Num momento estava na Lua, com alguns dos ninjas mais poderosos e reconhecidos daquele tempo. Noutro, e num piscar de olhos, tinha voltado à sua casa, algures nas extremidades de Iwagakure. Aterrou de pé, no seu quarto, mas rapidamente se desequilibrou caindo para cima da cama, a cabeça desnorteada com a bagunça pelo espaço-tempo. A queda foi um pouco mais intensa que o habitual, provocando um barulho atípico que se propagou pela casa. Ainda não estava habituado ao seu novo corpo - estava mais musculado e tinha crescido um pouco em altura – o que o deixava propenso a alguns acidentes.

Já que estava deitado na cama, aproveitou o momento para organizar as ideias. A cama em que tinha acordado há apenas alguns dias, antes de ter a aventura da sua vida, estava mais pequena, os seus pés ficavam até de fora. Tentava processar tudo aquilo que tinha presenciado. Shion, Angell e Katsura, os poderosos ninjas que conheceu na jornada de Silvermoon, já não pertenciam àquele mundo. Todos os outros estavam espalhados pelos quatro cantos, sendo recordados e estimados na sua memória, com constante esperança que os seus caminhos ninjas se cruzassem novamente.

O barulho provocado pela queda chamou a atenção da sua mãe, que cautelosamente com uma vassoura de pau se aproxima do quarto. Não tinha dado conta de ninguém chegar, e estava pronta para dar paulada em algum bandido que se aproximasse dos bens do seu querido filho. A porta estava encostada, e ela abriu-a para ver o seu filho, agora 7 anos mais velho. Nos momentos seguintes um turbilhão de coisas passavam na cabeça da mulher. Confusão, surpresa, preocupação, mas acima de tudo, felicidade. A sua cria tinha partido numa aventura sem dizer nada, deixando apenas uma carta sentida que os preparava para o pior. Agora, ele estava de volta, e ele estava vivo. Os olhos de Fukuya, a mãe, lacrimejaram ao ver o filho. Como ele estava diferente… O que ele deveria ter passado para estar assim… Mas ele estava ali, e ele estava bem.

Yagura levantou-se, e os dois abraçaram-se sentidamente. Nunca o genin abraçara a mãe com tanta emoção. Também, nunca o genin tinha estado tão longe de casa e tão perto da morte. Com tudo o que se passou, sentia-se mais próximo da sua família, com vontade de aproveitar melhor cada momento com eles. Não aguentou também, os seus olhos a lacrimejar.

- Yagura, meu filho… O que se passou contigo…? Estás tão diferente, como é possível…? – as questões começavam a ser levantadas pela mãe, que buscava justificações, tentava encontrar culpados e preparava-se para ir pedir justificações a Shion sobre o que tinha feito.

- Está tudo bem, mãe… – o abraço prolongou-se até este momento, em que agora os dois se olhavam. A mãe, com o olhar de sempre. O filho, com um novo olhar, mais grato. – Estive fora, vi o mar, vi a lua… Vi muitas coisas novas que posso te contar depois. - As memórias do que se passara ressurgiam, mas ele não queria relembrar esses momentos agora. Agora, era altura de aproveitar o presente – Mãe… Será que hoje podemos almoçar todos juntos? – o típico pedido do filho que a uma mãe sempre sabe satisfazer.

- Claro filho, farei a tua comida favorita – mentalmente exausto, nada agradaria mais ao loiro.

O momento do almoço prontamente chegou. O seu pai, Naoki, foi o primeiro a chegar a casa, esfomeado. – Viva Yagura! – dirigiu-se a ele, olhando de relance mantendo a normalidade – Voltou rápido, a tua mãe ficou muito preocupada, mas sabia que te darias bem! – e então, repara que o filho estava um pouco diferente – Hum… Cortou o cabelo?

Chegou a vez dos avós chegarem também ao almoço, animados por estar com a família e ver o seu neto. Repararam que estava mais crescido, mas não deram muita importância a isso. Era hora de comer, Noodles de Arroz ao estilo Teriyaki.

Por fim todos sentados à mesa, o jovem adulto pensou nas vezes que tinha pensado neste pequeno momento, um simples almoço de família, que nas alturas de vida ou de morte e até nos seus sonhos era a situação que mais ressurgiua na sua mente. Sentia-se no conforto e segurança da família e agora dava um novo valor a isso. Gratidão.

O almoço prosseguiu com boa ambiência. Riram e contaram histórias, Yagura inclusive contou algumas das coisas que viu na sua expedição, o mar, a lua, as bestas das caudas e outras dimensões, e todos ficaram impressionados com as histórias. Deixou de parte detalhes críticos como a vinda de Kaguya para aterrorizar o mundo. Isso ficaria para outra altura.

- Então, agora você cresceu… – falou o avô Kenpachi, que começava a esfregar as mãos, indicando que magicava algo na sua cabeça – Ainda bem, significa que estou mais perto de ser bisavô… Agora, vai lá e arranja uma mocinha! – gritou o avô, num tom de brincadeira mas a falar a sério.

O almoço terminou já quase a meio da tarde, e o loiro foi dormir uma sesta. Acordou exausto, com dores nos músculos. Era a resposta do seu corpo a não estar habituado a movimentar-se com a nova estrutura corporal. Isto queria dizer uma coisa: ele teria que se habituar à nova forma física.

Os primeiros dias foram de descanso. Fez algumas caminhadas pela vila, em que inclusive foi condecorado no Quartel general pelo sucesso na expedição. Tinha sido promovido a Chuunin, e sentia-se super entusiasmado com a nova etapa na sua vida. Em algumas ocasiões, cruzava-se com pessoas que tinham lido sobre si no jornal, e que ficavam a olhar para o Chuunin ”Já vi aquela cara em algum lugar…”. Em outra ocasião, cruzou-se com antigos colegas da academia, o que gerou um clima estranho. Afinal, eles ainda eram jovens adolescentes perante um colega que há algumas semanas também o era, mas que agora apresentava uma nova envergadura ”Como ele cresceu…” pensavam os colegas.

Depois da semana de descanso, passou as seguintes a exercitar o novo corpo, fazendo corridas, levantamento de pesos e prática de técnicas ninja, para não ficar enferrujado. Na sua mente ele tinha um objetivo: Ficar o mais forte e preparado possível para o próximo capítulo, o retorno de Kaguya Otsutsuki ao mundo ninja.

HP 650/650
CH 1075/1075
STA 00/05

Informações Gerais: