—— Cortês com as mulheres, ignorante com todo o resto.

Seus ombros largos quase o impediam de atravessar a pequena porta daquele estabelecimento —— Estou procurando a senhorita Inoha... —— Sua frase nem ao menos se completou. Sua boca se abria lenta e gradativamente, deixando claro em sua expressão facial o quão extasiado havia ficado ao vislumbrar a mera silhueta de Inohara, a responsável pela floricultura local —— Eu sabia que aqui existiam belas flores, mas nada tão absurdamente lindo quanto você —— Por mais que em seus pensamentos acreditasse estar sendo educado e romântico, o Ruivo regurgitava sobre a mulher uma sequência de palavras que – ditas para uma desconhecida – mais pareciam uma forma de abuso. Entretanto, perceptivo como era, notou rapidamente o desconforto que provocou na jovem no momento em que suas bochechas coraram repentinamente e nenhuma palavra sequer proferiu —— Sinto muito, vamos esquecer que eu disse essa merda! —— Seus modos não eram os melhores —— Me enviaram até aqui em uma missão. Cobrir você durante algumas horas —— Explicou à moça, que apesar das desculpas ainda se mostrava desgostosa, mas um pouco mais suscetível. Ela retirou seu avental e entregou ao sujeito, retirando-se sem ao menos se despedir. Khan não pareceu se importar, na verdade ficou com uma grande cara de garoto apaixonado, enquanto admirava as belas costas expostas pelas vestes da kunoichi.

As horas que se seguiram foram de puro tédio. Por algum motivo, vender flores não parecia ser um negócio promissor na Vila Oculta da Areia, ainda mais que a mesma ainda estava por se reerguer. Entre devaneios e pensamentos fúteis, tidos enquanto debruçado sobre o longo balcão, indo desde lembrar-se de suas aventuras até a imaginar como seria a vida de casado, idealizando Inohara como sua esposa, o que – depois de sua apresentação – não passava de uma utopia. Quase na hora de a proprietária retornar, um casal adentrou o recinto. Ao notar a presença, Khan se levantou subitamente e estendendo um sorriso forçado de orelha a orelha recebeu os clientes. Todavia, o tiro saiu completamente pela culatra. O casal tinha uma altura consideravelmente normal, possuindo seus um e sessenta e cinco – no máximo – enquanto que o Ruivo detinha uma altura consideravelmente superior. Tal fato, somado ao intenso e claramente forçado sorriso em seu rosto, foi o suficiente para a figura do sujeito ser mais horrenda que sociável, motivo suficiente para que o casal partisse em disparada para fora da loja. A frustração de Khan só não foi mais duradoura por conta da chegada repentina de Inohara, que efetuou o pagamento e expulsou delicadamente o seu galanteador, alegando estar na hora de fechar o lugar. O Ruivo se retirou relutante, mas respeitosamente, acendendo um cigarro enquanto se dirigia outra vez mais para o posto de atribuição de missões.

Khan; 225/225; 225/225; 0/4; 0/3;

Considerações:

Arsenal:

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