O que ocorria comigo? Não sabia, de fato. Muita coisa se passou desde… sim, desde aquele dia. Fui para uma guerra e acabei lutando contra meus aliados por uma infelicidade dentro de um bar no meio do nada. Reencontrei meu sensei, Noah, e me dera uma nova função dentro da vila: ser uma ANBU. Ele sabia o que era melhor para mim, sabia do que eu detinha em meu sangue e o quão chamativo e poderoso poderia ser os meus olhos, disfarçar por meio de uma máscara para reprimir meu rosto e os aclamados olhos carmesim que quem me deu foram meus pais biológicos. O objeto em meu rosto não fora o suficiente para me esconder de uma pessoa, uma mulher. Reconhecera-me como uma Uchiha e como Nanama, mesmo com a face escondida por via de uma ocultação de porcelana. De primeira parecia ser uma pessoa amigável, ensinara-me uma técnica que já havia visto antes, a manipulação dos papéis, mas sua verdadeira face apareceria quando tentara me tirar o que sobrara de lembrança de Jin e Hime, minha linhagem sanguínea ocular. Por pouco seu destino não fora a morte, caía na pior das ilusões existentes no mundo. Meu sonho, meu destino… Havia mais a obter antes de partir de fato para o objetivo de minha vida? Sim, tinha. E o vento me trouxe a resposta.

Já em casa, não devia me descuidar depois do aparecimento da misteriosa mulher que me amaldiçoou com sua marca. Necessitava de mais encobrimento. Minha mãe adotiva, Nia, apareceu em meu quarto com algo novo em mãos, uma nova peça. — Descobri que você entrou para uma organização nova, uma que precisa se ocultar nas sombras, bem misteriosa, não é mesmo? – perguntava a mim, em meu quarto. — Ah… sim. Meu sensei me convidou – respondi com calma. — Confeccionei esta peça para você, espero que goste – assim me dava seu presente. — Obrigada… mãe – sim, ela era minha mãe. Olhei para todo o conjunto, vermelho e preto, as cores favoritas, seus ornamentos, seus detalhes, era tudo tão perfeito, Nia realmente me conhecia. O capuz caía perfeitamente, cobrindo meus olhos, com a máscara da ANBU ficaria totalmente oculta. O símbolo de Iwagakure na cintura era algo me fizera esquecer a bandana perdida na guerra. Trajei o vestuário, coloquei a máscara e parti-me para a vila, necessitava andar um pouco.

Enquanto caminhava pensava em muitas coisas, observava as pessoas correndo e interagindo, era bonito de se ver. O vento da vila me dava calma, mas sentia nele algo diferente, algo me chamando para perto dele, sentia como se pudesse controlá-lo. As brisas que chocavam comigo somente eram um convite para tentar. Na Academia Ninja falaram sobre ninjas que podiam controlar mais de uma natureza do chakra, mas nunca imaginei que um dia podia ser eu. Dominar o fogo já estava bom para mim, conseguia fazer coisas com ele que já me deixavam satisfeita mas… e se eu tentasse descobrir o que mais tenho escondido? Sempre fui convidativa com novas experiências, não custava nada tentar algo novo, direcionei-me para a Academia Ninja, lá era o lugar perfeito para descobrir.

Adentrei ao lugar que me formara uma ninja, a escola. Já na recepção estava animada. — Aonde posso encontrar um professor disponível? – perguntei à moça. — Bem temos um que acabou de uma aula, serve? – disse rapidamente. — Claro que serve! – falei com animação. Procurei pela sala do tal professor, uma criança que tinha acabado de sair dava-me a pista de qual sala era. Bati à porta antes de entrar. — Professor? Pode me ajudar rapidinho? – perguntei, já sem a máscara. — Você é… Nanama, certo? Faz um bom tempo que não vejo alunos formados por aqui – disse o homem. — No que precisa de mim, ajudarei com o maior prazer – falou amigavelmente. — Quero ver se posso dominar outros elementos – falei direta. O homem olhou para mim com certa estranheza, talvez minha idade não poderia refletir tal requisição, mas depois de alguns segundos abriu um sorriso. — Claro, muito simples isso. Venha até aqui, tenho um teste para fazer com você – pediu. Aproximei até sua mesa, onde de uma gaveta tirava alguns papéis marrons. — Como eu disse: bem simples. Qual é sua afinidade elemental, primeiramente? - antes de me dar perguntou. — Fogo – respondi de forma ágil. — Katon… Tudo bem, pegue esse papel e aplique chakra nele – assim dava-me o papel estranho. Como me instruiu, apliquei minha energia na folha e ela começou a pegar fogo depois esfarelar. — Como pensado, sua afinidade é mesmo Katon – disse, olhei para ele com estranheza, já havia dito que era Katon. — Para controlar outro elemento, você deve ter prática sobre os selos que ditam a maioria dos jutsus elementais, Katon normalmente tem o selo Tigre como o final. Qual elemento que pretende aprender? - questionou. — Fuuton… - respondi. — Esperta você, Katon e Fuuton possuem uma ligação forte, Fuuton há desvantagem perante Katon numa disputa, mas quando usado juntos, seu Katon fica mais poderoso – revelou. — Vamos ver… Fuuton… Fuuton – dizia enquanto procurava em um livro. — Achei, Fuuton. O elemento vento está comumente associado com o selo Pássaro – parafraseando o livro que lia. — Temos um jutsu aqui de exemplo – nisso faria os selos, terminando com o selo Pássaro, e em seguida surgia um vendaval de sua mão, as mesas da sala começavam a ganhar pequenos cortes em sua superfície, algo que me deixou com um sentimento de interesse. — Quer fazer? Tente repetir – assim me dava o livro. Olhei todos os selos e repeti o que estava no livro, fiz o selo Pássaro por último, e das minhas mãos saíram uma rajada pequena de vento. — Você tem uma ligação com o elemento, isso já é um avanço – elogiou. — Vou dominar esse elemento! - disse a ele, animada. Dentro da sala continuei a refazer os selos e realizando o jutsu diversas vezes até chegar num nível bom. A sala sofria mais e mais com minhas tentativas. Depois de uma dúzia de tentativas, conseguia chegar num estágio bom no elemento. — Você aprendeu rápido, garota – elogiou mais uma vez. — Tenho talento – respondi com um pouco de soberba, mas logo voltara ao normal. — Obrigado, professor, por me ajudar – agradeci pelos ensinamentos. — Estou aqui para isso mesmo, Nanama-chan – respondeu com um sorriso no rosto. — Até um outro dia professor! - despedia-me.

Saía da Academia com algo novo aprendido… e mais ideias para evoluir.

Considerações:

@ Narrador Pequenos detalhes aqui.