Arquétipo
✓ Pesquisador.




Hoje o garoto acordou com sede de conhecimento, sentia, por algum motivo, a necessidade de tornar-se mais inteligente, aprender algo que pudesse ser de grande ajuda no futuro, o problema era que não tinha a mínima ideia do que deveria fazer para tal. Ephraýim estava indeciso e não sabia que rumo tomar. Agora incomodado com tamanha indecisão, resolveu caminhar até o campo de treinamento de Uzushio, com isto talvez pudesse ver algum colega seu treinando, e disso tirar algum proveito.

“Eu fui à biblioteca ontem e estudei sobre genjutsu, foi bom, mas não ‘tô me sentindo motivado pra passar mais uma tarde na biblioteca... queria ver um pouco de ação. ” Meditava consigo o garoto.

O dia, quente, estava velado por um nevoeiro, mas, para os shinobis daquela vila, isso não significava muita coisa, já estavam acostumados, podiam ver quase que normalmente, e isso incluía Ephraýim, fora sua audição que muitas vezes o ajudava a se localizar, e a outros também. Chegando próximo do campo, começou a escutar sons de armas – kunais, mais provavelmente – se chocando, fazendo-o dar um leve sorriso e se apressar até o local do embate. Acocorando-se a uma árvore, Ephraýim ficou observando dois shinobis, aparentemente 1 ou 2 anos mais velhos que ele, treinarem.

“Talvez valha a pena analisar esses dois, quem sabe eu não tire algo de bom disso? ” – dizia consigo Ephraýim, passando as mãos pelos cabelos e os jogando para trás, e então cruzando os braços enquanto estava encostado na árvore; com a densidade da névoa e seus passos leves, a sua presença era completamente ocultada de seus colegas.

A luta então se deu início. O ninja com a bandana amarrada no braço direito lançou uma kunai em direção ao rosto do outro, que deu um passo para o lado, mas isso não foi o suficiente, a kunai lhe fez um corte superficial na face esquerda. Nesse átimo entre o lançamento da kunai e o ferimento, não perdendo tempo, o ninja se aproximou rapidamente e desferiu um soco também em direção ao rosto do adversário, que, em um primeiro momento, pareceu acertar, quando de repente uma explosão de água ocorre, acabando com a estratégia tão perfeita – pelo menos na cabeça do garoto – e com sua alegria, naturalmente; neste susto e com o embalo do soco, foi parar no chão. Do alto da espessa névoa aparece o verdadeiro ninja que, empunhando uma kunai, aterrissa em cima do garoto estatelado no chão e encosta-o a lâmina na nuca.

“Uou, impressionante” – disse Ephraýim, com os olhos arregalados.

“Droga! ” – gritou o perdedor, que ia se levantando com a ajuda de seu colega. Estava arfando de cansaço, certamente não era a primeira luta do dia, e certamente, pela expressão de tristeza no rosto, também não era sua primeira derrota. “Seus planos são muitos simples, cara! Tem que pensar mais e ser mais cuidadoso; o que você achou que ia conseguir se aproximando de forma tão imprudente do seu adversário? Se fosse uma luta de verdade, você estaria morto agora”. Como é de costume de qualquer vencedor, este não perdeu a oportunidade de despejar suas lições de moral encima do garoto. “Um simples clone d’água foi o suficiente p’ra te enganar”. Dizia triunfante.

“Embora esteja se gabando até demais, ele tem razão, ‘a imprudência morre de qualquer coisa que aos sensatos não atingirá jamais’. É...no final das constas, valeu a pena vir até aqui. ” Meditava Ephraýim debaixo das árvores; e estava satisfeito, ainda não tinha participado de nenhuma luta séria ou missões, era recém-formado como genin, e certamente analisar essa luta entre os dois shinobis o ajudará na tomada de decisões que certamente terá que tomar futuramente na sua vida ninja. Mais uma vez, alisava suas madeixas, dava um leve sorriso e então partiu, deixando em seu lugar a névoa.

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