Depois de algum tempo vadiando pela casa, me dei conta de que só conseguiria uma graduação maior, se fizesse também algumas missões de nível mais baixo. "Você precisa fazer algumas missões de ranque D", foi o que me disseram. Então, curiosa e interessada em saber como elas seriam, fui até o escritório de missões e requisitei algumas.

Minha primeira missão era ir até alguma fazenda remota nos arredores da vila, defender a plantação de alguns animais que estavam querendo arrumar confusão. Arrumei minhas coisas e parti, deixando um bilhete para Freyja, onde quer que ela estivesse. Pronta para uma verdadeira viagem, parti em direção a essa fazenda, seguindo um mapa que acompanhava o pergaminho.

Após algumas horas de caminhada, conseguia ver ao longe os cilos e as grandes construções de madeira. Estava perto da fazenda e já conseguia ver as pegadas fortemente marcadas e grandes de animais pela região. Me aproximei da plantação, dando de cara com um imenso urso, parado sobre um monte de uvas, degustando-as como um verdadeiro soberano de tempos antigos. Tossi, chamando a atenção da criatura irracional. Seus olhos despertaram em pura fúria ao se encontrar com os meus. Ele estava estressado por ter interrompido sua refeição, mas eu estava ainda mais estressada pelo estrago que aquela besta havia causado no terreno de pobres fazendeiros.

Ele investiu em minha direção, sem qualquer raciocínio. Com a destra, dei um tapa em seu focinho, que o fez parar na hora. —— Urso mal! —— Gritei, castigando-o com outro tapa que o fez se afastar alguns passos. —— Vai embora daqui, seu ridículo. E não volte mais! —— Esbravejei, correndo alguns passos em sua direção, com a palma levantada e pronta para golpeá-lo nas nádegas. O urso idiota se foi, tomado pelo medo, indo além de onde as marcas de pegadas se encontravam antes, seguindo até sabe-se lá aonde seria visto novamente.


Havia retornado ao escritório de missões, para retirar mais uma missão. Desta vez, deveria auxiliar nas defesas de um acampamento médico. Não deveria ser tão difícil, mas então me disseram a respeito dos ninjas renegados que circulam a região, que poderiam possivelmente aparecer durante as rondas. Pensei no perigo iminente, mas não me preocupei tanto, tinha fé que quem quer que aparecesse, eu seria capaz de enfrentá-lo ou pelo menos seria capaz de fugir se a situação se agravasse.

Fui imediatamente até o acampamento, cumprimentando a todos e me apresentando. —— Meu nome é Makoto, estou aqui para ajudá-los. —— E segui para os arredores do acampamento, mantendo-me alerta a tudo. Fiquei oculta por entre a folhagem das árvores, apenas analisando toda minha volta e buscando qualquer coisa fora do lugar. Depois de alguns minutos, isso ficou realmente chato e eu já havia perdido as esperanças que qualquer coisa fora do comum fosse acontecer.

Algumas horas haviam se passado, meus olhos já estavam começando a pesar e o sono estava realmente vencendo a luta, até que uma sombra se moveu rapidamente em ziguezague por entre os arbustos. Era algo muito rápido para ser um animal, então decidi investigar. Saltei da folhagem, caindo em um outro arbusto e então me esgueirei até o arbusto que havia visto a sombra entrar. Lá, dei de cara com um senhor de idade avançada, com seus cabelos grisalhos e alguns dentes lhe faltavam. Ele se surpreendeu, tropeçando em um galho e caindo com a cabeça no chão e desmaiando. Ele não tinha lá jeito de ser um cara malvado, então o levei até o acampamento, amarrando-o a uma cadeira resistente.

Assim que ele recobrou sua consciência, comecei a interrogá-lo. Lhe perguntei seu nome e de onde vinha e ele me disse ser um velho renegado do país da grama, mas que ele só buscava um jeito de curar sua dor nas costas. Estava oficialmente decepcionada, mas aliviada. Os médicos se comoveram com o senhor e lhe entregaram uma pomada para solucionar seu problema. O senhor se foi e algumas horas depois, eu também.

Depois de um longo descanso, já havia recebido mais duas missões para imediatamente. Tomei um café e me vesti com meus trajes habituais, deveria sair em busca de um aluno desaparecido da academia, aproveitando para passar por lá e mostrar aos alunos o que os aguarda quando se formarem como genins. Estava um tanto animada e ansiosa para a segunda parte, já que é uma enorme responsabilidade, mas talvez eu não fosse a melhor indicada para assumir essa tarefa, já que não progredi muito desde o começo de meu treinamento.

Sai pela porta de casa, me dirigindo imediatamente para os arredores da vila. Tinha de averiguar se o garoto não havia se perdido pela mata, o que provavelmente acabaria se relevando a verdade, mas não podia cantar vitória ainda. Me apresentei no portão, explicando o propósito de deixar a vila, sendo liberada em seguida. O garoto não podia ter ido muito longe, com certeza. Esperava encontrá-lo rapidamente pelos lados do portão, mas então me deixei levar pela busca e quando retomei a noção, estava perdida também. —— Ótimo. —— Reclamei, decepcionada comigo mesma. —— Se eu fosse um estudante da Academia, para onde eu iria? —— Me perguntei, sendo então surpreendida por um grito agudo vindo das redondezas. —— Uma mulher? —— Me perguntei, partindo ao seu encontro.

Alguns passos e pronto, havia encontrado a origem do som. Era o garoto procurado, fugindo de uma aranha gigante. —— Mas o que é isso? —— Me perguntei, me juntando do garoto em uma fuga. A aranha era talvez do mesmo tamanho de meu quarto, se não maior. —— Você provocou ela, não foi? —— O questionei, recebendo apenas um aceno de sua cabeça e uma careta que indicava que ele iria chorar. —— Bom, tanto faz. —— Peguei ele em meus braços e pulei em uma árvore, fugindo para os galhos das árvores, para despistar a aranha perseguidora. Quando me dei conta, já estava novamente no portão da vila, a salvo e com o garoto ileso, felizmente.

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Os guardas do portão pareciam confusos com a enorme quantidade de folhas em meu cabelo, mas me poupei de explicar-lhes, partindo rapidamente até a academia. Alguns prédios foram sendo passados e a distância se encurtava, até que depois de caminhar por quase uma hora, cheguei até o edifício com o garoto. —— Muito bem, vamos procurar seu professor. —— Afaguei o cabelo do garoto, que provavelmente havia adquirido um trauma para toda a vida. Ele se desfez em lágrimas assim que seu mestre chegou, agarrando-o e lhe pedindo infinitas desculpas. Pelo que pude ouvir, ele estava querendo treinar para se tornar um ninja incrível no futuro, mas acabou se perdendo. Até pensei em criticá-lo por se perder, mas foi exatamente o mesmo que aconteceu comigo, então decidi me manter calada.

O homem com uma rápida olhada para mim percebeu que estava ali a pedido da missão, para demonstrar as crianças minhas habilidades, me pedindo que o acompanhasse. Pela sala de aula, vaguei até ao lado do professor, que explicou que esta seria uma aula diferente, chamando todos até o campo de treino, onde teria mais espaço para demonstração.

Lá, com espaço de sobra para todos os lados e olhares curiosos e confusos em minha direção, não fazia ideia do que fazer para impressioná-las. Mostrar minhas habilidades inatas provavelmente não seria o mais indicado, já que elas jamais seriam capaz de adquiri-las normalmente, então só restava uma opção. —— Certo. Vou mostrar a vocês algumas técnicas de trovão. —— E elas se animaram, com seus olhos iluminados, mostrando até suas almas excitadas por esse momento. —— Hebimikazuchi —— Estendi a destra na direção das crianças, criando uma corrente elétrica em forma ofídia, que se agitou incessantemente, até sumir antes de se aproximar demais dos estudantes. Todos aplaudiram, animados até demais com o que viram. O sensei aplaudiu também, começando então a explicar aos alunos o que acabaram de testemunhar, explicando-os sobre a liberação de naturezas de chakra e tudo mais. Enquanto explicava, fez um gesto para trás, em minha direção, informando que meu trabalho estava feito e que já podia ir embora, então o fiz. Mas antes, me aproximei dos alunos e me despedi. —— Tchau, tchau, crianças. Meu nome é Makoto, caso queiram saber. Espero que se tornem ninjas incríveis no futuro, para que possam defender a vila e se tornarem lendas, até mais. —— E então parti, voltando para meu descanso diurno.