あいまいなアート.Você não está vivendo. Você está sobrevivendo em um mundo ainda sem cor.
Eu não quero ser mais feliz que nenhum de vocês aqui...Eles cortaram nossas... Nossas asas. ♫
Sou aquele com a chama mais fraca...
Não... Sou... Eu sou...
ー
Isso não tem rítmica e também não tem sentido, mas esses versos são divertidos... Bom, ao menos isso rima. ー Digo, um gracejo musical que me leva a uma boa risada, ajeitando meu penteado. Eu estava deixando-o crescer a mais de um ano. Meus cabelos longos me davam uma aparência mais humana, apresentável aos olhos, um colírio refrescante. Tê-lo encostando minhas costas é uma sensação que estava me acostumando devagarmente. De frente para o espelho, as curvas de meu rosto me apertavam o coração, drenavam-me o fôlego, mas eu estava viciado nessa sensação angustiante, como libertar um pássaro da jaula mais confortável do mundo. Pensar nas asas de um pardal me fez lembrar dessa minha música, a primeira que compus, em tempos distantes, onde eu buscava por um rosto. Jamais acreditaria que um dia, estaria observando a face de uma raposa desprovida de facetas artísticas, um Kaonashi sem sua máscara. Prendendo meu cabelo em um coque, e deixando algumas mechas completarem o corte, vou até meu armário, onde escolho um conjunto que havia comprado e deixei acumulando poeira. Eram peças caracteristicamente culturais, tradicionalistas. Mesmo com esse toque de etiqueta, o tecido me caia bem, além de ter um bordado macio. Eu aprendi a colocar um quimono com uma vizinha, uma senhora de idade simpática, doce como um cacho de uva. Assim que termino de arrumar-me, respiro fundo e vejo meu reflexo no espelho. Tive de tocar meu rosto sutilmente para crer que aquele homem era eu. Não pude conter meu sorriso, genuinamente contente, orgulhoso de ter vencido esse obstáculo que a tanto tempo me atava. Desamarrar essas correntes me mostrou uma beleza estonteante: ー
O rosto de um verdadeiro artista. ー Continuo, completando. Eu havia decidido colocar alargadores de doze milímetros em meus ouvidos, um detalhe pequeno, mas que satisfazia minhas vontades milimetricamente. Elegantemente arrumado e pronto para o dia, abro a porta de casa e vou em direção aos arredores de Kumogakure. Era madrugada de um dia frio, típico da estação de outono, principalmente na região. Eu tinha decidido que despenderia minha semana para aperfeiçoar minhas habilidades como shinobi, uma atividade surpreendente para meus padrões. Havia um bairro na vila que me levava as lágrimas com as emoções que sentia, uma rua dedicada aos artistas de todos os cantos do mundo, que reuniam-se para uma celebração. Todo tipo de relíquia poderia ser ouvida. Uma vez eu tinha decidido tocar algumas musicas próprias, e recebi tantos aplausos que não consegui dormir durante a noite, abraçando meu travesseiro e chorando de alegria. Foi nesse evento que descobri a arte da manipulação de chakra através do som, uma habilidade que exigia grande controle de chakra, e assim, minha saída estava justificada. Eu soube dessa técnica através de remanescentes de Otogakure, pessoas que temiam apenas ouvir o nome dos Kyūseishus. Eu queria dominar essa arte, o que me permitira brincar com as notas tal como um guerreiro defronta seus adversários e empunha sua espada. Eu estive me preparando durante muito tempo, organizando metodicamente uma rotina, novamente contrariando meu
modus operandi. Decidi que o ambiente perfeito deveria ser quieto, para que eu pudesse escutar com clareza as notas ecoando em meus ouvidos. Conversando com o proprietário de um estúdio, aluguei por uma semana a sala. Com meu instrumento em mãos, a presença única de mim e minha voz, e meus dedos engatilhados nas cordas do shamisen, eu começo a dedilhar.
Voar-me-ia, mas a ti me prendi.Teu conforto é minha anestesia. ♫
Eloquente como uma dançarina.
Vivi contigo e jamais me arrependi.
A musicalidade me trazia o sossego de uma noite bem dormida, a claridade da luz do dia a uma mente profanada pelos arrependimentos. Eu cantava em harmonia com a melodia, preenchendo minha alma como coar o café preto de uma xícara matinal. Transferir meu chakra para o som necessitava de minha atenção ao extremo, e focando unicamente na musicalidade, permaneci alheio ao tempo. Quanto comecei a desfocar do instrumento, percebi que o sol já estava se pondo, e meu estômago precisava deste mesmo tipo de preenchimento. No caminho de retorno, comprei alguns legumes e preparei uma receita simples, uma culinária barata, mas mais do que o suficiente para que eu me sentisse revigorado. Antes de dormir eu pratico por mais alguns poucos minutos, um delírio puramente criativo, como a ansiedade de uma criança ao ganhar um presente. No dia seguinte, os mesmos rituais, com um longo preparativo e em seguida, várias horas de exercícios mentais. A vibração das cordas me era tão familiar quanto minha respiração, ou a pulsação de meu coração. A música já pertencia a meu ser tanto quanto meu próprio corpo. O uso do chakra aperfeiçoava a sonoridade, e com um uso preciso, eu conseguiria aplicar uma técnica ninja nestes acordes. Eu me esforçava ao máximo para que nenhuma distração influenciasse minha prática, entretanto, minha mente tornava-se minha inimiga. Constantemente podia ouvir alucinações, surtos psicóticos que quebravam minha concentração. Num desses surtos, quase estourei uma das cordas tamanha a violência que batia o
bachi.
Correr, fluir, deixar meu corpo ir.
Jantar a luz do luar nesse pequeno jardim. ♫
Eu lapido esses teus olhos marfim.
Pois temos aquilo que todos sonham em sentir.
No próximo dia, eu sabia que enquanto não me livrasse do ludibrie mental que minha esquizofrenia causava, jamais teria o poder de manipular o som. Me sentando no chão do estúdio, corrigindo minha postura e cruzando minhas pernas, decidi que me absteria do
shamisen. A habilidade Oto possui como requerimento um grande conhecimento em ninjutsu, mas principalmente de um elevado controle de chakra. Um genjutsu se forma da perturbação desse fluxo, todavia, se eu usasse do meu próprio fluxo de chakra como alvo de uma ilusão, e praticasse meu controle através disso, não somente eu poderia temporariamente retardar as alucinações como também, aumentaria minha precisão quanto ao sistema circulatório. Utilizando desse exercício excêntrico, esperando vindo de alguém como eu, pude fortalecer meu poder, e assim, facilitar o restante do treinamento. Todos os dias eu começava com esse aquecimento, enganando minha mente com uma ilusão simples, anulando-a, e em seguida, tocando meu
shamisen. Em poucos dias os resultados eram nítidos, me deixando contente e com um sorriso tão radiante quanto o rastro de uma estrela cadente. A semana estava apenas em seu início, mas ainda faltava muito a aprender. Minha longa semana de treinamento seria tão frutífera quanto uma colheita na primavera.
Para esta noite, me embebedarei do resguardo.
Posso lhe dizer, sou sensato. ♫
Minhas pegadas vão se apagar.
A neve virá e me levará.
O quarto dia da semana, e neste, uma branda chuva de outono lavava a telha das casa da vila. Me deixavam espantado pensar em como a quietude e solenidade do lar poderia ser dizimada por um infortúnio do destino. Havia se passado dois anos desde a maior catástrofe do mundo shinobi, e as cicatrizes dessa guerra ainda são sentidas, doloridas como se estivessem abertas. Me causa calafrios pior que os do frio imaginar tamanha brutalidade, mas por sorte, me contento com gentilezas fúteis, como a da atendente da tabacaria. Eu estive a muito tempo me forçando a entender as pessoas, relutando, as vendo como objetos num grande jogo de tabuleiro. A vida é cruel a aqueles com essa perspectiva. Eu nunca pude passar minha vez, nunca entendi as regras, e até hoje, não sei como ganhar esse jogo. Entretanto, olhando ao meu redor, prefiro parar e cheirar as flores a me afogar no sofrimento. É por isso que eu amo a música e sua ambiguidade. Uma mensagem é incompleta sem vocalidade, e a música por si só, pode significar tudo. Não se há um código ou uma conotação nas notas, se há apenas o sentimento, a rítmica e o desejo do compositor, que é escutado e entendido no cerne. A música pode brincar com os ouvidos tal qual o músico brinca com seu instrumento. O poder do som é inigualável, e por isso eu quero me tornar o maior musicista do mundo shinobi. Minha vontade não se sacia enquanto minha música não atingir a todos, o coração de cada pessoa viva. Mais um dia se passa, a noite cai e eu adormeço.
Venha a nós deusa do sol.
Beije o solo com tua graça. ♫
Queime as impurezas.
Lhe concedo o mão do deus da lua.
O cantarolar dos pássaros que repousavam em minha janela me lembrava de meus compromissos diariamente. Minhas habilidades tinham tido um aumento drástico, comigo agora estando no ponto ideal para usá-la como meio para minhas técnicas ninjas. Minha habilidade com genjutsus, por mais que seja aonde consigo me destacar, eu precisaria me especializar nessa área antes de começar a criar técnicas ilusórias. Para minha felicidade, eu era capaz de manipular livremente o som, ainda que com pequenos deslizes, erros resultantes da ausência de treino. Numa dessas sessões, me vi novamente sendo atrapalhado pelas alucinações. Me enfureci tanto que por pouco, não gritei de raiva, o que me traria problemas do tamanho das montanhas de Kumo. As alucinações me faziam ouvir vozes irreconhecíveis, mas que não soavam estranho. Tinham uma afinação infantil, e da forma como soavam, era como um grupo. As crianças falavam coisas banais, ingênuas assim como deveria ser, mas me entristecia não ouvir minha própria voz. As vozes me calavam, ensurdeciam minha audição, eu apenas conseguia as ouvir. Essa deve ter sido a experiência de viver na solidão. Os garotos agiam como crianças, como deveriam agir, mas eu não conseguia entendê-las. Estávamos todos descontentes, e era presunçoso de minha parte acreditar que somente eu sentia as dores. Eu não sou um mártir, por mais que deseje ser, pois as deixei naquela noite para morrer. Não sou um herói, jamais ouvi uma história de um cavaleiro que rendeu-se a tirania. Eu sou Kaonashi, um ser humano, com falhas assim como todos, mas que está tentando seu melhor para corrigir seus erros, para se redimir com o destino, e aliar-se ao futuro.
Nesse berço, meus olhos sangram.
Trancafiei minha alma. ♫
Numa luta entre os lírios.
Vencerá a flor disposta a murchar [...]
O fim da semana se aproximava, este seria meu último dia nesse ciclo, o final do meu treinamento. Eu não poderia estar mais satisfeito, mas agora, estando na reta final, era chegada a hora de entregar-me de corpo e espírito. Havia deixado para me alimentar apenas quando eu conseguisse manipular perfeitamente o som. Minha determinação ardia como fogo, a labareda de uma vela com muita cera para queimar. Deixei fluir cada sentimento e usei de seu impacto em cada nota. Por um momento, acreditei que o tempo havia congelado, e apenas restava a mim nesse mundo, o único capaz de vibrar com tamanha intensidade. A raposa das neves, Kaonashi, é uma pessoa extravagante, mentalmente abalada e sentimental, que se abraçou na música, tendo apenas a ela para viver. Minha vida foi repleta de tragédias, mas ao som de uma boa música, o pior dos males não trazia sintomas. Eu tive meus altos, e muitos baixos, mas numa melodia, as notas se tornam graves ou agudas, e essas variações lhe dão beleza. A música, minha forma de viver a vida, é aquilo que eu escolhi para ser meu rosto. Há muito pelo que lutar, pelo que viver, e quando o olho da tempestade se fechar, eu estarei compondo mais uma música. Por fim, eu toco a última corda, e deixo o som ecoar pelas paredes da sala por alguns breves segundos. Eu não conseguia sentir o chakra, mas sabia que ele propagava-se pela sala. A noite já estava caindo, e para minha sorte, não chovia, por mais que meus olhos estivessem úmidos com lágrimas de orgulho. Guardando meu instrumento, andejo pelas ruas. Algumas vezes algumas pessoas me reconheciam, eu adorava quando isso acontecia, menos quando citavam minhas derrotas durante o exame chūnin. Como eu tinha o dia livre, decidi tomar um café fora de casa, respirar um ar puro. Uma cafeteria havia sido aberta perto de casa, a oportunidade perfeita. Me sentando em uma cadeira qualquer, peço por uma xícara. Enquanto aguardava pelo pedido, decidi tocar uma canção. Não sabia o que eu iria tocar até começar, mas sou bom em improvisar palavras que rimam.
Eu não quero ser mais feliz que nenhum de vocês aqui.
Eles cortaram nossas asas. ♫
Sou o vagalume com a chama mais fraca.
Mas quero os ver rirem da dor.
Eu voarei para longe eu não possam mais me ver.
Mas eu ainda estarei aqui por vocês.
Vivam enquanto amarem viver.
Ao terminar, a garçonete estava estática como uma pedra, enquanto o atendente salivava. Eu havia conseguido me lembrar da música inteira. Eu agradeço a ambos por me ouvirem tocar, e recebo um delicioso café. Conversar com eles foi um tão bom quanto aquecer o paladar durante um outono congelante. Enquanto eu viver, a música será como meus braços, meu coração e minha mente. Retornar para casa me fez bem, mas o vazio me incapacitava. Gostei tanto daquela semana que era quase impossível me afastar do
shamisen. Dizem que quando a raposa não alcança as uvas, ela desiste. Bom, até hoje ainda não alcancei esse cacho, mas um dia saborearei essas uvas, basta que eu continue tentando.
—
HP: (725 • 725) | CH: (1.825 • 1.825) | ST: (00 • 06)
- Considerações:
>
Número de palavras: 2.039.
>
Consideração do filler: Mínimo de palavras atingido.
- Considerações narrativas:
Objetivo(s): > Filler Time-Skip do [ ARCO 11 ].
> Aquisição da habilidade secundária Oto (Som).
> Mudança na aparência do personagem de Fukuwa (Utaite) para Suguru Geto (Jujutsu Kaisen). Solicitação de mudança pendente, mas mencionada nesse filler.
> Mudança na personalidade do personagem.
Nesse filler, os versos soltos que separam a narração são pequenos versos escritos durante toda a história de Kaonashi. Elas foram trazidas para essa linha do tempo como o treinamento para a obtenção da habilidade secundária.
A mudança de personalidade é um assunto deixado em segundo plano, mas ressalta-se a tentativa de mudança de personalidade do personagem, com diversas interações durante a narrativa.
A história do personagem permanece inalterada, mas sofrerá uma mudança na forma como foi escrita na ficha para adequar-se a nova linha cronológica.
- Aparência:
Kaonashi possui longos cabelos escuros, presos com um coque e com mechas soltas que completam o penteado, tendo uma franja no lado esquerdo do rosto. Veste-se com um kasaya de tonalidade dourada sobre um yukata preto, finalizando com meias tabi e sandálias zori. Em suas orelhas, tem um alargador de doze milímetros. Sua bandana shinobi é costurada na faixa em sua cintura, que prende o quimono.
- Atributos:
- Atributos primários:
Ninjutsu: 5
Genjutsu: 6
Taijutsu: 0
Inteligência: 5
Força: 0
Velocidade: 0
Stamina: 4
Selos: 4
- Atributos secundários:
Regeneração: 0
Recuperação: 6
Shurikenjutsu: 0
Cura: 0
Absorção: 0
Ninshu: 0
Combate: 0
Ilusão: 10
- Técnicas usadas:
- Técnicas ofensivas:
- Técnicas defensivas:
- Jutsus armadilhas:
- Invocações:
A Técnica de Invocação é um ninjutsu de espaço-tempo que permite que o invocador transporte animais ou pessoas através de longas distâncias instantaneamente através do sangue do usuário.
- Jutsus em preparo:
- Jutsus passivos:
- Jutsus ativos:
- Bolsa de armas: