Prefácio

Como de costume, acordei antes de sol. Tinha me acostumado a acordar naquele horário e mesmo que tentasse enrolar na cama, eventualmente o corpo exigia levantar “Já são 04:00”. Aproveitei as horas antes do nascer do sol para preparar um café da manhã para Yume e Hana, além de deixar a casa organizada para o início do dia. Finalmente, chegaram os primeiros raios de sol. “Acho que já da pra ir andando” pensei com um sorriso.  

Coloquei a bandana na cintura e caminhei e fechei a bolsa de armas. “Tudo aqui.” Caminhei tranquila por aquela parte do bairro, sentindo o cheiro de café fresco que saia das janelas e cumprimentando outros shinobi com quem vez ou outra cruzava. Até que em uma esquina desapareci em fumaça, reaparecendo no fim da rua, após o arco que dividia o distrito Hyuuga do resto de Konoha. Olhei para trás, entrada da Mansão Hyuuga cintilava, imponente. Não gostava de passar por ali.

Inspirei com força ao sair das dependências do clã, como se o ar de Konoha tivesse alguma propriedade especial que o fizesse mais gostoso. Corri para o Quadro de Missões.

“Deixa eu ver… Rank D, Rank D…” ia voltando as páginas, vendo que tipo de coisas deveria fazer numa missão rank D. “Sugoi né, algumas parecem bem simples… Achei!” Arregalei os olhos. “De 5.000 a 15.000 ryos?” Estava perplexa, comecei a fazer contas nos dedos “Isso é… era pelo menos duas semanas de trabalho minha! Por arrancar as ervas daninhas de 1,5 hectare de plantação… ajudar com reformas no bairro antigo da vila… Coletar ervas para o boticário local, ta brincando!” Não podia acreditar, eram missões tão… “Da pra fazer em um dia… ou até menos!” Uma visão me veio a mente, de repente podia me imaginar no topo de uma grande montanha de ryos, muahaha! “Eu vou ficar rica!” Contei de quanto tempo precisaria e escolhi a missão de coleta de ervas, pensando que seria fácil encontrá-las com o byakugan, e a das reformas.




Fui primeiro ao apotecário.

Bati na porta antes de abri-la, o que fez soar um sininho. —Shitsure Ishimasu…

–Estamos fechados! - respondeu uma voz arranhada lá de dentro, só então reparei na senhora praticamente escondida atrás do balcão.

—Etto… a missão…

Ela se ergueu, me olhando desconfiada de cima abaixo. – Você é uma ninja? Yare, estão dando uma dessas bandanas até para filhotes de gato esses dias. “Filhote de gato?” Pensei em responder algo, mas não tive tempo – Bem, pelo menos é uma Hyuuga, vai funcionar, venha aqui. – Procurou na estante atrás dela um grande livro e começou a folhear. – Aqui. – Parou na imagem que uma pequena florzinho colorida que parecia ter um rostinho bem em seu centro, Amor-perfeito estava escrito em baixo,  – Preciso que traga o máximo que puder encontrar dessa daqui – Folheou mais – E preciso de três dessa daqui, a imperatriz, Açucena. – era uma flor com tiras vermelhas, com seis pétalas finas.

—O que elas fazem? – Perguntei curiosa, observando os desenhos.

A mulher riu – A primeira, todo o tipo de coisas, e a segunda… É um pouco mais complicada, um bom apotecário pode transformá-la em veneno, um apotecário melhor ainda, num antídoto.

—Ah! Sugoi ne! E como é que se prepara um antídoto?

O rosto da mulher dobrou-se numa carranca. – Escute aqui garota, você veio para me ajudar em meu trabalho, e não para me dar mais trabalho, ouviu bem? Essas crianças de hoje em dia… Se apresse, quando o sol ficar alto no céu as flores vão se fechar, e ai serão inúteis para mim. As primeiras pode encontrar na floresta próxima ao clã Yamanaka. E a Açucena… vai precisar de um pouco de sorte, mas… suba ao topo do monumento dos Hokages, depois siga ao norte, deve encontrar algo por lá. – Jogou em minha mão uma grande cesta de palha onde eu pudesse guardar as flores. – Das primeiras só as flores! Nada de galhos! Da segunda vê se arranca com cuidado e traga das pétalas até o final da raiz, delicadeza garota, não a mate!

—Osu! - Bati uma continência para ela antes e sumi numa nuvem de fumaça, com auxílio do Shunshin no Jutsu. Parti primeiro em direção ao monumento Hokage. “Da imperatriz são só três, depois que encontrá-las uso o tempo que sobrar para pegar o máximo possível das outras!”

A subida não foi tão difícil, usei o Kinobori no Jutsu para subir e assim que pulei para o plano acima da montanha ativei o byakugan. Deveria começar a procurar as flores mas… algo à minhas costas me chamou a atenção. O queixo caía, e eu virava um pouco meu rosto, cobrindo o ponto cego do byakugan e vendo mais da paisagem que acabava de descobrir. Sorri, sentindo o peito esquentar.  “Konoha…” Nunca tinha visto a vila daquele lugar, e com o byakugan ativo… cada rua, bairro, estava cheia de pontos luminosos de chakra circulando, como o sangue pelas veias de um organismo. Viva.

Ajeitei o nó da bandana. “Ela disse norte!” Apressei a corrida, com auxílio do byakugan não foi difícil encontrar as três flores. Quanto à segunda parte da missão, foi mais difícil encontrar o clã Yamanaka do que encher a cesta com as florzinhas. Olhei em direção ao céu, devia estar perto das 11:00 da manhã, e as flores que restavam já começavam a se fechar. “Acho que é o suficiente”. Retornei ao apotecário e fiz a entrega. –Vocês shinobi, são caros mas pelo menos são eficientes, arigatou, jovenzinha. - Me entregou um papel que confirmava o trabalho feito ali, e eu parti.


Era hora de conhecer o bairro mais antigo da vila e ajudar em sua reforma. Quando cheguei no local indicado não vi ninguém. “Estranho… será que me perdi de novo?” finalmente reparei num sujeito magro, escorado em uma árvore com um jornal tapando seu rosto. Me aproximei.

—Ano… - Só então ouvi os roncos “Ele ta dormindo?” —Sumimasen

O rapaz levou um susto com minha aproximação, puxando com raiva o jornal do rosto – Mas o que isso, não se pode ter nem um minuto de paz!?

—Etto… gomene. Sobre as reformas…

Ele baixou os olhos de meu rosto e encontrou a bandana em minha cintura, suspirou. – O turno da tarde só começa em duas horas, agora se me der licença – E no instante seguinte já roncava com o jornal cobrindo o rosto de novo. “Cara estranho”.

Caminhei pelo bairro, era mesmo diferente de outros bairros da vila, as casas eram bem mais antigas, mas a única coisa que indicava isso era o estilo delas, era impressionante o quanto seguiam conversadas “talvez por conta desse tipo de missão” Ainda assim, era possível ver marcas de kunais arranhadas no concreto e madeira, ou manchas negras características da explosão de uma kibaku fuuda. O bairro já devia ter sobrevivido a muitas batalhas. Acabei almoçando por lá mesmo.

Retornei ao ponto de encontro no horário estabelecido e o rapaz estava de pé, mas não parecia ter acordado completamente, me entregou um pincel e tinta – Só pinte onde já está arrumado, o pessoal da manhã já cuidou da maior parte dos consertos, ta bem? É um trabalho bem óbvio não me peça por mais instruções...

“Que cara desanimado…” Dei de ombros, e parti para uma das casas que já estavam terminadas, logo chegaram outros gennins que se dividiram em outras tarefas, nosso turno acabou às 17h em ponto e foi o único instante em que vi animação no rapaz sonolento.

–Comprovantes de trabalho aqui pessoal, rápido, rápido! Quero dar o fora tanto quanto vocês!

Não me parecia nada mal para um primeiro dia de trabalhos.



HP: 275/275     CH: 255/275      ST:  1/5

[FICHA]

CONSIDERAÇÕES:

JUTSUS USADOS:

ITENS:

DEFEITOS E QUALIDADES: