Tendo concluído a sua última missão com êxito, o genin, sem ser designado para outras tarefas, usava este tempo livre para se adaptar à sua nova realidade. Ele ainda não entendia muito bem o que acontecera consigo naquele vale, mas seguia se esforçando para entender o que motivava aquele brilho único emanando dos seus olhos. E quando não estava focado em descobrir do que os orbes eram capazes, em paralelo, aprendia também a conviver com a escuridão. A princípio, Ethan jamais imaginou que teria que recorrer a uma atitude tão drástica, porém, vendo que os olhos continuavam a drenar a sua força, não teve outra escolha senão cobri-los com bandagens.

Passados alguns dias, Ethan se encontrava deitado em seu colchão velho e repleto de um mofo amarelado. Sem saber exatamente que horas eram, já que não via nada, esperava até a hora que seria agraciado com o calor proveniente dos primeiros raios de sol. No entanto, um chamado interrompeu o seu rito matinal. De acordo com o mensageiro, o atual líder da vila desejava encontrá-lo em uma pedreira que ficava situada nos arredores de Iwagakure. Após receber a mensagem, intrigado, voltou para dentro de casa e começou a se preparar, colocando as suas roupas e conferindo os seus equipamentos.

Sem ter muita escolha, Ethan não demorou mais do que 10 minutos para se aprontar. Mas, antes de sair de casa, retirou a bandagem que até então cobria os seus olhos e a guardou na bolsa de armas de carregava consigo. Então, sem mais delongas, rompeu em velocidade moderada (10 m/s) o caminho até a pedreira supracitada.

Caso conseguisse chegar até lá sem maiores problemas, observando o novo ambiente com um certo cuidado, o genin seria tomado por um mix de emoções. Dentre um dos vários pensamentos que assombravam o menor, o que mais o deixava intrigado era a escolha do lugar. Afinal, por que ali? Por que a sua presença, ao invés disso, não fora requisita no gabinete do Tsuchikage? Sem as respostas que tanto procurava, Ethan seguiu vagarosamente pelo lugar até chegar a 10 metros de onde Taka estava (caso conseguisse de fato encontrá-lo), parando logo em seguida.

— Com licença... — Assim que se aproximou dele, ainda um pouco nervoso, ajeitou a postura, deixou os braços rente ao corpo e tentou não parecer muito artificial. Mesmo não gostando nada da ideia de estar ali, se esforçou para que o seu mal humor não transparecesse em suas feições. — O senhor mandou me chamar? — Após responder ao chamado e se apresentar formalmente, Ethan esperou uma resposta.

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— Que bom... — Quando finalmente descobriu o motivo que o levou até ali, ouvindo as palavras sibiladas por Taka, Ethan não sabia muito bem o que fazer diante de tantos elogios. Mas, mais importante, entendia o que as palavras do líder queriam dizer. Afinal, assim como tantos outros ninjas, presenciava de perto o período de mudanças pelo qual Iwagakure passava, e como parte da nova geração entendia o papel crucial que desempenharia no futuro. Por último, foi informado a respeito do teste que seria aplicado, onde em resposta acenou positivamente com a cabeça, indicando que estava de acordo.

Assim que as devidas explicações foram feitas e Taka assumiu uma postura apropriada, Ethan tomaria a liberdade de se afastar (18 m/s) alguns metros dele, ficando a 15 metros de onde o mesmo estava.

Antes de mais nada, Ethan não sabia o que esperar do seu adversário. No curto espaço de tempo em que se afastava, pensava na melhor abordagem, mas a única coisa que vinha à sua mente era que precisava ter cuidado. Por isso, a partir do momento em que a batalha começasse, Ethan usaria a sua visão privilegiada (Rikugan) para observar cada possível movimento do adversário. Ficaria atento às suas mãos, caso o mesmo intentasse algum selo de mão. Além disso, se fazendo valer do seu conhecimento apurado a respeito da anatomia humana (Conhecimento Anatômico), Ethan também observaria os membros superiores e inferiores do inimigo, tentando notar sutilezas que pudessem indicar algum tipo de movimento específico. Caso a observação assídua do genin desses resultados, e ele acabasse percebendo que um ataque estava prestes a acontecer, de imediato teceria uma sequencia de selos de mão (2 s/s) para erguer uma parede translucida feita de ar frio bem na sua frente (Hieton: Hyōketsu no Tate - Jutsu Curinga).

Como Taka havia ordenado, Ethan deveria ataca-lo com tudo. Então, depois de começar a observa-lo, ele daria início à batalha com um selo de mão singular (2 s/s). Com isso pretendia criar uma corrente de ar frio que cobriria uma área de 75 metros de diâmetro a sua volta (Diminuição de Temperatura - 1 slot de manipulação). Se por acaso a tentativa de criar um ambiente propício para as suas técnicas tivesse êxito, Ethan voltaria a fazer selos de mão (2 s/s) para realizar uma manipulação de Hieton (1 manipulação rank B), tentando solidificar o ar a fim de criar 2 estacas com 1 metro de comprimento e 10 cm de diâmetro cada. As estacas, então, surgiriam a 1 metro de Ethan (uma do seu lado direito e a outra do esquerdo), onde estariam na altura dos seus ombros. Tendo sucesso em cada uma das etapas anteriores, lançaria os objetos pontiagudos em Taka (22 m/s); uma estaca visava acertar a sua coxa esquerda; a outra o seu ombro direito.

Depois de ter lançado (ou não) o seu ataque anterior, Ethan não perderia mais tempo. Caso ainda fosse possível, voltaria a realizar alguns selos de mão (2 s/s) com a intenção de continuar pressionando o adversário. Mas, dessa vez, o Hattori concentraria uma grande quantidade de chakra em seus pulmões, para depois expeli-lo na forma de uma rajada gélida (Hieton: Hyōketsu no Hōkō), que por sua vez visava acertar Taka no centro do seu tronco (22 m/s).

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Ethan havia tido sucesso em diminuir a temperatura a sua volta, assim dando início ao combate. Mas Taka não ficaria para trás, utilizando as próprias particularidades para combater o mais novo. Assim ele conseguia achar formas de lidar com cada uma das artimanhas do menor. E quando foi a sua hora de responder à altura, contava com algumas técnicas barulhentas e chamativas, que tinham um caráter ofensivo e, também, defensivo. Por sorte, Ethan estava atento aos seus movimentos e foi capaz combater a ofensiva do mais velho.

Então, após as técnicas de ambos colidirem e tomarem conta do campo de batalha, Taka voltaria a elogiar Ethan. — Obrigado..., mas não é para tanto... — Nesse momento, era possível notar que o Hattori quase tropeçava nas palavras, ofegante. Mesmo estando longe da exaustão, era inegável que tanto esforço teria consequências, principalmente levando em conta que os orbes continuavam drenando as suas reservas de energia.

Ainda que, por hora, o oponente tivesse cessado as suas investidas, assim como se propôs a fazer, Ethan continuou observando atentamente os seus movimentos. Se nesse meio tempo fosse capaz de perceber que Taka voltou a realizar alguns selos de mão (ou qualquer gesto com as mãos), faria o mesmo. De imediato, teceria mais alguns selos de mão (2 s/s) a fim de erguer novamente uma barreira translucida diante de si (Hieton: Hyōketsu no Tate). Mas, dessa vez, assim que terminasse de lançar a sua primeira linha de defesa, tomaria o impulso (2 FOR) necessário e saltaria 5 metros para trás (18 m/s), permanecendo a uma altura de 2 metros do chão enquanto realizava a manobra. Ainda durante o salto, Ethan não perderia tempo e faria mais uma sequência de selos (2 s/s), onde planejava voltar a usar a corrente de ar frio que gerou instantes atrás (1 manipulação rank B). Tendo sucesso em concluir a manipulação desejada, uma barreira de Hieton com 3 metros de altura e 3 de comprimento surgiria na sua frente.

Até aquele momento, toda a atenção do genin estava no seu adversário e nas ofensivas que o mesmo lançava. Mas, foi então que a inexperiência do Hattori foi exposta. Focado unicamente na figura que estava diante de si, ignorou por completo o que acontecia à sua volta, no campo de batalha. Por conta disso, mesmo se conseguisse ver uma das lâminas de pedra vindo em sua direção, não seria capaz de fazer algo a respeito.

Possivelmente, sofrendo com os efeitos do último ataque, Ethan não teria muito tempo para se recompor, já que de alguma forma as sombras do lugar começavam a marchar na sua direção. Diante de tantos poderes únicos demonstrados por Taka, o mancebo nem mesmo se surpreendeu com o fato. Ao invés disso, a sua mente só conseguia se concentrar em toda a possível dor causada pelas lâminas de pedra. Mesmo tentado parecer forte e se manter de pé, jamais conseguiria se acostumar com aquela sensação aguda e incomoda que certos ferimentos causavam. Dito isso, sem ter ciência da ilusão, Ethan apenas dava alguns passos para trás (2 m/s) na tentativa de fugir das sombras.

Por outro lado, caso toda essa dor fosse capaz de libertá-lo da ilusão, ele ficaria confuso a priori, já que sem mais nem menos o ataque das sombras havia desaparecido. Mas, assim que voltasse a se concentrar na dor e percebesse o desfecho estranho que o jutsu do adversário teve, Ethan ficaria com uma pulga atrás da orelha. Temia que o ataque anterior fosse uma ilusão, considerando a hipótese de a dor ter atrapalhado os planos do inimigo. Sendo assim, no momento em que Ethan voltasse a si, ao invés de continuar com aquele jogo, ficaria inerte, como se ainda estivesse preso na suposta ilusão.

Se o plano do Hattori desse certo, Taka, vendo que o mais novo não tinha conseguido combater a ilusão e continuava parado, seria obrigado a se aproximar e usar a interferência externa de chakra para desfazer a técnica. Nesse momento, quando o avaliador estivesse a menos de 1 metro dele, usando toda a sua velocidade (18 m/s), Ethan buscaria levar a mão até uma das suas Kunais. Após isso, tentaria levar fio da lâmina até o pescoço do Tsuchikage Interino (18 m/s), obrigando-o a se render.

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Embora estivesse dando o seu máximo para superar todos os obstáculos, Ethan seguia sendo superado pelo seu avaliador. Não importava o quanto tentasse, o homem sempre estava um passo a frente. Mesmo relutante em admitir óbvio, o genin aos poucos aceitava a realidade: ele jamais seria capaz de vencê-lo. Tomado pela raiva, no entanto, Ethan não se daria por vencido após constatar o fato, afinal de contas, ele não aceitaria a derrota em hipótese alguma.

O hattori, até aquele momento, com a kunai em mãos, estava pronto para investir contra Taka em um ataque imprudente e desesperado. Contudo, se conseguisse perceber a tempo que o adversário havia protegido o seu corpo com algum tipo de técnica, hesitaria no ato. Afinal, como já havia acontecido outras vezes, Taka sempre conseguia achar formas de lidar com os seus ataques, e dessa vez não seria diferente, foi o que Ethan pensou. Por isso, ao invés de apostar tudo em uma investida desesperada, o menor apenas juntou as mãos na tentativa de fazer um único selo de mão (2 s/s), deixando as mãos naquela posição até conseguir criar mais 2 correntes consecutivas de ar frio (Diminuição de Temperatura - 2 slots de manipulação), que por sua vez visavam cobrir uma área de 75 metros à sua volta. Com a possível queda de temperatura, Ethan esperava ser capaz de retardar, mesmo que por alguns instantes, as técnicas do oponente, que até aquele momento demonstravam um caráter explosivo.

Tendo conseguido (ou não) criar as correntes de ar frio, ele não perderia mais tempo. Atento aos movimentos do adversário e ao que acontecia a sua volta, Ethan faria mais uma sequência de selos (2 s/s). Mas, dessa vez, se obtivesse êxito em realizar a técnica, o seu corpo seria coberto por uma fina camada de cristais (Hyōken Ryū).

Depois de, neste curto espaço de tempo, tentar obter alguma vantagem diante das técnicas chamativas do oponente, Ethan não teria mais uma razão para se segurar. Então, ainda com a Kunai em mãos, o genin começaria a deslizar pelo solo (22 m/s). Correndo em linha reta, planejava romper a distância que o separava de Taka. Ainda durante o avanço, ficaria atento a qualquer fator que indicasse um ataque, se atentando, principalmente, aos arredores. E caso fosse capaz de notar alguma ofensiva, mudaria a sua trajetória imediatamente, indo 1 metro para o lado oposto e seguindo em frente.

Por fim, conseguindo chegar a uma distancia de 80 centímetros do avaliador, Ethan tentaria saltar na sua direção e golpeá-lo (2 FOR) com a kunai no centro do abdome. Tendo sucesso (ou não) na investida, o Hattori não daria qualquer margem para um contra-ataque, tentando a todo momento se manter a uma distância de, no mínimo, 1 metro dele enquanto buscava analisar cuidadosamente os seus movimentos e evitar eventuais ataques, já que desse modo o mesmo não poderia usar as próprias técnicas com segurança.

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— Chega dessa conversa fiada. Vamos acabar com isso de uma vez. Já que o senhor quer tanto assim ver do que sou feito, vou te mostrar do que o poder que correr em minhas veias é capaz!!! — respondeu às palavras do mais velho, não sendo capaz de ver nada por causa do clarão que ofuscou a sua visão. Por um segundo, aquilo quase fez o genin perder a cabeça, mas ele se esforçou para não botar tudo a perder em um momento tão crítico quanto aquele. Então, enquanto esperava o fim da cegueira temporária, respirou fundo e tentou colocar a cabeça no lugar.

Ao recobrar a visão, se conseguisse ter um vislumbre da criatura que o circundava, Ethan ficaria alerta. Mas, acima disso, ficaria admirado com a beleza única do constructo. Diferente dos outros, esse era dotado de uma quantidade incrível de detalhes, quase como se fosse uma obra de arte tivesse ganhado vida.

Deixando o seu fascínio de lado e focando nos perigos que o espécime devia representar, Ethan tentaria acompanha-lo com os olhos, atento as possíveis movimentações do mesmo. Para isso, usaria todo o potencial que os orbes detinham, explorando, principalmente, a sua visão periférica. No entanto, Ethan aprenderia com os seus erros e não ficaria vidrado somente na figura do lobo de argila, já que por vezes tentaria alcançar Taka com olhares de relance. E quanto ao lobo, se o menor realmente fosse capaz de acompanha-lo com os olhos, a princípio, apenas tentaria usar a habilidade de deslizar pelo solo (Hyōken Ryū) para tentar sair da sua linha de ataque, desviando para os lados.

Como Ethan bem sabia, a sua força já estava chegando ao fim, e com isso surgia a urgência em acabar com a batalha o quanto antes. Mesmo não sabendo como, era só nisso que ele pensava enquanto supostamente era capaz de desviar das primeiras investidas do lobo. No entanto, quanto mais pensava no assunto, mais estava crente de que não capaz de superar o oponente, já que durante a luta nenhuma das suas técnicas conseguira a proeza. Foi nesse momento que o genin, sentindo na pele toda aquela pressão esmagadora, agiu novamente por impulso, sem ter a certeza de que o seu movimento seria efetivo.

Primeiro, continuaria tomando o cuidado de não ser atingido pelo animal de argila. Então quando uma brecha surgisse, Ethan ignoraria o constructo e começaria a correr na direção do Tsuchikage (22 m/s). Desse modo, buscava se aproximar do mesmo até ter uma distancia de 3 metros os separando. Caso isso viesse a acontecer, Ethan cessaria os seus passos de imediato e agacharia, flexionando os joelhos e juntando as mãos na tentativa de realizar um único selo de mão (2 s/s). Se o Hattori tivesse êxito em cada uma das etapas anteriores, daria, então, início ao seu último plano. Manipulando (1 manipulação Rank B) o ar frio que era abundante à sua volta, o genin planejava criar uma defesa circular côncava que surgiria apoiada nas suas costas (em toda a sua extensão), em um primeiro momento. No entanto, ao contrario do que poderia parecer, Ethan jamais pretendeu defender o possível ataque que aquele lobo lançaria. Na verdade, a intenção dele era, ao sentir o peso do animal tocando a sua “defesa”, realizar um giro ao redor do próprio eixo, redirecionando o ataque da fera contra o seu próprio criador. E no momento em que Ethan terminasse (ou não) de redirecionar a ofensiva, ele saltaria para trás, pretendendo alcançar uma distância de 10 metros do inimigo.

Por fim, independente do seu sucesso, Ethan desativaria de maneira forçada todas as suas técnicas ativas, exausto.

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