❝ This is for long-forgotten
Light at the end of the world
Horizon crying
The tears he left behind long ago ❞

CH: 800/800 HP: 800/800 ST: 00/04

Em casa, Akemi parecia disposta a fazer seus afazeres domésticos, era de noite e o clima gostoso do vilarejo de Konoha fazia com que a menina não sentisse aquela preguiça costumeira de sempre, por isso a energia fluía de si. O luar era lindo e o som de grilos pelo lado de fora da janela eram audíveis naquele momento, em uma pequena muda de rosa num vaso, os insetos pareciam fazer um musical. Enquanto a moça de olhos castanhos começava a lavar a louça, não demorou muito para a campainha do quarto de hotel mais uma vez soar de maneira inesperada. Enxugando as mãos em um pequeno pano de prato, ela não tardou em ir em direção a porta. Chegando lá, novamente, seu velho conhecido, Yahiko trouxera um novo pergaminho contendo a missão desta vez. Pelo horário, Akemi cogitou que talvez um gato fujão pudesse estar tirando o sono de alguma pessoa influente da vila, mas desta vez, não era bem assim. O olhar dela se alterou com rapidez, assim que pode ler o conteúdo completo do pergaminho em suas mãos. De fato, as notícias não eram muito boas, era uma missão de classificação C, mas que tinha na realidade um valor bem maior para a Yuki, que facilmente diria que aquilo seria uma missão de vida ou morte. Cuidar de uma criança, ainda mais pela primeira vez, traria a menor uma sensação muito estranha que nunca passou pela sua cabeça. Nunca sequer pensou em ser mãe, pelo contrário, não havia nenhum pingo de instinto materno existente naquele corpo frágil de adolescente. Não era um dom natural, como em outras meninas de sua idade, tampouco era um sonho, na verdade era um pesadelo. "Ah, pelo menos não vou estar sozinha." esboçou um sorriso de alívio ao ver que o nome de Yuzuriha relacionado a missão. Em todo caso, deixou um bilhete descritivo para Mordred, justificando sua ausência, mais uma vez, momentânea para uma missão. As duas não estavam tão próximas nesses últimos tempos, mas ao que tudo indicava, era um processo natural onde a Uchiha planejava fazer com que ela crescesse um pouco sozinha. Vestiu suas roupas e foi para o ponto de encontro descrito no papel, certamente chegaria em frente a casa dos clientes e encontraria com sua parceira lá, para iniciarem o trabalho. Depois de muito caminhar, havia chego no local marcado, em frente a casa dos clientes, pode notar que eles já estavam de saída e que sua parceira parecia já estar lá, com a criança.

— Eae... — Apresentou-se, a dois metros de sua companheira e também, principalmente da criança.

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Certamente o que aconteceu foi bem inesperado pela ninja médica. Seus olhos se prostraram sobre a face pálida da Gennin à frente, deixando bem claro através de um sorriso que ficou feliz em finalmente ouvir a menina iniciar um diálogo, porém ainda assim era uma situação que a jovem Akemi não gostava muito de estar se metendo, não tinha muita afinidade com crianças e embora o momento fosse extremamente satisfatório, não era algo muito bom ficar tão próxima a uma. Quando esboçou responder a pequena Gennin de olhos vermelhos não teve tempo, ela corou imediatamente e mais que depressa foi para as escadas, subindo-as e adentrando a casa.

Lentamente a Chunnin fez o mesmo, caminhou os metros que faltavam até as escadas e a subiu pesadamente, não havia vontade alguma de se apresentar ao garoto que parecia já estar tão falante para idade quanto um cantor. O olhar foi lançado a figura em miniatura à frente, notando que este se referia a Yuzuriha pela palavra "Tia", aquilo certamente não era algo muito bom de se dizer, ainda mais para duas moças tão belas e jovens, mas como não foi para Akemi o doce apelido, isso não a incomodou tanto. Em questão de minutos no mesmo ambiente, pode notar que a criança parecia ter alguma dificuldade em ouvir, podendo ser até algo um pouco reduzido, ou seja, apenas um pouco da sua audição foi comprometida.

Sem demorar muito, foi de encontro ao sofá, onde se sentou timidamente, olhava para a companheira como se estivesse pronta para iniciar um diálogo, mas o que viria a seguir, não era muito "fácil" de admitir.

— Poderia colocá-lo pra dormir? Eu... Bem... — A sensação de mal estar tomou conta de Akemi no mesmo instante, claramente abalada pela presença de uma criança tão jovem, ela se lembrava um pouco de seus dias de orfanato, onde a aparência daquele menino doce contrastava com alguns garotos mais velhos que batiam na jovem dama de gelo.

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Felizmente a Gennin não questionava os motivos de Akemi não querer dar mais proximidade com o menino, melhor ainda foi saber que embora o jovem tivesse percebido a recusa em se aproximar muito, não tentou fazer qualquer outra coisa a não ser ficar com sua cuidadora de cabelos rosados. Vigilante, a jovem conjurou através de selos manuais, dois clones, que foram de imediato para o lado de fora da casa, para ficarem à procura de qualquer tipo de intruso na ausência do casal dono da residência. Como não havia muito o que fazer, a Yuki se sentou no sofá, prostrando-se ali até que depois de algum tempo cuidando do jovem, Yuzuriha retornou noticiando-a que já havia dormido.

— Ah... Que bom... — Não sentia-se muito motivava com este ato falho, era uma líder, não admitia ser tão fraca a ponto de mandar alguém fazer seus deveres.

— P-por que você não gosta de... — Gaguejou, mas ao mesmo tempo diminuiu o tom da voz, para evitar que o garoto acordasse. — Por que você não se da bem com crianças? — Questionou.

— Não é que eu não me dê bem, é que eu passei anos em um orfanato, já tive muito contato com crianças, meio que nunca gostei de lidar com elas, algumas tem personalidade forte e isso me trás recordações bem ruins. — Respondia, levando a mãos aos cabelos, os acariciando inocentemente, como se em sua cabeça alguma lembrança viesse. De fato, aquilo a fez recordar do passado. Suspirou profundamente.

— Poderia me contar sobre o lugar de onde veio? — Parecia um pouco menos tímida, talvez a curiosidade fosse o ingrediente que faltasse antes, para superar sua vergonha excessiva.

— Bem... Tudo começa em Kirigakure... — Iniciava a história.

Depois de muito tempo contanto, entre uma pausa e outra para olhar a criança que dormia tranquilamente, ambas conversaram. O passado de Akemi aos poucos foi revelado como uma história longa e interessante, embora para ela fosse bem curta e sem emoção. A parceira da Yuki se enchia de sentimentos, ao ouvir cada novo trecho daquela saga de vida, mas também enchia-se de comoção ao ver o que ela já passou. No final da noite, as duas haviam feito o trabalho tranquilamente, dando uma recepção amigável aos pais da criança que voltaram assim que o dia amanheceu. Dali retornaram para a vila, levando um relatório ao quartel e depois indo para suas casas.

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