Acordo vagarosamente, era costume meu madrugar e acordar cedo, mas, por algum motivo, não consegui acordar com a vitalidade que costumava acordar, talvez o stress da vida ninja estaria me afetar.. De qualquer das formas, me levantei dando um salto da cama com os olhos meio abertos meio fechados, olhei para a janela e por momentos tive a vista cegada, era um dia ensolarado, sem nuvens, estava perfeito para mais um dia de treino ... ou para um dia de férias.

Preparei o meu pequeno almoço, o típico café com pão, era a única coisa que podia comer para me manter ativo, e como tinha o hábito de fazer, verificava sempre a minha caixa de correio, normalmente tinha sempre cartas, ou era de missões, ou eram contas para pagar. Constatei que era um pergaminho, duma coisa já tinha a certeza, hoje o dia ia ser preenchido.
O pergaminho tinha um aspeto normal, não parecia Top Secret, abri, e nele continha a descrição de uma missão, e na hora, desanimei:
- Cuidar de crianças ? Eu pensei que tinha habilidades para muito mais!! - pensei num tom de descontentamento.

Sem motivação para tal e ao fim de terminar a minha refeição, vesti o meu outfit normal, preparei a minha bolsa de armas com a minha arma nas costas, levei o pergaminho na bolsa e saí de casa.
No pergaminho referia o facto de eu me ter de dirigir ao campo de treinamento, mas também sabia que ia acompanhar um filho de um rico, e eu já imaginava o tipo de criança que iria ser, mimada, com tudo à disposição.. - Isto irá ser bastante doloroso ... - pensei para mim

Segui o caminho que costumava seguir pela Vila com as mãos nos bolsos, afinal eu tinha de demonstrar o meu orgulho em ser ninja, afinal, os civis me olhavam e respeitavam por aquilo que eu era, mas não sabiam que eu ia fazer um trabalho banal.

Cheguei ao Campo de Treinamento como estava no pergaminho, o dia estava calmo e ensolarado, dava para sentir a leve brisa tocando nas folhas das árvores, não senti a presença de ninguém.. - Será que ele já está a preparar alguma ?

Estava cansado de estar á espera, não era possível que eu me tivesse enganado no caminho, segui as orientações no pergaminho de missão e aqui estava eu já à muito tempo à espera.
Tentei apelar para os meus sentidos. Não conseguia ouvir sons humanos para além do meu, a única coisa audível era o som produzido pelo vento a tocar nas folhas das árvores, não era capaz de sentir cheiro, para além do cheiro natural das árvores, e não era capaz de observar nada fora do comum, provavelmente estava ali sozinho.

Dei uns passos em frente, descontraído, e passei junto a uma árvore, estava de costas, novamente, e foi nesse preciso momento que senti uma presença. Não era capaz de ter visto algo, o que fazia me crer que provavelmente era uma armadilha, momentos antes de eu perceber que o meu espaço pessoal e de segurança estava a ser invadido, percebi que era o tal garoto querendo um pouco de brincadeira.

Eu sabia de 2 coisas: a primeira era que apesar de eu ser Genin, eu estava num nível que provavelmente ele ainda não estaria, eu estou mais trabalho no que toca à mente e ao corpo, estava preparado para sobreviver a ataques ridículos como esse. A segunda coisa que eu sabia, é o facto de ele tentar me atacar de costas, se dá pelo facto de não ter capacidade nem habilidade para me confrontar olho no olho, tentando se aproveitar de alguma abertura minha.

Não sabia se a minha análise estava correta, provavelmente era cedo demais pra pensar nisso, o mais importante, foi o que fiz:
Assim que senti ele perto de mim, fazia sentido que ele estivesse a mirar para um ponto sensível.. - Cabeça talvez ? Costas ? Joelhos ?
Era natural que ele me tentasse imobilizar, e para isso, era crucial que eu no mínimo bloqueasse a ofensiva do mesmo, não ia usar jutsus por enquanto, não quero ser responsável por uma morte inglória.

Me desviei para a esquerda, evitando assim a trajetória linear do ataque dele, eu ainda não sabia que parte do corpo ele queria atacar, e portanto, foi crucial evitar eu ser imobilizado, e por isso, no momento em que me desviei para a esquerda, tirei uma kunai do bolso, quando percebi que ele falhou a trajetória, fiz um movimento rotativo me colocando nas costas dele, coloquei meu antebraço ao redor do pescoço e sua kunai apontando para a cara do pobre miúdo e proferi as seguintes palavras:
- Aprecio a tua coragem... O problema é que é preciso medir quando usar a coragem e contra quem, afinal, eu não sei o que tu tens para mostrar, nem tu sabes o que eu tenho para te mostrar.. - disse ao ouvido do garoto num tom de voz grave e assustador

Percebi que o garoto estava aterrorizado, não achei que ele acreditasse que conseguia me imobilizar com um ataque simplório daqueles, portanto, estava atento para um pessoal contra-ataque por parte dele.

Era notório que o garoto, apesar de ser filho de rico, já tinha alguma experiência no que tocava em lutas. Mas isso continuava a não ser suficiente para impedir.
Como Genin, apesar das tentativas do garoto, continuo a ter um corpo e habilidades mais trabalhadas que o jovem, e isso é suficiente para conseguir vencê-lo numa luta corpo a corpo.
Minha tentativa de esquiva e contra-ataque estava para ser um sucesso, e eu esperava que ele não conseguisse fazer mais nada, no entanto, enganei-me, consegui sim, evitar ser acertado pelo pobre miúdo, o que de certa forma, e agora desta vez, ele não consegue mais me surpreender, estamos numa "luta" olho no olho, e aí sim, eu sei, e ele sabia também que eu teria vantagem.

No momento em que me preparava para fechar a luta, imobilizando ele com o antebraço no pescoço, percebi os reflexos dele, para um jovem filho de rico, até que me surpreendeu, mas mesmo assim não seria suficiente. A minha tentativa de imobilização falhou, não por demérito meu, mas por mérito do jovem, e isso teria de reconhecer, mas, mesmo conseguindo esquivar das minhas intenções, eu continuava a ter vantagem.

Notei a tentativa de contra-ataque do mesmo, mas, no momento em que ele tentou segurar meu antebraço provocando uma queda da minha parte originando uma situação de desvantagem, utilizei o Shunshin no Jutsu, na tentativa de me posicionar frente a frente para ele, e se assim conseguisse, segurava seu punho, apontando a kunai para ele.

Depois de reagir ao contra-golpe do pequeno, não sei se por medo ou matreirice, o rapaz se esgueirou pela floresta fora..
- Eiiii!! Não é hora de jogar de esconde-esconde!! - gritei

Ouvi uns passos pelo meio da floresta e de repente, não ouvi mais nada.
Esperei uns segundos, chamei por ele, mas nem sinal de vida..
- Já chega de brincadeira!! A minha missão não é ser seu mestre!! - gritei, na esperança de ele voltar

Percebi que provavelmente ele estaria a preparar outra novamente, mas não achei que ele fosse tão estúpido ao ponto de preparar um ataque surpresa quando eu já estaria esperando por ele. E portanto adentrei-me pela floresta dentro, olhei um lado e outro, olhei para cima das árvores - Não vá ele querer pontapear outra vez... - E sem sinal do rapaz.

Continuei chamando por ele, e novamente, nada..
Caminhei uns metros à frente sem fazendo barulho, afinal, ele também não puderia saber onde eu estava, e me deparei com 2 homens de aparência rude, encapuzados e armados com o jovem imobilizado.
Uma coisa eu sabia: no sítio onde eu estava, atrás de uma árvore, coberta com uma vegetação alta, era impossível eles terem me percebido, e sabia também que era muito pouco pobre uma estratégia de confronto direta, se eu chegasse e conversasse com os mesmos, um deles iria me confrontar e deixava o garoto em perigo, era necessário algo melhor pensado.

E portanto, decidi colocar minha estratégia em ação:
- Não vale a pena atirar kunais... seria desperdício de arma, desperdício de um ataque surpresa, e tenho sérias dúvidas que eles se deixariam ferir com um ataque destes... Não posso utilizar jutsus de largar escala, corro o risco de magoar o pequeno... Mas mesmo assim tenho de fazer alguma coisa.. - pensei para mim enquanto me concentrava.

Foi aí que encontrei algo que puderia afugentar eles e salvar o miúdo.
Eu estava a sensivelmente 10 metros do meu alvo.
Bati palmas e fiz o selo respeito para o meu Raiton: Hebi Mikazuchi, criando um raio com vista um dos homens encapuzados.
Se for bem sucedido na técnica usada, uso o Shunshin no Jutsu, me colocando de costas para o outro homem encapuzado e dando um pontapé libertando o jovem e de seguida, com a minha mão esquerda no corpo do homem encapuzado, elevo o meu braço direito em direção aos céus, e utilizo o Raiton: Hiraishin no Jutsu eletrocutando o homem.

Se for bem sucedido, pegarei no pequeno e levarei para um distância de segurança, cerca de 15 metros dos 2 homens encapuzados.

HP: 200/200

CH: 165/225

Eu não esperava facilidades, pela postura confiante de ambos, eu sabia que eles teriam algo para mostrar, e isso não tardou.
Assim que o relâmpago tentou atingir os homens encapuzados, um deles fez uma parede de água, o que me impediu de conseguir atingi-los, e nesta situação, posso dizer que estou em desvantagem, pois o elemento surpresa foi embora, e agora, terei as atenções deles viradas para mim, mas isso não me impedia de fazer algo, pois se de facto fosse um 2x1, eu ainda teria chance de recuperar o garoto, mas por enquanto, só tenho as atenções de 1 viradas para mim enquanto que o outro segurava o miúdo, logo, teria de tirar este do caminho para conseguir resgatar.

Ouvi provocações, na verdade, já tinha o ouvido treinado para isso...
- Cão que ladra não morde ! - disse, num tom descontraído e um tanto brincalhão.

Mas ainda não tinha acabado, ainda precisava de formular um plano para terminar com isto. Eu sabia que era quase impossível tentar tirar o garoto das mãos do homem, visto que se o tentasse fazer, iria ser rapidamente impedido pelo outro, então, formulei um plano visando a imobilização, ou quem sabe ... a morte de um dos encapuzados.

Todos os meus jutsus conhecidos me passaram pela cabeça, mas não puderia usar nenhum, primeiro pelo facto de alguns deles serem em grande escala e volume e puderem atingir o garoto,  e todos os meus jutsus fariam sentido se só houvesse 1 homem encapuzado.

Então, tirei de uma bomba de fumaça (Kemuridama), e joguei contra eles criando uma nuvem de fumem onde ninguém era capaz de enxergar ninguém, de seguida, utilizei o Kage Bunshin criando um clone meu, e de seguida entrei na fumaça..
Assim que estou lá dentro, toco num dos homens encapuzados, o mesmo que tinha feito o Suiton no Jutsu, e assim que sinto ele perto de mim, coloco a minha mão esquerda no corpo dele, ergo o meu braço direito em direção ao céu e utilizo o Raiton: Hiraishin na tentativa de eletrocutar o mesmo.

De seguida, o meu clone entra também na nuvem e tira uma kunai do bolso e encosta no pescoço do homem encapuzado ameaçando ele largar o garoto ou então morreria.

A bomba de fumaça tinha sido lançada, e estava preparado um palco para o resgate do garoto, mas, os homens encapuzados, num movimento rápido e astuto saíram do fumo e se organizaram.
Eu ainda estava lá dentro, portanto ainda poderia ter alguma palavra a dizer.
Continuava a mesma situação: 1x2, com clara desvantagem para mim, apesar de ter um Kage Bunshin ainda vivo, teria de formular alguma estratégia contra ele, estava óbvio que Jutsus ofensivos não puderiam ser usados, corria o risco de ferir o garoto, e portanto, formulei um novo plano.

E foi assim que pensei com o meu Kage Bunshin.
O meu clone, usaria o Shunshin no Jutsu, se colocando nas costas de um dos homens encapuzados, agarrando ele por trás, segurando seus braços impedindo que o mesmo faça selos.
Eu, o verdadeiro, tiraria o meu Tanto das costas, e utilizando o Shunshin no Jutsu também me colocaria na frente do mesmo e desfiro um golpe mortal no coração, visando a morte de um dos homens encapuzados.

Assim que eu pudesse perceber, nenhum dos meus ataques teria surtido efeito.
Mas por sorte, vieram reforços, de onde, não sei, mas que numa simplicidade de ataques fizeram tombar os inimigos, e com isso, o pequeno voltou em segurança.

Voltamos os 2 para Vila, deste vez o pequeno mais calmo e sereno, pois agora percebeu que aquilo que faz sempre tem consequências, entreguei no gabinete da hokage, e peguei minha respetiva recompensa.