Após a conclusão daquela missão, Garou voltou para o vilarejo. Estava ansioso com o novo poder, era um imortal, mas ainda sim, sabia que só isso não era suficiente para mudar o mundo. Precisava, agora, começar a erguer-se dentro da própria Iwagakure, portanto, decidiu pegar um montante de missões de uma só vez: completaria-as num só dia, ou pelo menos, dentro de alguns dias.

O jovem foi até o quartel general da vila, encontrou-se com o chefe e pediu algumas missões. O homem passou estas para o garoto, e ele, saiu do local às pressas com os papiros debaixo do braço. Garou correu até uma casa qualquer e a escalou, parando em seu telhado para ler o conteúdo dos pergaminhos. Iniciou com aquele que detinha uma imagem de lupa em seu selo.

—— Patrulha… —— A canhota foi ao encontro do queixo, coçando-o. O garoto então fechou o papiro e os guardou debaixo de um caixote que havia no telhado do casebre, com exceção do que acabara de ler. Com isso feito, o rapaz pulou para o solo em seguida, e seguiu em direção à periferia da rocha.

[...]

A tarde se tornou noite, e então, a patrulha começou. Garou sabia o que procurar, e portanto, ficou em uma posição avantajada no alto de um edifício, observando tudo lá embaixo. Isso, porém, estava se tornando um tédio: não havia movimento suspeito nas ruas. O ninja estava quase dormindo enquanto encostado no edifício uma vez que não tinha nada para fazer. “Cara… que tédio.” Pensou, fitando a lua no céu. “Bom, que seja.” Exclamou, pulando lá para baixo e aterrissando suavemente, com ambos os joelhos flexionados. “Vamos caminhar.” Continuou o raciocínio, andando pelas ruas durante a noite.

Ainda sim, continuou entediado. Não havia nenhuma movimentação suspeita, e quando houve, foi apenas um felino derrubando uma lixeira num beco qualquer. Quiçá não fosse naquela noite que os ladrões fossem aprontar. Garou bocejou, escalou uma casa e permaneceu em cima da mesma, como uma coruja ainda a observar.

“Essa imortalidade… preciso de um desafio. Preciso ver como funciona. Meus ferimentos se curam mais rapidamente depois daquele dia, e bom, eu ainda estou vivo. Como será que está Aza? Talvez esteja tão animado quanto eu para achar um inimigo à altura.” Pensou consigo mesmo, ainda atento ao seu redor. Nada aconteceu, e as horas se passaram. Assim, a noite tornou-se dia, e então, o mancebo cochilou encostado numa caixa d’água qualquer.

[...]

Ei, garoto. Relatório. A voz rouca do homem acordou o jovem de cabelos prateados. —— Hã? O que você quer? —— Respondeu, não se importando com quem era. Eu quero o relatório! O homem disse, rude. O shinobi era alto, possuía cerca de dois metros de altura, e um rosto muito diferente, cheio de cicatrizes. Garou o fitou por alguns segundos, limpou os olhos e então informou ao homem. —— Não aconteceu nada. A vigilância foi um sucesso. —— A destra foi ao encontro do pergaminho guardado dentro da roupa, o retirando para entregar ao homem. O Shinobi pegou o papiro e o carimbou, desaparecendo logo em seguida.

“Para a próxima, então.” Garou pensou consigo mesmo, retornando para o prédio onde guardou os demais papiros.

—.

Estava no prédio quando foi chamado por um ninja que passava na rua, em direção à academia. Garou sabia o motivo da convocação, pois havia se comprometido a ajudar na limpeza do local. Não era muito bom com tarefas desse tipo, mas como era sua missão, não podia deixá-la para outra hora. O garoto saltou para o chão e pousou com segurança, e então, seguiu o homem, mantendo o silêncio e o semblante impassível.

Quando chegou no local, viu o estado que este se encontrava: sujo, e com certos itens quebrados, como cadeiras e afins. O jovem não possuía muito conhecimento, mas junto dos demais trabalhadores, aquilo seria fácil – ou pelo menos, tranquilo. Então, iniciou-se às tarefas. Duas equipes foram montadas: uma para a limpeza, e outra, para a manutenção dos itens. Garou, a princípio, juntou-se na manutenção, o garoto tinha interesse em ver como consertar certos itens.

Junto de sua equipe, Garou e os outros cinco começaram os deveres. Algumas cadeiras estragadas, mesas, precisavam de conserto, e isso foi feito pelo garoto de cabelos prateados usando uma chave de fenda e os itens necessários para substituir as partes quebradas. Um idoso juntou-se ao rapaz enquanto ele fazia suas incumbências, auxiliando-o na própria. Não muito tempo depois, as mesas e cadeiras foram substituídas, e agora, alguns dos equipamentos estavam sendo consertados – eram poucos, mas Garou ajudou toda a equipe enquanto o fazia.

Depois de um tempo, restou somente a limpeza do local.

Usando de um balde e um esfregão, além dos produtos químicos, o rapaz ajudou o outro time a limpar toda a escola, principalmente a área na qual ele havia trabalhado há pouco; estava empoeirada e suja por conta do trabalho manual. A limpeza em si era tranquila, e apesar de não ser o melhor limpador, foi capaz de auxiliar o time. A tarefa em si durou toda a tarde, e quando todos acabaram, foram para casa. Garou, por outro lado, teve de aguardar um tempo a mais, pois o encarregado da equipe devia dar baixa em sua missão – e ele o fez, cerca de vinte minutos depois.
Dando o dia como encerrado, o jovem imortal foi para casa tomar um banho e descansar porque havia mais missões no dia seguinte.

—.

Quando o sol raiou, o ninja já estava de pé, e nos portões do vilarejo. Garou não tinha tempo a perder, e muito menos podia perder tempo. Era necessário fazer a escolta de alguns mensageiros, portanto, estava animado para um possível combate. Quando estes chegaram, Garou prontamente se apresentou; sua armadura negra brilhou sob a luz do sol, assim como o par de facas em sua cintura. O mancebo estava preparado, e portanto, deram início à viagem.

Durante todo o caminho, Garou permaneceu em silêncio, andando na frente da dupla de mensageiros. Os homens não eram muito comunicativos, e por isso, não houve muito problema. Algumas vezes pediram ajuda para o Iwa-nin na hora de montar uma barraca ou coisa do gênero, mas fora isso, a viagem foi tranquila – boa parte desta, pelo menos.

Garou a toda viagem permaneceu atento aos seus arredores, para possíveis ladrões; até queria que tentassem assaltá-los, mas em nenhum momento ninguém apareceu. Talvez o fato do ninja estar com os mensageiros causou certo medo, o que infelizmente foi uma pena: Garou não foi capaz de lutar e testar o limite de suas habilidades.

E enfim, chegaram no destino. Ambos os homens encontram seu destino, e o jovem ninja retornou, sozinho, de volta para casa – ou pelo menos teria retornado, se não fosse abordado no meio do caminho com sua quarta missão: o resgate animal.

—.

No meio das montanhas, um animal exótico foi encontrado, preso entre um desabamento. Civis tentaram ajudá-lo, mas o mesmo se provou arisco com eles, e feriu até alguns que tentaram se aproximar. Isso, contudo, foi algo bom para Garou, que queria provar a extensão de seus poderes regenerativos.

Com toda velocidade, Garou se dirigiu até o local indicado pelo shinobi da pedra. O rapaz em pouco mais de uma hora chegou, e quando chegou ao destino, viu o que aconteceu: um deslizamento. Algumas mortes ocorreram e por conta disso evacuaram o local, além disso, ainda havia o animal que machucou alguns civis.

Garou observou o local, e então seguiu adiante, tomando cuidado para não causar outro deslizamento. Graças às marcas das patas da criatura, o rapaz pôs se a segui-la, chegando próximo o suficiente da mesma – pelo menos, foi o que imaginou quando ouviu um rugido próximo. “Ele está por aqui…’ murmurou para si mesmo, ainda caminhando lentamente à frente.

O cheiro de sangue impregnou suas narinas, e o som das garras batendo contra as pedras chamaram sua atenção. O imortal olhou para o solo, viu uma trilha de sangue e continuou a seguir, até deparar-se com a criatura, presa entre duas rochas, incapaz de se livrar. —— Aí está você. —— Falou, mas em resposta, recebeu um rugido, tão alto que teve de pôr ambas mãos na orelha por um momento. A criatura continuou a se debater, com medo, e o Iwa-nin se aproximou.

A pata dianteira do monstro foi ao encontro da face do imortal, e sua unha a arranhou; Garou saltou para trás em resposta, mas seu rosto já estava machucado. O homem suspirou, mas não conteve a raiva. “Bicho desgraçado.” Falou, se aproximando mais uma vez. A fera tornou a atacá-lo, mas desta vez, o rapaz se preparou; a mão direita segurou a pata da criatura, e a esquerda, ergueu uma das rochas. A fera conseguiu puxar ambas as patas presas, mas ainda estava imobilizada graças ao outro pedregulho. —— Calma. —— Falou, soltando a pata da criatura e caminhando devagar até esta. A mesma rugiu, mas desta vez, mais baixo.

O imortal se aproximou, ergueu o rochedo e a criatura se libertou. Estava machucada, mas livre. Devagar, o imortal se aproximou da fera, curvou-se diante da mesma e esperou a besta se aproximar. E assim ela o fez. Com a ajuda do Iwa-nin, a criatura foi liberta e entregue aos veterinários capazes de cuidar da mesma, e sua missão fora concluída, restando ao homem voltar para Iwagakure. A ferida em seu rosto logo se curou, e Garou começou a explorar sua imortalidade.

—.

E então, sua última missão, e finalmente, um embate. Artesãos da vila estavam sendo ameaçados por bandidos, e agora, cabia ao jovem de cabelos prateados lidar com isso. A noite veio, e com ela, a missão. Garou estava de tocaia quando os homens se aproximaram das barracas, cobrando dos trabalhadores uma quantia de dinheiro, senão, iriam roubar suas mercadorias ou quebrá-las.

—— Ei, vocês. —— O imortal falou, saltando para o chão em seguida. O garoto aterrissou com um sorriso no rosto, e com as lâminas em punho, fitando os inimigos. —— Deixe-os em paz, do contrário… —— O sorriso continuou, e ambos os punhos foram erguidos, com ambas as lâminas à mostra. Há. Você é um só, garoto. Nós somos cinco, acha que dá conta? O homem falou, demonstrando escárnio diante do mancebo. Garou fechou o sorriso, e num piscar de olhos, agiu.

O primeiro soco foi direcionado no estômago do maior homem do quinteto, arremessando-o contra a parede do estabelecimento, fazendo-o desmaiar. Garou não parou, mirou no segundo, o mais baixo, e chutou-o na altura do estômago, fazendo-o cair de joelhos e vomitar em seguida. Sobraram três inimigos. Dois retiraram pequenas facas da cintura e foram em direção ao garoto, cortando-o; o Iwa-nin se deixou cortar, mas logo as feridas começaram a se regenerar, lentamente.

—— Minha vez. —— Comunicou, levando a canhota em direção à face do inimigo, jogando-o contra seu parceiro, e ambos contra a parede, desmaiando-os. Sobrou, porém, o último, e aquele que falara com o mancebo. —— Onde paramos? —— Garou comunicou, e avançou com ímpeto na direção do rapaz, socando-o no rosto e arremessando-o contra o chão, causando uma pequena cratera com o impacto. Os bandidos haviam sido derrotados, e sem nenhuma resistência ou ameaça.

—— Ei, podem sair de suas tendas. Eles estão derrotados. —— Comunicou aos artesãos, que saíram em comemoração. Logo a polícia do vilarejo chegou, e prendeu os cinco de uma vez, dando como concluída a missão do rapaz e liberando-o para continuar seus afazeres.

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Habilidades:

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