CENA - SOLO | autópsia dos desiludidos suicidas

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CENA - SOLO | autópsia dos desiludidos suicidas
CENA - SOLO | autópsia dos desiludidos suicidas

Tails

Jōnin

CENA - SOLO | autópsia dos desiludidos suicidas EDbNctR

Sex 2 Abr 2021 - 12:52

taichi ainda não sabia exatamente o que iria fazer durante aquele treinamento, mas o seu professor, por mais atípico que fosse ele, o havia instruído a ir ao necrotério do grande hospital de uzushiogakure. de acordo com mymyamo, o gato bêbado de paradi-tō, taichi não poderia começar os estudos sobre ninjutsus médicos sem que antes conseguisse trabalhar perfeitamente com organismos mortos, o que poderia fazer sentido completo, se as instruções não viessem de um animal quadrúpede viciado em saquê.

o garoto não tinha outras opções, no entanto. ele não conhecia mais nenhum iryōnin que pudesse orientá-lo pelo caminho das artes medicinais, e por isso a sua única opção viável era recorrer ao felino beberrão. de qualquer forma, taichi bem sabia das capacidades surpreendentes de mymyamo, já que não fora apenas uma vez que o viu em ação; curandeiro de mão cheia, mymyamo salvou a vida de taichi e de seus companheiros muitíssimas vezes, mesmo que cobrasse um pagamento em bebida sempre que tratava de terceiros.

“bom, espero que ele esteja ao menos consciente,” murmurou o menino para si mesmo, ciente de que seria pedir demais que mymyamo aparecesse completamente sóbrio para a atividade. ele pegou a devida autorização com os responsáveis pelo local, respirando fundo antes de abrir as portas do necrotério.

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cactus

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TAICHI MIURA

「R」

Tails

Jōnin

Sex 2 Abr 2021 - 15:57

o cheiro de morte invadiu suas narinas imediatamente, mas taichi não se sentiu incomodado com isso. em vez disso, concentrou-se em tentar dissociar os odores próprios de decomposição dos químicos utilizados para a conservação dos organismos, como o formol, fazendo disso uma prática inicial para se habituar com a realidade que desejava para si, familiarizando-se para o momento em que o estudo da vida e da morte humana seriam parte inerente do seu dia a dia.

ele teceu os selos necessários com as suas mãos, e agachou para tocar no chão à sua frente, e, do local tocado, uma cortina de fumaça se materializou, trazendo com ela a presença de um gato muito grande, tão alto quanto um homem adulto. mymyamo piscou para taichi, antes de arrotar, o que permitiu a taichi sentir o álcool no hálito do felino.

“conseguiria colocar fogo na sua boca, de tanto que você bebe, mymyamo,” falou taichi, tentando soar malicioso. o ronronante riu longamente como resposta, antes de se aproximar, meio cambaleando, para uma mesa próxima, escorando-se sobre ela como se estivesse em cima de um grande travesseiro. “o que devo fazer primeiro?”

“ora, não é óbvio? pegue um corpo qualquer aí e vamos abri-lo. tem que conhecer o seu objeto de trabalho,” respondeu o felino, soluçando entre as palavras.

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CENA - SOLO | autópsia dos desiludidos suicidas KCpK8N3

mymyamo
rank: b
descrição: o curandeiro mais competente dos gatos, suas habilidades médicas só não são mais famosas que o seu alcoolismo. mymyamo vive bêbado e dificilmente leva qualquer coisa a sério, detesta compromissos e obrigações e por isso sempre reclamará inicialmente quando for invocado. sua constante embriaguez dá a ele um jeito filosófico e existencialista, por isso está sempre questionando a necessidade de batalhar. mymyamo nunca foi visto sóbrio na vida, e, graças a isso, ninguém conhece verdadeiramente a sua real personalidade -- há quem diga que seu sangue se tornou puro sake. apesar disso, é bondoso e gentil, e não deixa de prestar socorro a quem clama por sua ajuda, ainda que o possa fazer entre resmungos e xingamentos. sua altura equivale à de um homem médio.
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cactus

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TAICHI MIURA

「R」

Tails

Jōnin

Sex 2 Abr 2021 - 18:58

taichi revirou as bolotas do rosto, impaciente. observando o animal debruçado sobre uma das mesas metálicas, quase fazendo-a de cama, o garoto percebeu que começava a se arrepender por ter tido a péssima escolha de tê-lo pedido ajuda e orientação. uma completa ideia de jerico, ele dizia para si mesmo em pensamento, evitando reproduzir palavrões mesmo em sua cabeça para não nutrir maus hábitos. suspirou fundo e colocou as mãos na cintura, antes de falar:

“eu já conheço um cadáver, meow.” proferiu, pronunciando cada sílaba cuidadosamente para não extrapolar na entonação sentimental – taichi sentia orgulho de sua fala neutra, afinal. olhava para mymyamo quase dormindo ali no necrotério, mas estava decidido a fazer aquilo dar certo. “eu aproveitei um morto durante uma missão para estudar o seu corpo. foi divertido, até, porque consegui mexer num cadáver fresquinho,” completou, elucidando a informação com detalhes inesperados. o felino abriu um dos olhos e o encarou, como se procurasse descobrir se taichi falava a verdade, mas deu ombros logo mais e decidiu acreditar no garoto.

“muito bem então, menino. vou te ensinar a minha técnica especial: a lambida que cura tudo!” disse, tentando se manter de pé, ainda soluçando muito. taichi, por outro lado, olhou-o incrédulo, incapaz de acreditar no que acabara de ouvir. respirou fundo várias vezes para manter a compostura, tentando manter a vermelhidão longe do rosto.

“eu não vou lamber ninguém,” disse, determinado, decidido a afastar aquela ideia absurda da cabeça do ronronante, mas mymyamo riu jocosamente, como se tivesse contado a melhor piada do século naquele momento. taichi então percebeu que o felino estava gracejando, o que não o deixou nenhum pouco mais animado. “vamos com isso, quero aprender algo logo. já li alguns livros sobre anatomia e medicina, então conheço um pouco do básico.”

“ora, então vamos logo colocar isso em prática,” respondeu o gato, que resolveu finalmente se mexer. mymyamo andou pelo recinto, aparentemente procurando alguma coisa importante, e de repente virou-se para taichi com um bisturi na mão, em seu rosto uma expressão misteriosa que taichi não saberia dizer se era a feição de um bêbado ou de um louco. “vamos, me ajude antes que eu morra,” ordenou. segundos depois, mymyamo penetrou o próprio corpo com o escalpelo.

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TAICHI MIURA

「R」

Tails

Jōnin

Sex 2 Abr 2021 - 21:59

o guincho soltado por mymyamo pôde ser ouvido por todo o hospital, e taichi não conseguiu soltar nenhuma outra reação imediata diferente da incredulidade pura escancarada em seu olhar. horrorizado, ele correu para perto da criatura, que se jogou no chão em um gesto agonizante, repleto de pungência.

“você é burro? por que fez isso?” berrou o garoto, levando as mãos imediatamente sobre a ferida, pressionando-a com toda a força que tinha para conter o sangramento. pelo toque, taichi percebeu que o corte havia atingido o que deveria ser o fígado do gato, se é que ele poderia ter certeza disso, já que ele desconfiava que a constituição felina não fosse exatamente igual à humana.

“sei lá, me pareceu uma boa ideia,” choramingou o ronronante, que revelou as garras para fincá-las no chão como resposta para a sua dor. “não achei que fosse doer tanto. faça alguma coisa logo.”

“mas fazer o quê?” perguntou taichi, assustado.

“co-concentra seu cha-chakra na ferida, para estancar essa merda.”

“não xinga.”

“FAZ LOGO.”

“NÃO GRITA.”

muito trêmulo, taichi voltou a se concentrar na própria respiração para amenizar a ansiedade que começava a lhe tocar os sentidos, e posicionou as mãos sobre a ferida como mymyamo o instruía. reuniu o seu chakra por alguns segundos, que se condensou até tornar-se uma fina e trêmula linha de energia contornando suas palmas, e passou a despejar gradualmente a sua energia dentro da abertura provocada pelo bisturi, como ele havia visto várias vezes nos livros de medicina.

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TAICHI MIURA

「R」

Tails

Jōnin

Sáb 3 Abr 2021 - 1:00

quanto tempo havia se passado desde que eles começaram com aquela loucura? os olhos de taichi viajaram pelas paredes do necrotério em busca de um relógio, mas não encontrou nada além de várias prateleiras, cheias de quinquilharias, e grandes gavetas, que ele imaginou que estariam cheias de cadáveres. à sua frente, mymyamo parecia sofrer menos com a dor, o garoto percebeu, pois seus gemidos ininterruptos haviam cessado quase completamente. taichi sentiu uma gota de suor descer pela sua têmpora, e foi só então que ele percebeu o quão cansado estava.

taichi ainda não entendia como o felino fora capaz de tomar uma atitude tão imprudente para forçá-lo a desenvolver as suas habilidades curativas, mas estava claro, dado a circunstância, que a pressão imposta sobre suas costas de fato estava gerando frutos positivos. mais que isso, não muito tempo depois do primeiro susto, taichi percebeu que a situação estava mais sob controle do que ele havia julgado a princípio; na pior das hipóteses, mymyamo seria capaz de tratar de si mesmo.

“como está indo aí?” perguntou o bichano com uma careta, o que poderia evidenciar certo desconforto, mas taichi estava confiante de que conseguiria resolver aquilo. conseguira estancar o sangramento com louvor, e os sinais vitais de mymyamo estavam surpreendentemente estáveis, já que a reação rápida do menino o impediu de perder muito sangue.

“tudo indo bem, mas acho que não vou conseguir fechar tudo,” respondeu, ainda compenetrado na atividade que fazia. taichi não ousava desviar a atenção do ferimento por muito tempo, pois não queria dar a mymyamo a oportunidade de interromper treinamento.

“feche isso à moda antiga então, oras,” disse o paciente professor, que não era exatamente um professor paciente. por sorte, taichi entendia rápido o que lhe diziam, e correu para procurar alguma coisa que pudesse usar para selar o machucado. encontrou o material necessário em uma das várias gavetas, e não se demorou para começar o procedimento. “isso... agora pela direita. cuidado com isso aí.”

“não foi tão difícil, foi?” soltou o ronronante, logo após taichi conseguir finalmente dar um jeito naquele problema. o garoto desabou no chão, preenchido ao mesmo tempo por exaustão e satisfação, sentindo todos os efeitos do esgotamento promovido pelo desafio. “parabéns, melenco. você já pode se considerar um usuário de iryōninjutsu.”

“e agora?” perguntou o menino, os olhos fechados, quase dormindo...

“vou te levar para casa antes que você desmaie completamente, e eu desapareça.”

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[ autópsia dos desiludidos suicidas ]

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