficavam preocupadíssimos que a falta de determinado ingrediente fosse gerar uma bola de neve que resultaria com o restaurante tendo de ser fechado porque ninguém mais gostava da comida de lá. Os pais tinham medo que o tempero acabasse, o filho tinha medo de ter de se preocupar com temperos.


Mas agora ele já estava na Academia e seu caminho ninja estava começando. Hayato está muito contente com seu desenvolvimento recente. A Academia é muito diferente do que ele pensava. Ele achava que seria tudo muito mais duro e sério, mas responsáveis por ensinar os futuros ninjas entendem que de qualquer forma as crianças devem ser tratadas como crianças. O cenário rígido que Hayato projetou em sua cabeça tinha como consequência um futuro brilhante como ninja, mas no fim das contas ele ficou satisfeito com a abordagem mais lúdica da Academia.


Estudar técnicas ninjas foi importante para que Hayato entendesse seus pontos fortes e fracos, para finalmente conseguir ter um vislumbre mais concreto de seu futuro shinobi. Sua resistência e táticas de batalha são acima da média dos seus colegas. Seu taijutsu e ninjutsu ainda precisam de bastante treino, mas estão bem encaminhados. O grande problema é o genjutsu. O conceito de afetar a mente de alguém a partir do seu chakra parece muito confuso. Nesse sentido sua habilidade ninja até lembra sua habilidade como funcionário de restaurante: se ninjutsu e taijutsu são como atender clientes, genjutsu é como cozinhar.


Bom, chega de perder tempo. A água finalmente está fervendo.





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INSÔNIA
Cada escolha uma renuncia: isso é a vida shinobi. Hayato vinha frequentemente perdendo noites de sono pensando sobre o caminho que viria a traçar no restante da sua trajetória ninja. Tornar-se chunin já era uma possibilidade que ele podia ver se aproximando no horizonte, agora que já tinha cumprido boa parte de seus requisitos para ser promovido. Estava satisfeito, subir de rank significava que sua autonomia em relação a missões aumentaria e, consequentemente, conseguiria se tornar mais forte à medida que os desafios fossem dificultando. Mas ele sabia que no momento ainda não tinha poder suficiente para que equipara-se com um chunin, de forma alguma.


Recentemente seu horizonte se expandiu quando conheceu um ninja com habilidades que nunca havia presenciado antes, no caso kanchi e chakra kyuin. Enquanto a primeira era capaz de localizar o chakra de ninjas em localidades próximas, a segunda se tratava de absorver o chakra alheio. A própria habilidade era uma boa metáfora do mundo ninja - não era só o chakra kyuin que tirava a força de alguém para fortalecer a si mesmo, muitos shinobis pareciam viver baseados em passar por cima do cadáver dos mais fracos.


Há poderes no mundo ninja que necessitam de um longo esforço mental e físico para serem dominados, o que por sua vez leva tempo e talento. Hayato havia entendido isso há pouco. No fim das contas não era possível ser muito ganancioso e ir atrás de vários desses poderes ao mesmo tempo, afinal de contas, era bem possível que mesmo se não mantivesse o foco, acabasse não conseguindo nenhum.


Essas preocupações eram novidade para Hayato. O rapaz sempre foi tranquilo e autoestima raramente era um problema para ele - não que faltasse modéstia, é que seu fluxo de pensamento simplesmente não costumava dar espaço para questões irrelevantes como essa. Mas mesmo assim, agora que havia entrado de cabeça no mundo shinobi, volta e meia Hayato se pegava pensando se ser ninja era a decisão certa pra tomar em sua vida ou se ele só havia tomado aquela decisão para contrariar os pais. Se questionava se eventualmente ele se arrependeria e partiria em definitivo para o universo da culinária. Afinal se ele tinha um teto o cobrindo enquanto divagava sobre a vida, evitando o sono, era por conta do esforço de seus pais como cozinheiros.


Essa dúvida sobre sua escolha se apresentava de diferentes formas e normalmente surgia justamente quando ele pensava que caminho tomaria para se tornar mais forte. O maior problema do rapaz talvez fosse pensar demais. Quando engatava em um pensamento negativo, esse levava a outro, e depois a outro e assim por diante. Claro, normalmente tratavam-se só de períodos curtos e pontuais, onde ele saia do seu padrão de bom humor. Hayato era, no fim das contas, muito despreocupado. Quando sua família é toda muito nervosa, ou você seu temperamento se torna um reflexo do deles, ou você é obrigado a assumir a função de apaziguador, sendo o mais calmo da casa. Pelo menos era isso que Hayato acreditava, mas talvez seja possível ter essas duas facetas em momentos diferentes. Recentemente os períodos curtos de pensamentos negativos de Hayato estavam bem longos.


Um  lampejo de reflexão antes de dormir era o suficiente para que o sono do rapaz fosse embora e ele se perdesse em sua própria cabeça. “Quantos shinobis houveram antes de mim? Quantos deles em Kumo? Será que muitos morreram antes de se tornarem chunin?”. Questões que não levavam a lugar algum, mas pareciam importantes em alguma medida.


Hayato tinha objetivos muito ambiciosos, ele só não tinha certeza absoluta de que objetivos eram esses. Tornar-se um grande ninja e receber conhecimento eram parte deles, mas mesmo que fossem os objetivos finais, eram só um fragmento do objetivo em si - o momento mais importante do percurso não é a chegada e sim o próprio percurso. O caminho que havia de percorrer ainda não era claro.


A possibilidade de morrer é uma das principais pautas que vem o mantendo acordado - não há como acessar o subconsciente e confirmar a teoria, mas provavelmente a vontade de ficar mais forte vinha justamente desse receio. A vida de um ninja costuma ser muito perigosa e nada mais natural que morrer em serviço. Ele reparava que em sua volta, muitos dos companheiros shinobi já haviam vestido a bandana sabendo que eventualmente morreriam naquela vida, mas pra Hayato isso demorou pra ser uma preocupação. Era óbvio que ele morreria eventualmente, mas pra ele não fazia sentido pensar em morte a essa altura. Comparados com o rapaz, seus pais já eram bem velhos e ainda estavam saudáveis, então era um exercício quase subconsciente prever que ele também viveria por volta daquela idade. Mas mesmo que eles tivessem um restaurante no centro de Kumo, uma região perigosa no caso de invasões, seus pais não eram ninjas e suas vidas não tinham a mesma imprevisibilidade que a do filho.


Havia um sonho que Hayato tinha repetidas vezes, em diferentes noites. Ele sonhava que estava em uma floresta deserta realizando uma missão secreta de rank muito elevado. Na floresta havia uma trilha e no fim dela uma cabana. Quando Hayato entrava lá, seus pais estavam na cabana, apreensivos. Quando eles reparavam a presença de Hayato, se assustavam e fugiam pela porta dos fundos. O shinobi ficava perplexo por um momento, mas depois sua mão buscava sua bolsa de equipamentos, visando sacar duas kunais… Mas a bolsa não estava lá. Então Hayato acordava. Ele não parava muito para pensar se era um pesadelo ou não - tinha medo de parar pra pensar no sonho e identificar algum significado subconsciente. O único questionamento que ele tinha era se era ele mesmo no sonho. Não havia nenhum espelho na cabana, então o rapaz não tinha como saber se ele estava vivendo em sua própria pele ou se era outra pessoa.


Eventualmente essa insônia que o acometeu em algumas noites pareceu simplesmente sumir. Ele vinha compreendendo de onde vinham seus questionamentos, que ao decorrer do tempo iam se transformando em ideologias e visão de mundo, ao passo que encontrava algumas respostas que o satisfaziam. É muito mais difícil perder o sono quando se faz as pazes com sua consciência.




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HANA
“Quando Hana começou sua missão, ainda era outono, mas agora os ventos frios do grave inverno que acabara de chegar faziam suas mãos gelarem. Era a única parte do seu corpo que estava desprotegida, pois sua armadura ninja protegia seu corpo inteiro, enquanto sua máscara ANBU protegia seu rosto. Sua missão de perseguição à um nukenin de seu vilareijo, Kumo, agora já durava quase duas semanas. Nesse período ela pouco dormiu e não tirou a máscara em nenhuma circunstância. Ela já não lembrava ao certo o formato do rosto atrás da máscara”. As palavras marcavam o papel com tinta fresca. Hayato lia e relia o capítulo, pensando se era um começo bom o suficiente. Há algum tempo ele já pensava em uma história de ficção que queria escrever em seu tempo livre e finalmente decidiu começar a bota-la no papel.


A protagonista de sua história nada mais era que um reflexo do herói destemido que ele pretendia se tornar. Por enquanto, como ninja, ele ainda estava fazendo missões pouco desafiadoras, mas como escritor poderia seguir caminhos mais ousados. Sua protagonista era uma ANBU e por mais que Hayato não tenha mais informações sobre o grupo do que o que aprendeu na Academia, ele sempre os admirou de longe - a princípio porque as máscaras pareciam legais e, posteriormente, porque entendeu a responsabilidade.


Até o nome de sua protagonista era próximo do seu: Hana. Decidiu escolher uma mulher como heroína porque seria mais desafiador pensar como o sexo oposto, criativamente falando. Por enquanto a única semelhança real que os dois tinham era que ambos eram ninjas de Kumo - nem passou pela cabeça de Hayato escrever Hana como ANBU de outro vilarejo, a ideia de escrever algo sobre sua terra natal era intuitiva demais.


“Hana fora avisada que sua missão seria enfrentar um perigo duplo. Seu único adversário não era o nukenin de Kumo, mas também a própria vila de Konoha, que o capturou”. Hayato não tinha certeza como retrataria Konoha. Sabia pouco de lá, além de que eles esculpiam os rostos dos kages em pedra. Ele nunca tinha ido até o vilarejo - na verdade, a única vila oculta shinobi que ele conhecia era a sua própria, Kumo. Seria melhor escolher outra localidade? Provavelmente não adiantaria nada, ele também não saberia falar de outras vilas e não faria sentido narrativo ele estar em Kumo. Cogitou inventar um vilarejo, mas desistiu logo da ideia. As culturas do mundo shinobi eram específicas demais e seria difícil criar uma do zero. Decidiu manter Konoha.


“A ANBU deveria passar pelas barreiras inimigas sem ser detectada, matar o nukenin de Kumo e selar o corpo dele, para trazê-lo de volta intacto. O raikage havia decidido que um shinobi da ANBU, a elite ninja de sua aldeia, deveria ser o encarregado da missão. Hana não era a escolha mais óbvia para tal circunstância. Ela não era a melhor lutadora e nem a mais silenciosa em vigilâncias - por mais que fosse talentosa em ambas as coisas, outros ANBU a superavam com folga. Mas Hana era a única ninja possível para aquela missão. Era absolutamente essencial que o corpo do nukenin fosse trazido de volta em segurança. Não foi explicado a Hana o porquê, mas foi explicado a ela que era essa a razão de que só a kunoichi seria capaz de ir: ela era a mais capacitada em técnicas de selamento. Um dos motivos pelo qual foi cooptada para a ANBU, era justamente por ela ter demonstrado que conseguia selar um corpo morto em um pergaminho. Para Hana essa era uma boa razão, mas não era o motivo real pelo qual seus superiores a escolheram”.


Quanto mais escrevia, mais a história vinha fácil para Hayato. Ele sabia a narrativa que queria contar e sabia até onde ela deveria ir, mas ainda estava inseguro sobre o motivo dele estar contando aquela história. Não gostava de pensar que realmente era só uma projeção do seu ego ali. O conto deveria ter algum tema, alguma mensagem, pro caso de ressoar com os outros que forem ler. Aliás, pra quem ele iria mostrar? Não tinha certeza de como se publica um livro, então nem pensava muito nessa possibilidade. A escrita era só um hobby, uma vazão criativa. Mas ele queria ter a aprovação de alguém mesmo assim. Mostraria para alguém próximo e pediria sua opinião. Talvez seu pai… Mas ele não é muito de ler, sua mãe provavelmente seria uma leitora melhor. O problema de sua mãe é que ela provavelmente não leria com uma perspectiva crítica e não o daria uma resposta honesta, estaria ocupada demais ficando orgulhosa de seu filho pra isso. Era melhor nem mostrar pra eles. Provavelmente os pais de Hayato o tentariam fazer desistir de ser ninja para tornar-se escritor em tempo integral.


Depois de algum tempo vagando em sua mente, Hayato se deu conta que era melhor terminar de escrever, antes de pensar o que faria com a história finalizada. “Algo da missão já estava incomodando Hana há algum tempo. A etapa de passar das defesas de Konoha estava sendo difícil, mas fazia sentido. O nukenin era perigoso demais e tinha um poder destrutivo absurdo, não havia como Hana lutar só para fazê-lo desmaiar sem chamar a atenção de toda a vila, então fazia sentido matar o ninja. Ela também entendia a parte do selamento e que ele deveria ser enviado por um falcão que ela invocaria, ‘porque ele seria capaz de escapar com a mensagem’, segundo o Raikage. Era isso que a incomodava. A questão não é que seu falcão escaparia mais facilmente com a mensagem, mas sim que o falcão escaparia com a mensagem. Ela acreditava que aquela era uma missão suicida e que seus superiores não contavam com que ela voltasse. Hana sempre foi muito boa em seguir ordens, mas felizmente esse aspecto da missão ficou em aberto. Se a ordem não era explícita que ela deveria se sacrificar pela missão, Hana encontraria um jeito de escapar com vida”. Hayato gostava do suspense. Um bom final de capítulo fazia o leitor ficar ansioso para começar o próximo imediatamente e ele próprio, como o autor, sentia essa mesma ansiedade de saber o que vai acontecer. Mas ele deixava a tinta secar enquanto partia para outros afazeres. Hayato sabe que a sua vida ninja merece mais atenção do que a de Hana, porque ela é real.




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[FILLER] Hayato Amil Original
Rocky
Ficha de Personagem : https://www.narutorpgakatsuki.net/t65854-ivar#480928
Hayato Amil
Genin
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SEQUÊNCIA
É difícil continuar sentado na mesma cadeira desconfortável durante um longo período de tempo e não sentir dor nas costas. Hayato havia decidido há algum tempo escrever uma ideia de história que lhe acometia volta e meia, quando suas missões terminavam e ele refletia sobre o que havia ocorrido. Como resultado de suas divagações, ele estava articulando a história de Hana, uma anbu de Kumo, que estava em uma missão praticamente suicida em Konoha, onde devia matar um nukenin de seu vilarejo, selar o corpo do renegado, o enviar de volta para Kumo com sua kuchiyose e, na teoria, tentar escapar, coisa que na prática seus superiores não esperavam que fosse acontecer, por isso os tons kamikaze. Enquanto Hana tinha seus problemas a serem resolvidos nas folhas de pergaminho, Hayato também tinha alguns na vida real - e no momento eles não envolviam nenhuma questão ninja. Saas costas exigiam silenciosamente: o rapaz precisava de uma cadeira nova. Caminhou boa parte da tarde pelo centro de Kumo em seu dia de folga, comprando tinta, papéis e entrando em algumas lojas de móveis.


Era a primeira vez que Hayato se dava conta de estar sem seus pais no centro da vila para comprar itens que não fossem corriqueiros. Ele costumava comer fora, comprar alguns objetos ninjas ou mesmo suprimentos para o restaurante de seus pais, mas por alguma razão comprar uma cadeira se parecia um objetivo mais adulto. Era graças a seu salário ninja que agora o rapaz poderia se preocupar com questões como essa e ele se divertia com este pensamento. Imaginava quando chegaria o momento em que seria um ninja de tão alto escalão, que teria a liberdade de comprar tudo o que quisesse para sua casa - ou até mesmo comprar outra casa. Ele ia além, imaginava que se chegasse a tornar-se um herói ninja de Kumo, algumas coisas ele não precisaria nem comprar. Receberia de graça, como reconhecimento pelos seus serviços para o seu povo e seu vilarejo.


Contrariando sua realidade, colocaria nas páginas aquela vida de heroísmo. O restante de sua tarde foi gasto na sua casa, escrevendo um novo capítulo da história que havia começado. O capítulo que abria a narrativa terminava com o gancho da personagem se dando conta que ela foi escolhida para aquela missão por ser uma shinobi descartável em sua vila. No princípio da narrativa, ela estava tentando invadir Konoha para chegar até o nukenin, mas a missão já durava duas semanas àquela altura. “Não bastasse a missão de cunho suicida que atordoa a mente de Hana, seu corpo também estava começando a ficar exausto. Para se infiltrar em Konoha era preciso lidar primeiro com as barreiras naturais dadas pela mata que circundava a vila e depois com as barreiras impostas através de artes ninjas. Fossem apenas esses problemas, a missão já estaria realizada, mas aparentemente havia alguém em seu encalço. Hana achava que algum traidor de Kumo havia avisado a Vila da Folha sobre a missão, pois a partir do quarto dia de missão - depois de 3 dias a caminho de Konoha -, ela conseguiu, a partir de sua habilidade de kanchi, sentir um chakra aparecendo em suas proximidades diversas vezes. De pronto, a ANBU sumia em poucos segundos, mas dentro de no máximo algumas horas, voltaria a sentir o chakra em seu entorno. Evitar tanto seu perseguidor, quanto as defesas de Konoha, foi custoso. Ela preferia evitar um combate direto, mas não tinha certeza se a missão ainda era viável, porque partindo do pressuposto que Konoha realmente tinha sido avisada de sua missão, ela não seria capaz de entrar furtivamente na aldeia. Mas ainda lhe restavam algumas dúvidas se o cenário realmente era esse. Por que motivo seu perseguidor não havia chamado reforços, estando sua aldeia logo ali?”.


Hayato leu e releu o parágrafo algumas vezes, porque estava preocupado se estava conseguindo manter o estilo de escrita consistente e um ritmo interessante para os futuros leitores, caso a história viesse de fato a ser compartilhada com alguém - afinal ele era um ninja, não um escritor. No fim das coisas ele aceitou a maneira que estava e decidiu prosseguir com a história. Preferia escrever tudo até o final e depois reescrever o que não tivesse dado errado do que ficar travado pra sempre no mesmo trecho, enquanto trabalhava para deixar alguns parágrafos perfeitos.


“Fossem apenas essa questão como entrave para Hana, a missão já estaria difícil o suficiente, mas havia mais. Ela também estava tendo dificuldades de achar onde o nukenin de Kumo estava localizado. A princípio ela imaginou que os ninjas de konoha o estavam movendo constantemente para lugares diferentes, o que parecia absolutamente justificável partindo da premissa que sua missão havia sido revelada. Mas Hana viria a descobrir mais tarde naquele dia que o cenário não era esse, havia um ninja com poder de supressão de chakra que acabava dificultando o processo de rastreamento do nukenin de Kumo.


Haviam passado quase dois dias sem o chakra do perseguidor de Hana aparecer próximo dela. Ela estava nos arredores de onde havia sentido o nukenin de Kumo pela última vez. Agora, sem a interferência de ser obrigada a fugir, ela assimilava com mais clareza que o nukenin não aparecia sempre em lugares diferentes. Ele era sim movido, mas apenas de um ponto A, para um ponto B e, após algumas horas, de volta para o ponto A. Hana pensava que era sim possível que ele fosse transportado para outros locais, já que o chakra do nukenin sumia durante longos períodos do dia. Estava absorta demais no seu alvo para lembrar que ela própria era alvo de alguém. Ela ficou surpresa quando sentiu o chakra de seu perseguidor novamente. Ficou surpresa quando percebeu que ele estava próximo demais para ela conseguir fugir. E ficou ainda mais surpresa ao ver a bandana daquele que a perseguia. Era um símbolo riscado de Kumo”.


Agora que havia colocado no papel mais uma parte da história que queria elaborar, sentia um grande alívio em suas costas, como se a cada palavra acrescentada à narrativa, fosse retirado um pouco de um peso invisível em seus ombros… Ou talvez esse alívio fosse só o efeito do conforto de sua cadeira nova.




Considerações:

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Ficha / M.F / Banco
Hayato Amil
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Shugonin Jūnishi
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Aprovado, +200 status.

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