Keiji acordou pouco antes das 09:00. O clima estava agradável para os gostos do garoto. Ainda bocejando, levantou e vou direto ao banheiro lavar o rosto e escovar os dentes. Apesar não de aparentar, visto sua expressão vazia, ele estava ligeiramente anima àquela manhã, muito provável em virtude do clima. Sua barriga roncou. Não era de se estranhar, aliás, a última vez que comeu algo fora no final da tarde do dia anterior. Caminhou, primeiro, até a cozinha pegando uma fatia de pão e um copo de lei. Então, direcionou-se para a sala de estar, onde seu pai deveria estar, considerando as horas.

“Oxi!” — Pensou, ao perceber que não haviam sinais de presença de Jirou. “Aconteceu algo? Difícil o velhote sair de casa, ainda mais a essa hora.” — Estranhou. Mais enigmático, ainda, fora o bilhete que encontrara sobre a mesa. “Monkīpāku? 11:59? Não podia ser mais preciso. Mas, o que significa isso? Bem, não tenho mais nada para fazer mesmo.” — Após terminar de comer, foi para o quarto ler alguma coisa e se aproximando do horário começou a se vestir. Roupas negras, claro. Bolsa de armas na perna direita. Não podia faltar o principal, a bandana vermelha amarrada ao pulso direito. Afinal, não sabia o que encontraria pela frente.

O local para o qual deveria, pelo pouco que se lembrava, ficava após uma pequena floresta atrás dos campos de treinamentos. Se não tivesse nenhum imprevisto, andando calmamente, pela hora que saiu de casa, chegaria exatamente na hora especificada no bilhete. Chegando ao local, deu de cara com um campo aberto. A visão estava um pouco turva devido a névoa e, em um primeiro momento, não notara a presença de ninguém por ali. Levantou sua guarda.

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A vegetação no local era de um verde hipnotizante e devidamente aparado. Em meio ao silêncio, um barulho vindo das árvores próximas pode ser notado e, logo na sequência, um grande e perfeito salto. Pousando a alguns metros de Keiji, um homem de cabelos roxo e pele pálida, apareceu. O chunin fez uma cara de dúvida. Já tinha visto àquela figura uma ou outra vez, pelo que poderia se lembrar. Contudo, não conseguia perceber de onde ou sequer o seu nome. Esse, aparentava estar bem tranquilo e, a princípio, não oferecer perigo algum. O Sarutobi, então, segurou sua cabeça com ambas as mãos e estalou o pescoço – primeiro de um lado e depois do outro. Assim, voltou a sua usual expressão desligada, enquanto ouvia as falas do homem.

— Você é? Me recordo vagamente de ter visto você ou meu pai descrevendo alguém parecido, mas não consigo me lembrar. O mesmo vale para esse lugar. — Deu uma breve pausa. — O fato de você estar aqui é que deve saber onde aquele velhote foi parar, não? Afinal, foi ele quem me pediu para vir para cá.

Realmente estava mais interessado em saber o paradeiro de seu pai do que naquela figura que ali estava. Aliás, não sabia o que esperar dele. Apenas manteve a distância que estavam e aguardou por respostas.

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O homem de codinome Sarutobi Wenga, parecia estar desapontado pelo jovem não se lembrar dele. Contudo, depois que ele se apresentou e disse seu respectivo nome, as lembranças vieram à tona na mente de Keiji. Suas falas subsequentes, entraram na mente do chunin como uma chama. Aquilo era tudo plano do seu velho mesmo? Que seja... Se fosse para ficar mais próximo de seus objetivos, toparia fazer qualquer coisa. Se é algo relacionado ao sobrenome o qual carrega, seu pai provavelmente passou pela mesma coisa. Olhando para o quão forte ele se tornou, ele conseguiu ser aprovado nesse teste que o homem de cabelos roxos estava explicando. “Não vou ficar para trás, velhote.” — Não sabia onde àquilo iria parar. Mas, pagaria para ver.

Wenga, então, jogou uma kunai que caiu a três metros de Keiji. A kunai, transformou-se em um macaquinho, bem estiloso, diga-se de passagem. Esse, encarou o jovem Sarutobi por um instante e, logo em seguida, correu e sumiu por entre as árvores. O velho Sarutobi, por sua vez, voltou a explicação quanto ao teste e mencionou sobre uma ligação que os membros de seu clã possuíam com os primatas. “Ser amigo do macaco? Sério? É só isso?” — Pensou. Não importava, parecia fácil, porém, indubitavelmente, não deveria ser tão simples assim.

— Bem, se para ter mais explicações eu preciso fazer isso, vamos lá. Me dá alguns minutos e eu já volto com aquele macaco. — Disse, pondo-se a caminhar na mesma direção a qual o primata correu. Enquanto isso, tentava chamar pelo animal. — Ei, macaco! Venha aqui, vamos conversar.

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Apesar de não estar estampado em sua face, Keiji estava animado. Ele sabia do peso do nome que carregava, entretanto não sabia os reais motivos para isso. Talvez, passando neste teste, conseguiria começar a compreende-los. Estalou, então, o pescoço enquanto caminhava por entre um amontoado de árvores. Passos depois, deparou-se com uma grande zona comercial na qual existia um aglomerado de pessoas. Curiosamente todas elas com vestes elegantes. Logo a sua frente, porém, algo chama mais atenção. Um enorme Cassino com paredes de ouro e piso amadeirado.  

Caminhando em direção ao Cassino, duas pessoas conversavam: uma mulher loira trajada com um elegante vestido escarlate e um homem. Essa conversa, foi a primeira a tirar uma expressão facial diferente do jovem Sarutobi. Ao ouvir a premiação referente a algo que o mesmo não conhecia, ficou boquiaberto e com os olhos arregalados. Nunca eu sua vida tinha visto tal quantia em dinheiro. Talvez, nunca irá ver. Todavia, as surpresas não parariam por ai. O mesmo homem, apontou para dentro do Cassino e perguntou se o que ele estava vendo era um macaco. “Um Ma-caco?” — Pensou, voltando-se para mesma direção. Seu futuro amigo estava lá, com seu estiloso casaquinho de bananinhas e o andar gângster. O primata, então, aproximou-se de um homem de roupas sociais brancas e pegou algo de suas mãos. “O que será aquilo?” — Depois, ele foi até outro homem, magro e de cabelos castanhos. Totalmente diferente do anterior, a começar por suas vestes. Os dois, adentraram ainda mais no estabelecimento e pouco a pouco Keiji ia os perdendo de vista. Precisava entrar.

A entrada do Cassino estava barrada por homens com roupa social brancas. Em suas condições atuais, jamais que seria autorizado a entrar. Nem mesmo uma mulher de aparência agradável e, também, de vestes elegantes tivera sua entrada libera. Essa, discutia em tom feroz com os homens de colete. Durante a discussão, duas coisas despertaram sua atenção. A primeira, o fato de precisar estar acompanhado de alguém para entrar e, ao que parece, a mulher estava sozinha. A outra, ele ter mencionado um nome que, provavelmente, pertencia ao macaco, dado a resposta dos guardas. “Ela conhece aquele macaco?” — Pensou. “Tenho uma ideia...” — Completou, tentando sair do campo de visão dos presentes no local.

Assim, fez os selos do Cachorro, Javali e Carneiro, para poder, com um Henge no Jutsu, transformar-se nele mesmo. Porém, com vestes diferentes. “Vestiu-se” com um elegante terno totalmente preto e uma gravata vermelha. Foi então que se aproximou, novamente, do Cassino e direcionou sua fala à mulher e aos guardas (se ela ainda estivesse ali).

— Kardashian-sama, a senhorita por aqui? — Falou como se já a conhecesse. Antes que ela pudesse responder, continuou a fala. — Parece que ficou sem sua companhia... Estamos no mesmo barco, minha namorada acabou de me deixar sozinho aqui. Se não quiser perder a viagem, o que acha de entrar comigo? — Fez o convite, esperando que ela aceitasse, visto seu desespero de estar no estabelecimento.

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A mulher olhou para Keiji como se o conhecesse. Mais uma vez, claro, o jovem estranhou. Entretanto, a entrada no Cassino fora autorizada sem mais problemas. Das mãos dos homens de colete, o Sarutobi recebera uma espécie de cartão, número 838, que ele usaria para tudo que consumisse ou ganhasse no estabelecimento. Já dentro, uma gama de pessoas, todavia, sem sinal do maldito macaco.  Sem muitas opções por não conhecer o local, o chunin se deixou levar pela mulher ao elevador que daria para o último andar.

— Sarutobi Keiji. — Não via necessidade de mentir ali, não estava devendo nada a ninguém. — Quando você me olhou na entrada, parecia me conhecer. Mas, não estou me lembrando de você. — A sequencia de falas da mulher, despertou-lhe a curiosidade. — O que aconteceu? — Questionou-a.

O último andar era um local mais amplo e repleto de mesas com vários jogos. Olhou para a direita e viu um grande telão com as descrições “Blackjack Uzushio Day” piscando e os participantes. Dentre eles, um nome lhe chamaria atenção. “Twelves? Se eu não me engano era o nome que a mulher chamou o macaco... Aquele bicho vai jogar?” — Perguntava-se. A atraente mulher, então, chamou por sua atenção, perguntando sobre sua participação no evento. Keiji instintivamente levou as mãos ao bolso, porém, sabia que não tinha dinheiro algum. Disfarçou brevemente e a respondeu,

— Então, no momento não. Estou apenas interessado em assistir, não levo muito jeito para esses jogos. — Disse, enquanto a acompanhava a fazer a inscrição. — Não pude deixar olhar o nome dos participantes no telão. Twelves... é aquele macaco gangster? — Tentou tirar alguma informação que lhe fosse útil.

O macaco parecia se destacar à mesa com seu jeito gangster e o copo de whisky (?) na mão esquerda. Um outro homem, sentado ao seu lado, o idolatrava. Kardashian sentou-se à mesa, seguida pelo Sarutobi que ficou entre ela e o macaco. Entretanto, um homem do cassino começou a atormentá-lo. Bufou.

— O mesmo que o macaco. — Apontou para a bebida do primata. Talvez fosse um caminho para começar a se aproximar do animal.

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Sentado entre o macaco e sua “companhia”, o jovem Sarutobi percebeu a alegria do macaco ao vê-lo pedir o mesmo drink. Assim que estivesse com o copo em mãos, brindaria com o mesmo e corresponderia com a mesma animação (ou pelo menos tentaria). Levou o copo à boca, e seu rosto deu uma leve corada. Aquele gosto adocicado de morango realmente faria alguém se animar de tão incrível que era o sabor.

— Isso é realmente muito bom, macaco! — Começou a tentar se enturmar com o primata. — Como você se chama mesmo?

Mais pessoas chegaram à mesa àquele momento. Todos tão estranhos quanto os que já estavam no local. Tanto que Keiji já nem se importava ou se impressionava com àquelas vestes. Talvez, só a frase estampada na camiseta de um deles era digna de atenção e curiosidade. Enfim, em meio as bebidas, outro homem de colete chegou e passou a distribuir as castas para todos, menos ao Sarutobi e a um outro homem. “Ela está de acompanhante apenas?” — O fato deixou o jovem intrigado, porém, ele seguiu.

De onde estava conseguia claramente olhar as cartas do macaco e de Kardashian. Eram péssimas. O primeiro, poderia ganhar caso a segunda pedisse por mais cartas. Todavia, as chances de a mulher ganhar caso pedisse mais cartas era ínfima. Era um impasse tomando conta da mente do chunin: ajudar o macaco e prejudicar a mulher? Ajudar a mulher e prejudicar o macaco? Ele precisava se aproximar do macaco e fazer amizade com ele, contudo, não se sentiria bem em prejudicar uma outra pessoa que não o fez mal algum. Pelo contrário, até lhe ajudara a chegar até ali. Limitou-se apenas a um comentário jogado ao ar, tentando não se comprometer com nenhum deles.

— Viver não é diferente de um jogo. Se você se manter na zona de conforto, vai ficar estagnado. Se você se arrisca, pode acabar se destruindo. Mas, quanto maiores os ricos, melhores os frutos que você pode colher.

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