Descrição Geral: Izuku é um garoto de treze anos, caucasiano, com olhos castanhos e um cabelo crespo-escuro com mechas verdes. Apesar de inicialmente muito magro, ele ganhou músculos abdominais bem desenvolvidos após seu treinamento como ninja. É notado por ter uma estatura abaixa da média dos demais de sua idade e pelas sardas que possui em suas bochechas. Durante seus anos na Academia Ninja, vestiu um uniforme gakuran com botões amarelos. Uma vez graduado, começou a adornar um macacão verde com cotoveleiras, joelheiras e faixas nas mãos e nos antebraços, com sandálias ninja pretas de cano alto que se prolongavam até próximos dos joelhos; a bandana ninja era utilizada amarrada em sua cintura.

Descrição Geral: Izuku é um menino tímido, prestativo e educado, frequentemente exagerando sua reação em situações anormais com expressões exageradas. Devido ser humilhado desde sua infância pelas outras crianças por ter nascido incapaz de utilizar duas das principais vertentes de combate ninja, se mostrava inicialmente inseguro, sendo mais reservado e pouco expressivo. Entretanto, após ser aprovado na Academia Ninja, fazer novas amizades e ter seu estilo de luta reconhecido, se tornou gradativamente numa pessoa mais confiante e corajosa, ao ponto de desenvolver algumas habilidades de liderança.

Izuku também é muito diligente e demonstra grande força de vontade em áreas que são importantes para si. Seu sonho de se tornar um herói o dirigiu a desenvolver um hábito, durante sua infância, de escrever notas sobre tudo que ele sabe sobre ninjas fortes em relação às suas habilidades. Por causa desta prática, Izuku acabou por desenvolver uma mente analítica, e que é capaz de ajudá-lo em situações de combate a formular planos e análises táticas numa questão de segundos, se aproveitando das habilidades de seus aliados e de seus inimigos para o fazer. Izuku externa estas observações através de murmúrios ininterruptos e intermináveis, um hábito que irrita ou assusta seus companheiros.

Também, Izuku é uma pessoa carinhosa, e que nunca hesita em ajudar alguém que está em perigo, mesmo que saiba que não é forte o suficiente para o fazer. Normalmente, ele o faz por impulso, tomando uma abordagem mais descuidada do que a racional e analítica que costuma utilizar. Izuku também se mostrou altruísta o suficiente para tentar ajudar pessoas com problemas pessoais e emocionais, mesmo que não diga respeito a ele, alegando que um herói é alguém que se mete na vida das outras pessoas.

Pântano do Lobo. Quando se conta uma história sobre um ninja, espera-se que ele seja de uma das grandes aldeias ocultas dos cinco países ninja, talvez? Seria justo afirmar, portanto, que esta não é uma jornada tão comum. E fica mais incomum ainda quando se conta que, acima de tudo, é uma história sobre um ninja incapaz de acessar duas das três principais vertentes de combate ninja; sem ninjutsu e sem genjutsu. Um defeito de nascença em meu fluxo de chakra me deixou assim. Não, não precisa ficar comovido ou coisa do tipo. Tudo depende do ponto de vista. No começo, eu também pensei a mesma coisa que pode estar pensando agora. Fraco. Inútil. Incapacitado. Mas, depois que mudei meu ponto de vista, me tornei bem forte. Ainda não forte o suficiente, mas já é alguma coisa!

Como havia dito, nasci num lugar chamado "Pântano do Lobo". Talvez, se você não for de lá, se pergunte o porquê do nome. Mas, quando nasceu lá ou já visitou o lugar, fica claro o motivo: o lugar está infestado de lobos. Diz-se, na verdade, que eles estavam lá antes dos ninjas habitarem o lugar. Portanto, a vida por lá é uma luta desde o começo do pequeno vilarejo que se acomodou naquele inóspito lugar; centenas de anos depois, não muito mudou em relação à esta afirmação: a criminalidade é alta, piratas utilizam o lugar ocasionalmente, altos índices de corrupção entre os administradores do povoado, guerras e disputas territoriais entre as grandes vilas ocultas vez por outra utilizavam o pântano como campo de batalha também. Pode-se dizer que o pântano é mal localizado para habitantes humanos. Para ser sincero, sempre me perguntei porquê as pessoas continuavam morando lá, pelo menos antes de eu descobrir a resposta. Foi diante desta realidade que minha história começou: fui o filho único de uma mãe da aldeia oculta da Folha e de um pai da aldeia oculta da Pedra. Pode parecer um arranjo peculiar, mas, em pequenos povoados e vilarejos de pouco destaque, isto acontecia mais vezes do que se pode imaginar. Em meu caso, minha mãe teve de fugir de sua aldeia já que seu pai, um ninja respeitado na mesma, tratava-a como escrava. Ela ficou sabendo quando ele morreu, mas não quis voltar. E meu pai teve de se mudar para um local onde o custo de vida fosse mais barato, já que só pôde viver na aldeia oculta da Pedra enquanto seu pai, um ninja habilidoso, estava vivo, provendo-o com recursos suficientes. Ele é meio acomodado, então preferiu se realocar. Minha mãe, não só trabalhadora como habilidosa, é quem teve a participação que eu mais considero significativa em minha criação até então, ensinando-me os deveres básico como um indivíduo e até mesmo um ou outro movimento de luta para que pudesse me defender. Em lugares mais movimentados, destacados e ricos, como as aldeias ocultas, o advento da tecnologia diversificou bastante o que uma pessoa pode fazer, não obrigatoriamente sendo mais um ninja. Mas, em pequenas instalações como a em que eu nasci, as coisas ainda se mantêm tradicionais e pouco progressivas; os homens são ninjas que realizam missões para pessoas ricas e as mulheres que não são ninjas mantêm o lugar em ordem. Eu, neste meio, enfrentei minha primeira grande dificuldade: ter uma deficiência em meu fluxo de energia que me incapacitaria de ser tão forte ou capaz quanto as outras crianças. Elas não facilitavam as coisas muito pra mim também, fazendo questão de me informar todos os dias, como se eu não soubesse, o quão lixo eu seria daquela maneira. Isso era difícil de aguentar, é claro, mas não era o que me incomodava. O que realmente me perturbava era ver pessoas precisando de ajuda, justiça e amor e saber que eu não poderia dar isto para elas fraco como era. Acima de todas as pessoas era a minha mãe; independente da maneira como ela me tratava ou eu me sentia sobre isso, sempre julguei ter uma responsabilidade de ajudá-la conforme envelhecesse. Mas como o faria fraco como estava?

Tive sorte das coisas terem mudado. Não me lembro muito bem em qual mês foi - afinal já se passou uma boa quantia de tempo -, mas nunca vou me esquecer que foi no dia dezoito. Estávamos em uma das temporadas em que chovia bastante, então tínhamos de aproveitar o máximo possível que podíamos quando não estava chovendo para fazer o que precisava ser feito do lado de fora. Nestas condições, meu pai estava trabalhando em alguma missão longe. Minha mãe e eu estávamos recolhendo as roupas, já que os trovões há minutos atrás nos contaram que mais água desabaria em breve. Estávamos perto das últimas mudas de roupa quando um grande estrondo seguido por uma pequena gritaria pode ser ouvido do outro lado do vilarejo - o que não significava muito, já que as instalações não eram muito grandes. Aparentemente, um ataque havia se iniciado. Isto era bem diferente, nunca nos atacavam diretamente. Normalmente só recebíamos o efeito colateral de lutas por outros propósitos. Pouco a pouco, estavam tomando todas as casas e assassinando os moradores. Não podíamos fazer muito, então minha mãe nos mandou entrarmos na casa. Enquanto eu corria na frente, ouvi-a gritando. Caiu no chão, já que não estava acostumada a fazer movimentos tão extirpantes. Com isto, os assassinos se aproximavam. Ainda no chão, gritou para que eu entrasse na casa mesmo assim, mas eu não poderia simplesmente correr e me esconder como um coelho - era como as crianças me chamavam também, já que eu só poderia "correr e me esconder", como falavam. Corri na direção de minha mãe, como um impulso natural. Nunca havia participado de uma luta séria antes, então a única maneira que encontrei de parar a lâmina daquele assassino que estava destinada à minha mãe era com as mãos; e assim o fiz. De alguma forma, parei-a sem tomar danos, entre ambas as palmas das minhas mãos. Isto foi o suficiente para fazê-lo hesitar. E sua hesitação comprou tempo o suficiente para que ele surgisse. Quase três metros de altura, parecia ter. Com certeza pesava centenas de quilos, com tantos músculos. Seu sorriso anticlimático me obrigava a confiar nele quando apareceu, dando um soco no cara que nos ameaçava, e seguido de outros ninjas; todos eles vestiam vermelho. Começaram a colocar os assassinos para fugir. Não prestei muita atenção nos outros ninjas além daquele cara alto que me salvou. Ele não lutava como os outros. Utilizava apenas técnicas corpo-a-corpo. Como se tivesse o mesmo problema que eu...

Alguns momentos se passaram depois do combate, e agora estávamos atendendo aos feridos. Quanto a mim, fui para dentro apenas para buscar meu caderno de anotações: "Anotações para eu me tornar um Ninja", como a etiqueta que escrevi o titulava. Ali, catalogava todos os ninjas fortes que encontrava. E aquele cara havia acabado de se tornar o meu preferido. Ele era como o herói que eu gostaria de me tornar. "Você foi um grande herói, jovem!" Foi tudo que me lembro dele ter me falado naquele dia, fazendo com que eu fechasse o caderno tão rápido quanto meu coração começou a bater naquele momento. Parabenizou-me, e, surpreendentemente o suficiente, elogiou minha técnica, dizendo que eu tinha potencial. Eu o disse que não havia pensado, apenas agido, e essas foram as únicas palavras que alteraram seu sorriso confiante: demonstrou surpresa e curiosidade ao mesmo tempo, se isso é possível. Disse-me, então, que tinha certeza de que eu seria um ótimo ninja. "Infelizmente não", conformou-me minha mãe, contando-o sobre minha condição. Achei que ele perderia o interesse a partir dali. Neste ponto da conversa, todos os ninjas de vermelho nos cercavam; com certeza ele os liderava. Estático por alguns instantes, parecia imerso em pensamentos. Contou-nos, então, que a vila de onde vinha, a aldeia oculta da Pedra, oferecia um programa para indivíduos que, como eu, não poderiam desenvolver todas as capacidades de um ninja, mas que era possível mesmo assim que nos tornássemos um. Lágrimas em meus olhos impediram que minha mãe me impedisse de ir com aquele homem. Heh. Engraçado. Demorei meses para perceber que não existia programa nenhum, e que ele só queria me ajudar. Você é muito engraçado, All Might.