Missão D: Nunca é um adeus

- Então é aqui que devo encontrá-lo... – Four abria o pergaminho mais uma vez e relia as informações que nele continha. Mais cedo, um Chunin havia entregado essa requisição em sua casa. Missão Rank D. Mais uma na carreira do recém Genin. “Esse sistema de delivery poderia continuar... Pouparia tempo do trajeto para o centro militar...” – Refletiu enquanto aguardava a chegada do sujeito que havia contratado a missão. Sabia que era um senhor de idade e pelo resumo da solicitação, era um assunto delicado. – Ei... Garoto... – A voz cansada de um sujeito desconhecido rompeu a agonia da espera de Four, fazendo-o direcionar seus olhos para o emissor do chamado. – Você é o Genin, certo? – Questionou o senhor. Four acenou positivamente com a cabeça em resposta. – Aqui está... – O homem tirava a Katana presa em sua cintura com grande dificuldade. Suas mãos tremiam com o peso e aquele parecia ser um esforço além da conta. – Deixa eu pegar isso... – Respondeu o garoto, enquanto tomava a Katana das mãos do homem com cuidado e a guardava na cintura. – A árvore fica ao norte, siga a estrada por uns 10 minutos e então você verá uma pequena placa de madeira meio quebrada sinalizando um caminho de barro a esquerda... Siga por ele mais uns 10 minutos e chegará a árvore... Ela fica em meio a um campo lindo... Por favor, tome cuidado com a Katana. Ela é... Muito importante para mim... – Four deu um pequeno e honesto sorriso, apesar de não ser de seu feitio. Colocou a mão sobre o ombro do senhor e respondeu. – Pode ficar tranquilo... – Partindo em seguida em direção ao local especificado.  

Four olhava a espada em sua cintura com um cuidado marcante e buscava enxergar além dos detalhes físicos da mesma. Aquela arma havia tomado um valor muito além do que qualquer outra ferramenta de guerra. Era um presente. Uma recordação. Era, talvez para aquele velho senhor que havia contratado os serviços da vila, o item de maior valor em sua vida. E lá estava ela, em sua cintura, sob seus cuidados. Sendo transportada para aquele que seria o seu destino final. - Placa de madeira quebrada... - Disse para si mesmo ao avistar o objeto sinalizado como guia pelo senhor. Sabia que estava chegando ao seu destino e saiu finalmente da estrada principal, seguindo o caminho de barro sinalizado pela placa. Sentia o seu pé afundando no solo úmido, podia escutar o som dos pássaros cantando e do vento balançando as árvores. Era um dia lindo. Talvez coincidência? Talvez os céus estivessem agraciando aquele momento com um pano de fundo apropriado? Quem sabe. - Acho que estou chegando... - Disse para si mesmo quando as árvores comuns foram reduzindo em número e seus olhos já conseguiam visualizar um campo e a presença linda da árvore procurada mais a frente. Aquele tom da cerejeira era como uma entidade da natureza diante de seus olhos. A sua beleza solitária em meio ao campo trazia um ar ainda mais especial para a experiência. Four caminhou em direção da mesma e quando chegou aos seus pés, utilizando de uma Kunai, começou a cavar. O Genin cavava com respeito, como se pedisse permissão para estar fazendo aquilo e pela sensação que tinha, essa permissão havia sido concedida. - Pronto. - O garoto colocava a Katana dentro do solo com cuidado, dava uma última olhada para a bela arma e jogava a terra sobre a mesma, cobrindo-a instantes depois. Pôde sentir um vento rejuvenescedor tocando em sua pele naquele momento. Sentiu-se revigorado enquanto emanava uma aura boa. Aquilo havia sido uma experiência muito além de qualquer outra missão Rank D que havia realizado. Manteve-se ajoelhado, fechou os olhos e começou a respirar fundo como uma espécie de meditação. Sua missão havia finalizado, mas ninguém disse que ele não poderia ficar ali por mais algumas horas, talvez aprender com seus próprios erros.


"dizem que o amor é grandioso demais para não ser eterno"




Missão D: É só uma gripezinha

Enquanto caminhava para os arredores da vila, Four sentia-se revigorado com a luz do sol. Estava sem camisa, com suas roupa de baixo características de tamanho proporcional. A bandana em seu braço esquerdo e seu cabelo despenteado. – Dia ta bonito pelo menos... – Seus olhos cansados encaravam o céu enquanto o Genin buscava o local que deveria encontrar as flores. "Sério que eu só preciso colher flores? Se eu fosse eles abriria uma profissão só pra isso" Segundo as instruções do pergaminho da missão, era uma região próxima de um riacho nas proximidades a oeste de Konoha. Com muita velocidade e prontidão proposital, afinal  queria que aquele momento se encerrasse brevemente, buscava o seu objetivo. Claro que parava em alguns momentos, viajando em seus pensamentos e nos desenhos aleatórios formados pelas poucas nuvens que ainda se mantinham no céu. – Cof cof... Cheguei! – O riacho era rodeado por flores avermelhadas, quase tão vermelhas quanto o sol sobre suas cabeças. De uma a uma, utilizando sua Kunai, Lee foi retirando-as pela raiz com bastante cautela. Afinal, esse negócio de planta geralmente envolve muito cuidado. – Deve ser suficiente... – 20 Flores guardadas em uma sacola presa no seu corpo. Colheu e colheu até finalmente poder voltar em alta velocidade e poucos instantes depois já se encontrava caminhando de volta para a vila. – Hum... certo... Devolver as flores diretamente para a médica no Hospital de Konoha... – Proferia para si mesmo, enquanto lia as instruções finais do pergaminho.

O Centro médico de Konoha se revelava diante de seus olhos e não tardou para que o Genin todo sujo, com a bandana em mãos e sem camisa adentrasse o local. – Bom dia... – Há alguns dias, fizera uma missão no local. Algo simples, coletando mais flores, nunca vi um hospital precisar tanto assim de planta. – Sou o Four, lembra de mim? – A cara desconfortável da atendente era notável. – Vim trazer essas flores aqui para a doutora... – A atendente então respondeu. – Só um instante... – Passaram-se poucos segundos e a médica chegou ao local. – Você é familiar! – Questionou, enquanto olhava de cima a baixo o Genin sem noção de vestiário. – Trouxe o que pedi? – Lee entregou a sacola com as flores para a mulher enquanto sorria. – Tudo certo aqui... Pode ir... – A médica falava com o mesmo tom direto e breve que usou da última vez. – Se cuida, e ve se veste uma roupa apropriada ein. –

Considerações: