Da sala pude ouvir uma porta bater dentro de casa, até então só estava ali fisicamente, abandonei o pergaminho que lia junto dos outros que não conseguia parar de lembrar ter visto coisas relacionadas aquelas. Não os abandonei, alguns eu não tive tempo de reler enquanto com outros perdi tempo e acabei por não distanciar tanto, voltaria para buscar alguns brevemente.

Cuidadosa o suficiente para não tocar em nada, concentrando chakra para realizar um movimento ainda mais ágil, cheguei rapidamente até a porta da cozinha entre o corredor ao bem ao lado onde estudava na sala – Senti saudades – Não contive as palavras que incitaram minha mãe a correr até mim, me abraçando.

- Também senti sua falta, minha filha. Me esforcei bastante hoje no trabalho para termos uma vida boa e também ajudo nossa vila com a educação de muitas profissões diferentes – Disse ela em seu tom sereno fazendo-me derreter em seu abraço.

Não fora por ciúmes que meu pai nos envolveu em um abraço, ele a amava antes de me conhecer e se eu recebia o amor de uma mãe é porque ela era acompanhada de um homem carinhoso, quando necessário ele fazia um ótimo sensei e para mim também um pai incrível.

Enquanto depois de desfazer o abraço papai foi procurar um banho e namãe encontrou o sofá, meus pergaminhos entre o sofá e a janela não importariam se o assunto que eu mais ansiava tocar fosse encontrado na casa em outro lugar na casa, de tão próxima não levei um segundo para chegar ao que mostraria para minha mãe.

Lancei um após o outro os pergaminhos onde encontrava as ilustrações que me lembravam do treino produtivo que havia tido. Os demais que não usaria apenas ignorei, sentando no sofá deixando uma pequena pilha de pergaminhos entre nós. Concentrei-me um pouco e ao realizar os três selos de mão; cachorro, cobra e sapo uma densa névoa tomou conta do cômodo onde tentei mante-la.

Minha mãe pareceu impressionada – Pratique esses selos sem gastar seu chakra, mamãe vai tomar banho – Não a enxergava, mas ouvi sua doce voz e senti seu beijo quente - e você precisa conseguir ler os pergaminhos para aprender com eles – Minha mãe concluiu deixando o lugar que já estava muito frio. Desfazer a técnica também foi um exercício, controlar o frio era mais fácil quando se tratava de esfriar do que desfazer.

Aos poucos conforme fazia, repetia e refazia os selos cada vez mais rapidamente as escrituras presentes nos pergaminhos no sofá ficavam mais visíveis e meu pai de pé na porta da sala não estava mais oculto - O senhor estava aí papai? – o alcancei em uma corrida para abraça-lo e retornei para meu treinamento.

- Agora posso ver que você não esta lendo os pergaminhos mesmo com a névoa baixa, em – Ele falava enquanto se aproximava então beijou minha testa e sentou na minha frente. Fazia os mesmos selos que eu, mais rápido que eu, e ainda já me chamara de prodígio.

- Tudo bem, mas o senhor me ajuda? – Concordei quando entendi que entre nós havia um abismo em questão de idade e experiência então não hesitei em pedir que me ensinasse um pouco mais.

Com uma profunda explicação entendi muito melhor sobre as razões de não treinarmos as mesmas técnicas, já estudava os elementos secundários formados pela fusão de elementos primários, nintai e outros tipos de combinações – Nós temos suiton que combina. E ainda vou lhe ensinar o kanchi, lembra? – Me animou em um segundo lembrar-me que logo estaríamos por um longo tempo juntos.

Prosseguimos o estudo com alguns exercícios onde meu pai liberava uma quantidade mínima de suiton em um chicote que ele manipulava muito bem, seu domínio sobre a técnica propositalmente ia sendo reduzido, minha parte em congelar o chicote não era fácil e vencendo o medo de molhar o carpete que minha mãe tomava tanto cuidado para limpar tudo ficava mais difícil.

As pequenas partículas brilhantes que a iluminação da sala me indicava as posições eram minhas prioridades. Na parte mais densa onde a maior concentração de água estava o mínimo movimento ainda desprendia uma camada de gelo da outra. E a sala que não podia ficar fria também acabava sendo um empecilho quando meu pai me alertava – Você esta perdendo o controle, eu consigo sentir no ambiente além do seu chakra – Ele dizia tocando minhas costas o que me aquecia e me aquecendo me desconcentrava do objetivo de congelar sem realizar alguma técnica.

Quão agonizante era fracassar em manter a temperatura elevada naquele ponto sem acessar algo treinado para fazer inconscientemente. Além dos treinamentos tudo o que fiz foi uma missão aonde meu foco veio de motivações externas, ali naquela sala o homem que mais queria meu bem tentava me desconcentrar como o outro com intenções mais negativas não conseguiria mesmo que sua vontade de prosseguir superasse a minha de retornar.

Concentração e foco tem uma relação direta e muito forte. Não demorei tentando entender, mas o processo me custou suor, lágrimas e uma pausa que eu não posso dizer que fiz bom proveito se tratando de algo que preciso superar – Desculpa papai – Secava os olhos sentando no chão a sua frente.

Cruzei as pernas e optei por esvaziar a mente. Isso certamente seria mais difícil enquanto meus pais estivessem ali e eu não os atrapalharia. Apenas uma missão me deixou amargurada, imaginar o que passavam diariamente querendo voltar para casa era uma das coisas que mais vencias os meus bloqueios mentais naquela meditação.

200/200
200/300
1/1

[spoiler”Considerações”]1 ponto p selos e o outro em inteligência.[/spoiler]

Spoiler:

@Ap