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A LUZ DAS TREVAS
Arco 02
Ano 27 DG
Inverno
Meses se passaram desde a missão de investigação ao Castelo da Lua, no País do Vento, que culminou na Batalha da Lua Minguante. Soramaru, o cientista responsável pelos experimentos, morreu em combate, assim como outros ninjas do lado da aliança. Após a missão ser bem-sucedida, mas carregando tantas mortes, Karma, o líder da missão, ficou responsável por relatar às nações o máximo de informações sobre a organização por trás dos crimes agora que estava com o selo enfraquecido e com isso ele revelou o verdadeiro nome dela: Bōryokudan. Ainda não tendo como fornecer mais detalhes, pois o selo se manteve, e precisando de mais pistas antes de investir novamente em uma missão, Karma saiu em missão em nome das Quatro Nações para encontrar o paradeiro dos demais membros da organização — e sua primeira desconfiança recaiu sobre Kumo.

O mundo, no entanto, mudou nestes últimos meses. Os Filhos das Nuvens concluíram a missão de extermínio aos antigos ninjas da vila e implementaram um novo sistema político em Kumo ao se proclamarem o Shōgun sobre as ordens não de um pai, mas do Tennō; e assim ela se manteve mais fechada do que nunca. Em Konoha a situação ficou complicada após a morte de Chokorabu ao que parece estar levando a vila ao estado de uma guerra civil envolvendo dois clãs como pivôs. Suna tem visto uma movimentação popular contra a atual liderança da vila após o fracasso em trazer a glória prometida ao país. Já em Kiri a troca de Mizukage e a morte de ninjas importantes desestabilizaram a política interna e externa da vila. E em Iwa cada dia mais a Resistência vai se tornando popular entre os civis que estão cansados demais da fraqueza do poderio militar ninja. Quem está se aproveitando destes pequenos caos parece ser as famílias do submundo, cada vez mais presentes e usando o exílio de inúmeros criminosos para Kayabuki como forma de recrutar um exército cada vez maior.

E distante dos olhares mundanos o líder da Bōryokudan, Gyangu-sama, se incomoda com os passos de Karma.
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SHION
SHION#7417
Shion é o fundador do RPG Akatsuki, tendo ingressado no projeto em 2010. Em 2015, ele se afastou da administração para focar em marketing e finanças, mas retornou em 2019 para reassumir a liderança da equipe, com foco na gestão de staff, criação de eventos e marketing. Em 2023, Shion encerrou sua participação nos arcos, mas continua trabalhando no desenvolvimento de sistemas e no marketing do RPG. Sua frase inspiradora é "Meu objetivo não é agradar os outros, mas fazer o meu trabalho bem feito", refletindo sua abordagem profissional e comprometimento em manter a qualidade do projeto.
Angell
ANGELL#3815
Angell é jogadora de RPG narrativo desde 2011. Conheceu e se juntou à comunidade do Akatsuki em fevereiro de 2019, e se tornou parte da administração em outubro do mesmo ano. Hoje, é responsável por desenvolver, balancear, adequar e revisar as regras do sistema, equilibrando-as entre a série e o fórum, além de auxiliar na manutenção das demais áreas deste. Fora do Akatsuki, apaixonada por leitura e escrita, apesar de amante da música, é bacharela e licenciada em Letras.
Indra
INDRA#6662
Oblivion é jogador do NRPGA desde 2019, mas é jogador de RPG a mais de dez anos. Começou como narrador em 2019, passando um período fora e voltando em 2020, onde subiu para Moderador, cargo que permaneceu por mais de um ano, ficando responsável principalmente pela Modificação de Inventários, até se tornar Administrador. Fora do RPG, gosta de futebol, escrever histórias e atualmente busca terminar sua faculdade de Contabilidade.
Wolf
Wolf#9564
Wolf é jogador do NRPGA desde fevereiro de 2020, tendo encontrado o fórum por meio de amigos, afastando-se em dezembro do mesmo ano, mas retornando em janeiro de 2022. É jogador de RPG desde 2012, embora seu primeiro fórum tenha sido o Akatsuki. Atua como moderador desde a passagem anterior, se dedicando as funções até se tornar administrador em outubro de 2022. Fora do RPG cursa a faculdade de Direito, quase em sua conclusão, bem como tem grande interesse por futebol, sendo um flamenguista doente.
Mako
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Mako é membro do Naruto RPG Akatsuki desde meados de 2012. Seu interesse por um ambiente de diversão e melhorias ao sistema o levou a ser membro da Staff pouco tempo depois. É o responsável pela criação do sistema em vigor desde 2016, tendo trabalhado na manutenção dele até 2021, quando precisou de uma breve pausa por questões pessoais. Dois anos depois, Mako volta ao Naruto RPG Akatsuki como Game Master, retornando a posição de Desenvolvedor de Sistema. E ainda mantém uma carreira como escritor de ficção e editor de livros fora do RPG, além de ser bacharel em psicologia. Seu maior objetivo como GM é criar um ambiente saudável e um jogo cada vez mais divertido para o público.
Akeido
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Havilliard
Havilliard#3423
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Convidado
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'Schrödinger escreveu:
Griffith
Plot: A sorte tinha chegado ao shinobi que procurava desenvolver a sua arte, que se demonstrava um tanto quanto pelicular. Em meio aos habitantes da sua própria vila, a arte estava em meio ao esquecimento, mas após a queda de Sunagakure no Sato, alguns se renegaram e outros decidiram se mover para a vila mais próxima, como imigrantes, sendo essa a vila oculta na folha. Em pura consideração, um velho membro de Suna, com medo de não puder passar sua arte ninja, visto que não possuía nenhum relativo a achegado, que determinava em usar as marionetas com mais eficiência, que era com uma habilidade exímia em ninjutsu, o velho marionetista, colocou diversos panfletos que estava aceitando um aluno, para passar esse conhecimento de uso pró-eficiente, da habilidade de ninjutsu, em base ao construtos, que eram as marionetas. Cabia ao shinobi, aceitar ou não, tal oferta de conhecimento.

Finalmente retornava para casa após algumas semanas derradeiras e turbulentas sob minhas costas. Quando viramos uma das pequenas estradas e pude, através da janela da carroça, assistir a Aldeia da Folha se delineando diante de meus olhos, senti algo tão prazeroso em meu peito que fui obrigado a sorrir para externá-lo. Imediatamente me lembrei de minha mãe, me enchendo com a esperança de que tivesse recebido minhas cartas para apaziguar suas preocupações até que eu retornasse. Não o faria de mãos vazias, contudo; esta longa empreitada a qual me submeti recompensou-me com grandes conhecimentos, outrora ocultos, mas que, a cada segundo que eu sentia, ambientava outra grande ideia em minha mente. Meu livro de anotações havia passado de sua metade desde que iniciei meus estudos junto do professor Mimoto. Algumas partes de meus escritos compunham de cálculos emaranhados, outras partes com alguns conceitos práticos de robótica e, a terceira – aquela que mais ocupava espaço no caderno –, unia o conhecimento aprendido com minha arte, resultando em vários esboços e rabiscos de futuros projetos.

Assim que ouvi o condutor alardeando qualquer coisa com sua voz, senti o ritmo dos cavalos diminuindo gradativamente. Mesmo que não pudesse ver onde exatamente estávamos pela janela, devido à posição desfavorável, presumi que estivéssemos chegando. Guardei meu caderno de anotações em minha mochila, ao lado da minha cópia de “Retórica e Lógica” que estava por terminar. – Só posso chegar até aqui, moço. – Conduziu-me as palavras o dirigente da carruagem. Não demorei em recolocar minha mochila em minhas costas e, com um pequeno pinote, descer do bonito meio de transporte. Clank. O som do pequeno saco de moedas caindo sobre o arrimo da carroça chamou a atenção do condutor. – Fique com elas. – Monotonamente concluí, agora de costas para suas palavras de alegria e agradecimento diante da gorjeta. A verdade é que já pude vender parte de alguns projetos experimentais que conduzi como parte de meu treinamento, e senti que, se tivesse tempo para tirar minhas ideias do papel, faturaria cinquenta vezes mais do que as despesas da viagem em metade do tempo.

– Bom dia. – Alterquei a um dos oficiais dos portões, retrucando as suas saudações. De fato, aquele seria um belo dia.

HP [1.025/1.025] | CH [3.025/3.025] | ST [0/6] | Post [01/05]
Anonymous
Convidado
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Meu primeiro passo foi visitar minha mãe. Trocamos cumprimentos, e, sobre uma refeição qualquer, compartilhei com minha única amiga disposta as experiências positivas que retornaram comigo de minha viagem. Mostrei algumas de minhas anotações, contei-a sobre algumas invenções que nenhum de nós sabia, até então, que existia, e compartilhei também sobre as novas possibilidades que meu novo conhecimento me concedia. Logo em seguida, pude finalmente ir para minha oficina. Lá, passei boa parte das horas que me restavam da manhã; concluí alguns projetos pendentes e, coloquei alguns de meus novos escritos em prática, embora ainda o fizesse discretamente, incapaz de utilizar meu recém adquirido conhecimento em prática em sua plenitude. Contudo, já tinha alguns projetos interessantes em mente e deixei-os por escrito, pendurados, logo atrás da mesa de trabalho de minha oficina.

Subi as escadas para almoçar. Utilizei esta oportunidade para, ao invés de falar com minha mãe, ouvi-la discorrer sobre algumas coisas novas que aconteceram na Folha ao longo de minha ausência. Alguns decretos e sanções que não me diziam tanto respeito, algumas mudanças abruptas no clima, seus esforços em cuidar de nosso jardim e a chegada de alguns imigrantes de um vilarejo distante para cá, já que estavam desabrigados. Achei esta última notícia particularmente interessante. – E de onde eles vêm? – Perguntei para minha mãe no intervalo entre uma mordida e outra. – É do País do Vento. Um deles até deixou uma propaganda por aí. – Superficialmente me respondeu, não dando tanta importância ao assunto. Como apontou com o rosto para um folheto que repousava sobre a mesa, resolvi analisá-lo enquanto comia.

Abri o pequeno folheto, que se desenrolou numa carta. Escrita à mão, era o que parecia. Seu conteúdo era como se lê: “Meu nome é Kojiro. Sasaki Kojiro. Venho do distante País do Vento para cá, da Aldeia Oculta da Areia. Algo que me sufoca ainda mais do que não ter para onde morar, é ter o prospecto de que minha arte morrerá comigo.” Meu coração acelerou, compadecido com suas palavras e entendendo suas aflições. Continuei lendo o que faria com que meu coração disparasse: “Caso, por ventura, meu querido leitor tenha alguma aptidão ou interesse na arte das marionetes, este velho sábio terá mais do que um desejo sincero de lhe ensinar tudo o que eu sei. Desejo continuar vivendo através de minha arte, então não posso permitir que ela morra comigo. Cordialmente, Sasaki Kojiro.”

HP [1.025/1.025] | CH [3.025/3.025] | ST [0/6] | Post [02/05]
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Deixei a comida no prato pela metade, rapidamente irrompendo para meu quarto para me trocar, trajando algo para que eu fosse às ruas. Assim que o fiz, me certifiquei de levar o pequeno panfleto que foi responsável por meu surto de energia. Ciente de que praticava uma arte originária do País do Vento, ainda mais especificamente da Aldeia Oculta da Areia, lamentava constantemente a situação em que o vilarejo se encontrava, ausente de ninjas, ausente de talento e de arte. Talvez eu fosse bom, talvez tivesse melhorado a arte das marionetes com esmero; contudo, eu nunca julguei ser tão bom quanto um praticante originário da Areia, o berço em que minha arte foi concebida. Ter um destes mestres disponíveis, em minha própria cidade, e disposto a lecionar seus conhecimentos era como uma benção dos céus. Assim que saí de casa, portanto, prostrei o papel informativo diante de meus olhos, para entender onde exatamente eu poderia encontrar o mestre de títeres.

Por fim, com um vago ponto de referência em minha mente, resolvi desbravar alguns lados desconhecidos da Folha para encontrar Kojiro. Caminhava com passos céleres e olhos tão rápidos quanto, anelando todas as construções que via pela primeira vez. Andei ao ponto em que cheguei a um distrito para o leste, e só me atentei de estar em seus limites através de uma placa que se erguia acima das ruas. Conferindo mais uma vez o convite, pude notar que estava próximo. Precisei caminhar apenas por mais alguns momentos até encontrar um casarão que combinava com a descrição dada; possuía uns três andares, era composta por madeira refinada e tratada, e duas portas negras de aço separavam o exterior do que estava ali dentro. No pior dos casos, poderia perguntar ao morador por mais informações. Subi a sequência de degraus, e, utilizando um suporte nas portas, bati um punhado de vezes para anunciar minha chegada.

HP [1.025/1.025] | CH [3.025/3.025] | ST [0/6] | Post [03/05]
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Tive de esperar alguns momentos até que, por intermédio de minha audição, fosse alertado de uma aproximação. De acordo com os passos que ecoavam pela madeira seca, o andejar era lento e compassado. Dei um ou dois passos para trás, afastando-me da porta quando senti que a presença estava próxima; como um instinto subconsciente. O crepitar de ambas as portas se alardearam pelo silêncio que se instalava nos arredores, e pude notar, pela primeira vez, a aparência daquele homem. Pude apenas presumir que fosse o remetente da carta, pela classe que se portava e pela sua idade avançada. Contudo, minhas expectativas foram brevemente retiradas de mim quando trocamos palavras. – Você veio pela oferta, jovem mestre? – Questionou-me o senhor. Removendo meus olhos de seu rosto e me atentando para suas vestes, podia entender que era talvez um mordomo ou algo do tipo. Provavelmente fez uma pergunta desta espécie por ter visto o bilhete em minha mão. – S-Sim. Este é o local marcado? – Perguntei, voltando meus olhos para o envelope para evitar contato visual que não me vinha naturalmente e para reconfirmar que não estava no lugar errado. – Siga-me, por gentileza, jovem mestre. – Disse o ancião, dando-me as costas, mantendo as portas abertas e andando para o interior da mansão. Era interessante como sua voz e suas palavras eram tão cordiais mas sua expressão facial me revelava tédio e impaciência. Talvez ele fosse bom demais em seu trabalho.

Caminhamos por um pouco, atravessando boa parte da mansão. Um tapete levemente descolorido em escarlate nos acompanhava por quase todos os corredores, e, além de vistosas janelas, alguns quadros setentrionais decoravam certos lugares do ambiente. Eram bonitos, em sua maioria, e pareciam me atingir em meus gostos pessoais de uma maneira que fiquei fascinado com alguns deles; apresentavam uma escuridão visceral e ao mesmo tempo humana que poucos artistas eram capazes de entender e menos ainda de replicar este tom com tanta perfeição. Finalmente, no último andar da mansão – eram apenas três, como eu havia presumido –, nos colocamos de frente para duas grandes portas. – O mestre Sasaki está lhe aguardando aqui. Peço que seja respeitoso e que não perca o precioso tempo de meu senhor. – Entoou o servidor. Efetuei apenas um gesto positivo com minha cabeça, mordendo meus lábios em apreensão diante do que me havia falado. Que tipo de homem ele era?

As portas rangeram de uma maneira similar às da entrada quando as abri, logo após bater duas vezes nelas. – Com licença, mestre Sasaki. Eu... – Pausei meus dizeres para fitá-lo pela primeira vez, e me surpreendi quando o fiz. Ele parecia... jovem? Por volta da minha idade. Sua face era inexpressiva, carregando apenas um sorriso brando. Seus cabelos eram vermelhos, e suas unhas eram pintadas numa tonalidade negra. Que indivíduo único. Apenas lembrei-me de que não havia terminado a sentença quando ele me retrucou: “–Eu... esperava alguém mais velho?” – Concluiu, ironicamente terminando a minha frase. Sua sala era tão bem decorada quanto os outros cômodos da casa, mas não pude deixar de notar as várias peças mecânicas espalhadas pelo aposento. Um leigo acharia aquilo no mínimo confuso, mas eu imediatamente reconheci algumas das peças de marionete. Eram peculiares. Assim como eu, ele fazia questão de efetuar suas próprias alterações nelas. Seus projetos eram só seus. – As aparências podem enganar, jovem mestre. O que o trás aqui? – Perguntou-me em sua voz uníssona. Embora eu soubesse da resposta, me vi em apuros ao tentar frasear meus pensamentos de uma maneira satisfatória.

HP [1.025/1.025] | CH [3.025/3.025] | ST [0/6] | Post [04/05]
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– Desejo aprimorar minha arte. – Respondi-o após o que me pareceu um longo período imerso em pensamentos, embora ele tivesse me concedido, aparentemente, o tempo que fosse necessário. Enquanto eu o fazia, também, seu rosto se manteve inalterável. Os únicos sons que podiam ser ouvidos quando o fiz eram os das portas se fechando atrás de mim e os passos de seu ajudante, o senhor que me atendeu na porta, posicionando-se em algum lugar às minhas costas. Facilmente curiosa, tive que aguardar minha mente assimilar tudo que acontecia ao meu redor antes de respondê-lo. Agora que o fiz, contudo, ele também parecia dispor de paciência. Muito menos concentrado que ele, contudo, assim que eu respondi e vi-o meditando, rapidamente corri meus olhos pela extensão de seu cômodo, desta vez com maior atenção. Um quadro, em especial, chamou-me a atenção; ele aparentemente era um dos mais importantes para ele também. Tratava-se de um grande escorpião vermelho que deixava um rastro de sangue por um grande deserto. Neste ponto já transportado para um mundo de suposições a respeito das motivações do artista ao retratar esta figura, fui rapidamente recolocado em minha realidade por meio da voz cônsona do homem de cabelos escarlate: – Isso é importante. Um homem que não se aprimora é um homem que não vive. – Voltei meus olhos para os seus durante sua frase, simultaneamente buscando entender o verdadeiro sentido de seus dizeres. Ao mesmo tempo, senti que já tinha lido aquela frase em algum livro. Um leitor ávido, julguei-o portanto. – E você poderia me agraciar com a informação acerca da sua arte? – Questionou-me, ainda sentado em sua cadeira, quase imóvel. Desta vez eu não precisei pensar na melhor escolha possível de palavras. – Sou um mestre de marionetes, assim como você. Por isso vim até aqui. – Talvez esta tivesse sido a resposta mais apropriada para sua última pergunta. De quaisquer formas, ele parecia feliz; pela primeira vez, vi seu sorriso se alargando até parte de seu rosto juvenil. Foi neste momento que me lembrei de que o panfleto mencionava sua idade. – Pois bem. – Fui interrompido por Sasaki antes de prosseguir em minha linha de raciocínio. – Volte aqui amanhã, no mesmo horário, jovem mestre. – Disse-me o mordomo quando fui conduzido para a saída.

Eu fui pontual, por não gostar de deixar ninguém esperando e por não gostar de esperar por outros. Em todos os sessenta e sete dias que passamos juntos, fui pontual e diligente em meus estudos. Devo confessar, também, que no começo de nosso treinamento eu estava com a mentalidade errada, esta que foi rapidamente corrigida por meu novo mestre; o segredo de um verdadeiro artista de títeres não se encontra em como suas peças são afiadas, refinadas, acopladas ou disparadas. O verdadeiro diferencial está no elemento central no uso de todas as marionetes: Os fios de chakra. E foi exatamente isto que pratiquei, incessantemente e de maneira implacável sob a tutela de Kojiro. Levantei pesos, arrastei e puxei objetos, manejei desde agulhas à carroças inteiras apenas com o uso de meus fios de energia. Em teoria, também, estudamos plenamente o funcionamento do chakra. Fiquei surpreso e envergonhado com o quão pouco eu sabia sobre a energia vital que corria em minhas veias, assim como fiquei surpreso com quantos entendimentos errados eu havia adquirido na academia ninja – errados para alguém que utiliza marionetes para o combate, ao menos. O foco de todo o meu trabalho dali para frente não giraria em torno de construir a melhor marionete, mas sim em construir uma criação minha que seria tão espontânea que me permitiria manipulá-la como uma extensão de meu próprio corpo. Contudo, eu não fui o único surpreso por um conhecimento não revelado; a maneira que minha coordenação motora se adaptava a um novo movimento específico, á um novo estilo de marionetes ou a um novo sistema de chakra surpreendeu o veterano mestre. Sobretudo, posso dizer que, quando concluímos o treinamento, senti como se nada pudesse me parar; não que isto fosse verdade, mas esta confiança me dava uma grande força que eu desejaria que para sempre estivesse comigo.

– E quanto à marionetes humanas, Sasaki-sama? – Perguntei-o em um de nossos últimos dias juntos. Ambos sabíamos que existia uma opinião forte, ao menos no País do Fogo, contra esta prática. Nunca falamos sobre isto diretamente, mas eu sentia que nós dois tivéssemos a mesma inclinação neste aspecto, como fazíamos em tantos outros. Por isto, senti que deveria arriscar nesta oportunidade. Observei seu rosto virar-se para o meu enquanto confabulava uma resposta. – Muitas pessoas não gostam delas por estes lados. Na Areia não era diferente. – Pausou, deixando-me também surpreso com este fato; era de se supor que, no país em que as marionetes foram modeladas como instrumentos de guerra, não se cultivaria um preconceito tão estúpido e imaturo. – Mas eu não compartilho esta opinião negativa. – Respondeu-me com palavras que me confortaram, ciente de que alguém tão sábio quanto ele não pensaria desta forma. Contudo, ele pareceu levemente perturbado com a pergunta. Talvez ele pensasse que eu já havia iniciado este processo? Não exatamente. A confirmação para a minha pergunta veio quando estávamos treinando e, como um trunfo, uma de suas mãos repartiu-se para disparar fogo contra a marionete que eu estava utilizando. – Não se deixe limitar por padrões, Arima. – Contou-me quando terminamos. – A verdadeira arte é aquela que dura para sempre. E cada mestre de marionetes terá uma interpretação diferente deste conceito importante. Nunca se esqueça disto, e transmita-os à próxima geração em meu nome. – Concluiu, de forma que senti como se estivéssemos nos despedindo embora fôssemos continuar as preleções. Incapaz de encontrar algo com o quê respondê-lo, despedi-me com os olhos e bati as portas da oficina.

HP [1.025/1.025] | CH [3.025/3.025] | ST [0/6] | Post [05/05]

Considerações:
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