A sede da Anbu da Areia, uma construção austera e imponente, ergue-se como um bastião da discrição e do silêncio. Suas paredes, compostas de pedra arenosa e envelhecida, absorvem a luz solar, conferindo ao ambiente uma sensação de permanência e constância. No interior, corredores estreitos, apenas iluminados por luzes fracas, estendem-se como veias de um organismo oculto, adornados aqui e ali por tapeçarias gastas que sussurram histórias de missões passadas. O ar é denso, impregnado com o aroma forte do incenso queimado e a poeira fina que dança nas correntes de ar. Na sala principal, Ubuyashiki, o chefe maior, aguardava em silêncio. Sua presença, imponente e solene, era realçada pela postura ereta e o olhar penetrante. Cada gesto seu, ainda que contido, emanava uma autoridade inquestionável. Diante dele, uma mesa de madeira escura, robusta e maciça, servia de palco para pergaminhos e instrumentos de escrita, organizados com uma precisão quase militar.

— Maeda — convocou Ubuyashiki, a voz reverberando com a gravidade de um trovão abafado. Estendeu um pergaminho selado em direção ao ninja. — Esta missão é de importância capital. Falhar não é uma opção.

O Senju, com uma reverência discreta, aceitou o pergaminho, sentindo o peso da responsabilidade que agora lhe recaía sobre os ombros. Com movimentos precisos, rompeu o selo e desenrolou o pergaminho, revelando um mapa meticulosamente detalhado da região nos arredores do País do Vento, próximo à divisa com o País dos Rios. O objetivo era claro: sabotar um laboratório de pesquisa dos Hōki que representava uma ameaça existencial à segurança da vila. Seus olhos percorreram o mapa com a precisão de um cirurgião, absorvendo cada detalhe crucial. Localizou os pontos de entrada e saída, mapeou as rotas de patrulha dos guardas e anotou mentalmente as áreas de maior risco.

Retirando-se para seus aposentos, iniciou sua preparação com meticulosidade ritualística. Primeiro, vestiu seu traje da Anbu, ajustando cada correia com um cuidado quase reverente, assegurando-se de que todos os fechos estavam firmes e seguros. A sensação familiar do tecido reforçado contra sua pele trouxe uma tranquilidade peculiar. Em seguida, verificou suas armas: kunais, shurikens e papéis explosivos, certificando-se de que tudo estava em perfeito estado e facilmente acessível, no meio tempo dando um gole no café disposto em uma xícara. A máscara, último elemento de seu traje, foi colocada com um gesto que transcendeu o mero hábito, adquirindo ares de ritual. O peso da máscara, projetada para intimidar e proteger, trouxe um conforto paradoxal, um lembrete silencioso de sua identidade como agente das sombras. Cada ferramenta ninja foi inspecionada com uma minúcia quase obsessiva. Maeda testou o fio das lâminas, verificou a rigidez dos papéis explosivos e ajustou a posição de cada item em sua bolsa utilitária.

Ao anoitecer, partiu, utilizando a escuridão crescente como um manto para se mover furtivamente pelas ruas da Aldeia da Areia. Suas passadas eram leves, quase etéreas, e ele se fundia com as sombras das construções, esquivando-se dos olhares curiosos dos raros transeuntes. A aldeia parecia respirar em sincronia com ele, cúmplice em seu silêncio. Ao alcançar os limites da aldeia, lançou um último olhar para trás, contemplando o horizonte cintilante com as luzes distantes. Então, sem hesitação, lançou-se na vastidão do deserto do País do Vento. Suas pegadas eram rapidamente apagadas pelo vento incessante, como se nunca tivessem existido. Na solidão do deserto, apenas a lua testemunhava sua jornada, iluminando o caminho para a missão que definiria o destino da aldeia.

Sob o pseudônimo de Ryū, mergulhou na vastidão do deserto noturno, onde a lua derramava sua luz prateada sobre as dunas ondulantes, criando sombras alongadas que pareciam dançar ao ritmo do vento. Seus passos sobre a areia macia eram atos de cautela e precisão, pois o terreno, embora encantador sob a luz lunar, escondia armadilhas traiçoeiras. As dunas, eternamente mutáveis, podiam ceder sob o peso, ocultando profundezas insidiosas. O vento cortante soprava com uma ferocidade inclemente, trazendo consigo uma névoa fina de areia que se infiltrava em cada brecha, irritando a pele exposta com sua aspereza. O lamento contínuo do vento ressoava nas vastidões desoladas, compondo uma sinfonia natural de solidão e mistério. Ajustando sua máscara para proteger os olhos e o rosto das partículas abrasivas, ele avançava com uma destreza serena, seus movimentos pensados para minimizar o ruído e maximizar a furtividade. Deslocando-se com a graça de sua experiência, aplicava seu extenso conhecimento em técnicas de encobrimento e camuflagem. Observava atentamente o movimento das patrulhas inimigas, utilizando as sombras projetadas pelas rochas e a vegetação esparsa para se ocultar.

As pausas eram oportunidades para se agachar e consultar o mapa detalhado, iluminado pela luz etérea da lua. Seus olhos treinados varriam o horizonte incessantemente, em busca de qualquer sinal de perigo iminente. À medida que se aproximava da divisa com o País dos Rios, o terreno desértico transformava-se em uma paisagem mais rochosa e acidentada. As dunas suaves davam lugar a formações rochosas irregulares, proporcionando esconderijos naturais para um ninja habilidoso. A vegetação esparsa tornava-se mais frequente, criando um cenário ideal para ocultar uma instalação secreta.

Finalmente, ele avistou o laboratório dos Hōki. A estrutura era discreta, quase imperceptível, parcialmente oculta pelas rochas e pela vegetação. O Senju, agora completamente imerso em sua missão, encontrou um ponto de observação seguro entre duas grandes pedras, de onde podia observar claramente a entrada do laboratório e os guardas estrategicamente posicionados ao redor. Os guardas, vigilantes e bem treinados, seguiam padrões de vigilância meticulosamente repassados. O Empalador observou pacientemente, memorizando cada movimento, cada troca de turno, estudando as rotas de patrulha e os intervalos de tempo. A lua, seu único companheiro luminoso, lançava sombras alongadas que ele usava a seu favor, movendo-se silenciosamente entre elas. A tensão no ar era palpável enquanto ele aguardava o momento certo para agir. O som do vento assobiando entre as rochas era um lembrete constante da urgência e do perigo da missão. Com a destreza de um guerreiro experiente, esperava pela oportunidade perfeita para desferir o golpe inicial, suas habilidades afiadas como a lâmina de uma kunai, prontas para serem postas à prova outra vez. A noite avançava lentamente, trazendo consigo a certeza de que o momento de agir se aproximava inexoravelmente.

A escuridão da noite, densa e impenetrável, se tornava cúmplice do Anbu enquanto ele se esgueirava furtivamente em direção à entrada do laboratório dos Hōki. Seus passos, leves como plumas sobre a areia, não emitiam som algum, e sua respiração, compassada e controlada, se misturava ao sussurro do vento noturno. Seus sentidos estavam em alerta ao máximo, cada detalhe do ambiente gravado em sua mente analítica e precisa. Ao aproximar-se do primeiro guarda, o Senju se movia como um espectro, utilizando a escuridão a seu favor. Com um movimento rápido e preciso, aplicou um golpe exato na base do crânio, um ponto de pressão que garantiu a neutralização silenciosa. Suas ações eram executadas com uma meticulosidade cirúrgica, seus conhecimentos anatômicos e habilidades físicas sendo empregados com uma maestria inigualável.

Adentrando o complexo, plantou cuidadosamente selos explosivos em pontos estratégicos: as bases de sustentação das estruturas principais, os centros de distribuição de energia e as áreas de armazenamento de dados críticos. Um a um os selos, meticulosamente posicionados, tinham um propósito específico: maximizar a destruição e impedir qualquer tentativa de recuperação da instalação. A precisão com que atuava era resultado de uma combinação de treino intenso e uma lógica fria e implacável. O interior do laboratório era um testemunho do horror. Passando por diversas salas, deparava-se com equipamentos de pesquisa avançados, celas de contenção onde sombras de experimentos infames ainda permaneciam, e vestígios de atividades que desafiavam qualquer ética. As salas eram um degrau mais fundo no abismo da depravação científica, reforçando a urgência de sua missão.

Durante sua progressão, encontrou um guarda cuja presença exalava uma intenção assassina tão poderosa que o deixou momentaneamente paralisado. O ar ao redor parecia vibrar com uma malícia tangível, forçando o Prodígio a despender uma quantidade significativa de sua energia física para romper o transe. A luta que se seguiu foi feroz, um balé mortal de movimentos rápidos e precisos. O guarda atacou primeiro, lançando-se com um soco direto ao rosto de Maeda — Thwack! — O som seco do impacto ecoou pelo corredor enquanto o Senju bloqueava o golpe com o antebraço. Respondendo rapidamente – 22 m/s, ele girou sobre os calcanhares, desferindo um chute lateral que acertou o guarda no abdômen — whoosh —, fazendo o adversário recuar alguns passos. O inimigo, recuperando-se rapidamente, avançou com uma série de socos e chutes — Swoosh, thwack, wham! — Os sons dos golpes encheram o ar. Ryū esquivou-se habilmente, dobrando o corpo para evitar um chute alto e, em seguida, mergulhando para baixo de um soco cruzado. Com um movimento fluido, ele agarrou o braço do oponente, aplicando uma chave de braço que fez o guarda gritar de dor — Oof! — O guarda tentou se libertar, mas o Anbu aproveitou a vantagem, torcendo o braço do adversário com um estalo audível. Em seguida, desferiu uma cotovelada na nuca do guarda, que caiu de joelhos. O adversário, desesperado, tentou um último ataque, mas experiente como era o Empalador o interceptou com um golpe rápido no plexo solar, seguido de um chute ascendente que o lançou contra a parede – Força 3. Ainda que atordoado, o guarda se levantou novamente, demonstrando uma tenacidade impressionante. Maeda, entretanto, já estava preparado. Com um movimento rápido – 22 m/s, ele avançou, derrubando o oponente ao chão e aplicando um mata-leão, apertando com precisão mortal. O inimigo tentou resistir, suas mãos agarrando inutilmente os braços do Senju, mas a força do Anbu prevaleceu – Força 3. Gradualmente, os movimentos do guarda cessaram, e a vida esvaía-se de seu corpo.

Com o guarda neutralizado, prosseguiu até o coração do laboratório, onde os dados mais valiosos estavam armazenados. Ali, ele preparou os últimos selos explosivos, contando cuidadosamente quantos haviam sido colocados para garantir a destruição completa – 6 Kibaku Fūda. O som distante de passos ecoando nos corredores fez a tensão aumentar. Ele sabia que o tempo era precioso e que cada segundo contava. Posicionando o último selo, ele verificou cada um dos pontos, assegurando-se de que a destruição seria total. O murmúrio dos passos se intensificava, indicando que a presença inimiga se aproximava rapidamente. Maeda, com a serenidade de um guerreiro que conhece seu dever, preparou-se para a retirada, ciente de que a missão estava quase cumprida.

Com os selos explosivos meticulosamente dispostos, o Anbu ajustou sua postura, preparando-se para a evasão. Cada fibra de seu ser estava em alerta, a escuridão servindo como seu manto de invisibilidade enquanto se movia através dos corredores tortuosos do laboratório dos Hōki. De repente, o alarme irrompeu, um clangor estridente que ecoava pelas paredes frias do laboratório. As luzes vermelhas começaram a pulsar em um ritmo frenético, lançando sombras dançantes por todos os cantos. Os guardas, imediatamente alertados, iniciaram uma perseguição implacável. Ele, utilizando sua agilidade quase sobrenatural – 22 m/s, movia-se como uma sombra viva, escapando por entre os vãos e desníveis do terreno. Ao dobrar um corredor estreito, encontrou-se cara a cara com um grupo de guardas. Sem hesitar, ele lançou-se sobre eles. O primeiro guarda caiu com um golpe certeiro na traqueia, um som abafado de colapso ressoando enquanto o corpo desabava. O segundo guarda tentou reagir, mas foi rapidamente subjugado por um chute lateral — crack —. O terceiro guarda, pego de surpresa pela velocidade que seguia a mesma, viu apenas um borrão antes de sentir uma mão enluvada apertar seu pescoço, a perda de consciência seguida por um som seco de impacto. Continuando sua progressão, o Anbu evitou combates desnecessários, subindo pelas paredes e utilizando as sombras para permanecer oculto. Seus movimentos eram uma manifestação de seu treinamento exímio na Anbu, uma coreografia de furtividade. Sua habilidade em evitar detecção e neutralizar ameaças era evidente.

Finalmente, alcançou a saída do laboratório. A luz da lua iluminava o cenário, contrastando com as primeiras nuances de aurora no horizonte. Ele ergueu a mão direita, formando o selo do tigre com um movimento decisivo, ativando os selos explosivos estrategicamente colocados. Explosões sucessivas romperam o silêncio da noite, uma série de detonações que sacudiram a terra e lançaram chamas e escombros pelo ar — Boom! Boom! Boom! — O laboratório foi reduzido a ruínas fumegantes, um monumento ao seu sucesso. Aproveitando a confusão, retirou-se rapidamente, suas pegadas desaparecendo na areia movida pelo vento incessante do deserto. Movendo-se com a precisão e discrição de um espectro, ele dirigiu-se ao ponto de encontro previamente estabelecido. O ar gélido da madrugada envolvia-o enquanto o eco distante das explosões ainda reverberava, um testemunho silencioso de sua vitória.