Atane Rena

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— Acorde, Rena! — berrou a mãe ao adentrar a porta do quarto da pequena. — Está na hora, você finalmente dominará o próximo portão de chakra. — alertou impaciente. — M-mãe? — gaguejou a menina, ainda limpando os olhos assustada com a presença abrupta da senhora ao cômodo. O verão caloroso dentro de Iwagakure fazia-a suar, deixando toda a cama a qual dormia enxarcada. — Eu me sinto um pouco cansada do último treinamento... — reclamou. — Não me venha com desculpas esfarrapadas, Rena. Nós duas sabemos bem que tudo isso foi culpa sua. Se não quisesse treinar e colocar o seu corpo à prova, não se tornasse alguém que carrega os meus genes. — rebateu a mãe sacudindo a filha para fora da cama.

— Direto para o dojô! — ordenou correndo. "Droga, eu nem sei porquê tentei argumentar... Que mulher intransigente." resmungou mentalmente com um sorriso, reconhecendo que aquele não era um defeito e sim uma qualidade. "Apesar de tudo, ela ainda é a minha mãe, e eu vou amá-la por todos os restos dos meus dias aqui nesta terra." convenceu-se, descendo as escadas e indo de encontrou ao pequeno espaço comandado pela matriarca. Aquele era o dojô dela, contendo uma variedade de bokkens e inúmeras outras coisas. — Vamos, eu estou pronta! — falou a filha com fogo no olhar. — Sim, era exatamente isso que eu queria ver. — replicou a mãe, ereta à sua frente.

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— Vamos, pegue uma espada. — requisitou em tons ditatoriais. — Mas nós não iriamos treinar a abertura de mais um portão? — questionou a filha em dúvidas, já que a situação atual destoava da proposição realizada pela mulher quando uma vez fora acordada. — E iremos, porém desta vez é um treino alternativo. — explicou, pegando uma das inúmeras bokkens posicionadas em prateleiras laterais, à parede, de pé, esperando apenas que alguém com grande poder pudessem utilizá-las. — A  espada é uma extensão de minha existência, com ela superarei o mundo. — entoou a matriarca, relembrando um antigo jargão por ela utilizada. "A mamãe está séria desta vez, é melhor tomar cuidado." preveniu-se uma vez escutando seu lema.

Agarrou uma segunda espada. Tornou-se uma guerra entre sacadoras, exímias usuárias do estilo de luta denominado como "iaidō". Um instante e as lâminas se chocaram, produzindo um efeito de onda de choque por alguns metros, causando pequenas rachaduras no chão e teto do frágil lugar com arquitetura rústica. Um salto para trás após o choque, estavam empatadas em habilidade. — Você se tornou muito boa, Rena-chan. A juventude pulsa em você, eu posso senti-la. No entanto, é hora de avançar contra os seus limites. — advertiu tomando uma postura agressiva. Avançou como uma selvagem, praticando uma série de golpes lançados contra a cria.

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Os ataques incessantes causaram um prejuízo sério, acertando-a em diversas partes. Se aquela fosse uma lâmina dotada de um fio poderoso, certamente a pequena Rena estaria fatiada em inúmeros pedaços. — Ainda sim, sua velha sabe como tomar as rédeas de uma batalha. — provocou. — Já que é assim! — comprou a provocação. — Seimon, kai! — esbravejou. Abriu o terceiro de oito portões, acentuando as competências físicas das quais tanto se valia. — Agora sim esta luta se tornou séria. — avaliou tomando distância. — Sim, mamãe, é melhor você se preparar, eu não vou pegar leve mesmo sendo contra a minha própria mãe. — considerou Rena, preparando-se, em instância de saque, para realizar o ataque.

— Então eu também não posso vacilar. Seimon, kai! — contraargumentou, realizando a mesma forma. Encararam-se por alguns poucos segundos, reiniciando a prática dos movimentos brutais. Ao primeiro dos embates, as pobres espadas de madeira quebraram-se no processo. Não somente isso, a onda de choque gerada continuou a castigar a estrutura do lugar sobre onde pisavam, danificando-o progressivamente. Sem espadas, a filha tomou a iniciativa e executou uma sequência de socos contra sua mãe. Todos visavam o corpo. A mulher, apesar de meia-idade, tinha reflexos apurados e conseguiu, com eles, praticar uma defesa absoluta com a palma das suas mãos.

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Correram lado a lado, agarraram-se à espadas e repetiram a peleja que havia se iniciado. Os movimentos eram brutais, observadores externos enxergariam a disputa entre bestas caso as vissem. A aura verdejante que circundavam-as era simplesmente abissal. Lentamente, a estrutura ruía, não sabiam ainda, mas todos aqueles golpes de alta pressão faziam com que os troncos utilizados para erguer as quatro paredes rachavam-se em pequenos pontos. Num dado momento, depois de inúmeros golpes efetuados com suas lâminas, finalmente as duas cansavam. A respiração pesada demonstrava isso com clareza. — Você está indo muito bem, Rena-chan. Não sei se já percebeu, mas já tem um tempo que seu corpo está mais forte. — comentou a mãe.

— Obrigado, mãe. E, de fato, eu não percebi. Se importa se parassemos um pouco por agora? — perguntou com certa angústia de ser repreendida. A morena gargalhou. — Não se preocupe, Rena-chan. Eu também já estava cansada. — revelou sentando-se. A menina tomou o chão como um assento bem ao seu lado. — Impressionante, mãe. Você não abriu os outros portões e ainda sim conseguiu me acompanhar. Não consigo parar de pensar no quão forte a senhora é. — dialogou com uma respiração pesada. — A senhorita também não ficou pra trás, Rena-chan. Tenho certeza que seu futuro ainda será brilhante algum dia, filha. — garantiu.

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Alguns vários minutos se passaram, até as duas terem seu vigor físico plenamente recuperado.  — Está pronta para outra rodada? — perguntou com um grande sorriso, já erguida e posta de pé. — Estava me perguntando se já era o suficiente para você... — provocou. Deram algumas boas risadas, até que a senhora finalmente estendeu a destra, ajudando a pequenina a também se levantar. Ainda portavam espadas intactas. — Desta vez, utilize uma dessas bokkens... — solicitou retirando, do piso, duas espadas muito bem escondidadas. Por onde estavam, certamente deveriam ser especiais. — E o que tem de diferente nelas? — questionou curiosa. — Elas são feitas do melhor galhho de todos: carvalho púrpura, simplesmente não podem ser destruídas. — retrucou a senhora, finalmente entregando o artefato.

Em questão de peso e imagem em nada se diferenciavam das demais, mas estava claro para Rena que aquelas lâminas realmente tinham um ar completamente diferente das demais. "Incrível, e pensar que minha mãe guardava bokkens como essas escondidas..." imaginou. — Seimon, kai! — berraram ao mesmo tempo após um olhar de curta duração entre as duas. Reiniciaram os mesmo movimentos inimagináveis, executando-os de maneira tão veloz que era provável que outros observadores não pudessem enxergá-los. — Hyaaaaah! — gritou a menina executando a série de cortes.

De repente, a mais velha ganhou vantagem. Abriu mais um portão, desta vez o quarto. Sobrepôs à filha no quesito velocidade, performando manobras tão ágeis que não puderam ser defendidas. — Vamos, Rena, supere os seus limites! — ordenou em uma voz gritante, pressionando a filha cada vez mais. Desta vez o cérebro seria precursor de uma mudança definitiva. Acuada, não viu outra opção senão a de abrir o quarto portão, fazendo-o quase que de maneira inconsciente. — Eu não vou perdeeeeeeeeeeer! — berrou na mais alta intensidade possível, rasgando todas as fibras de seus músculos. De repente, uma mudança abrupta de protagonismo dentro da disputa. A menina assumiu-o para si. O quarto de oito estava dominado e, com ele, seguiu ininterrupta, até conseguir retirar a lâmina das mãos da ascendente.

— É isso, mamãe. — falou, apontando a lâmina contra seu torso. — Eu estou muito feliz, filha. Você torna-se cada vez mais forte... — disse a mulher. As duas riram e então deitaram-se contra o chão. Aquela rotina teria sido exaustiva, restava-lhes apenas o descanso.

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