O sol já estava alto no céu e sua luz iluminava toda Kumogakure, além de aquecer tudo em que tocava. Diferente dos varios dias que viveu em sua vida, um sorriso singelo não saia do rosto do Médico. Nada mais era cinza para o, agora, Jounin e aquilo o alegrava ainda mais. Em seus sonhos ainda era pego uma hora ou outra por lembranças de seu falecido amado, mas não eram lembranças que vinham para o prejudicar ou trazer sentimentos ruins e sim para sempre ressaltar o que veio a sentir pelo homem.

Aquele dia em especial era um dos dias em que o Lan separava para ir visitar Hana, a irmã mais nova de Hisui, no território da familia Tonomashiki. Os dois tinham começado a algum tempo com esse habito, onde eles se encontravam para a garota contar mais sobre a vida do falecido que o shinobi não conhecia e ele para ela sobre seus momentos com o irmão da mesma. Ironicamente, até aquele momento a familia nobre nunca se opôs as visitas do outro em seus jardins, mas o Lan sempre observou que sempre estavam sendo observados.

Mas não era nada que vinha a atrapalhar suas conversas com a garota. Sabia que não estava fazendo nada de mais, no final.

Mas aquele dia seria um pouco diferente, queria fugir um pouco da bolha do Hisui em que os dois viviam e começar a explorar mais os desejos da menina. Uma missão foi deixada para si pelo seu amado: Proteger e cuidar de Hana, além de a fazer ser uma das maiores Kunoichis que já existiram. E para isso o Lan sabia que tinha que lutar contra uma nobre e influente familia de Kumogakure.

Tinha passado algumas semana tentando obter informações sobre os Tonomashiki, sua curiosidade sobre o motivo da familia ser tão incisiva em seus descendentes de que eles não poderiam ingressar a vida militar era um enigma para si e, pelo que pesquisou, para muitos em Kumo. O máximo que obteve foi a informação de que eles são uma familia nobre, comerciantes, e que estão em Kumo desde perto de sua fundação. Mas que nunca se envolveram em guerras a não ser com ajuda financeira para as forças militares, o que fazem regularmente até os dias atuais.

Aquilo encucava o médico e o fazia, volta e meia a pensar sobre o assunto, mas não sabia como abordar algo do tipo com alguém e até onde realmente ia a influencia dos Tonomashiki. Por hora, tinha decidido se ater a dar progressão em sua relação com a mais jovem, já que não se sentia hábil o bastante socialmente para vir a tentar uma aproximação maior de todos da familia com uma aguia como brasão.

Assim, com os pensamentos girando em sua cabeça, o Jounin continuava a sua caminhada por Kumogakure em direção ao territorio pertencente a familia nobre. Nunca, em suas caminhadas de madrugada por Kumogakure, tinha percebido aquela area mas agora era um lugar tão conhecido que não se sentia estranho ou se perdia para chegar ao local.

No meio de uma das ruas de Kumogakure se avistava um enorme muro com um portão também grande com um brasão de uma aguia prateada cravado e colorido na madeira da porta, acima teria os dizeres também em prata reluzente "TONOMASHIKI" já anunciando a imponência daquele lugar. A partir daquele portão, tudo pertencia aos Tonomashikis. O Lan sabia muito bem disso.

Ao se aproximar do mesmo o portão foi logo aberto, evidenciando que já esperavam a sua chegada e que era permitida. E assim o Jounin fez, entrou calmo como todas as vezes que foi ao local. A primeira visão que tinha era de um grande jardim que se estendia por uns duzentos metros, tendo ao horizonte uma pequena lagoa e uma mansão estilo tradicional de madeira tão nobre que brilhava à luz do sol. Em sua sinceridade, o Jounin nunca tinha passado daquela casa, mas sabia que a propriedade dos Tonomashiki se estendia além dela.

Em frente a casa via a silhueta da garota que veio ver, seus cabelos negros esvoaçavam com o vento e usava uma roupa confortável para o clima. Acenou com a mão direita para a mesmo e logo teve retorno no cumprimento.

- Xian-gege - Escutou de longe a garota falar, o convidando para se aproximar. E assim o Jounin fez.

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- Boa tarde, Hana. - Cumprimentou o Jounin ao chegar mais próximo da garota, direcionando a fala somente para a garota.

Hana Tonomashiki estava acompanhada de uma mulher, a mesma aparentava ter cerca de uns trinte e três anos e tinha uma cicatriz em seu olho esquerdo como se tivesse perdido a visão do mesmo. Já a garota, não parecia estar muito bem. Sua pele que já era alva estava pálida, com aparência de doente e algumas marcas avermelhadas e arroxeadas podiam ser vistas em alguns lugares de seus braços, além da menina aparentar estar frágil e palida, ainda tinha um pequeno sorriso no rosto.

- Lan-gege! Estava esperando você! Você não sabe o que eu encontrei desde a ultima foi que veio aqui. - A agora tentava mostrar alegrei, esforçando para que o shinobi não percebesse o seu real estado. A mulher ao seu lado estava com uma expressão dura no rosto, como se não estivesse nada gostando daquela situação. A mesma direcionou o olhar para o Médico, cujo mantinha um sorriso singelo no rosto destinado para a mais nova, franzindo o cenho e não conseguindo controlar sua reprovação ao ver o homem.

- Teremos o dia todo, sabe muito bem disso! - Falou, alegre tentando animar a garota. A menina concordou com a cabeça e logo os três vieram a entrar na residência.

Uma coisa que estava perturbando a mulher que acompanhava a garota era o fato de, em nenhum momento, o médico ter direcionado o olhar para si ou feito qualquer contato com ela. Ele somente tinha olhos na garota, como se a analisasse em cima das ações da mesma. Confusa, a mulher continuou observando o homem e sua interação com a garota mais nova. Nada demais foi percebido por si, onde os dois somente trocaram histórias sobre a vida do falecido filho da familia Tonomashiki e algumas vezes o Jounin veio a contar sobre alguma de suas aventuras como shinobi, o que fazia os olhos da mais nova brilharem.

A todo momento a mulher analisou o tato que o homem tinha com a criança, como um cuidador que estivesse ali dando suporte a um enfermo. Em sua mente, pensava se ele já tinha percebido o que estava presente entre eles e o quão bom o homem poderia ser em sua profissão. Já tinha, a pedido dos patrões, lido e pesquisado sobre o mesmo e visto o histórico declinado que o mesmo havia tido. Além de que, quem levou o jovem mestre a ponta do precipício do óbito foi o mesmo. Mas uma coisa não poderia negar, o cuidado do homem com a garota e sua afeição pela mesma era uma coisa palpável, ele queria o bem da mais nova.

Em certo momento do dia, quando o sol já estava se pondo, a garota parecia bem mais debilitada do que estava mais cedo. Tinha insistido em andar com o médico, ver uma pequena lagoa que tinha na propriedade e falar o quanto o irmão e ela gostavam de ir ali pescar ou somente conversar. O Jounin a todo momento a acompanhou, com calma e dando todo o suporte que a mesma volta e meia escondia que precisava.

- Lan-ssi, eu vou precisar ir agora... - Falou, fazendo um pequeno bico nos labios. - Sabe como são meus pais, né? - Cochichou tentando fazer com que a mulher perto deles não escutasse, mas era evidente o cansaço em sua voz. O homem somente concordou com a cabeça, vindo a abraçar a mesma. Uma nova serviçal apareceu, como se tivesse sido chamada com antecedência, e levou consigo a garota, tendo todo o cuidado com a mesma que ainda tentava se demonstrar forte enquanto estivesse sob o olhar do de cabelos azulados.

Assim que o Lan viu que a garota não estava mais em seu campo de visão, direcionou sua atenção de imediato para a mulher que estava ali todo o momento parada, aguardando algum tipo de reação do mesmo.

- Pode me contar tudo, agora. - Foi incisivo, como de praxe, evidenciando sua irritação e mau humor característicos. - O que há com a Hana?

A mulher franziu o cenho, um pouco desnorteada com a mudança repentina de comportamento do homem, mas engoliu em seco, firmou a postura e começou a falar com o mesmo.

- As únicas informações que posso lhe repassar é que a senhorita Hana esta, nitidamente, enferma. Teve uma evolução grande na doença que a assola já a algum tempo. Fui instruída pela matriarca da familia Tonomashiki para lhe informar que a mesma pode vir a falecer e para se preparar para caso viesse a ocorrer. - O cenho do Médico franziu de imediato, mostrando que sua irritação estava agravando. - Sua permissão dentro dos territórios da familia foi estendida, por tempo indeterminado.

O olhar incrédulo do Jounin expressava o turbilhão de informações que estavam sendo jogadas em si, mas a real coisa que avassalava o seu interior era uma raiva enorme.

- Vocês estão loucos? - Esbravejou. - Não vão fazer nada quanto a essa doença? - Agressivo em suas palavras e gesticulações, veio a fazer com que a mulher presente desse um passo para trás, apreensiva com a reação do mesmo.

- Ma-mas nada pode ser feito... - Começou, temerosa a mulher. - Os Tonomashiki são perpetuados com essa doença por gerações... Nunca se sabe quem vai ser acometido com a mesma, é a maldição da familia. Infelizmente, nessa geração, os dois herdeiros vieram a ficar enfermados. O Senhor Hisui, antes de vir a falecer, já tinha traços e pensávamos que a senhorita Hana estaria livre dessa maldição... - O pesar já estava nítido na fala da mulher. - Mas ela, ao contrários de toda a história da familia, veio a mostrar traços muito cedo e agora... Seu caso está muito agravado. - A Mulher tinha pesar em suas palavras e era nítido que ela também estava sentindo em cada palavra que era dita.

Lan, ainda entorpecido pela sua irritação, olhou para a mulher, com o cenho franzido. Em sua mente a negação era total, não queria e não poderia perder a garota, já tinha perdido seu amado e tinha prometido a memoria do mesmo que sempre iria cuidar da mais nova, faze-la ser a shinobi que tanto quer ser.

- Sempre existe algo a ser feito. - Finalizou o mesmo, saindo do local a passos rápidos e enfurecidos.

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O médico estava exasperado quando chegou em sua casa, o lugar que antes era bem bagunçado e desleixado pelo mesmo não ter muita animação para o manter organizado agora era devidamente organizado e limpo, batendo porta e praguejando os ceus, terras e elementos, pelo infortúnio da vida. Simplesmente, para o homem, era dificil entender o que estava se passando com a garota. Já tinha observado os sintomas na garota e também no seu falecido amado e aquilo tinha, já, chamado a sua atenção. Mas realmente, devido aos sucessivos acontecimentos, não parou para analisar suas teorias sobre o que poderia ser aquilo.

E ali estava ele, acuado, em sua cama com seus olhos cheios de lágrimas. Só não sabia afirmar se era de tristeza pelo que queriam lhe preparar ou se de raiva pelo que o destino pregava com quem se aproximasse de si. Em sua mente começou a se passar cenas onde se recordava de alguns sintomas que o Hisui tinha demonstrado, que se assemelhavam muito aos da garota: Fadiga, oscilações de febre, perca de apetite, perca excessiva de peso e dores, além das manchas avermelhadas e arroxeados no corpo de ambos. Como num clique, o Médico veio a se lembrar de doenças que poderiam vir a causar essa listagem de sintomas.

Num chupetão o mesmo se levantou de sua cama e foi em direção aos pergaminhos e livros que continha em seu quarto, abrindo muitos ao mesmo tempo. Sabia que poderia existir uma area da medicina que viria a lhe ajudar, em sua mente seu mantra era encontrar uma solução. Em meio a todos os papeis que lia encontrava citações sobre os sintomas que tinha notificado na garota, varias enfermidades sendo listadas em uma folha de papel para que tentasse comprovar devidamente o que a garota tinha.

O que o Jounin realmente queria era encontrar algo que esclarecesse suas duvidas, uma forma daqueles sintomas indicar algo, já que o mesmo não tinha total conhecimento de alguma enfermidade que acoplasse toda a rama sintomatica que estava infringindo o corpo da mais nova. Não soube dizer quanto tempo veio a passar ali, lendo e relendo os materiais que tinha em sua posse, até que encontrou uma citação em um dos livros que chamou a sua atenção.

"A enfermidade ainda em estudo, os principais sintomas decorrem do acúmulo de células defeituosas, prejudicando ou impedindo a produção das células sanguíneas não doentes. A baixa das células sanguíneas saudáveis ocasiona anemia, cujos sintomas incluem: falta de ar, fadiga, palpitação, dor de cabeça, baixa da imunidade, deixando o paciente mais propício a infecções graves ou recorrentes."

O Lan franziu o olhar, atendo sua atenção para o texto, muito breve e somente uma pequena citação. Infelizmente, para o ShuiXian, não se decorria mais sobre o assunto, já que o artigo tinha como tema foco o sistema sanguíneo e não as doenças que acometem o mesmo. Frustrado, o shinobi correu seus olhos pelas palavra que continham no local, querendo saber se algo chamaria a sua atenção. Ali, naquele texto, tinha todos os sintomas apresentados em Hana e ele queria muito saber mais sobre o que estava sendo discutido ali, mas para isso teria que no mínimo falar com o autor do artigo em questão. Foi com esse foco que ele veio a caçar dentro daquelas palavras acadêmicas o nome do autor e, em seu impito, torcia para o mesmo ter algum tipo de renome e hoje ser conhecido.

Os olhos do Jounin vieram a se arregalar no exato momento que identificou o nome do autor do texto, "Hua Hoki".

"Hua Hoki... Não?" Um sorriso surgiu no rosto antes duro do outro. "Sensei..."

Com um suspiro o shinobi se levantou de onde estava. Naquele exato momento ele precisava entrar em contato com a senhora que tinha escrito aquele artigo e que ele conheceu momentaneamente durante todos os seus momentos como um médico de Kumogakure. A senhora Hoki era conhecida por todos da profissão por toda sua experiência no oficio, sua simpatia e principalmente o seu tato com o cuidado com os pacientes. Em pura verdade, o Lan não tinha um contato muito grande pela mesma, mas uma enorme admiração pela mulher. Os olhos azuis e calarosos da mais velha vieram de imediato à lembrança do ninja enquanto partia em direção ao hospital, onde sabia que encontraria a mesma.

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O caminho de sua casa para o hospital não era de grande distancia, seus passos estavam velozes. Parecia premeditado, mas o shinobi não se importou muito em utilizar toda a sua velocidade para cortar o caminho rapidamente e desgastar só um pouco de sua energia. Hana merecia todo o esforço que pudesse ser feito por ela, já que tempo não era algo que, na visão do Jounin, a garota tinha de sobra. A respiração do médico era escutada pelo mesmo, a pedida que seu esforço era feito.

E realmente, devido a sua velocidade, não se demorou muito e já estava em frente ao grande centro médico da vila de Kumogakure. ShuiXian respirou fundo, tomando o folego perdido na investida ao local. Sempre achou muito bonito e grande, bem estruturado e alocado. Nunca sentiu nenhum tipo de critica ao seu local de trabalho, mas não era mais um dos momentos que admirava o mesmo antes de entrar. O shinobi precisa rapidamente encontrar Hua Hoki, uma veterana da area e acadêmica bastante conhecida.

De imediato o médico adentrou no local, indo em direção a recepcionista que franziu o cenho ao lhe ver em um dia atípico.

- Se-senhor Lan? - Questionou ao ver o homem ali.

- Olá, preciso saber onde Hua Hoki está nesse exato momento. - Ríspido e direto, a abordagem do homem não chegou a espantar a mulher mas sim a curiosidade de saber o que o outro queria com a mulher citada.

- A senhora Hoki... Um momento. - A mulher começou a mexer em alguns instrumentos, com o olhar de soslaio em direção ao médico. - Nesse momento ela deveria estar em cirurgia, não posso confirmar se já foi finalizado... Sala 4 - Finalizou, tentando levar o olhar ao Jounin que não se encontrava mais no local.

O Lan, assim que escutou onde a mulher deveria estar, tratou de traçar o caminho até o local. "Sala de cirurgia 4" Repetiu como mantra em sua mente, apressando os seus passos em direção ao local, mas sem correr para não causar qualquer tipo de tumulto no edifício. Por conhecer devidamente a planta do seu local de trabalho, não tardou em encontrar a dita sala de cirurgia. Da janela que existe nas portas de entrada do lugar, observou a cirurgia em processo logo notando uma mulher de estatura baixa com a aparência camuflada em todo o EPI obrigatório para o que estava fazendo. Hua Hoki estava lá, ditando o que precisava ser feita naquela cirurgia. ShuiXian sabia que só lhe restava ficar em espera, para poder finalmente falar com a mesma.

Não soube afirmar quanto tempo tinha se passado exatamente, mas depois de algum tempo notou que a luz vermelha que estava ligada, que alertava que a sala estava em uso, apagar. Algumas pessoas começaram a sair pela porta comentando sobre a cirurgia e que estavam cansados das varias horas em pé e tensos pela vida do paciente, mas que tudo tinha dado certo e finalmente tinham finalizado. Atento, o Lan observava todos que saiam, procurando o mulher mais velha entre os demais.

- Hua Hoki? Senhora Hoki? - Chamou, olhando para os outros e sendo observado com estranheza pela sua ansia de encontrar a mulher.

- Aqui, meu jovem, o que houve? - A voz arrastada e feminina foi escutada vinda de trás de si e ao se virar se deparou com uma mulher idosa de estatura baixa, cabelos grisalhos e expressão séria que estava enxugando as mãos com uma toalha branca.

- So-sou Lan ShuiXian, preciso falar urgentemente com a senhora. - Iniciou o Jounin. - É, literalmente, um caso de vida ou morte.

O shinobi foi encarado com os olhos curiosos e atentos da senhora, que analisava o rapaz de cima a baixo, ainda com a expressão dura em seu rosto. A mulher mexeu o rosto para direita, como se quisesse que o homem seguisse por aquele caminho. O Lan franziu o rosto, confuso pelo sinal dado pela mulher.

- Vamos, garoto, me siga. Pelo visto não podemos falar sobre isso no meio de um corredor e eu muito menos quero ter uma conversa séria depois de horas em pé com a vida de alguém em minhas mãos. Estou cansada e irritada agora, só me siga. - Direta, a mulher usou o seu tom ríspido para que o outro a seguisse e assim o Jounin fez, acompanhando-a por todo o caminho que se estendeu até a sala da mesma.

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O escritório da mais velha era totalmente diferente do seu, pontuou o médico. Mesmo exasperado, o Lan continuava observador e uma das primeiras coisas que observou foi o tamanho do lugar. Ali cabia cerca de quatro escritórios seus, era praticamente equivalente ao escritório do maior cargo do hospital, o diretor, mas o que diferenciava é que a Hoki ocupava mais da metade de sua sala com um mini laboratório próprio. Ao observar o Lan notou praticamente todo o tipo de instrumento no local, coisas que ele conhecia de nome mas nunca tinha realmente trabalho com elas.

"São instrumentos de pesquisa" Repetiu em sua mente o que já tinha analisado. "Interessante" Por um momento notou a sua curiosidade mudar sua expressão de exasperação, por uma de confusão, era na verdade o seu subconsciente querendo saber mais sobre aquilo.

Foi tirado de seus pensamentos quando escutou o pigarrar da mulher, que estava devidamente acomodado em seu mesa, seu olhar era inquisitivo, questionador. Era obvio que a mais velha queria saber quem era aquele homem e o que ele queria consigo para causar tal transtorno. Saber, ela sabia quem o Lan era devido ao seu histórico, mas nunca tinha tido nenhum contato totalmente direto e aberto com o mesmo.

- Eu preciso de sua ajuda, senhora Hoki. - Começou o Lan, colocando o artigo que a mulher tinha escrito em cima da mesa, os papeis sendo pegos pela mesma no exato momento. - Hana, uma garota ainda na flor da idade, e por quem tenho muito apreço, vem mostrando todos os sintomas citados no seu artigo. Avulsos, eles tem significados, mas em conjunto eu não consigo encontrar algo para nomear. - Em seu tom de voz seco e frio era nítido a carga emocional que tentava não transpassar naquele dialogo. - Em minhas pesquisas bibliográficas encontrei esse seu artigo que trazia muito e tão pouco ao mesmo tempo. Não me limitei e me vesti e corri para entrar em contato com a senhora... Eu notei um processo de deterioramento muito rápido na garota.

Calada, a mulher escutou todo o monologo do mais jovem enquanto lia lentamente o artigo que tinha escrito. As palavras ali traziam muitas lembranças para a mulher, que se recordava de todo o processo de pesquisa e escrita do mesmo. Ela direcionou o seu olhar algumas vezes para o outro médico, observando a forma formal e contida que o outro pontuava as informações e franziu o olhar, se questionando se ele aprenderia o que precisaria para desvendar seus questionamentos.

- Ela está doente e isso é uma realidade dura, mas realidade. - Começou. - Infelizmente eu não tenho cura e não sei lhe afirmar se há uma cura. A primeira coisa que posso vir a lhe falar é que precisaremos prolongar a vida da mesma, cuidar dos sintomas para lutar e/ou tardar a deterioração e o avança da enfermidade. - Seu olhar era duro, direcionado ao ShuiXian. - Até você encontrar a cura, caro jovem.

- Eu? O que você está falando? - O Lan concordava com a mesma sobre tardar o processo de agravamento da doença, mas não conseguiu entender exatamente o que ela quis falar com ele ser o responsável por encontrar a cura.

- Para encontrar a cura lhe darei todos os conhecimentos e instrumentos, é uma questão genética e lhe transformarei em um especialista nessa area, você irá vir a pesquisar mais sobre a genética da garota e sua doença e encontrar uma cura. Eu... Bem, eu não tenho mais idade e forças para isso, meu jovem. Mas lhe passarei todo o conhecimento necessário para iniciar sua jornada pela cura da garota.

Os olhos do shinobi vieram a se arregalar com as palavras jogadas da mais velha e deu um passo para trás. Era muita, mas muita, coisa para digerir ali. Pontuou em sua cabeça tudo que a outra lhe disse, organizando seus pensamentos: Hana tinha uma doença genetica e que não se tinha cura descoberta, não tinha conhecimento o bastante para vir a encontrar a cura naquele momento, mas a Hoki iria o treinar e ensinar tudo para se tornar um especialista na area. Enquanto estivesse em estudo iria atenuar os sintomas da garota para procurar tardar a progressão da doença. Os pontos mais importantes para si eram só dois:

"Preciso tardar a progressão da doença da Hana e me especializar em genética para vir a poder pesquisar uma cura para ela" Com o cenho franzido o shinobi concordou com a cabeça, recebendo um sorriso da mais velha.

- Então vamos começar, meu jovem! - Disse Hua, apontando para seu laboratório particular.

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