Perdido em seus afazeres diários no Departamento de Inteligência, Haku tomou um susto ao ser abordado com ares de urgência por um mensageiro. Apesar disso, não era um fato que surpreendia tanto assim. Ser chamado em missões daquela forma já não era algo mais tão incomum para um shinobi como ele. E, também por esse mesmo motivo, tratou de rapidamente dirigir-se até o Quartel General em Sunagakure no Sato.

— Ouvi falar que houve um atraso anormal nos carregamentos de mercadorias da manhã… — prosseguiu, um tanto intrigado com a abordagem do superior. — Mas não imaginava que a situação estivesse já tão urgente assim — completaria, logo em seguida. — Sendo o Departamento de Inteligência, era de se esperar que esse tipo de informação tivesse pipocado por lá. Não acho que os guardas teriam comentado algo do tipo com alguém além de ninjas ou a polícia — elevando as sobrancelhas, tentaria consolar o homem, antes que continuasse.

Haku acompanhou toda a fala seguinte do homem de forma bastante calma. Nada ali era inesperado. Considerando que a razão dos carregamentos não terem chegado ainda era uma incógnita, convocar um investigador para desvendar o assunto era algo esperado. Porém, a forma casual com que ele ofereceu a promoção com certeza pegou Kinsetsu de calças curtas.

Hakuryū engasgou com a ideia de finalmente tornar-se um jōnin, algo que esperava há muitíssimo tempo. Porém, jamais esperou que a coisa fosse ser tão imediata assim. Achava que iriam criar toda uma série de testes numa arena com competidores ou coisa do tipo.

Enfim, não dava para reclamar.

Sem tempo para perder, despediu-se rapidamente de Shigoto e seguiu sentido portão da vila.

No caminho, perceberia alguns comerciantes com seus negócios parados, enquanto outros não. Como estavam no meio do caminho e talvez fosse demorar demais voltar ali, Hakuryuu escolheria um de cada dos dois tipos de comerciante. Perguntaria aos dois que parecessem mais solícitos duas coisas distintas. Ao comerciante sem produtos, perguntaria se ele sabia o porquê seus produtos ainda não haviam chegado. Ao comerciante com produtos, perguntaria se teria recebido seus produtos aquela manhã, ou não. Se a resposta fosse positiva, perguntaria como tinha conseguido produtos, apesar dos atrasos dos demais. Se a resposta fosse não, denotando que os produtos à venda eram estoque de outro dia, seguiria para o próximo vendedor abastecido. Repetiria o processo duas ou três vezes e, caso não obtivesse nenhuma resposta mais incomum ou com informações úteis, prontamente retomaria sua caminhada para o portão.

No portão, passaria pelos guardas e brevemente perguntaria se tinham alguma nova informação sobre a ausência de carregamentos desde o incidente na manhã. Caso tivessem, ou não, agradeceria pelas informações e continuaria seguindo adiante.

Ao que atravessasse os penhascos que formavam o portão da vila, ficaria surpreso com o que parecia ser um protesto bloqueando as caravanas. Aquilo, claro, explicava a ausência de produtos. Entretanto, ao mesmo tempo, abria novos questionamentos. O maior deles era a razão de estarem protestando. Afinal, se conseguisse resolver a questão, o fluxo de produtos voltaria ao normal.

Chegando na frente do bloqueio, tomando cuidado, cumprimentaria os cidadãos com uma reverência respeitosa. Como pareciam agressivos, demonstrar que vinha em paz e os respeitava talvez fosse uma forma de conseguir atingir algum nível de diálogo. Assim que permitissem ou Haku percebesse que dava para se aproximar — já que não queria ser espetado por garfos gigantes, tochas ou outras armas improvisadas típicas de protesto —, tentaria questionar os aldeões sobre a razão da manifestação. Buscaria manter um tom respeitoso, ainda que talvez tivesse que falar algo por conta das demais pessoas fazendo barulho.

Com base na resposta, tomaria um curso de ação. Talvez pudesse ajudar.

Palavras: 606

Legenda:
Falas: — Texto — descrições. | Pensamentos: "Texto" — descrições.

Resumo:

Observações [4]:

Jutsus:

Equipamentos:

Aparência:

Particularidades e Regras:

Não foi tão fácil, mas Haku eventualmente conseguiu explicações para a situação de escassez seletiva das lojas. E era algo um tanto quanto óbvio: faltavam produtos perecíveis. Entretanto, acabou obtendo uma informação curiosa que sequer imaginava. Considerando o quanto aquele ato era suspeito, Hakuryuu não hesitou em agradecer grandemente o senhor Yūzai e partir para a tal loja.

Em seu âmago, não estava poupando acusações. Tinha que simular muitas possibilidades, como um investigador, afinal. Acreditava que talvez o tal comerciante, ligado ao fornecedor misterioso, pudesse estar ligado a uma rede tentando quebrar todos os concorrentes com preços e falta de fornecimento para, então, obter o monopólio. O relato de Mujitsu, no entanto, pareceu bastante satisfatório em termos de limpar a suspeita do homem. Para o plano de destruir a concorrência com preços e sabotagem, era possível usar algum pobre coitado como ele de bode expiatório. Aliás, seria um plano ainda mais eficaz. Assim, quando todos fechassem, bastava parar de fornecer a Mujitsu e abrir a própria loja com os preços de fornecedor. Mujitsu seria inevitavelmente forçado a fechar. Ainda mais considerando que estava em um período que o negócio precisava se pagar, isso deveria acontecer mais rápido ainda. Mujitsu tinha sido selecionado intencionalmente.

— Senhor Aibō, não é… — repetiria pensativamente, tendo certeza de que se lembraria desse nome depois. — Muito obrigado, senhor Mujitsu — agradeceu com uma reverência, enquanto ganhava algum tempo para determinar uma forma mais gentil de falar a verdade sem ofender. — Porém, lembre-se de tomar cuidado com esse tipo de oferta. Por agora, tudo parece certo. Mas, fique atento. Quando a esmola é demais, o santo desconfia.

Após agradecê-lo e despedir-se como fizera com o senhor Yūzai, prosseguiu para o portão.

Os guardas não sabiam de muito mais além do que já haviam relatado. Entretanto, Haku tinha a intuição de que também talvez não fosse precisar de mais do que já sabia. Já tinha um nome, bastava capturá-lo e levá-lo à polícia, que alguém o interrogaria.

Ao que finalmente conseguiu a autorização para deixar a vila, o que viu do lado de fora pareceu fazer total sentido.

Ouviu as queixas com atenção. Não esboçaria desaprovação ou outras expressões que pudessem passar algum tipo de opinião. Buscaria ser neutro, mas demonstrar que compreendia as críticas.

Estava com dúvidas sobre como poderia apaziguar tantas pessoas sozinho. Entretanto, aquele que deveria ser o culpado pela situação fez o favor de se mostrar cedo demais.

"Tolo…” — pensou consigo, ao ver o homem de aparência abastada esbanjando o respeito dos pobres aldeões revoltosos.

Estava prestes a enunciar algo em bom-tom que certamente colocaria a confiança deles no comerciante, cujo nome deveria ser Aibō, quando decidiram atacar. Outra vez, algo bastante conveniente para o comerciante suspeito.

Era irônico, aliás, que os aldeões usassem mercenários privados para resolver o problema. Afinal, as vilas ocultas eram basicamente um sistema de mercenários cujo investimento inicial vinha do senhor feudal do país do vento. Os shinobis de suna, afinal, trabalhavam com base em solicitações remuneradas dos cidadãos que, então, viravam missões que podiam ser pegas por qualquer um. Algo muito similar aos quadros de recompensas dos mercenários e caçadores de recompensa.

Ao que percebesse a aparição e investida inicial do primeiro mercenário, Hakuryuu entraria em postura defensiva (Vel. 5 → Percebe até 6 = 26 m/s). Percebendo que ele não era o único a atacar com seu fuuton, Kin não teria outra escolha senão apenas defender e evitar machucar os civis. Emanando sakin de suas vestes, faria surgir um fluxo ascendente de Escudo de Pó de Ouro (Rank B | 1095 de Defesa | 42 m/s | ME → 0 selos) bem à frente de si e, aproveitando que não tinha necessidade de selos, já iniciava os gestos de mão necessários para moldá-lo na forma mais adequada. Aproveitando da vantagem do corredor estreito em que estavam, o Escudo de Pó de Ouro se estenderia lateralmente, criando uma parede de ouro para bloquear o vento cortante e impedir as investidas dos civis.

Considerando que os civis provavelmente só parariam o avanço quando se chocassem contra a parede dourada, Haku tinha que fazer algo para afastá-los dali sem causar danos. Sendo assim, com uma manipulação sem a intenção de causar danos (Rank B | 1095 de Ataque → 0 de Ataque | 42 m/s | ME → 0 selos), faria emergir da areia no chão uma quantidade significativa de sakin. Ao que a areia se elevasse, formando uma onda, já estaria englobando os civis. Então, ao que estes pudessem se dar conta, a onda de areia dourada já teria tirado o seu contato com o chão e os levado de volta para o ponto inicial da luta.

Tendo ganhado aquele tempo, Haku elevaria rapidamente o tom de voz para que todos ouvissem.

— Sinto muito a todos. Entendo suas queixas e as levarei ao conselho de sunagakure. Entretanto, venho como um investigador para esclarecer a situação! Temo que vocês estejam sendo usados — revelaria em tom alto para que todos ouvissem, apesar da mixórdia de vozes dos revoltosos. — Conforme o que o senhor Yūzai e o senhor Mujitsu, comerciantes de sunagakure, relataram, o senhor Aibō vem oferecendo mercadoria por preços muito abaixo do mercado. Algo que comerciantes experientes têm achado suspeito. E, não à toa, já que esses preços não geram lucros. Infelizmente, todos os comerciantes, desde o pequeno ao grande, dependem do lucro para sobreviver. Por isso, ficou claro que há outro interesse a longo prazo agindo aqui — faria uma breve pausa, recuperando o fôlego para voltar a discursar em alto tom ao público. — Percebem? É muito conveniente que uma revolta, cujo objetivo seja estrangular o fornecimento de mercadorias, esteja acontecendo justo agora. O senhor Aibō e possíveis associados estão usando de preços insustentáveis e de um bloqueio comercial para quebrar os comerciantes de sunagakure e, então, praticarem o monopólio na vila quando não sobrar mais ninguém. Se este senhor realmente quisesse ajudá-los, os mercenários teriam sido contratados para resolver os problemas e não para criar uma pressão comercial em suna.

Ao que finalizasse sua fala, ficaria de olho na situação. Afinal, tinha que estar pronto para se defender de novos ataques e pacificamente afastar novos civis. No entanto, seu plano de convencimento já teria entrado em ação. Não sabia se aquele comerciante recém-surgido era Aibō de fato. Porém, isso não importava. Bastava que uma pessoa ali conhecesse o sujeito que o suspeito ganharia uma cara conhecida e tudo ficaria mais fácil. E, ainda que ninguém conhecesse, pelo menos todos criariam a noção de que o culpado era um indivíduo. Algo notoriamente mais fácil de engolir pelas massas. Se o comerciante adiante dele fosse Aibō, então tudo ficaria mais fácil.

Palavras: 1068

Legenda:
Falas: — Texto — descrições. | Pensamentos: "Texto" — descrições.

Resumo:

Observações [4]:

Jutsus:

Equipamentos:

Aparência:

Particularidades e Regras:

Conforme o planejado, sua barreira foi mais do que o suficiente para bloquear o golpe de Ichifan. Então, havendo algum tempo de sobra, prosseguiu com sua onda de sakin suave, repelindo os aldeões com sucesso para próximo do local onde os manifestantes se concentravam.

Prestes a prosseguir com suas acusações, Haku não pode deixar de notar o ar de perplexidade dos manifestantes. Como definitivamente não era a primeira vez que usava seus poderes diante de civis, não era a primeira vez que encarava esse tipo de reação. No entanto, por mais que outros shinobis tivessem a capacidade de permanecer inalterados diante de uma técnica tão pouco ortodoxa quanto a manipulação de ouro, um civil fazê-lo certamente significava alguma coisa. Talvez fosse outro ponto a ser usado contra o mercador, cujo nome ainda desconhecia, mas deduzia tratar-se de Aibō

Prosseguindo com a elucidação de seu raciocínio, foi com bastante alívio que Hakuryuu testemunhou boa parte dos aldeões apaziguarem seu descontrole coletivo. Claro, as armas e o piquete ainda se mantiveram firmes. Entretanto, a semente da dúvida havia sido plantada em seus corações e, se tudo desse certo, logo conseguiriam pensar por si e ver a verdade.

O mercador, claro, não desistiu e, um tanto desesperado, novamente tentou manipular as massas com algumas falácias bem conhecidas. E Hakuryuu estava com a resposta na ponta da língua. Entretanto, o homem não tinha a intenção de deixá-lo falar, naturalmente, e mandou imediatamente o trio de mercenários continuar o ataque.

Os olhos de Haku transparecem preocupação ao ver o trio de leques serem sacados. Uma enorme quantidade de fuuton seria certamente lançado em sua direção. Por isso, assim que o percebesse (Vel. 5 → Percebe até 6 = 26 m/s), reagiria convocando enormes quantidades de areia de suas vestes.

Convocando 3 Escudos de Pó de Ouro (3 Rank B | 3285 de Defesa | 42 m/s | ME → 0 selos), faria os três fluxos ascendentes de Sakin surgirem adiante de si, na fronte e nas suas diagonais esquerda e direita. Ignorando os selos das técnicas, executaria freneticamente os movimentos de mãos necessários para moldar as técnicas em uma redoma defensiva de tripla camada. Paralelamente a isso, com sua manipulação elemental de sakin, emitiria mais duas quantidades significativas de sakin (2 Rank A | 2430 de Defesa | 42 m/s | ME → 0 selos), reforçando o domo de tripla camada com duas camadas extras.

Tendo erguido a cúpula de cinco camadas totais com sucesso (5715 de Defesa Total | 42 m/s | ME → 0 selos), seguraria vigorosamente as técnicas no lugar, tentando resistir até que todo o caos de vendavais cessasse no lado exterior.

Ao que finalmente pudesse reagir, discretamente aplicaria um Kanashibari no Jutsu nos três atacantes (6 Nin. ou For. | HN → 0 selos | 30 m de alcance). Com sua Habilidade em Ninjutsu, faria isso apenas com o olhar para que ninguém além dos três irmãos percebessem. Sabia que eles eram habilidosos em ninjutsu e quebrariam provavelmente a técnica em alguns instantes. Entretanto, faria isso para ganhar algum tempo e poder falar mais algumas palavras para os aldeões.

Sem condições e, inclusive, querendo evitar fazer qualquer ataque destrutivo — para que os aldeões vissem que realmente vinha em paz —, por ora focaria em ficar atento aos três para reagir com defesas.

— O senhor é tão bom para eles que, mesmo sabendo de todas as queixas feitas na manifestação, nenhum dos seus mercenários resolveu os problemas dos vilarejos menores ou o Buraco do Deserto — ainda que atento aos mercenários, passaria os olhos por todos os aldeões para mostrar que estava dirigindo-se a eles. — Apesar disso, quando o assunto é garantir o sucesso da sabotagem do comércio de suna, eles convenientemente são bem eficazes e presentes — cerraria os olhos, imaginando que aquele talvez acabasse sendo o cheque-mate na discussão. — Não vou contra-atacar, apenas me defender. Afinal, diferente do senhor mercador, minhas intenções não são hostis — com uma expressão decisiva, afirmaria sua postura defensiva diante dos portões da vila.

Buscando manter os sentidos elevados, ficaria atento para eventuais movimentos ofensivos que os mercenários dessem menção de fazer.

Palavras: 619

Legenda:
Falas: — Texto — descrições. | Pensamentos: "Texto" — descrições.

Resumo:

Observações [4]:

Jutsus:

Equipamentos:

Aparência:

Particularidades e Regras: