Alguém disse fogo?
O inverno chegava. Época de chocolate quente, dormir abraçados. Ah! O frio! Aquela manhã as coisas estavam tranquilas em Iwa até que algo chamou a atenção. Uma grande fumaça podia ser jogada nos céus da vila da Pedra. Algumas pessoas corriam de um lado para outro, desesperadas. No local do fogo um homem de uns trinta anos e muito magro chorava enquanto tecia celos e cuspia fogo em uma casa. —— Já mandei você sair ou te queimarei com a casa! ——

Considerações:

Tá pegando fogo!

O primeiro dia do inverno chegara. Não se tratava da estação de meu aniversário, mas mesmo assim era minha favorita. O clima estava agradável, por alguns minutos cogitei passar o resto do meu dia debaixo das cobertas, precisava de um dia de descanso. Akio, meu guardião, estava em casa, logo, a fartura na comida voltara.

Sequer tive tempo de saborear o café da manhã. De repente nós ouvimos certa movimentação vinda do lado de fora. Parecia que alguma coisa estava acontecendo. Pela janela da cozinha pude ver pessoas correndo, a grande maioria sendo civis. Akio e eu trocamos olhares e partimos em direção a rua, a fim de observar o que acontecia.

A situação no lado de fora parecia desesperadora. Pessoas corriam sem sequer olhar para onde iam, tropeçavam e derrubavam uma as outras. Mais distante era possível ver uma fumaça, aparentemente mais um incêndio. Incêndios estavam acontecendo com uma frequência grande nos últimos dias.

Eu e Akio nos preparávamos para partir em direção a fumaça, quando um superior aparece diante de nós e convocou meu guardião para o outro lado da vila, parecia que estavam tendo problemas por ali também. Restou apenas eu para averiguar a causa do provável incêndio e desespero das pessoas.


Para minha sorte, ao chegar ao local, me encontrava sob as costas do ninja que causava o incêndio. Não entendi muito bem o que estava acontecendo ali. Parecia que o incendiário estava furioso com alguém dentro da casa e tive a sensação de ouvir um choro vindo do mesmo.

Uma aproximação se mostrava arriscado. O incendiário não parecia estar no melhor estado de sua sanidade mental. Era difícil concluir que ele era uma vitima ali, porque não era isso que parecia. Decido então imobilizá-lo. Fazendo o selo necessário, imediatamente, me cabelo começa a crescer e a enrijecer.

Minha intenção era clara, envolver o suposto ‘inimigo’ sobre meu cabelo e prendê-lo, para que pudéssemos conversar melhor. Um papo direto, certamente, não alcançaria um resultado muito bom. Segurá-lo e impedir seus movimentos poderia causar nervosismo nele, mas impediria que o mesmo fizesse selos.

Informações:

Alguém disse fogo?
A distração do invocador das chamas foi fundamental para a intervenção por parte do ninja de Iwa. Se utilizando de um ninjutsu inusitado outrora usado por um Lendário Sanin, o mestre tarado, envolveu o meliante. Ao sentir o cabelo envolver seu corpo, o homem se assustou e virando seu rosto para o agora agressor exclamou —— Caramba! Que mega hair é esse? Será ele... um rockeiro?.. .——  O homem se movimentava tentando se desvencilhar enquanto questionava a intervenção do ninja: —— O que está fazendo? Me solte! ——

Considerações:

Tá pegando fogo!

Tinha o incendiário preso entre meus fios de cabelo, tão resistentes quanto fio de aço. Ao perceber sua limitação de movimentos, o possível ninja, pôs a virar seu rosto em minha direção. Agora tínhamos contato direto um com o outro. Era olho com olho.

Não sabia o que estava acontecendo ali. Precisava saber o motivo de tudo aquilo, o porquê do homem estar disposto o bastante para causar um incêndio naquela casa. Quem estava dentro da casa também era outro mistério. Enquanto tinha o incendiário sobre ‘cárcere’, mantinha a atenção também para dentro da casa. Alguém poderia sair daquele momento e era essa pessoa que parecia ter causado a ira do homem a minha frente.

- Eu só quero saber o motivo de você estar tão determinado em incendiar essa casa? O que está acontecendo aqui. Qual a razão de você causar essa bagunça no meio da vila? E o mais importante: quem é você, homem?

Era uma sequência considerável de perguntas e esperava que o mesmo estivesse disposto a considerar respondê-las. Meu desejo não era fazer uso da violência. Sequer teria feito uso de uma de minhas habilidades se não fosse realmente necessário. Era necessário que, tanto eu quanto o encarcerado, mantivéssemos a calma e buscássemos um dialogo civilizado. Eu estava disposto a tal feito, estava saber se o mesmo também.

Eu me encontrava no telhado de uma das casa da vila, a uma distância considerável do incendiário, cerca de quinze metros ou menos. Minha noção de espaço não era das melhores. Todavia, era espaço suficiente para ter tempo de reagir caso algo saísse fora do planejado. Enquanto esperava sua resposta, estalava meus dedos em uma frenesi considerável - como se me preparasse para o pior.

Informações:

Alguém disse fogo?
A distância entre os dois era grande, o suficiente para não assustar muito o homem. Seus lábios tremiam enquanto proferia palavras desesperadas:  —— Ele! É ele! Ele está ali. Ninguém conseguiu se livrar dele, mas eu conseguirei. Juro pela minha vida. E me solte, que erro há em um homem que quer eliminar algo que lhe aflige a alma?... lá está ele! Me encarando como um demônio! Vá você mesmo e veja! —— A movimentação na casa era quase nula, até inexistente. O que tinha lá dentro?  

Considerações:

Tá pegando fogo!

As palavras do homem não faziam sentido algum. Começava a cogitar que se tratava de um caso elevado de insanidade. Gritava que na casa havia algo, algo que atormentava e infligia sua alma. O homem alegava que havia alguém na casa.

Precisava verificar com meu próprio olho. Não era possível que ele estivesse ateando fogo em uma residência vazia. Por um minuto, em minha mente, me arrependi por não ter aperfeiçoado minha técnica bushin. Para verificar o local, era necessária uma maior aproximação do misterioso homem.

“Muito bem, dentro do meu aval de técnicas não possuo nada que me permita uma aproximação em segurança”, pensei comigo mesmo. Em poucos minutos precisei formular em minha cabeça todas as possibilidades possíveis. Infelizmente minhas opções não eram tão vastas.

- Está bem. Irei ver o que tanto te aflige. Apenas peço que se acalme. – disse já movendo-me na direção do ninja. Minha única solução foi pegar uma de minhas Hikaridamas, deixararia minha mãos escondida nas mangas de minha roupa – que era um tecido largo. As chances de trazer desconfiança eram menores.

Saltei do telhado onde estava, nãoarrisquei saltar diretamente no chão, pois minha capacidade física não permitia tal feitio. Minha ideia era simples, em aproximar lentamente do local. Sabia que corria um risco ali, mas precisava averiguar se as palavras do homem eram de fato verdadeiras.

Informações:

Alguém disse fogo?
ronronron... a cautela necessária. Mas que barulho quase inaudível era aquele? ronronron... Quando o ninja se aproximou da janela... MIIIIAAAAAAUUUUUUUU! Um gato preto realizou um salto digno da espécie e pousou no colo de Orpheu. O pobre animal parecia aterrorizado por causa do fogo que quase ceifou sua vida. Ele agora esfregava sua cabeça no jovem ninja, demonstrando gratidão. Alguns segundos depois chegavam alguns policiais da Vila e prendiam o homem que ateou fogo ba casa.  

Considerações:

Tá pegando fogo!

Quando me aproximei da casa, sentia um forte clima de tensão. Pensar o que havia ali fazia com que meu coração acelerasse, minhas mãos estavam a transpirar. No entanto era necessária coragem naquele momento. Aquilo se tratava de uma missão e meu objetivo era finalizá-la.

Após alguns segundos de quietude, ouço algo vindo de dentro da casa em chamas. Não aparentava ser algo humano. Não tive tempo de pensar muito, de repente um vulto preto sai do meio das sombras e parte em minha direção. Por alguns segundos pensei em soltar a bomba de luz que tinha em mãos, mas depois, percebi que era apenas um gato.

O felino parecia estar assustado com tudo aquilo que ocorrera. O animal se esfregava em mim, como se estivesse aliviado por se ver livre da casa incendiaria, eu apenas o retribuí acariciando sua cabeça. Ao mesmo tempo depois policiais da vila levaram o homem.

Quando perguntaram o acontecera ali, eu apenas expliquei o que vira: um homem incendiando uma casa, sendo que seu único morador era um gato. Disse que este era a razão de sua aflição e afins. Também aleguei que em nenhum momento tentou me atacar, por isso, pedi que levassem isso em conta. No entanto não fiz nenhuma objeção sobre levarem o homem dali. Não tinha motivos para considerá-lo inocente.

Restava apenas eu e o gato. Certamente aquele pequeno passara por um momento de trauma, lembrando até mesmo minha vida há um ano, enquanto ainda vivia com minha tia e sofria em suas mãos.  Lembrar disso me fez sentir compadecido pelo pequeno.

“Será que Akio se importaria se eu aparecesse com este pequenino em casa?”, pensei enquanto acariciava o felino.  

Informações:

Alguém disse fogo?
O gatinho amoleceu o coração do ninja de iwa. Certamente eram ótimos animais de estimação. O homem, alucinado, deveria ser tratado. Restava apenas passar no gabinete da Líder da Vila e retirar sua recompensa.

Considerações:

Tá pegando fogo!

Enquanto via o incendiário sendo levado pelos guardas, acariciava o pequeno gato. A criatura negra parecia se envolver em meu colo, como se ali fosse seu refugio. Não sabia, e nem queria saber, os motivos que levaram o homem a cometer tal atrocidade contra o felino. Meu compromisso agora era de unicamente me dedicar a dar um lar para o gato.

O incêndio seria extinto por ninjas com afinidade Elemental em Suiton. Minha missão ali havia terminado. Com sucesso havia conseguido parar o causador de toda aquela confusão e ainda resgatar um ‘refém’. Internamente transbordava de orgulho de mim mesmo.

- Bem, vamos notificar o sucesso da missão para os superiores e nos encontrarmos com Akio. Certamente ele vai querer conhecer o novo integrante da família – dizia para o felino, como se este pudesse me responder. Após dispersar a multidão de curiosos, explicando o que acontecera ali, parto em direção ao gabinete da tsuchikage.

E então, sobre o clima do inverno, caminhava em direção ao prédio de pedra localizado no centro da vila. Certamente precisaria dar um nome para o animal que tinha em mãos, mas esperava que ele se adaptasse primeiro a nova casa, para depois lhe batizar com um novo nome. Infelizmente não houvera tempo de perguntar ao incendiário se a criatura que ‘afligia sua alma’ possuía um nome.

Informações: