A conversa com Mako havia sido perturbadora. Havia me tornado assistente afinal, algo assim indicava que meus planos já haviam tido início. Rumei para fora do prédio, com ambas as mãos nos bolsos, repousando-as. O olhar curioso vagava pelo ambiente, admirando tudo e todos pelo caminho, até que uma sensação familiar pôde ser sentida.

A destra foi posta de lado, mirando o ar, apertando no entanto, algo sólido. O pergaminho que se depositava em minha mão era a prova de minha importância. — Hmm...já querem que eu faça algo? — Indagava, levemente curiosa. Sequer havia visto o ninja que me entregara o pergaminho, mas acreditava que as informações necessárias estariam todas em seu interior, então o abri rapidamente para contemplar suas informações.

[...]

Não demorei para me deslocar pelas ruas da vila, já havia memorizado todos os trajetos de uma forma impossível de me esquecer. A memória não ajudava, mas isso talvez pudesse estar perto de mudar. A floricultura à minha direita parecia ser a certa, o que indicava que o homem em minha frente possivelmente era quem estava buscando. — Olá! — Dizia, com um sorriso maliciosamente belo.

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O jounin pareceu ser o correto, já que sabia a respeito da missão. Com um sorriso típico, o respondi — Sim, eu mesma... —, vagando até o portão da vila em sua companhia, enquanto os últimos detalhes a respeito da missão eram repassados.

O comerciante era visível, talvez estivesse muito distraído com o trabalho, mas provavelmente ele notaria caso fosse muito indiscreta, então tentaria uma abordagem diferente. — Pode deixar... — Indicava para o Jounin, afastando-me calmamente, indo na direção do comerciante. O homem não era tão alto, com uma barriga levemente desenvolvida — também conhecida como pança. Ele provavelmente me reconheceria, afinal, já era uma figura em destaque no vilarejo. Com o sorriso esticado para os lados, mostrando bem os dentes, puxei assunto. — Olá, o que está vendendo de melhor hoje? — Lhe perguntava, tentando parecer normal. Os produtos eram muitos, não sendo sequer possível conhecer suas utilidades, já que sequer pensei em usá-los algum dia.

Com as ofertas feitas e perguntas respondidas, me despedia, afastando-me de leve, como se meu interesse houvesse tido um fim. O comerciante tratou de se retirar, provavelmente seu horário de trabalho havia terminado ou então "estava prestes a começar de fato". Tratei de segui-lo, em meio a multidão. Provavelmente descobriria aonde estava indo em seguida.

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Os planos do comerciante ainda eram discretos, atiçando cada vez mais minha curiosidade. Com o diálogo encerrado, ele tratou de se mandar, partindo para uma parte mais isolada do vilarejo. Com minhas suspeitas,  mantive-me oculta em meio à multidão, observando-o à distância, até que o homem se aproximou de um galpão de cosméticos.

Observei o local por algum tempo, esperando, caso ele decidisse sair de surpresa, mas como não foi o caso, me aproximei mais. Os olhos bem atentos, varreram o local atrás de qualquer coisa que pudesse me ajudar no momento, mas a única facilidade seria a de duas janelas abertas na lateral. A energia fluindo em meus pés me permitiu correr sobre o concreto que revestia as grossas paredes da fábrica, alcançando rapidamente as janelas por onde me esgueirei para dentro, mantendo-me oculta em meio às sombras. Meus olhos focaram sua atenção no pequeno grupo no andar inferior; três possíveis ninjas do vilarejo e dois comerciantes. Não seria capaz de ouvir sua conversa com perfeição, apenas algumas palavras cortadas aqui e acolá. Com receio de me aproximar e entregar minha posição, permaneci imersa na escuridão.

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O armazém se inquietava com as discussões dos homens, reclamações e citações me deixavam levemente curiosa. — Ela...? — Me indagava, mentalmente. Não reconhecia nenhum dos três ninjas, provavelmente não possuíam muito destaque para que lembrasse seus nomes através das fichas presentes no gabinete de Mako, mas isso não importava.

Um dos cinco se retirava, visivelmente alterado. Mencionou algo sobre achar e trazer alguém e obviamente eu deveria impedi-lo. Com minha agilidade, saltei da janela pela qual havia entrado, pulando entre as paredes próximas para alcançar o chão. Com pressa, segui o sujeito para não perdê-lo de vista, sendo levada até o hospital. Em extremo estado de confusão, olhei em volta atrás de reflexão, mas não conseguia pensar em qualquer motivo para que ele viesse para cá.

Meus pensamentos eram encerrados no momento em que bati meus olhos na coloração alaranjada dos cabelos de alguém. Uma pessoa em meio à multidão, puxando toda minha atenção para ela. Sentando-se em um dos bancos próximos ao hospital, parecia trajar um hobby branco, como se fosse uma das pacientes. — Se é uma paciente, o que faz aqui fora? — Me perguntava, olhando fixamente em seus olhos da mesma cor da noite.

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Uma das enfermeiras se aproximava, preocupada. Sua expressão de cansaço me fazia claro que estava extremamente preocupada com o bem estar da donzela em minha frente, mas o curioso mesmo foi o nome atribuído à ela. — Princesa...? — Indagava, vendo-a me dar as costas e caminhar de volta para dentro do prédio — ou era o que esperava acontecer.

Uma sombra a capturou pelo caminho, sendo rápida demais para prestar atenção aos detalhes, mas pude perceber que se tratava do comerciante de antes. — Não pode ser! — Ria, com meu rosto vermelho de excitação. — Quem diria que esse miserável era tão rapido! — Dizia pelos ventos, enquanto acelerava o passo na direção em que ele seguia. Era óbvio seu destino, então me apressei para chegar ao armazém antes dele, o que poderia não ser possível.

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A velocidade do maldito era impressionante, mas jamais admitiria isso à ele. Tendo chegado ao armazém, ele já havia percebido tudo, afirmando que sabia que estava sendo observado. Com a garota desacordado, recostada sobre a porta, meu objetivo principal seria resgatá-la — uma pena que esse nem de perto era minha prioridade. Um sorriso bem aberto se formou com os lábios bem abertos, mostrando bem a arcada dentária. — Pode vir, seu retardado! — Prosseguia em insultá-lo, para desestabilizá-lo.

Os selos foram feitos, criando um vórtex de água que se tornou uma onda, jorrando em minha direção. O sorriso não perdeu intensidade, enquanto as mãos se moviam rapidamente para formular uma defesa. Da boca, uma rajada de água surgiu, criando uma parede capaz de barrar aquela água toda. Mas não satisfeita em me defender, corri através da parede após o choque entre as duas massas, chegando até meu adversário, enquanto as mãos teciam ainda mais selos. — Quero ver escapar dessa! — As mãos se esticavam em sua direção, sendo possível ver cobras escorrendo de minhas mangas, que iriam ao encontro de seu corpo, para restringi-lo e estrangulá-lo. As enormes cobras negras provavelmente se cobririam com o vermelho carmesim das entranhas do velho, caso não se defendesse apropriadamente.

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As explicações nojentas do velho que se debatia em meio as cobras me fazia querer vomitar. Como um porco imundo, se remexia e esperneava, tentando se livrar de suas amarras, ainda disposto a continuar vivendo. O olhar carmesim das cobras negras veio de encontro ao meu, de modo que elas entendiam o que deveriam fazer, estreitando ainda mais o espaço de folga que o homem possuía, estalando suas juntas e fazendo-o chiar como um patinho de borracha estragado. — Que plano mais imbecil o de vocês... — Dizia, com um encantador sorriso, enquanto os olhos se abriam cada vez mais, arregalando-se. — Mas não se preocupe...tratarei de vocês muito bem! — Falava como a sádica que era, afinal, deixando transparecer sua verdadeiro personalidade.

Outros sujeitos atravessavam a porta do armazém, vindo para o lado de fora. Três, era o número de sujeitos ali. Um deles, mais veloz, pegou a princesa nos braços e seguiu para dentro novamente, provavelmente prosseguindo com o plano. Não me adiantaria tentar atravessá-los, já que eles estavam em maior número provavelmente seriam mais poderosos do que eu. Meu único meio de vencê-lo, seria sendo eu mesma.

O loiro disse algumas palavras, não sendo, no entanto, capaz de entendê-lo, já que todos ali não passavam de animais prestes a serem abatidos. O olhar de desdém maculava minha face, enquanto as cobras negras serpenteavam o corpo do velho, que já havia desmaiado pela falta de ar. — Só há um pequeno erro nessa sua frase... — Retrucou, com o típico sorriso de orelha à orelha. — O Hokage e eu não somos amigos, ele é meu fantoche! — Terminava, pouco antes das serpentes esmagarem o corpo de meu prisioneiro, jorrando litros do líquido carmesim que corria por suas veias para todos os lados. As gotas escarlates que escorriam por minhas roupas e cabelos faziam com que me sentisse bem, me fazia me sentir normal outra vez. — Então...vamos acabar logo com isso, seus porcos!

O corpo retorcido era atirado contra eles, jogando sangue contra suas faces, na tentativa de interromper sua visão e acertá-los em cheio. Um selo era feito, criando uma duplicata no momento em que a distração era criada. Essa luta seria de dois contra dois, não havendo qualquer desvantagem contra mim. Investi contra o loiro, enquanto a duplicada ia de encontro ao moreno. As esferas espirais em nossas mãos destras iria de encontro às barrigas de nossos inimigos, caso eles fracassassem em evadi-las.

Toga; HP: 725|725, CH: 279|800, SPD: 14m/s, STM: 1|4
Clone; CH: 279|354, SPD: 14m/s, STM: 1|4

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Um dos adversários era derrotado, restando apenas mais um inimigo afinal. O clone se dissipava, sendo destruído facilmente por minha própria distração, revelando o moreno, intacto se preparando para contra-atacar. Os selos da técnica eram conhecidos, afinal, era uma técnica que eu mesma possuía. — Bola de fogo? — Imaginei, soltando uma rápida risada, movendo as mãos para se encontrarem e dançarem juntas, enquanto os selos se formavam no processo.

A enorme labareda foi disparada da boca do sujeito, criando uma enorme onda de calor que evaporava a água presente e se aproximava de meu corpo lentamente, secando o sangue em minhas roupas e causando desconforto em minha pele, mas não deixaria que as chamas me tocassem, deixaria, no entanto, fazê-lo crer que seu golpe teria sido bem sucedido. Com os selos tecidos, a água que ainda se fazia presente se acomodou em minha volta, bailando como uma tsunami, subindo até o céu enquanto serpenteava em círculos, criando um vórtex. — Hoje não, seu merda! — Insultei-o mentalmente, era impossível que me ouvisse através daquele corpo d'água. E com um movimento de mão, toda a água foi disparada contra ele, permanecendo, contudo, na altura de sua cintura. Caso ele pulasse para se safar, uma kunai com dois explosivos seria lançada à seu encontro, provavelmente na direção de sua cabeça, para explodi-la de vez. — Vocês não perdem por esperar para ver do que a Mamba-Negra é capaz!

Toga; HP: 725|725, CH: 483|800, SPD: 14m/s, STM: 2|4

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A exaltação foi tamanha que o corpo do sujeito emanava o belíssimo líquido carmesim de seu crânio, espalhando-se através da água e adotando a coloração avermelhada que me deixava tão feliz. O outro homem, o loiro, ainda estava enterrado no parede sólida de concreto, com seus olhos brancos encarando o vazio, desacordado sem conseguir continuar. — Muito bem...agora a princesa... — Prossegui até o armazém, abrindo a enorme porta de ferro com ambas as mãos, vasculhando cada pedacinho dali com olhos apressados.

Deitada sobre uma cama, ao longe, ela parecia descansar, como se estivéssemos em sua casa. Me aproximei dela, analisando seu rosto, as curvas de seu corpo, suas vibrantes madeixas alaranjadas e seu perfume adocicado. Não era um sorriso que se formava em meu rosto, era uma cara ranzinza que indicava que estava próxima de meu limite. O último deles se apresentava, podendo ser ouvido de minhas costas. Suas palavras me irritavam, me faziam suar fria, como se meu mundo colapsasse. Uma kunai foi jogada contra ele, mirando sua cabeça, mas provavelmente ela passaria em falso por sua bochecha, por causa da adrenalina. — Cale essa sua maldita boca! Você e seu bando de COVARDES! SÃO TODOS PORCOS QUE MERECEM SER ABATIDOS! — Estourava, com um misto de ira e empolgação, deixando sua cara azeda se transmutar em um sorriso próximo do final, esperando uma reação do meliante.

Toga; HP: 725|725, CH: 483|800, SPD: 14m/s, STM: 0|4

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A mente ia a milhão, os pensamentos se despejavam pela boca conforme minha ira tomava conta de mim. O homem em minha frente estava do meu lado, felizmente — seria uma pena tê-lo matado por engano. Deu algumas ordens, então tratei de cumpri-las para acabar logo com tudo aquilo.

Um dos braços se alocou abaixo dos joelhos da moça, enquanto o outro segurava-a pelas costas. Carreguei ela para fora como se fosse, de fato, uma princesa. Os diversos pulos e passos rápidos que dei na direção do hospital me levaram até lá em um instante, então encerrei toda aquela palhaçada ao entrar no hospital e tratei de botá-la em uma das macas espalhadas por ali. Uma das enfermeiras pensou em me perguntar algo, mas já sabia o que havia ocorrido. Com um agradecimento dela, fui embora, sem ao menos esperar a jovem acordar.

Toga; HP: 725|725, CH: 483|800, SPD: 14m/s, STM: 0|4

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