Ambiente: É noite e está levemente nevando.

Narração: A vida e a morte sempre andam lado a lado. Duas pessoas estavam na biblioteca da casa, um de frente ao outro, debatendo coisas que pareciam se tratar de um cachorro? Talvez, apenas podia-se entender a palavra “Vida”. O homem que emanava um brilho negro demonstrava sua ira contra a garota de brilho azul que chorava desamparada, foi num ápice, um grito do homem que uma forte energia negra saiu do corpo do homem, e voou em direção da garota que, pela força, acabou se deslocando centímetros para trás. A garota, de maneira a defender-se do homem, enviou uma nova onda de energia, dessa vez azul, contra ele. Jutsus que não precisassem de selos eram complicados no mundo shinobi de agora, mas eles pareciam conseguir com uma incrível facilidade, isso foi demonstrado quando o homem, assustado pela devolução feita pela garota, esticou seu braço para frente com uma expressão de susto e emitiu uma fumaça negra de sua mão, fazendo a garota voar em direção de um espelho que se destruiu com o impacto, assim como a garota que sumiu com o impacto, deixando apenas a superfície reflexiva com um brilho azul e em pedaços.


Talvez os mais sensatos ali presentes, foram eles que deram início as primeiras coisas que foram indagadas. Asakura com eximia percepção, foi capaz de observar que as pedras estavam ali, mas não tinha por onde saírem, não haviam buracos que demonstrassem serem jutsus, nem mesmo sinais de pedras fora do lugar. Noah, por outro lado, parecia ser cuidadoso o suficiente para que não fosse pego em um movimento secreto ou uma armadilha, mas o Kanchi, por alguma maneira, não revelava nem mesmo o próprio chakra, algo começou a bagunçar seu kanchi quando finalmente a lua no céu banhava os garotos, fora da nuvem que o cobriu até o momento. Isso não foi a única coisa estranha, quando todos estavam entrando, pedras fecharam a passagem, elas não cobriam a entrada e, num piscar de olhos, fechou todos dentro de seus respectivos tuneis.

Hao e Noah, seguiram por uma entrada que rapidamente foi descoberto em que cômodo da casa dava, eles desceram pela escada de pedra e, ao chegarem no final, puderam ver uma escada de madeira, iluminada pela fraca chama de uma tocha inapagável, mas dessa vez, a escada não descia, ela subia. O local de destino da escada, era uma biblioteca, ela estava em perfeito estado, porém, seus livros eram circulados pela poeira, demonstrando que o local não era usado a muito tempo. No centro da biblioteca estava um pequeno altar, com um espelho, que mostraria para quem o olhasse, a história das pessoas que brigaram ali anos atrás, em cima do altar, ainda tinha um livro de bordas douradas e capa marrom, não era difícil deduzir que, o único livro que ainda parecia intacto pelo tempo, era especial, restava a eles decidirem se leriam ou não o seu conteúdo, ou se apenas um deles o leria. Seja quem fosse, saberia da trágica morte da garota de brilho azul celeste.


A ideia de formarem um trio teria sido boa se não fosse o pequeno atraso de kuririn ao adentrar o local. Sinbad parecia não saber muito como ajudar o grupo, visto que suas poucas palavras eram apenas apoio que dava ao time, assim como suas ações. No entanto, Kohaku, o jovem que parecia se manter interessado em kuririn, acabou por ser separado do garoto quando as rochas surgiram, agora Kohaku não estaria mais a disposição de kuririn caso morresse, agora, o jovem, que recebera a flor anteriormente, deveria proteger apenas seu parceiro Sinbad para mantê-lo vivo até que conseguissem se reunir novamente, o que o garoto não sabia, era que, com a boa ação de Noah, ele agora tinha em mãos a única coisa que poderia proteger eles de quaisquer que forem os próximos ataques.

Os dois caminharam pela escuridão até esbarrarem em alguma coisa. Sinbad quase caiu com o tropeço, o obrigando a alcançar algo para se agarrar, foi no momento em que o garoto segurou uma corda e tentou não cair, que a luz do cômodo se acendeu, revelando o enorme espaço no local. O cheiro consumiu o local, um cheiro de morte passou pela respiração de Sinbad o dando enjoos, mas fascinando seu companheiro, especialmente após observarem o que havia no local. O porão da casa era cheio de correntes presas ao teto, o chão quase totalmente coberto de sangue, parte fresco, parte seco a dias. Moscas pairavam no local, rodeando cabeças cortadas, perfuradas, corpos dilacerados e, na parede direita, havia um homem, pendurado em pregos, com seu estomago completamente aberto, era o ninja de Kirigakure que viram anteriormente, agora era fato que o homem havia morrido.

O garoto, Sinbad, havia tropeçado em uma cabeça, uma das que ficavam apenas no chão. O centro do porão era cheio de mesas metálicas decoradas com partes de corpos. O chão, ao menos a parte não coberta pelo sangue, possuía uma simbologia um tanto excêntrica, símbolos de alguma outra linguagem nunca falada. Na parede a frente deles, havia uma escada de vinte degraus de madeira, meio podre com o tempo, mas deveria aguenta-los caso decidissem subir sem antes explorar o local, algo difícil de pensar, visto que Kohaku iria querer visualizar cada detalhe daquele templo da morte. Ao lado esquerdo, estava o último detalhe da sala, um armário completamente selado com um cadeado que não poderia ser quebrado com a mão, eles deveriam, caso quisessem, quebrar com outra coisa.


Rikki estava com problemas em sua visão, parecia que a fumaça de fato possuía um efeito colateral, ao menos para um dos ninjas, efeito que poderia ser fatal caso eles estivessem em uma luta de verdade. Angell por outro lado, se mantinha sã, era a que deveria ter a mentalidade mais saudável entre eles, se ela estivesse perdida, todo o plano traçado até o momento também se perderia. Angell estava no caminho correto, se perguntava coisas que, assim como Asakura, poderiam ser o que definiria o futuro deles. Uma ideia um tanto precipitada usar linhas para definir como seriam reconhecidos, mas era uma ideia boa em certos casos. O garoto seguia atrás da garota de modo a proteger sua retaguarda, mesmo que não tenha sido necessária pois as pedras fizeram questão de fazerem isso por si só, pois surgiram fechando saída e entrada daquele túnel.

Os dois, ao passarem por uma escada de pedra que os levavam a sair pelas portas de um guarda-roupa, surgiram em um quarto com móveis totalmente destruídos, roupas rasgadas em meio aos destroços, papéis espalhados por todo o local. Não seria a melhor ideia explorar aquele local, poderiam ter insetos peçonhentos ou coisas piores. Mas nas paredes a frente e a esquerda haviam duas portas, uma fechada e a outra aberta. A porta aberta levava a um cubículo que antes deveria ser o banheiro da casa, havia um armário com suprimentos, duas pílulas de comida, uma vermelha e uma azul, também possuía uma banheira de águas tão turvas que mesmo com 1 metro de profundidade não deixava visível seu fundo. Eles deveriam decidir se iriam arriscar colocar a mão na água negra, explorar os cômodos ou sair pela porta que estava fechada por algum motivo.


Kuririn tomou sua decisão, deixou que as pessoas escolhessem o caminho a seguir, deixou que se separassem. Um filme de terror poderia criar muitas situações, exatamente como essa, onde os mocinhos se separam e o vilão pode fazer suas vítimas sem darem chance de defesa. Pena que a vítima, no caso, foi o próprio kuririn, o garoto, ao querer prestar sua ajuda, acabou não sendo ajudado, todos entraram e, como desejado, ficou por último. Assim que Kohaku adentrou a passagem, materializou-se, em todas as aberturas das rochas presentes no local, pedras que não poderiam ser quebradas de nenhuma maneira, rochas duras como o ferro bruto, ou melhor, como diamante, apenas machucariam o rapaz se tentasse quebra-las, mas ele sabia disso, podia sentir o chakra emanar das rochas, sem que precise ser sensor para sentir isso.

Finalmente o relógio bateu 3:00, kuririn ainda estava fora da casa e foi o único que conseguiu ver a luz que tomou conta do local, iluminando por entre as rochas, e o grito, estridente como nunca antes visto, um grito feminino que poderia ou não ser uma armadilha. Nesse momento, os caminhos que não foram seguidos se destruíram, implodiram para o lado de dentro formando valas que não demoraram para se encherem de água, elas se conectavam em um “X” pois foram os caminhos das extremidades que não foram escolhidos. O rapaz pôde perceber então, mesmo com sua pouca inteligência, que existia um local que não havia se fechado, a chaminé, que ainda liberava fumaça negra, era um movimento suicida, mas era a última esperança para poder ajudar os outros.

Profecia:

Considerações: