突き刺す者

Na vastidão desértica que cercava Sunagakure no Sato, o sol declinava lentamente, tingindo o céu com um laranja flamejante, reminiscentes das lendas sobre dragões ancestrais. As sombras alongavam-se como dedos espectrais, e o ar começava a esfriar, criando um contraste marcante com o calor abrasador do dia. Maeda encontrava-se às margens da aldeia, onde as dunas começavam a erguer-se como ondas petrificadas, um cenário suspenso no tempo, um quadro vivo pintado pela mão caprichosa da natureza. Sentado sobre uma rocha lisa, polida pelo vento incessante, ele observava o horizonte com olhos penetrantes e contemplativos. As missões recentes, repletas de perigos e intrigas, ainda assombravam sua mente, cada detalhe vívido como se tivesse acabado de acontecer. Seus dedos deslizavam mecanicamente sobre um pergaminho antigo, onde desenhos intricados de armas e técnicas se misturavam com anotações detalhadas e símbolos arcanos. O vento desértico, sempre presente, trazia consigo o cheiro de areia e memórias longínquas, evocando os desafios e as batalhas que moldaram seu caminho até aquele ponto.

Em meio a seus pensamentos profundos, um pássaro solitário cruzou o céu em um voo gracioso, seu grito agudo perfurando o silêncio crepuscular como uma flecha invisível. O Anbu ergueu o olhar, acompanhando a trajetória da ave com um misto de admiração e melancolia, até que ela desaparecesse no horizonte tingido de cores cálidas. Inspirou profundamente, sentindo o ar fresco preencher seus pulmões, e fechou os olhos por um instante, permitindo-se uma breve pausa antes de retomar seus intensos treinamentos. Ele já havia dedicado horas incansáveis ao domínio do Rasengan, uma técnica que exigia precisão e controle absolutos, uma verdadeira dança entre o corpo e a energia espiritual. O chakra rodopiava em suas palmas como um vórtice de poder puro, uma esfera perfeita de energia concentrada que parecia conter em si a força primordial do universo. O Senju sentia a potência pulsar em suas mãos, como se segurasse um fragmento do próprio cosmos, e sabia que havia ainda mais a ser descoberto, mais a explorar nas profundezas dessa habilidade lendária.

Enquanto treinava, refletia sobre os ensinamentos de seus mestres, sobre as lições aprendidas nas arenas de combate e nos campos de batalha. Ele visualizava as ondas de energia se expandindo e contraindo, buscando aquele equilíbrio perfeito entre força e controle, sabendo que esse era o caminho para alcançar a maestria completa do Rasengan. O vento continuava a soprar, levantando pequenas espirais de areia que dançavam ao seu redor, como se a própria natureza estivesse observando seu progresso. A rocha sob seus pés, agora fria com a queda da noite, era um lembrete tangível da estabilidade e da resiliência que ele precisava cultivar dentro de si. Decidido a avançar, levantou-se com um movimento fluido, afastando-se da rocha. A área ao redor era vasta e desabitada, um campo perfeito para experimentar novas técnicas sem o risco de causar danos colaterais. Ele se posicionou no centro de um pequeno vale cercado por dunas, onde a areia formava um colchão macio sob seus pés. Fechou os olhos, concentrando-se no fluxo de chakra dentro de si. Sentiu a energia percorrer seu corpo, cada célula vibrando em uníssono. Com um movimento decidido, criou duas esferas de chakra, uma em cada mão, sentindo a familiar resistência do Rasengan. O poder contido nelas era imenso, mas sabia que precisava ir além, explorar novos limites.

Com um grito, uniu as esferas diante de si, batendo as mãos e formando o selo gasshō. O choque entre as técnicas gerou uma explosão de energia, dispersando o chakra em espirais brilhantes que giravam ao redor de seu corpo. A princípio, lutou para manter o controle, sentindo a força bruta ameaçar romper suas barreiras. Mas então, algo mudou. A energia começou a tomar forma, moldada por sua vontade. As espirais de chakra se condensaram, transformando-se em figuras distintas que emergiam da luz cintilante. Doze lobos, feitos de chakra espiralado, surgiram ao seu redor, cada um refletindo a cor vibrante de sua energia. Seus olhos brilhavam com uma intensidade feroz, e Maeda sentia a conexão entre eles como uma extensão de sua própria essência.

Os lobos moviam-se com graça predatória, seus corpos translúcidos dançando na areia enquanto aguardavam as ordens de seu criador. O Anbu experimentou um misto de espanto e excitação, reconhecendo o potencial devastador daquela técnica. Com um gesto sutil, direcionou a matilha em várias direções, testando sua capacidade de manipulação. Cada movimento era uma sinfonia de precisão. Os lobos deslizavam pelo campo, seus passos silenciosos quase imperceptíveis. Ele podia sentir suas presenças através do chakra, como se seus sentidos se expandissem para englobar cada um deles. Experimentou a sensação de se fundir com as criaturas, suas consciências entrelaçadas em uma dança harmônica. Seu objetivo, entretanto, apenas se moldaria em outro.