Em meio a floresta de faias, a sombra da folha avistou uma grande escadaria de cascalho. Se despediu do boné que adornava-lhe a cabeça e soltou o laço carmesim, permitindo aos seus cabelos escorrem pelos ombros brancos e pelas costas. Despiu-se de sapatos — como um ato religioso ao se dirigir ao templo — e iniciou caminhada. A sola dos pés entrou diretamente em contato com a rocha gelada, transmitindo uma sensação gélida que percorreu cada célula do corpo. O som das árvores e a brisa noturna que sussurrava os ouvidos foram sua única companhia durante todo o percurso. As dúvidas dominavam sua mente como uma relação entre mestre e servo, ditando-lhe comandos e Mordred os obedecendo; duvidar-se de si mesma.

Sobre a sala principal, o sangue Uchiha lhe proporcionou a entrada ao esconderijo. Seus olhos eram agora muito mais poderosos que na juventude e através dele foi capaz de descobrir mais uma pequena e importante parte da história Uchiha. O novo nível ocular do qual ouvira falar era assustadoramente poderoso; quiçá lhe daria o poder de dominar toda uma nação. Intrigada, a princesa carmesim transcreveu todas as informações que obtivera para um papel e por seguinte, deixou o templo.

Seguira para norte, onde ordenou que enviassem uma carta de requisição para um dos shinobis de Konoha. Conhecia suas habilidades e sabia que este seria mais do que necessário para completar seus planos.

Consid.:

Eu corria atrás daquele homem como uma cega segue um cão guia, não necessariamente por não ver o caminho, mas por estar perdida em meio a uma situação que a mim não fazia sentido algum. Acho que a minha última parte do treinamento era aprender algo sobre esse tal templo, mas me questionei se era mesmo necessário aprender tudo aquilo naquela hora. Minha cabeça, corpo e alma, estavam me impulsionando para lugares diferentes, parte de mim queria correr para fora da vila, enquanto a outra, mais racional, deu a mim motivos para seguir meu aliado. Enfim, chegamos num lugar muito peculiar, que eu sinceramente não conhecia em Konoha. Descemos até o nível inferior e, quando dei por mim, já estava de frente a uma passagem secreta que Togata abriu para que possamos ter acesso ao seu interior. “Que droga é essa…?” Me perguntei, mas logo obtive mais informações. Meu aliado me pedia para que eu despertasse meus olhos e lesse algo talhado naquela pedra bem diante de nós, inicialmente eu pouco entendi, inclusive resmunguei, como sempre bem birrenta.

— Ora, pra que eu tenho que olhar essa pedra com meu Sharingan? — Notei que não teria resposta ao vê-lo fazer o mesmo que me pedia e, anotar algo num papel, me ignorando por completo naquele momento.

Sem escolhas fiz como ele mandou, despertando meu poder ocular em seu máximo. Ao ler as escrituras, pude absorver conteúdos que julguei interessantes, dando a mim informações sobre o que eu havia passado e como cheguei até aquele nível de poder ocular, parte de minha história, ou melhor, ancestrais. Certamente, saber sobre minhas origens era o último passo para entender o que eu era e, por consequência, dominar minhas habilidades. Em todo caso, aproveitei das cinzas do incenso ao lado da pedra e peguei um pequeno pedaço de seda que estava ali, escrevendo as informações que considerei mais preciosas. Eu já havia terminado e esperava o comando do meu sensei.

— Eu entendi porque me trouxe aqui… Obrigada… — Eu permaneci olhando a pedra mais uma vez, memorizando tudo e guardando o papel no bolso. — Agora vamos. Se tivermos que parar de novo em outro lugar eu juro… Que vou te queimar e você não vai gostar. — A irritabilidade me fez parecer grosseira, mas eu creio que ele entenderia o recado. O carmesim dos meus olhos o fitou com ferocidade, porém logo sumiram ao meu desejo. Chegava a hora de sair dali e assim o fiz, puxando o homem pela espada em suas costas antes que ele decidisse ir lanchar antes de viajar para Oto. Se agora tudo desse certo, iríamos os dois aos portões e correríamos ao nosso destino no vilarejo vizinho.

Considerações:

Jutsus Usados:

Equipamentos: