EM UM CASEBRE QUALQUER DA VILA, me deslocava principalmente pela sala não muito espaçosa, estava certo que naquele meio tempo iria me atrasar; apesar, de que não iria me encontrar com ninguém. "Certo...", pensei enquanto saia de casa. "O local é por onde mesmo?", me indaguei num curto período de tempo enquanto pus os pés para trabalharem. O caminho seguido por terra batida era quase que o meu guia. No caminho pude observar as construções, eram de estilo barroco por assim dizer.

A concentração de pessoas caminhando naquele momento era mínimo e, até sobrava espaço para corridas. Podia ver minhas mão se locomovendo velozes para agarrar algum objeto enquanto minhas pernas soltas guiavam-se pelos telhados ou árvores repentinas, uma forma eficaz de cortar caminho. "Já consigo até ver o local", pensei enquanto a mão vinha à testa aparando o sol. E em instantes já estava lá.

Comecei o treinamento logo, não queria estar lá apenas alguns minutinhos do meu dia, queria treinar minhas habilidades ninja por completo; a começar, guardei meus pertences abaixo da grande árvore residente do local pedregoso. As montanhas de rochas eram bem altas naquele lugar e, os raios solares das nove eram muito bonitos, os que transpassavam o vão das rochas e atingiam o chão com sucesso. E a árvore gigantesca era o ponto alto de um dia de sol. — Tão belo quanto antigo e misterioso... — murmurei enquanto voltei atenção aos selos de mão que pratiquei.

No começo de tudo, para aquecer o uso de chakra, teci selos de mão numa velocidade comum, podia vê-los bem à frente dos meus olhos, e, sentir em cada um, uma porção do chakra se agitar, afinal, era pra isso que serviam os selos, a coordenação do chakra e sua fluidez; naquele instante cerca de quatro cópias surgiram. Observei-as de perto. — Hm... — pronunciei enquanto avistei certa anormalidade no rosto de um deles. "Esse sai deformado, porque?" Me perguntei enquanto o desfiz. "Meu controle de chakra," e tecendo mais selos refiz o jutsu, " tenho que melhorá-lo" e então três cópias foram feitas. A quantidade era o suficiente para que todas as três se tornassem exatas.

"Isso..." Disse num pensamento enquanto percebia que a quantidade de chakra e a quantidade de clones deve-se ser proporcional, mais clones, mais chakra. Esse conceito era o que me diferenciava dos outros, mesmo sendo altamente inteligente só podia agir e interagir quando compreendesse por inteiro esse ponto e, assim, dominá-lo.

Por mais que fosse simples, e tivesse completado o primeiro passo, percebi que meu chakra já não estava em sua máxima precisão, afinal, já havia realizado o mesmo jutsu algumas vezes e por mais que fosse simples, ainda era um custo a ser moderado. Para sanar essa deficiência me sentei ao relento, abaixo das enormes ramificações de galhos com suas centenas de milhares de folhas. Ainda assim, a luz do sol numa brecha ou outra transpassavam as barreiras naturais, gerando pontos de luz.

"Esse lugar..." Em minha mente a calmaria era constante, pois nada ocorria no vilarejo há muito tempo. E como um jovem centrado como sempre fui, era meu dever agir sobre quaisquer circunstâncias que precisassem de algum ninja do vilarejo. E o tempo escorrendo pelas minhas mãos levaram ao meio dia, onde a fome já assolava minha mente; nesse mesmo instante, com água na boca, peguei um de meus lanchinhos preparados de manhã e, abocanhando-os com gosto, comecei a matar a fome de um leão que estava alguns dias na caçada sem êxito.

[...]

Eram quase duas horas, pude notar pelo posicionamento das folhas que tinham aumentado de tamanho em suas sombras; o tempo correndo rápido me passou uma rasteira, já que parei para descansar um pouco. Porém, renovado, levantei-me enquanto ia logo preparando outro jutsu, nesse, criei alguns selos e falei — Henge no Jutsu — transformando-me numa pessoa aleatória que veio à minha cabeça no momento da transformação. Mas como eu poderia saber se estava tudo bem? Era uma questão a ser discutida, mas como já havia realizado este jutsu de transformação algumas vezes na academia, não iria demorar para que voltasse a entrar em forma.

— Henge no Jutsu! — exclamei enquanto me transformava num homem mais velho, uma versão que eu acreditava ser mais velha de mim mesmo, uma forma de passar o tempo. "Se eu conseguir me deixar mais velho, então essa técnica será apenas um passado", e no mesmo instante o cabelo longo surgiu, os olhos ainda azulados mais profundos, algumas rugas espalhadas pela testa e ao redor dos olhos. O corpo mais alto e robusto, algumas cicatrizes de guerra. Era como eu me via, e no mesmo movimentar de mãos que eu me transformei em mim mesmo, eu voltei ao estado comum. Eu não tinha um espelho ou algo do tipo, mas sabia que tinha dado certo. Na minha mente eu podia ver meu corpo em um estado quase 3D, e ao lado dele, uma sombra com uma versão mais velha e, com base nisso, utilizei minhas habilidades de transformação.

Dado aquele exercício por completo, peguei meus objetos, minhas kunais, e as joguei na grande árvore, fincando-as alguns metros de altura uma da outra, sendo dez metros cada uma, a primeira a cinco metros do chão, a segunda quinze, a terceira e última a vinte e cinco. Como último passo de um treinamento de controle de chakra e ninjutsu em si, eu iria treinar a subida em árvores sem as mãos, apenas focando o chakra nos pés.

Foquei um pouco, fechei os olhos e me imaginei, como possuía esse dom, pude ter a certeza de que daria certo, era uma inteligência fora dos padrões. E caminhando, com a concentração e o controle já habituados pelos recentes treinamentos fui andando com as mãos estáticas. "Opa", falei enquanto abaixei um pouco para pegar a kunai de cinco metros. Depois disso, caminhando mais e mais, fui pegando uma por uma. Cada vez mais. — Então este é o fruto do treinamento?! — me indaguei por um momento enquanto avaliava a última kunai na minha mão.

Em um salto desci e fui para casa onde descansei um pouco e dormi.




200; 200.


4 pontos em ninjutsu. — Bônus do mês de outubro e tudo mais.

Caminhando por algum tempo de sua casa até a biblioteca da vila, o rapaz não passou por muitas pessoas, tinham apenas alguns jovens brincando e alguns velhos na frente de suas "ocas" de pedra, sentados aproveitando da sombra. O sol, naquele momento estava quase ao ponto de se pôr; ele já estava beirando a barreira de pedras onde um grande fio de luz se estendia até o outro lado. O sol era imenso.

O lugar era público, as portas sempre abertas, porém, tudo o que o adolescente pôde encontrar foi um funcionário que limpava os livros e as estantes que eram arredondadas assim como a própria construção; se encaixavam muito bem enquanto os livros acoplados não tinham diferença alguma de um prédio quadrado e estantes retas. — Ok... O que vou ler hoje? — Indagou a si mesmo enquanto o rapazote do outro lado da sala não interviu, nem ao menos expressou qualquer reação - nem sequer para apontar algum livro ao jovem – ele parecia não querer ser promovido.

Rodeou a biblioteca, passou a mão sobre os livros e por alguns instantes pensou que aquele ali, o que estava tocando, um livro de história, poderia ajudá-lo a conhecer um pouco mais sobre o que a vila já havia enfrentado, ou mesmo quais shinobis foram grandes por salvar a vila ou mesmo destruir alguma outra em nome da vila. E contendo um número finito de páginas as quais limitavam-se a apenas noventa delas, achou um bom começo, afinal, ainda não era paciente o bastante para enfrentar um Dostoievski.  

Apalpou e pegou-o numa tacada apenas. — Vou levar esse aqui —, a voz atravessou o hall e chegou aos ouvidos do outro, cuja reação de se virar e apenas balançar a cabeça, foi o máximo de interação entre os mesmos... Do tempo em que estava ali até o que levou para chegar em casa, o céu já estava negro, o breu só não era maior pelos guardas que acendiam as tochas espalhadas pelas casas e também em pontos nas muralhas pedregosas onde os ninjas poderiam enxergar os vãos que as rochas formavam, e assim patrulhar a vila de um ponto a outro.

Com algumas luzes espalhadas pela casa, o jovem começou a ler, compreender e assimilar ao que já havia visto em sua vida, como por exemplo algumas rachaduras nas muralhas de pedra que foram feitas por ninjas e tudo mais. Aquele livro dava à Tatsuya a oportunidade de aprender mais sobre o próprio vilarejo. Das seis horas até as onze já havia terminado de ler e depois compreender o que o autor tinha para passar.

E dormiu; seu olhos cansados estariam prontos para mais amanhã. A cabeça pesada estaria pronta para mais "ação" amanhã.


200; 200.


1 ponto em Int. (2 esse mês)