Não era incomum ver tantos ninjas correndo por cima das casas nessa época do ano. Muitas missões eram necessárias para manter Konoha sempre protegida e funcional; ora, eu mesmo havia feito duas missões de baixo nível dias atrás.

Eu estava sentado em uma das cadeiras, olhando pela janela para o cenário que dava de frente com a minha moradia. Notei por um momento um shinobi passando pela janela — uniforme padrão, roupas azuis-escuras, colete, sandália — e, posteriormente, ouvi o som na minha porta. Rapidamente desci, abri a porta e fiquei levemente surpreso em perceber que era o mesmo ninja que havia cruzado com a minha visão pela janela do andar superior. Sem muito dizer entregou-me a missão e partiu, provavelmente para realizar outras tarefas. Antes dele partir, naturalmente agradeci.

Me sentei ali mesmo no primeiro andar e abri o pergaminho, lendo e analisando as informações que haviam me sido passadas.

— País do Arroz? Hm. Um tanto quanto longe. Seria sábio eu arrumar companhia para uma viagem tão longa.

Era cedo, então eu poderia partir o quanto antes. Arrumei tudo o que era necessário e, de bandana na testa, deixei minha casa rumo ao portão. Busquei averiguar com os guardas do local sobre qualquer caravana que deixaria Konoha rumo ao País do Arroz; foi-me apresentado um singelo grupo de mercadores que, de acordo com os guardas, viajava do País do Arroz à Konoha frequentemente para vender seus produtos.

Procurei conversar com tais mercadores, para então, unir-me à caravana. Seria bom ter mais um ninja para fornecer qualquer proteção que fosse necessária, e, desta maneira, havia conquistado a minha passagem segura para o local de minha missão.


A viagem havia corrido muito bem. Konoha era muito bem protegida e esses bandidos não ousavam invadir o País do Fogo para realizar as mesmas vis ações que faziam na nação vizinha.

O País do Arroz estava supostamente sob mira de bandidos dos arredores que procuravam saquear suas cidades de maneira relativamente constante, e, sem um ninja local que fosse capaz de enfrentá-los, a missão havia sido designada à mim. Um reles Gennin de Konoha. De maneira discreta, procurei me informar com os mercadores e cidadãos locais para encontrar o sujeito que havia encomendado tal missão.

Adendos:

Armas:

— Será o suficiente. — Respondi, mais por educação.

Esgueirei-me pela vila mais uma vez, dessa vez prestando atenção em qualquer atividade suspeita que moradores ou claros malfeitores poderiam estar exercendo pelas redondezas. Estava atento também à qualquer grito agressivo ou desesperado que pudesse ouvir por perto ou à distância. Após observar e habituar-me com aquele local atentamente, segui as instruções e procurei seguir para o norte do vilarejo, suposto local de onde os bandidos que aterrorizavam as redondezas apareciam e saqueavam os arredores.

Busquei-me atentar, além de fazer o mesmo protocolo anterior (observar suspeitos, ouvir gritos, sons que denotassem um novo ataque), à rastros de destruição. Pedaços de madeira claramente quebrados, vidro, sangue... Me certifiquei também de ficar atento o suficiente para detectar armadilhas postas pelos bandidos para emboscar-me, uma vez que aparentemente eu havia chamado atenção dos moradores locais com a misteriosa vestimenta.

Me atentei à conversa de moradores assustados que temiam pela volta dos bandidos durante a noite; busquei ouvir por de trás das paredes mercadores, outros moradores e até mesmo ninjas que não eram fortes o suficiente para detê-los para, assim, triangular a posição do tal esconderijo. Passei muito tempo ouvindo e, quando a noite finalmente chegou, optei por colocar o plano em ação. Usando as informações coletadas através de minha espionagem, isolei uma possível área na qual o esconderijo estaria localizado e pelas sombras me movi até o tal casarão que potencialmente abrigava os criminosos. As ruas ao redor daquele local pareciam muito vazias, mais do que o normal; a atmosfera daquele local era diferente, e eu imaginava ter achado por fim o meu objetivo.

Aproveitando-me da vestimenta que eu havia escolhido, escondi-me num local seguro e passei a observar atentamente aquele lugar.

Adendos:

Armas:

— Lá! — Mudei instantaneamente o olhar após ouvir os barulhos e a breve conversa, tendo finalmente localizado onde os bandidos estavam.

Com excessão da atenção contra possíveis armadilhas, abandonei todos os protocolos e saltei para cima de uma casa; com sucessivos saltos rápidos, percorri as casas do vilarejo rumo ao setor norte da vila. Poucos minutos foram suficientes para chegar até o local designado. Sob a brilhante luz da lua, escolhi o edifício mais alto naquela região do vilarejo para permanecer, mantendo uma boa distância que iria me permitir finalizá-los rapidamente. Em alto e bom tom procurei chamar atenção dos criminosos — aparentemente todos em solo —, após remover o capuz.

— Vocês fizeram das suas, marginais. Causaram muita destruição e saquearam tudo o que quiseram por muito tempo. Agora, espero que estejam preparados para morrer.

É claro, eu esperava ser ridicularizado pelos inimigos. Uma criança tentando combater um grupo de bandidos já velhos, quem diria. A ignorância seria a ruína de meus adversários. Busquei preparar a kunai escondida na manga e também o braço esquerdo, pronto para utilizar a técnica que seria usada para acabar com meus alvos.

Adendos:

Armas:

— Hum. — Desdenhei.

Com um saque rápido, levantei a kunai e apontei-a para o inimigo que estava próximo de maneira a zoneá-lo, evitando que ele chegasse próximo. Ficaria atento à suas aproximações para defletir qualquer ataque que planejasse. — Muito abusado, não acha?

(Enquanto mantinha o bandido longe tratei de realizar três selos com a mão esquerda que estava escondida por debaixo do sobretudo, aspirando grande quantidade de ar.)

Sem anunciar a técnica que planejava utilizar, fiz um rápido movimento de cabeça para traze-la alguns centímetros mais próxima daquele bandido; ao mesmo tempo, cuspi uma destrutiva e penetrante bala de ar direcionada ao peito do bandido, que, à uma distância tão pequena, provavelmente seria finalizado muito facilmente. Rapidamente virei-me, procurando alvejar e finalizar um a um todos os outros inimigos que se aproximassem com a poderosa técnica de vácuo; foram priorizados alvos mais capazes, como os tais bandidos que sabiam algumas técnicas básicas (supondo que suas técnicas fossem minimamente detectáveis, é claro).

Tendo cuspido balas o suficiente para executar ou incapacitar todos ou a grande maioria que poderia se aproximar, rapidamente guardei a kunai na bolsa e realizei mais uma vez os selos do rato, coelho e cachorro, desta vez com as duas mãos; aspirei grande quantidade de ar e comprimi-o em uma única bala esférica que foi atirada em direção ao líder do bando. A explosão resultante provavelmente seria o suficiente para acabar com ele e possíveis guardas, servindo também para acabar com a moral de qualquer sobrevivente.

O cansaço começava a aparecer, tamanho o uso daquele chakra em tão pouco tempo.

Adendos:

Armas:

Jutsus:

— Digam à todos que estão livres, moradores. Seus antigos opressores não hão mais de provocar nenhuma confusão nos arredores. — A liberação daquele vilarejo havia finalmente chegado, e todos aqueles cidadãos não teriam mais que viver sob tamanho terror.  — Ah, e se puderem me ajudar com isso, ficarei agradecido.

Revirei os tantos corpos e procurei pelos mais magros e menores, que seriam mais fáceis de se carregar. A minha missão havia sido cumprida, mas eu buscava pegar algo mais do que só o dinheiro; aqueles cadáveres serviriam para expandir meus conhecimentos ainda mais, e, através de tal estudo, eu me tornaria um shinobi ainda mais poderoso. Um fim sinistro para dois daqueles corpos de fato, mas necessário. A Folha precisava e teria um ninja que fosse capaz de lidar com questões que outros não ousariam tratar.

Com ajuda dos moradores busquei enrolar os dois corpos em um monte de panos para que se tornassem menos perceptíveis; tratei de levá-los e posicioná-los numa das carroças da caravana que iria retornar ao País do Fogo e Konoha em breve. Eu não sabia que fim os outros corpos teriam, então procurei não ajudar os moradores com isso e deixei que eles próprios decidissem o que fazer com os restos de seus algozes. Antes de partir, retornei à residência do cabeça da vila para buscar a minha oficial recompensa pelos serviços prestados em nome do Hokage.

Após isso me uni novamente aos mesmos mercadores que haviam me levado até o País do Arroz, desta vez rumo à Konoha.


Quando a caravana chegou de volta à Konoha, tratei de localizar e notificar o meu tutor Nakamikado sobre as mercadorias que havia trazido do País do Arroz. Com sua ajuda, tratei de levar aqueles dois corpos para a minha casa, onde seriam estudados nos próximos dias.

Adendos:

Armas: