É o vigésimo dia da primavera, a noite encerra com a força do vento vinda do leste, que trazia consigo uma forte tempestade, com o ar superaquecido, emitindo radiação luminosa na faixa visível do espectro magnético, gerando ondas de som, que estremecia até mesmo as paredes das casas e, descargas elétricas que ocorrem entre uma nuvem e o solo, rasgando o céu negro sobre a vila. Diante deste clima, uma jovem jounin da aldeia, esta neste momento em trabalho de parto, no hospital de Konoha.

- Qual nome da paciente? - um ninja médico acaba de entrar na sala, dirigindo seu olhar a uma das enfermeiras ao lado da maca.

- Niwa Senju! - logo conduzia-o em direção a pia, munida com alguns papeis para secar as mãos do doutor.

- Senju? Que interessante, será que teremos um usuário de mokuton vindo por aí? - não obteve respostas, pois todos se voltavam a atenção a moça sobre a cama gritando e pressionando fortemente a mão de umas das enfermeiras.

Niwa possui cabelos loiros, comprido e enrolado, sofre de heterotrofia ocular, fator genético no qual o indivíduo possui um olho de cada cor, sendo um verde e o outro castanho, abençoada por um corpo com perfeita silhueta, seios robustos e coxas definidas, de dar inveja a qualquer mulher. Tornou-se genin ainda nos seus oito anos de idade, chegando a patente de jounin antes mesmo de completar dez anos, apesar de pertencer ao clã Senju, não obteve a dominação de Mokuton, porém isso não foi um problema para sua trajetória shinobi. Especializou em investigação e rastreamento, lidando com diversas situações perigosas, em prol da vila.

Hiato, um homem forte, sendo perceptível seus músculos que demarcam as roupas, de cabelo preto arrepiado, olhos castanhos escuros, não possui nenhum dom ninja e não pertence a nenhum clã, mas soube se virar desde de pequeno, a sempre trabalhar e conseguir sobreviver em meio a este mundo, onde os ninjas são idolatrados.

O clima é afável, enquanto Hiato retornava do trabalho, percebe uma moça sentada na beira do lago, com os pés na água, pela sua afeição, percebe que esta cabisbaixa, "sem nada a perder" pensou, desce a ribanceira, quase tropeçando ao pisar em falso, mas logo recuperando o equilíbrio e indo ao encontro da dama.

- Olá! - dizia o rapaz, em seguida sentando-se ao lado. - Tudo bem contigo?

- Ah ... olá! - surpresa com a abordagem do rapaz, logo enxugava as lagrimas, fungando o nariz. - Desculpa, não reparei você chegando.

- Sério? Nossa, quase tomei um rola. Pelo visto não me parece muito bem? - retirava suas botas suadas, colocando-as ao seu lado, mergulhando seus pés sujos sobre o lago.

- Estou sim ... - após uma breve pausa. - Na verdade, não estou bem. Estou cansada desta vida ninja, assim eu consegui chegar na mais alta patente na minha profissão, tenho ótimas técnicas e colegas de trabalho, mas ainda sinto um vazio dentro de mim. - apertava fortemente mão direita sobre o peito esquerdo.

- Olha, eu não sou nenhum ninja, não tem nem conhecimento e propriedade para opinar sobre a vida shinobi, mas de algo sei, que temos apenas uma vida, eis a pergunta, como você deseja vive-la? - neste momento, o rapaz olha para cima, observando os movimentos das nuvens, daquela tarde que se esvanece.

- Quero algo que sinto que não posso ter, acho que isso é o que me falta, mas ao mesmo tempo, tenho medo de não conseguir. - ela olhava-o encantada, "quem é este homem?" pensava.

- Desculpe a informalidade, me chamo Hiato, ao contrário de você, sou apenas um simples operário, nada mais e nem a menos. - uma leve risada.

- Me chamo Niwa Senju.

Sangue misturam-se com as secreções sobre o lençol da cama, o médico e as enfermeiras, cada qual assumindo seus postos, apresentam em seus rostos, certa preocupação, esta que Hiato nota, do outro lado do vidro, observando o parto de seu segundo filho, pensava consigo "o que será que esta acontecendo? No nascimento de Imatsu não teve toda essa movimentação por parte da equipe de parto".

- AAAAAAAAAAAAAAAAAH! - o grito foram as últimas palavras de Niwa, seguido de um alivio ao conseguir expelir o pequeno humano, que preenchia o ambiente momentaneamente silencioso, com um forte choro.

- Ei o que aconteceu? - o doutor questiona a enfermeira ao lado do eletro, no visor escuro há uma linha verde seguido de um som linear. - Não me diga que?

A enfermeira apenas movimenta a cabeça levemente, de um lado para o outro, olhando fixamente para os olhos do médico, que mesmo sabendo o que ocorreu, buscava a esperança de obter uma resposta negativa sobre a situação, que infelizmente não havia volta. "Niwa havia morrido no parto", estas foram as palavras ditas pelo médico a Hiato, que ao lado de fora da sala, olhando fixamente através do vidro, a sua falecida esposa estirada sobre a maca e ao lado a enfermeira com o bebê escandaloso, que ainda permanece com os olhos fechados.

- O que será de mim sem você? - dizia em voz alto para si mesmo, com as palmas das mãos sobre o vidro e olhando fixamente para Niwa, esperando obter alguma resposta.

- Pai, sei que é um momento difícil para você, mas precisamos que o senhor nos acompanhe até o balcão, para registrar o nome da criança, lembre-se, ele ainda precisa de um pai. - o médico dizia, enquanto conduzia o operário com o rosto pálido, até o local.

- Isirus. - com a voz tremula, dizia o nome do seu segundo filho, este que havia planejado com sua esposa, meses antes.

- Tudo bem senhor, esta registrado. Parabéns! - a secretária sorria para o rapaz, mas logo seu sorriso se desfaz, ao ver o rosto neutro do individuo, não esboçando emoção.

"Isirus, Isirus, Isirus", seu pensamento se prendeu ao nome de seu filho, mas internamente não conseguia aceitar a morte de sua esposa, logo as falas do doutor sobe sua cabeça "Ele ainda precisa de um pai", em seguida um flasback da primeira vez que conheceu Niwa, e as palavras dita por si a sua futura esposa "temos apenas uma vida, eis a pergunta, como você deseja vive-la?".

- Eu desejo que nossos filhos, possam ser fortes para suportar todas as dificuldades deste mundo e darei meu sangue se for preciso, para que ambos tenham uma boa vida, eu irei carregar este pedaço que te completava, meu amor, como parte de minha vida também! - e seguia para o berçário.

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