O mundo realmente estava algo pacífico e sem sentido. Nem mesmo os jounins pareciam estar sendo convocados para fazer ritos ou missões especificamente difíceis. Eu também o era, por isso sabia disso. Chegava a dormir até doze horas de uma só vez, desperdiçando o resto do dia com futilidades. Dia ou outro folheava revistas, jornais, livros, mas nada que realmente interessasse. Respirei fundo e saí para as ruas, procurando alguma confusão, algum anúncio, alguma ação, enfim. De súbito, uma conversa entre dois genins, que andavam atrás de mim, me chamou a atenção:

— Você sabia? — Sua entonação parecia demonstrar grande entusiamo, quase gaguejando conforme prosseguia — O hospital da vila está contratando. — Antes mesmo de entender do que se tratava, graças ao meu estado de sono constante e lerdeza atípica, o amigo do primeiro genin o corrigiu: — Não seja burro, Hirako! É um emprego voluntário e de aprendizado para as necessidades mais básicas da nossa vila. É sempre bom termos gente competente para cuidar da nossa saúde. — O menino bradava aos céus com confiança de um chunin recém graduado.

Comecei a considerar se aparecia por lá, embora já tivesse a decisão pronta. Ora, não estava fazendo nada e o mundo estava calmo, exceto pelo alvoroço da eleição para Tsuchikage. Eu já possuía um bom conhecimento científico, adquiridos exatamente naquelas salas do Hospital. Por último, é sempre bom aperfeiçoar habilidades diferentes; nunca se sabe quando precisar-se-á das coisas. Tomei o atalho mais próximo e dentro de quinze minutos batia levemente no balcão para chamar a recepcionista:

— Olá. Estão procurando voluntários, não é? — Minha expressão deixava claro que eu não sabia exatamente como proceder.

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Sem muitos rodeios, foi entregue a mim um folheto qualquer para que eu preenchesse. Nome, idade, e essas balelas todas. Ora, mas eu sou um jounin da vila a muito tempo. Será que ela não me reconhecia? Passei a especular se meu rosto era conhecido entre as pessoas e entre os shinobis de Kumogakure. Tudo parecia me irritar nesses últimos tempos. O click da caneta indiciou o fim das minhas anotações, ao passo que desviei meu olhar, um pouco irritado, quando ela começou a falar e explicou que eu deveria ir para uma sala com outros... candidatos. Entendi perfeitamente, mas não pude deixar de soltar uma ironia ou duas.

Enquanto andava, pude notar que o prédio, no caso o grande Hospital de Kumogakure, mostrava-se decadente e precário. As janelas estavam um pouco manchadas, o chão não brilhava, enfim, não se assemelhava com o que eu me lembrava quando aprendi o caminho científico, mais que isso, onde pude produzir uma droga poderosa que curou meu vício em açúcar. Conforme pensava nisso, relaxei e adentrei o local de seleção. Uma vista passageira foi o suficiente para saber que eu não teria problemas, ao menos era o que a minha presunçosa mente me instigava.

— Que horas começa isso? — Bradei. E, embora impaciente, no fundo eu estava contente por ter revisitado algumas memórias.

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Eu já quase cochilava de tanto que tive esperar. Cerca de trinta minutos. Sem ter o que fazer ou observar, como gostava muito de passar o tempo, o sono era certeiro. Enfim chegou alguém, que se apresentou como Kojima, líder organizativo desse evento. Suas explicações seguintes se deram em torno de tópicos muito conhecidos por mim: anatomia e substâncias. A anatomia, no entanto, ainda me era um tanto quanto desconhecida, pois meu foco nesse quesito era justamente para melhor efetuação do segundo item, os remédios e venenos. Pouco adiantava criar um veneno que cegue se você não tem o conhecimento anatômico e multifuncional do olho humano. Gastei, na verdade, muitos meses estudando isso, noutras épocas.

Aliás, não eram bem explicações. Eram longas, muito longas, exatamente como aulas. Achei que seria necessário anotar, e assim o fiz. Alguns doas candidatos ali presentes já faziam isso desde o começo, então eu já estava um pouco atrás. Ao término pude memorizar os conceitos-chaves com certa facilidade, tanto devido ao meu conhecimento prévio, quanto à minha grande capacidade cognitiva. Será que os candidatos seriam selecionados logo em seguida? Quis saber, então, se Kojima era tão bom quanto demonstrava ser.

— Por acaso a medicina atual tem luzes sobre a cura de adicções no açúcar, ou com a diabetes? — Sabia, ou achava que sabia, que ele não saberia responder. Faz mais de um ano que desenvolvi esse tipo de medicamento, e lá ninguém tinha a menor noção de como proceder. Mudou?

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Que resposta mais evasiva, pensei. É claro que não sabem. Nesse momento, minha confiança neles parecia cada vez mais abalada, afinal nada me indicava que os encarregados eram grandes sabedores do iryouninjutsu. Fomos mandados embora para retornar no outro dia, e foi o que fiz. A parte prática do curso começaria agora, em minhas mãos constava as anotações que eram rapidamente relembradas e lidas em voz baixa. O chefe do grupo, para minha supresa, trouxe um peixe morto de volta a vida utilizando um chakra esverdeado nas mãos. Aquilo fez com que meu rosto se contorcesse; isso é possível mesmo? E essa coloração? Seria o que tanto busco aprender?

Após algumas demonstrações e explicações, fomos encarregados de curar pequenas feridas em hamsters, a fim de notabilizar nossa inteligência em assimilar, e perícia em ninjutsu, porque iryouninjutsu, como o nome já notabiliza, envolve muito ninjutsu. Imaginei que eu não teria muitos problemas nisso, e, enquanto observava os outros falharem e serem bem sucedidos com o passar do tempo, fui observando a aprendendo. Cada gesto, cada impulso, cada jeito de fazer. Leitura nas anatações e momento cravado, em pouco tempo de tentativas consegui curar as feridinhas nas patinhas dos mamíferos. De certo era algo bastante básico e simples para os requisitos que tínhamos, afinal nenhum genin recém-saído da academia estaria aqui, ou espero que não. As aulas teóricas, estudos e observações fizeram-me fazer facilmente, mas era importante ter noção que as coisas mais difíceis não seriam assim tão rápidas.

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• My friend, ainda nem começamos a parte prática e só precisaria de 1 post HUSAH Esse teu post não me disse nada pra fazer nem nada, eu acho que seria legalzinho sempre colocar 1 ou outra coisa pra servir de pretexto. :C Como tu falou sobre começar a parte prática, tomei a liberdade de narrar um pouco disso, pra não fazer algo tão one-post no próximo e só enrolar agora. Peço perdão se não gostou!!
  

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Feitan HP 690/690 CK 1000/1040

Aparentemente meu plano surtiu efeito. O fato dos meus "adversários" terem apresentado dificuldade nos procedimentos mais básicos, que não eram lá tão básicos assim, e eu ter feito aparentemente sem dificuldades — o que não era verdade, pois o tempo que eles gastaram praticando eu gastei internalizando o processo — fez com que os avaliadores me considerassem um prodígio ou algo do tipo. Não que eu não pudesse ser considerado, afinal tinha apenas 21 anos, era jounin e um verdadeiro especialista em fuuton. Os jounins normais tinham lá seus quarenta e tantos anos. A questão é que não tinha como ser considerado precisamente em iryouninjutsu. Fui mandado para a sala de emergências para tratar dos casos, ou melhor, ajudar nos casos. Alguém ainda inferior a estagiário com a mão na massa seria muita ingenuidade.

Enfim, cheguei lá. O local parecia um pouco mais bem cuidado que o restante do prédio; janelas limpas e transparentes, equipamento reluzente e pessoas dispostas era o que enchia os olhos dos que precisavam dos cuidados. Fui instruído a tratar das pequenas concussões, traumas, cortes e similares, aprendendo rapidamente como suturar, enfaixar e procedimentos básicos. A primeira das pessoas foi exatamente como todas as outras do restante do dia: aplicava o chakra esverdeado, que por acaso ainda não sabia o nome do jutsu, curando os pequenos hematomas e cortezinhos, em seguida higienizando e fechando o local com um tampão ou faixas. O dia parecia longo, mas eu sentia que estava aprendendo, afinal não me limitava em momento algum a só repetir o processo. Meus olhos corriam atentos pelo ambiente, memorizando, aprendendo e repetindo o que os médicos mais velhos faziam.

E eles entendiam isso. Nos dias seguintes e nas semanas posteriores que passei lá, muito provavelmente fui de grande ajuda para a equipe médica. Aprendi o básico de como sobreviver, controle de chakra e princípios fundamentais, muito embora as aulas que tive no começo da jornada foram a base essencial para que o iryoninjutsu entrasse em minha cabeça. Os medical-nin facilitavam que eu os observasse, respondendo perguntas e dando dicas, inclusive. Tratei de muitos feridos na minha estadia, recebendo até olhares e agradecimentos que não me eram comuns. No entanto, minha vida não era ali. Era hora de partir.

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• Obrigado por narrar. (:
  

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Feitan HP 690/690 CK 900/1040