Sentado em volta de uma fogueira nas imediações da vila, Ethan e a sua equipe recém formada preparavam-se para os desafios que enfrentariam no dia seguinte. Durante algum tempo, os jovens permaneceram em um silêncio absoluto, enquanto estudavam os mapas da região, assim como Ethan havia ordenado que fizessem.

— Bom, antes de mais nada, gostaria de esclarecer algumas coisas — olhando fixamente para a fogueira, Ethan explicou. — Como líder desta unidade, primeiramente, saibam que não vou aceitar qualquer tipo de insubordinação. Quando eu der uma ordem, espero que vocês a sigam. Se eu falar para recuar, recuem. Se eu falar para atacarem, não hesitem, pois eu vou estar lá para protegê-los. Não me levem a mal, mas não estou aqui para fazer amigos; tudo o que eu quero é levar todos de volta para casa em segurança, esse é o meu trabalho como capitão. — Sua voz continuou firme, e a sua expressão indicava a seriedade da conversa. — Agora, se não se importam, gostaria de saber um pouco mais sobre as habilidades de cada um. — Caso os ninjas respondessem à pergunta, continuaria. — Entendo. Então, antes de mais nada — olhou para o ninja médico —, queria te dizer que, em hipótese alguma, você pode sair do meu lado. Toda a nossa formação vai servir para proteger você, assim aumentamos a nossa chance de sucesso. Quanto a você, — dessa vez, olhou para a ninja versada em genjutsus — a sua função vai ser criar brechas para o restante do grupo poder agir, ou seja, não faremos nada sem o seu suporte. Por fim, eu fico encarregado de rastrear os inimigos com os meus sentidos. Se os dois não têm mais nada a dizer, vamos dormir — afastando-se um pouco da fogueira, Ethan dormiria ali mesmo, no chão duro e irregular.

No dia seguinte, antes de partir, Ethan checou novamente os seus equipamentos, vendo se estava tudo em ordem, e ordenando que a sua equipe fizesse o mesmo. Após isso, partiu.

Tendo estudado os mapas da área na noite anterior, o Hattori escolheria o trajeto com cuidado. Ao invés de pegar as estradas principais, optou por caminhos alternativos, buscando evitar encontrar outros viajantes durante o percurso. E assim que terminasse de trilhar todo o caminho até a área onde o suposto grupo agia (14 m/s), na fronteira, não perderia tempo, agiria de imediato. Primeiro tirou os calçados, deixando que os pés descalços captassem todas as vibrações em um raio de 300 metros. Em seguida, enquanto seguia em frente (14 m/s), a sua visão, no máximo das capacidades (300m), tentava captar detalhes sutis no ambiente, buscando qualquer pista ou indicador de problemas. Da mesma forma, a sua audição e o seu olfato também estavam sendo usados a fim de lhe conferir alguma vantagem, alertando-o caso houvesse a presença de algum inimigo oculto no cenário. Ambos os sentidos (audição/olfato), por sua vez, seriam usados com a eficiência máxima, num raio de 500 metros.

Tomando os devidos cuidados, Ethan liderava o pelotão, indo na frente. Logo depois dele, o ninja médico, a 3 metros de distância. Por fim, a ninja ilusionista cobria a retaguarda de ambos, a 5 metros do Hattori.

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Conforme o grupo de ninjas adentrava o território inimigo, aos poucos, o cenário começava a mudar. A vegetação se tornava volumosa e uma neblina inesperada começava a tomar conta de tudo o que os olhos podiam ver. Da mesma forma que o clima era alterado, os sons da natureza tornavam-se uma memória distante, sendo substituídos por um silêncio angustiante. Se continuassem seguindo em frente, naquele ritmo, não demorariam a encontrar companhia, Ethan pensou. E julgando pela forma que o ninja médico cheirava, possivelmente, devido aos hormônios que estavam sendo bombardeados no seu corpo, o restante da equipe pensava o mesmo.

Até aquele momento, tudo estava estranhamente calmo, considerando a situação. Mas, para alguém desconfiado como Ethan, isto era um alerta. Portanto, enquanto penetrava cada vez mais a névoa, pôs-se a pensar. Primeiro tentou fazer uma estimativa da sua posição exata, levando em conta os mapas que estudou. Desse modo, esperava observar se tais mudanças climáticas eram condizentes com a realidade. Como bem sabia, havia uma técnica capaz de replicar o feito (Kirigakure no Jutsu), e mesmo sendo uma suposição vaga, temia que fosse o caso, tendo em vista a estação do ano em que estavam. Por conta disso, quando a tensão se tornou insuportável, Ethan parou, imaginando o pior. — Acalmem-se. — Virou a cabeça na direção dos garotos, um sorriso confiante e artificial estampado no rosto. — Eu protegerei todos vocês com a minha vida. Não permitirei que meus camaradas morram. Confiem em mim. — Então, esperando ser capaz de perceber as vibrações no solo que antecederam o ataque dos criminosos, Ethan agiria, de imediato.

A primeira coisa que fez foi canalizar o chakra a fim de criar correntes gélidas de ar (Diminuição de Temperatura - 85m), sendo essa uma das particularidades da sua herança genética. Após isso, utilizando a mesma corrente de ar, que seria abundante nas imediações, dispensando a necessidade de selos de mão, solidificaria o ar e tentaria criar um domo (Manipulação Rank A - 5 metros de diâmetro) para proteger todos os membros do grupo. — Quando a defesa ceder, quero que vocês fiquem de costas um para o outro e preparem-se para o pior. Vou tentar ocultar os dois na névoa, mas ainda assim não abaixem a guarda. — No curto espaço de tempo que imaginou que teria, voltou a fitar os garotos, com um olhar firme. Ainda nesse curto espaço de tempo, em simultâneo à sua fala, usaria o seu olfato para guardar o cheiro dos dois, para que pudesse localizá-los futuramente.

Se a defesa não tivesse ruído diante dos diversos ataques, Ethan a desfaria. Em seguida, intentou 3 selos de mão (6 s/s), pretendendo expelir uma névoa espessa pela boca (Kirigakure no Jutsu). Independente do sucesso em realizar a técnica, o Hattori se prepararia para contra-atacar. Juntou as mãos em um selo singular (6 s/s) e deixou que a sua consciência alcançasse um novo patamar (Yishiki). Depois, tentaria cobrir o corpo com uma fina camada de cristais (Hyōken Ryū) e, com isso, começaria a ofensiva patinando em direção ao inimigo mais próximo (22 m/s). Tum-tum, tum-tum, tentou localizar todos no alcance da audição (500m) pelos batimentos cardíacos.

Instintivamente, respaldado por cada um dos sentidos, e pela capacidade sensorial avançada, o Yishiki, Ethan estaria atento a qualquer novo ataque lançando contra si, enquanto continuava seguindo adiante (22 m/s). Quando chegasse perto de um dos nukenins (se conseguisse), a menos de 10 metros de distância, esperava que o seu cérebro fosse bombardeado por uma enxurrada de possibilidades que poderiam não se concretizar (premeditação), e utilizando esses conhecimentos, traçando um padrão entre cada uma das possibilidades projetadas pela habilidade (Inteligência Aguçada), buscaria uma forma de se aproximar em segurança, saltando 5 metros na direção contrária à trajetória dos prováveis ataques. Se a tentativa se provasse frutífera, Ethan circundaria o inimigo, ficando a 35 centímetros dele e, utilizando os conhecimentos acerca do corpo humano (Conhecimento Anatômico), acertá-los-ia na região da nuca (2For - 22 m/s), buscando deixá-los inconscientes. Independente da tentativa ter sucesso, Ethan partiria para o próximo inimigo após o ataque, tomando os mesmos cuidados de antes para se aproximar, e usando a mesma ofensiva.

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Assim que a névoa cedeu, logo após uma batalha silenciosa e emblemática, o vencedor foi revelado. Ethan havia triunfado diante da ameaça iminente que os criminosos representavam; ele estava de pé, os outros, não. Entretanto, depois de tudo o que passou, provavelmente salvando a vida dos dois ninjas que o acompanhavam, o Hattori não se sentia contente. Olhou para o lado, atestando a segurança dos protegidos, mas mesmo assim isso não era o suficiente, o vazio que nutria no âmago, insaciável, continuava ao seu lado, como um fiel escudeiro. Então o joelho esquerdo tocou o chão, e, em seguida, todas as técnicas que insistia em manter ativas desfizeram-se. O semblante seguiu inalterado, logo o gesto não poderia ser interpretado como fraqueza, porém, por dentro, estava acabado. “Por quê?”, se questionou, “Por que rastro de corpos continua aumentando?”. Ao longo da sua jornada, enquanto era apenas uma criança lutando para continuar vivo, nunca fez tais questionamentos, no entanto, agora, não tinha mais certeza se conseguiria continuar seguindo em frente, sem olhar para trás, encarando o passado.

Durante os segundos de introspecção, Ethan aproveitaria a oportunidade para recuperar um pouco das forças (Recuperação). Por fim, aproximou-se da sua equipe. Ainda estava um pouco abatido, e por alguma razão o rosto ficara pálido. — Estão bem? — perguntou, preocupado. — De qualquer forma, vocês foram ótimos. — Assim como todas as interações até então, as falas de Ethan denotavam um certo tipo de emoção, porém, a entonação do Hattori não conseguia passar a mensagem de forma clara.

Caso os dois estivessem em condições de continuar, Ethan seguiria pelo mesmo caminho (14 m/s), aquele que trilhava antes de ser atacado pelos criminosos. Da mesma forma, a formação dos shinobi da pedra não mudaria: Ethan iria na frente, o ninja médico viria logo depois e, por último, a especialista em ilusões. Os sentidos do Hattori (tato/audição/olfato/visão) seriam usados com o máximo das capacidades, procurando encontrar alguma pista que o levasse até esconderijo dos criminosos. Se a tentativa tivesse êxito, antes de mais nada, o Chunin buscaria um ponto de vantagem para observar a base inimiga, onde, nesse meio tempo, buscaria gravar o máximo de informações possíveis. Além disso, ficaria atento a possíveis armadilhas pelo caminho.

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Ao continuar pelo mesmo caminho, não demorou muito até Ethan e a sua equipe se depararem com uma floresta. O Hattori parou por um momento, ponderando sobre as suas opções. Via a mata densa estender-se até os olhos não alcançavam, isto o assustava. Além disso, graças a sua audição invejável, sentiu um arrepio correr a espinha quando os sussurros lhe alcançaram, no entanto, nada do que era dito fazia qualquer nexo para ele. Por último, atentando-se ao topo das árvores, observou a existência de uma neblina sútil, mas de certo, que poderia abrigar o mal em suas entranhas, assim como tudo naquela floresta.

— Vamos seguir pela floresta — anunciou. — Não temos tempo para desvios. — Ao dar a noticias para os companheiros, hesitou por um instante, sabendo que, provavelmente, estava guiando os subordinados para uma armadilha. — Como não sei o que podemos encontrar lá dentro, confiamos em você para agir imediatamente ao menor sinal de perigo — disse à especialista em ilusões, delegando uma tarefa importante para a garota. Então, sem ter o que acrescentar no discurso, tomou a frente do grupo.

A partir do momento em que adentrou a floresta, tomou o cuidado de não esbarrar em nada, com medo de cair uma armadilha, e ordenando que os subordinados fizessem o mesmo. Junto a isso, os seus sentidos (audição/tato/olfato/visão) seriam utilizados habilmente para monitorar os arredores. Mesmo enfrentado muito obstáculos, como os sons dos animais e os diversos pontos cegos, esforçar-se-ia para ver através das distrações, concentrando-se em qualquer sinal remoto de perigo. E caso fosse capaz de perceber a iminência de um ataque, sendo ele qual fosse, gritaria pela ilusionista, contando com o auxilio das suas habilidades. Independente da garota conseguir prender os criminosos com um dos estratagemas, ao menor sinal de perigo Ethan geraria correntes de ar frio (diminuição de temperatura) e as moldaria em 4 lanças (Hieton: Hyōketsu no Yari | 2m de comprimento por 35cm de diâmetro), que, por sua vez, seriam lançadas (36 m/s) em todas as ameaças que conseguisse identificar.

Não confiando plenamente no seu sucesso, conseguindo identificar qualquer indício de um ataque inimigo após a ofensiva (caso ela aconteça), posicionando-se 30 centímetros à frente dos dois garotos (18 m/s), usaria o ar gélido para criar uma barreira translucida entre eles e o ataque (Hieton: Hyōketsu no Tate | 5m de altura e 3m de largura | Curinga). Por outro lado, caso não houvesse nenhuma emboscada, Ethan continuaria seguindo em frente, sem fazer desvios e tomando cuidado com os espinhos dispostos pelo cenário, encarando-os como uma armadilha em potencial.

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Depois de entrar na floresta e desbravá-la, Ethan finalmente encontrou o que buscava. Dispostos em volta de uma clareira, que parecia ser o ponto central do covil, os criminosos controlavam toda a área ao redor, com guardas posicionados em pontos chaves. Enquanto a neblina ainda limitava parte da visão do Hattori, não podia ter certeza de nada, mas quando a névoa se dissipou, teve a confirmação que precisava, era ali que os criminosos estavam se escondendo. Em um primeiro momento, Ethan optou por uma abordagem cuidadosa. Observaria a base inimiga de longe (250m), sem se expor. Com isso, tentou captar todas as informações que conseguiu, desde o posicionamento dos guardas até certas armadilhas postas pelo caminho. Depois disso, recuou, procurando se afastar cerca de 500 metros do acampamento. Se conseguisse encontra algum tipo de cobertura natural presente no local (pedras, troncos de árvores etc.), não hesitaria em usá-la, reunindo-se com a equipe para discutir o plano.

— Bom, agora que já achamos o inimigo, é melhor esperamos aqui por algum tempo. Não acho que seja prudente atacar em plena luz do dia. Portanto, vamos esperar até a madrugada para agirmos. O plano é o seguinte: eu vou roubar a aparência de algum dos guardas e me infiltrar, procurando os reféns. Enquanto isso, você — apontou para a especialista em genjutsu — vai ficar nas imediações, escondida na vegetação. Caso eu consiga libertar os reféns, o seu trabalho vai ser guia-los até aqui. Quanto a você — agora, olhava para o ninja médico — fique aqui e espere até que retornemos. O seu trabalho vai ser cuidar dos feridos, garantindo que todos tenham condições para aguentar a viagem até o vilarejo. — Assim que repassou as funções de cada membro da equipe, sentou-se no chão, esperando até a hora de agir. Nesse meio tempo, ficaria alerta, atento a qualquer aproximação.

[...]

Quando a hora chegasse, junto da ilusionista, partiria rumo ao acampamento recém descoberto. Guiando-a em meio à escuridão, utilizava cada um dos seus sentidos para evitar problemas (audição/tato/visão/olfato), deixando-a em um ponto em que ela pudesse observar o acampamento de longe e em que conseguisse cumprir o seu papel de ajudar os reféns na fuga. Após isso, se movendo em volta do acampamento (18 m/s), atento a quaisquer armadilhas pelo caminho, Ethan buscou encontrar um guarda isolado. Se conseguisse, esperaria até um momento oportuno e, quando tivesse certeza de que ninguém estava vendo, se aproximaria por trás do criminoso e tentaria deixá-lo inconsciente com um mata-leão (2FOR | 18 m/s).

Caso conseguisse tirar o guarda de cena, depois de esconder o seu corpo em meio à mata, usaria uma técnica básica para replicar a aparência do sujeito (Henge no Jutsu), tomando o cuidado de replicar cada detalhe da sua fisionomia e de roubar o comunicador que usava.

Tendo sucesso em cada uma das tentativas anteriores, iria se dirigir até o acampamento, onde começaria a procurar pelos reféns. Pela hora, não esperava encontrar muitos homens acordados, mas mesmo assim, enquanto procurava, buscou não chamar a atenção para si. Na medida do possível, atentou-se as conversas paralelas que poderiam estar ocorrendo em volta e gravou a posição de todos os criminosos despertos. Por fim, se de fato conseguisse encontrar os prisioneiros, antes de mais nada, verificaria se não estava sendo observado por ninguém. Sendo esse o caso, usaria a sua Kunai para romper quaisquer amarras que restringiam os movimentos deles. No caminho de volta, como já tinha tirado algum tempo para observar as movimentações dos guardas que vigiavam o lugar, esperava ser capaz de formular uma rota que garantisse que não fossem descobertos. Assim, guiando-os até a ninja ilusionista, que, por sua vez, tentaria levá-los até o médico.

Enquanto isso, Ethan ficaria cerca de 10 minutos observando o acampamento de longe (250m), para o caso de serem descobertos. Nessa posição, procurava obter informações sobre possíveis perseguidores. Caso a fuga não tivesse sido descoberta nesse meio tempo, Ethan correria até o ponto de encontro (18 m/s), a 500 metros do acampamento. Assim que chegasse lá, se não tivesse sido seguido, levaria todos de volta para Iwagakure. Durante o caminho, tomaria todo o cuidado possível, monitorando os arredores com os seus sentidos afiados.

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