A escuridão ás vezes alcança a coração de algumas pessoas, entretanto, o valor da amizade é capaz de retira-las desse estado mórbido de tristeza e solidão. Asura havia acabado de finalizar sua missão, foi-se embora mas no outro dia visitaria seu colega Yagarashi - que era um hyuuga -. Foi caminhando lentamente por entre as ruas de Konoha, que estavam um tanto quanto escuras por causa da escuridão que ascendia sobre a aldeia, iniciando um processo de breu total. O jovem Kurama não tinha medo do escuro, caminhava lentamente e respirava vagarosamente enquanto observava cada movimento de seus conterrâneos - que naquela dia estavam um tanto quanto retraídos -. O clima também não colaborava, estava fazendo um frio anormal para aquela época do ano, tanto é que Asura conseguia ver a própria respiração dançando ao som dá música daquele clima anormalmente invernal. Entrou em um beco, lugar que fazia fronteira com sua casa - que era grande, por se tratar da família principal, e, ostentava o título de uma das casas mais bonitas da vila, lá ficou estático ouvindo alguns chiados, pessoas pareciam cochichar sobre algo e seus passos eram apressados, Asura pensou em segui-las mas achou que seria arriscado de mais. Continuando sua caminhada encontrou um senhor que a muito tempo não via, ele vestia uma roupa um tanto antiquada para a estação do ano, todavia, muito eficaz para a sensação térmica congelante que o jovem gennin estava sentindo.

Asura-sama quanto tempo... Como está sua mãe e seu pai?

O homem realmente parecia interessado em conversar, mas o jovem Kurama respondeu tudo metodicamente e resolveu partir dali - não que odiasse o senhor Marai, a questão é que este era muito falante e poderia roubar o tempo do gennin que estava encurtando cada vez mais, limitado, claro, pelo anoitecer do dia e pela friagem que Kurama estava sentindo. Saiu do beco se despedindo cortês do senhor e continuou seu trajeto para a casa dos Hyuuga onde encontraria seu antigo colega de academia Yagarashi, porém se lembrou de outra pessoa do clã Hyuuga que havia conhecido, o jovem gennin Allen que estava em um restaurante sobre a companhia do jovem Inazuma, pensou que talvez pudesse visitar os dois jovens, mas, antes, teria que cumprir a promessa de treinar um pouco com Yagarashi - que atualmente se tornará um grande amigo - e então continuou sua jornada até a casa do colega.

Tenho que chegar logo ao centro da vila.

Asura pensava muito no caminho de ida para o clã Hyuuga, imaginou como seria a casa dos membros desse clã, e, como seria a casa da família mais nobre - apesar dele não gostar muito dessa conotação - chegou perto da vendinha onde consumiu pela primeira vez ramen, e onde conheceu tanto o Senju quanto o Hyuuga. Um sentimento de tristeza passou por ele que passou a lembrar de que fora retirado do treinamento que iriam fazem em conjunto e desde então nunca mais os viu. Caminhou até onde era o centro de Konoha e ali notou uma correria incomum, diversas mulheres corriam com seus filhos, e, alguns ninjas auxiliavam essa corrida, o jovem ficou espantado com o que viu, tanto é que evitou ir ao epicentro do que parecia ser uma invasão, afinal, não poderia agir sem antes pensar, resolveu então continuar sua viagem até os hyuuga onde contaria aos seus colegas a situação incomum que estava acontecendo na vila. Antes de partir - ainda estava tremendo - resolveu ir até um chunnin que parecia ajudar na evacuação de chunnin's, tremendo e com a mão esquerda sobre o peito Kurama perguntou:

- O q-que... que tá aconte... acontecendo?

Era a primeira vez que via uma cena assim, era um ninja e tanto, todavia inexperiente e estava com muito medo do que estaria por vim, olhou para o chunnin que parecia tão assustado quanto Asura - porém de maneira um pouco mais profissional - virou-se para o jovem, abriu a boca lentamente e pareceu limpar a garganta antes de dizer:

- Parece que estamos sendo invadidos, ainda não sabemos o porque, mas informação no fazem a crer que o líder deles está aqui e possivelmente em um lugar que favoreça sua visibilidade em relação a vila.

O jovem Kurama pareceu digerir cada palavra que foi dito pelo chunnin, depois foi ordenado pelo mesmo a buscar qualquer força que conhecia que poderia ser útil para o combate, pensou um pouco e resolvera ir até a casa do Inazuma, porém, ele não sabia onde era casa do gennin, o que restava a ele era ir até os hyuuga e ali pedir ajuda ao Allen e ao Yagarashi, olhou sério para o chunnin que disse:

Vá! Rápido!

Partindo rapidamente em direção ao clã de seus amigos, arfava um pouco pela tensão física e psíquica, mantendo passos rápidos porém um tanto descoordenados para um shinobi da folha, porém conseguiu desviar de obstáculos - humanos e inumanos - e viu surgindo em sua frente o clã hyuuga, entrou correndo e alguns membros do clã pareciam prontos para o combate que surgirá no centro da vila. Correu em direção a casa de Yagarashi, porém, ao chegar lá notou que este já havia partido - informações dadas pela mãe do hyuuga - passou então para o próximo, era o Allen, alguém que ele conhecerá recentemente mas que achava digno de compartilhar uma missão, pediu informações a alguns membros do clã e foi indicado para onde morava Allen. Encontrou as portas da casa do gennin fechadas e começou desesperadamente a bate-las, começou então chorar como uma criança de oito anos, afinal, essa era a sua idade, sentou-se ao chão escorado na porta e com as mão entre seus joelhos, soluçava, tremia e não sabia o que fazer.

O jovem virou-se e viu Allen, seus olhos se arregalaram ao sentir que estava na companhia do amigo, e, seu rosto pareceu corar pela vergonha de ter sido pego chorando, afinal, shinobi não pode demonstrar lágrimas, tratou porém de começar a explicar a situação para o amigo, começou falando sobre a bagunça que estava acontecendo e sobre a invasão que causará todo aquela tragédia em potencial, terminada a explicação Asura disse:

Allen-senpai... Nós precisamos ir ao centro da vila ajudar no que precisarem.

Disse isso com a voz um tanto tremula, levantou-se e sacudiu a poeira que caiu sobre suas vestes e observou a reação de seu colega.

Asura se sentiu mais seguro depois das atitudes de seu amigo, porém, se sentira um pouco covarde por está se escondendo - mas, o que poderia fazer ? -assentiu com a cabeça e tentou justificar esse ato covarde com o cumprimento de seu dever em conseguir reforços para a luta contra os invasores, lançou suas armas para o shinobi e se fecho dentro da casa, e, apesar do escuro sentiu seu rosto corar e dessa vez as lágrimas que caíram foram de vergonha pela sua impotência.