Estava dormindo plenamente durante uma certa manhã, desejando tirar o dia para descansar. Mesmo não desejando ser perturbado, alguém bateu à minha porta acordando-me em estado de alerta. Assustei-me obviamente, pois nunca alguém bateu em minha porta. Trocando-me de roupa rapidamente, abri a porta de casa: na frente havia uma carta.Não esperava que uma carta chegaria até minha porta, ainda mais enviada pelos secretários da vila. Suspirei fundo e esperei que, na leitura da mesma, traria algum perigo ou batalha em escrita. "Escolta de uma família... Hm... Não parece ser complicado, mas pode acabar complicando" pensei. Organizei todos meus equipamentos perguntando-me algumas coisas: "Quanto de dinheiro será que essa família está levando? Isso certamente pode atrair bandidos bem facilmente. Terei de me manter atento. Acredito que vou aproveitar que minha casa é longe do portão da vila para fazer uma pequena corrida: não posso perder oportunidade de treinar minha velocidade!". Com tudo pronto, abri a porta de minha casa e pensei novamente em minha velocidade: "Tenho de evoluir!". Perguntei-me também se a missão seria urgente: "Imagino que seja... afinal de contas, estão em péssimas condições e podendo ser roubados a qualquer momento. Imagino que possa treinar não apenas até o portão... Posso treinar minha velocidade máxima tentando extrapolar meu limite até o portão, além de desenvolver minha resistência até o local que eles estão. Acredito que isso possa ser um bom treinamento". Estava um pouco angustiado pois não gostava muito de ajudar os outros, porém entendia que para evoluir era necessário realizar as missões da vila com êxito, por mais irritantes que fossem. Por fim, tomei uma posição como se estivesse numa olimpíada: pernas contraídas ao máximo para dar-me maior impulso, além dos braços protusos à frente. Em minha mente, uma contagem regressiva: "Três... Dois...... Um.". Ao um, impulsionei-me à frente com a maior força possível e mantendo meu tórax ainda pouco protusos à frente, tentando diminuir a área de resistência do ar sobre meu corpo. "Vamos... Eu consigo...!" pensei. Minhas pernas doíam um pouco, até porque em minha própria casa já estava acelerando o passo a organizar tudo de forma rápida, pulando de um lado para o outro para não perder tempo. "Não vou deixar as dores me cansarem!" pensei, determinado. Já estava próximo ao portão, não fazia tanto tempo desde que eu havia saído de casa, porém a velocidade que eu estava aplicando estava, de certeza, cansando minhas pernas. A inserção de ácido no meu músculo devido ao grande esforço era uma dor tremenda, porém resisti à isso afim de já começar a desenvolver minha resistência muscular. Chegando ao portão, puxei o fôlego enquanto mostrava a carta aos Chunins que fazem a segurança da vila, esperando permissão dos mesmos para ir.

Respirei fundo. Tive permissão de sair da vila pelos Chunins, mas ainda assim já estava começando a ficar próximo da fadiga. Tive vontade de apenas sentar no portão e esperar meu fôlego voltar, porém infelizmente tinha uma missão para realizar. Decidi que descansaria um pouco mais durante a busca pela vila, pois ainda deveria atravessar vários obstáculos pelas florestas e árvores, o que numa velocidade muito superior poderia me causar passos em falso de forma bem mais fácil. Andei lentamente adentrando à mata: primeiramente tinha o intuito de relaxar e analisar o padrão da mata. "Toda mata tem um padrão.. seja com vários cipós, vários galhos ou várias raízes... Se eu desejo treinar meu taijutsu e ter uma efetividade grande na busca pela vila, preciso analisar isso... Tendo tal coisa em mente me ajudará à manter minha velocidade sem interrupções" pensei. Percebendo a grande presença de galhos nas árvores, já sabia o que fazer e logo sorri. "Será fácil... eu espero" imaginei, já em mente os movimentos que faria para movimentar-me de galho para outro, de forma rápida, eficaz e sem interromper meu tempo. "Não posso perder tempo... Vamos!". Comecei a pendurar-me no primeiro galho e, projetando meu corpo à frente, movimentei-me para o próximo. Tentei manter uma velocidade constante e que não fosse tão rápida, a cada segundo deveria pensar em seu próximo movimento com cautela e observar todos os galhos possíveis que poderia pendurar-me. Isso ajudou-me a desenvolver minha inteligência, pois a cada passo eu deveria pensar ou poderia acabar perdendo o equilíbrio. Mesmo com os pensamentos, meus músculos e minha memória muscular em Taijutsu também ajudavam bastante: muitas das vezes, meu próprio corpo movia-se sozinho antes mesmo de pensar. A diferença que faria meus pensamentos a esta altura seria para qual lado deveria ir e até mesmo se algum galho estaria mais firme ou mais solto, algo que minha memória muscular só identificaria após "a merda ter acontecido". Com isso, mantive minha velocidade ainda constante, com meus pensamentos já entrando em consenso com meus músculos. Com a grande velocidade adquirida, esperava de alguma forma encontrar a vila. Estava prestando atenção até mesmo em cheiros, seja de fumaça, ou sons de pessoas a conversar: os movimentos de meus músculos e mente estavam tão automáticos que eu conseguia prestar atenção em outras coisas ao redor da área também, tentando encontrar a tal vila. "Se eu sentir cheiro de fumaça, pode ser uma fogueira feita por alguém. Se eu ouvir vozes, pode ser pessoas na vila conversando, o que geralmente é bem alto considerando a quantidade de pessoas a conversar. Bom... espero encontrar isso logo, antes que meus braços cansem novamente" pensei, totalmente atento à tudo dentro daquela mata que parecia nunca ter fim.

Suspirei. Estava decepcionado comigo mesmo por não ter sido capaz de encontrar a vila. "Tenho de pensar melhor. Não posso passar vergonha agora. O que posso fazer para encontrar esta maldita vila?" pensei. Primeiramente, supôs que realmente a vila seria difícil de encontrar, pois precisavam de no mínimo uma "proteção natural" para contra outros shinobis. Se não, muito provavelmente tal família já estaria morta. "Ainda assim, parece que essa proteção não é tão forte, afinal já temem pelas vidas dos mesmos. Mas como encontrar a vila se ela é protegida pela floresta? perguntei-me. Em minha mente, a opção mais fácil seria escalar uma das árvores que provavelmente poderiam ser mais altas e, daí, buscar outra de altura maior. Talvez com uma visão privilegiada, poderia observar melhor a floresta e talvez descobrir uma fogueira ou até mesmo observar um campo aberto. "Bom, para eu conseguir escalar estas árvores, precisarei primeiramente limpar uma certa área ao meu redor, apenas assim conseguirei subir acima do nível das folhas, senão serei cercado por galhos lá em cima. Tenho certeza que dessa forma poderei encontrar a vila: afinal de contas, precisam de campo aberto para construir suas casas e afins." raciocinei. Com isso em mente, deveria derrubar as árvores à meu redor como já havia pensado antes. Minha força não era tanta, mas serviria como treinamento. Em meio ao pensamento de evolução novamente, sorri contente: estava tornando-me mais forte mesmo passando pelas dificuldades que me encontrava. Certamente deveria realizar a missão, porém um curto treino de força não faria mal. Observando qual provavelmente seria a árvore de maior tamanho, deveria derrubar as demais ao redor. Preparei meu punho após ter decidido, pois iria começar os trabalhos. Era um total de cinco árvores ao redor da maior e eu não poderia me dar ao luxo de descansar nem por um segundo: se a noite chegasse, escoltar a família ficaria mais complicado ainda. Com minha velocidade e resistência evoluídas, preparei-me. Inspirei, expirei e mantive uma posição pronta para o "abate". Numa expiração brusca junto à um grito, comecei a "judiar" da árvore com inúmeros socos na mais alta velocidade que poderia. Minhas mãos começaram a doer um pouco depois de um tempo, porém não poderia ceder: deveria realizar a missão, por mais que odiasse ter de salvar "inúteis". Com alguns minutos, deixei a árvore já "ferida", esperando que a mesma caísse a qualquer momento, e fui em direção às outras. Por minhas mãos estarem cansando rapidamente, decidi impor chutes ao "treino": isso ajudaria a desenvolver resistência e força em minhas pernas também, mantendo a simetria junto aos braços. Após um certo tempo de judiar de todas as árvores, comecei a chutá-las com toda minha força: o objetivo era fazer com que caíssem para o lado contrário, mantendo a árvore central intacta, a qual eu escalaria e tentaria observar algum campo aberto na floresta densa. "Isso tem de dar certo...!" pensei.

Finalmente teria encontrado a casa da família que requisitou a escolta. Suspirei. "Já estava na hora. Preciso me apressar, já está começando a ficar tarde" pensei. Com preocupação em minha mente, desci as árvores: não deveria perder tempo, precisaria me apressar. "Dessa vez, posso utilizar minha força para chegar mais próximo. Forçando-me através dos galhos, posso adquirir uma grande velocidade sem me preocupar muito" pensei, imaginando realizar a mesma estratégia de antes. "Preciso tomar cuidado também para não assustar a família. Afinal de contas, irei me aproximar de forma rápida, não temos tempo a perder". Apoiando-me num primeiro galho e mirando na direção correta desta vez - nordeste, forcei-me para trás e então para a frente novamente, adquirindo um certo impulso. Ao perceber um forte impulso, projetei-me para a frente. "Lá vamos nós!!". Agarrando-me aos galhos com uma tremenda força arranhava minhas mãos, mesmo com faixas ao redor delas. Ainda assim, isso parecia ser nada comparado aos socos que desferi com tanta velocidade e sem descanso nas árvores anteriores. Nesse momento, prestei bastante atenção para não desviar-me do caminho: deveria apoiar-me nos galhos, mas não poderia desviar do nordeste. Aparentemente a casa e a vila ainda estariam um pouco distantes, então deveria prestar atenção para não desviar o caminho: por mínimo que fosse o ângulo de desvio, poderia acabar perdendo a casa de vista novamente. Devido a isso, precisei-me manter atento não apenas em dobro, mas em triplo. Perceber para qual ângulo os galhos me fariam desviar era o mínimo que deveria observar. Em dados momentos, alguns galhos apontavam para outra região - pouco à esquerda, virando-se ao norte. Já em outros, os galhos apontavam um pouco à direita, virando-se ao leste. Em cada momento destes forcei minha atenção ao máximo para não desviar-me do caminho. Com a grande velocidade que estava conseguindo, deveria me manter atento a todos os momentos, desviando o mínimo à direita e esquerda, e voltando-me à mesma direção quando possível, compensando o ângulo anterior com um pouco do mesmo. Minha respiração estava ofegante, porém não cansado, então deveria continuar enquanto restava-me energia para continuar sem desviar o foco: qualquer distração poderia ser fatal e eu me perderia novamente. Devido à isso, mantive minha direção e meu foco sempre a nordeste, até mesmo com o pensamento vazio, para que não houvesse nenhuma distração possível. Chegando ao local, procuraria a família que precisaria escoltar, certificando-me que todos estariam prontos.

Finalmente teria chegado à vila e, consequentemente, à casa da família responsável pela minha missão. Cada vez mais a noite se aproximava, eu deveria pensar numa estratégia para protegê-los ao mesmo tempo que vamos à vila de uma forma rápida. Enquanto ajudava a coletar seus bens que levariam consigo, já começava a ocupar minha mente a pensar em estratégias coerentes para levá-los para Kumogakure o mais rápido possível. Continuava apressando-os enquanto isso, pois poderíamos passar por maus bocados se não se apressassem. ”Não seria coerente eu deixar o senhor ou sua família carregar suas coisas. Acredito que podemos condensar o tempo se eu carregar grande parte das coisas: afinal acredito ter força para isso" pensei. Olhei para a família enquanto caminhávamos para a saída da vila e falei: - Preciso que vocês usem sua velocidade ao máximo que puderem. Seguirei vocês com minha velocidade. Senhor... - falei, referindo-me ao chefe da família - Acredito que você conhece o caminho bem o suficiente, e pode ir à frente, mas lembre-se: o mais rápido que você puder. Eu estarei logo atrás e defenderei você de qualquer coisa que aparecer. Com toda a estratégia pronta, dei um sinal com as mãos para que iniciássemos a "corrida". Ainda assim, temia pela forma que saíram desorganizados, com apenas o líder da família à frente. "Pense, Odin, pense... Como diminuir as chances de uma comorbidade? E como diminuir as chances que alguém me atrapalhe? Eu tenho que separar melhor essas pessoas se quero protegê-las com eficiência e para evitar imprevistos ou atrapalhadas..." pensei, certo que precisaria reformular um pouco melhor minha estratégia. Após pensar em algum tempo durante a corrida, falei aos demais familiares: - Vocês: preciso que me escutem bem agora. Acredito que tenho uma ideia melhor ainda para ficarmos seguros. Continuemos o caminho normalmente, porém faremos uma fila para evitar que esse aglomerado atrás do senhor cause confusão. O garoto ficará no fundo da fila, pois poderá nos defender minimamente se ocorrer um ataque por trás e defender-se até eu poder chegar até ele. Eu ficarei no meio por motivos óbvios de manter a distância igual a todos. A garotinha ficará entre eu e o garoto. Enquanto isso, a senhora ficará entre eu e o senhor. Dessa forma, protegemos as mulheres e podemos nos assegurar defensivamente durante um ataque. Não mantenham distância maiores que 3 metros NUNCA! Essa será a distância máxima para termos o maior nível de segurança possível. Se um ataque chegar a acontecer, irei largar as coisas no centro e defender vocês, então todos recuem para os seus bens o quão antes! Entendidos?! Dispersar! Mantenham-se atentos! Fiquei orgulhoso de mim mesmo após perceber a estratégia que fiz. Aparentava realmente perfeita, e esperava que realmente funcionasse. Mesmo durante a explanação, ainda tentei manter-me focado aos arredores para que não fosse surpreendido por um ataque às escondidas. Esperava também que cada um seguisse sua função, porém como estavam preocupados e praticamente entre vida ou morte, era altamente provável que seguissem à risca minhas ordens para assim sobreviver. "Espero chegar em Kumo logo. Tenho trabalhado demais hoje e estou cansado" pensei.

Finalmente eu teria terminado a missão, após várias paradas e reclamações por parte dos idosos. Mesmo completando a missão, recebi muitas broncas, mas não me importei. Isso porque já não queria salvar pessoas, meu único interesse era completar a missão e isto foi um sucesso. Ainda assim recebi outra missão para o mesmo lugar mesmo após as broncas. A nova missão importava para mim, pois era para investigar bandidos e nisto eu poderia finalmente entrar em batalha pela primeira vez como ninja de Kumogakure. Não precisei de preparo mental e decidi que não iria me esforçar tanto desta vez, iria direto ao ponto para evitar uma missão conturbada como a anterior. Após prestar bastante atenção no caminho de volta à Kumo, caminhar até a vila do tomate seria fácil, principalmente com o caminho realizado pelo senhor da família em minha memória. Ademais, por ter prestado atenção a todos os arredores enquanto me preocupava com bandidos pude memorizar vários detalhes do caminho. Ainda assim era uma mata fechada e gigantesca, o que dificultaria de certa forma meu caminho mesmo que eu tivesse experiência anterior com o mesmo, ainda mais no período noturno. Não deixei-me abalar, voltei diretamente aos portões e avancei em velocidade quase máxima em direção à mata, seguindo pelo caminho de volta. Apesar de ser preocupante à noite, não fui confrontado por nenhum animal. Pude ouvir muitos sons estranhos - de corujas, talvez - e até mesmo sons de ursos e onças, mas mesmo eles sendo animais rápidos e podendo me alcançar, não dei oportunidade para os mesmos me visualizem como alimento ou ameaça. Por passar numa velocidade extremamente rápida por eles, era pouco provável que pudessem identificar até mesmo minha silhueta. Mesmo chegando à vila sem ter tido nenhuma intercorrência, fiquei surpreso pela facilidade que tive de despistar os animais.

Por mais que teria prestado atenção à mata anteriormente, a mesma era escura à noite e tal escuridão repercutia diretamente em minha noção de espaço e visão. Sendo assim, não conseguiria diferenciar variados tipos de ambiente dentro da mata, perdendo-me facilmente com minha grande velocidade. Percebendo minha falha, notei que a única opção seria retornar aos primórdios: derrubar árvores e subir na mais alta. Isso certamente ajudaria, pois provavelmente poderia ver certa iluminação da vila, assim supus. Ainda assim, a noite era escura e cheia de temores, e eu conseguia ouvir o grunhir de variados animais por dentro da mata: deveria me apressar para sair logo daqui e acabar com aqueles bandidos. Encontrando uma árvore alta, chutei as demais a seu redor, mas diferentemente de antes, usava uma força maior e velocidade também, tinha intenção de acabar logo com aquilo, subir na árvore e encontrar novamente a vila. A cada momento que eu chutava as árvores, o grunhir dos animais se distanciava, provavelmente por se assustarem de algo desconhecido estar acontecendo: diferente de um humano, cuja curiosidade não permite desviar o olhar para algo estranho. Tendo derrubado as 4 árvores ao redor da mais alta, tentaria identificar a vila como citado anteriormente: subiria no topo da árvore restante e observaria a escuridão da noite, buscando a luz de uma pequena vila.

Novamente, falha. Estava frustado já com tanto erro numa só missão. Entretanto, era de se esperar: essas eram minhas primeiras missões como shinobi. Entristecia-me um pouco, pois nem mesmo jutsus para auxiliar eu teria naquele momento. Dessa forma, decidi tentar algo mais "comum", ao invés de apenas jutsus. Descendo da árvore, comecei a pensar um pouco. Mesmo que não me importasse tanto com aquelas pessoas, tinha sede de batalha: desejava encontrar aqueles bandidos e puni-los, mas apenas por prazer próprio. "Tsc. Como irei chegar a um lugar que não posso ver?" pensei. Aos poucos, meus olhos foram acostumando-se à escuridão, como é normal fisiologicamente. Ainda assim, minha visão não era tão clara, o que não ajudou muito de qualquer forma. "Tenho de procurar rastros. Talvez essa seja a única alternativa. Rastros de pessoas pelo caminho, ou até mesmo de animais e carruagens. Talvez isso me leve à vila..." pensei, já preparando-me para procurar por pistas de rastreio. Estas estudei parcialmente na academia: era algo que todo ninja deveria saber. Entretanto, alguns eram mais versados que outros, eu nem tanto. Por mais que soubesse os itens a buscar, talvez demorasse um pouco para raciocinar e, enfim, encontrar o local. Comecei a busca: fezes volumosas poderiam ser de animais de porte grande, como cavalos ou gado, que geralmente são muito usados por comerciantes em carroças e camponeses, respectivamente; marcas de rodas, poderiam ser de carroças de comerciantes, tanto indo quanto saindo da pequena vila; pegadas, tanto de animais quanto de pessoas seria o clássico, até mesmo da família e minhas ainda poderiam estar pelo local; galhos secos e levemente partidos, poderiam ser indícios de alguém que o pisoteou, podendo levar a uma pegada. Com toda essa busca, o menor item que eu encontrasse serviria para levar à outra pista, e consequentemente conduziria-me à vila uma hora ou outra.

A vila do tomate finalmente estaria à vista. A tentativa de rastreio com pistas e, obviamente, rastros, me levaram diretamente à vila, mesmo tendo demorado horas. Por já ser tarde da noite, era evidente que não muitas pessoas ficariam fora de suas casas, e se ficassem, a probabilidade seria de ser apenas um indivíduo ou poucos, nunca um bando. Com esse pensamento, vigiaria a vila, procurando por qualquer barulho estranho - que provavelmente assolaria aquela localidade quieta pela noite - ou qualquer bando suspeito. Estava pronto para agir, forçando meus limites ao máximo à patrulhar pela vila à velocidade quase máxima, com foco principalmente na casa principal, do senhor que justamente teria escoltado mais cedo - ele poderia ser o principal alvo dos bandidos, que poderiam cair justamente na minha armadilha de esperar-lhes lá.

A noite era silenciosa, à exceção de bebuns perambulando pela vila. Ainda quieto à espreita, pude evidenciar 3 homens de cunho suspeito: estes caminhavam sem preocupações, com armas na cintura, como se estes fossem até mesmo deuses. Aquilo irritou-me de fato, aparentemente eu sentia como se estivessem me subestimando. Ainda assim, mantive a calma, seguindo-os sorrateiramente.

Saíram das redondezas da vila e chegaram a um tipo de acampamento, acessando uma cabana de madeira. Isso apenas aumentou minhas suspeitas que aqueles eram os tais bandidos. Aproximando-me um pouco mais, pude notar um mercador ali, preso por cordas, surrado e exausto. Segui-los teve um preço, entretanto. Senti em minha cabeça uma pancada, desacordando-me. Tudo que lembro a partir daí, é estar preso por cordas junto àquele comerciante. Não gostava de altruísmo e não me sentia na vontade de ajudá-lo antes, mas agora teria se tornado uma questão pessoal. O mercador percebeu pelas minhas vestes e bandana que eu me tratava de um ninja, e então sussurrou ao perceber que eu não conseguia livrar-me das cordas pela força: - Use aquilo que vocês ninjas usam! Por favor, nos salve! Aquela energia toda que vocês usam! Libera ela e se solte! - tal indagação irritou-me pela minha incapacidade de utilizar ninjutsus, mas me fez pensar melhor.

Fechei meus olhos por um instante, concentrando-me em meu chakra. Por estar pensando muito forte em como escapar, condensei meu chakra em meu cérebro utilizando o grande controle de chakra que teria. Em um momento de fúria por nada conseguir pensar, mantive todo aquele chakra à mente, e senti meu chakra expelir todo aquele suor que estava em meu corpo, após forçar-me para livrar-me das amarras. Com toda aquela aura e energia, além de um sentimento de força enorme, consegui abrir o primeiro portão, O Portão da Abertura, e consequentemente livrar-me das cordas em um grito forte o suficiente para assustar o mercador e os bandidos. Aproveitando o estado de força aumentado, avancei em direção aos bandidos em velocidade máxima, tocando o chão com ambas as mãos e forçando minhas pernas ao ar, realizando um movimento como um "helicóptero". Com isso, visava acertar todos os bandidos com chutes extremamente fortes, utilizando toda minha força.

Consegui nocautear com sucesso dois daqueles mal-feitores. Um sorriso aparecia em meu rosto, mas não por estar sendo o herói: o calor da batalha me alegrava. A crueldade de simplesmente nocautear uma pessoa me alegrava. Ainda assim, um faltava dos três. Este, por estar mais distante, não foi pego pelo meu golpe. Aprontei-me em uma postura de combate enquanto observava o mesmo gritar e gaguejar de medo, enquanto puxava um bastão de bambu para lutar. - Você acha que isso irá me impedir de te encher de porrada? - falei, de forma bem arrogante e séria, provando que estaria falando a verdade. O mesmo aparentava tremer à minha indagação, mas ainda assim vinha em minha direção. Sua tentativa foi de uma investida reta com o bambu em meio peito, porém em um pulo consegui desviar facilmente de tal ataque. Aproveitei de minha posição superior e chutei o bambu para baixo, forçando-o ao chão. Enquanto isso, o queixo do meliante era justamente mirado em meu joelho, que flexionava-se em direção à sua face. Isso fez o mesmo desacordar quase que instantaneamente com tamanha força de minha joelhada, largando o bastão de bambu que agora restava em meus pés e caindo para trás. Um sorriso maléfico aparecia em meu rosto, estava feliz por finalmente ter realizado uma batalha e, felizmente, vendido. Meu sangue fervia. Relaxei meu corpo e o chakra dissipou-se, estava sentindo-me um pouco cansado após tantos movimentos. Dessa forma, soltei o mercador de suas amarras e voltei em direção à Konoha: não queria aturar mais meus atos de altruísmo.